A principal razão que me fez assistir a esse filme foi a presença do ator Peter Cushing. Assim como acontecia com outros atores clássicos do terror como Vincent Price, a sua simples presença no elenco já justificava o meu interesse. Só que o filme ainda tem outros aspectos interessantes. Muitos anos antes do surgimento da cultura woke, temos aqui um protagonista negro, empoderado, milionário, que resolve reunir um grupo de pessoas em sua mansão. Caçador há muitos anos, ele acredita que uma daquelas pessoas é um lobisomem e quer ter a chance de caçar um monstro desses. E realmente estava certo, um dos misteriosos convidados é mesmo um lobisomem. A temporada de caça está aberta!
O filme é claramente uma tentativa de modernizar esse monstro clássico para os anos 70. Então a trilha sonora tem muita black music, com nuances discoteca, além do fato de mostrar cenas de ação mais bem elaboradas, com uso de helicópteros, o que se tratando de uma produção da Amicus, era um luxo daqueles. Só que todos esses aspectos que tentaram modernizar o lobisomem nos anos 70, também deixaram o filme mortalmente datado ao ser revisto nos dias atuais. O próprio lobisomem é nada convincente. Ora é um lobo normal, ora uma homem fantasiado toscamente. De bom mesmo temos um herói improvável no enredo, um simpático vira-lata caramelo que enfrenta bravamente o tal lobisomem. Isso já vale o filme inteiro!
A Fera Deve Morrer (The Beast Must Die, Inglaterra, 1974) Direção: Paul Annett / Roteiro: Paul Annett / Elenco: Calvin Lockhart, Peter Cushing, Marlene Clark / Sinopse: Caçador milionário decide reunir oito misteriosas pessoas em sua mansão de campo. Ele está convencido que uma delas é um lobisomem de verdade e quer ter a oportunidade de caçar um monstro desses.
Pablo Aluísio.