domingo, 8 de janeiro de 2023

A Última Chance

Título no Brasil: A Última Chance
Título Original: Last Dance
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: Steven Haft, Ron Koslow
Elenco: Sharon Stone, Rob Morrow, Randy Quaid, Peter Gallagher, Jack Thompson, Don Harvey

Sinopse:
Um advogado designado para o caso de clemência de uma mulher no corredor da morte começa a formar uma profunda amizade com ela enquanto tenta impedir sua execução iminente.

Comentários:
Parecia uma boa ideia colocar a atriz Sharon Stone em um papel como esse. Afinal, ela estava buscando mesmo o reconhecimento por seu trabalho como atriz dramática. A verdade, porém, é que havia muito preconceito contra ela na época e a crítica caiu em cima. Malharam sem razão e sem Piedade. Tudo bem, ela não estava excepcional no filme, mas também não fez um trabalho medíocre ou embaraçoso. Eu até gosto do filme para falar a verdade. Ela sabia que enfrentaria chumbo grosso e até pintou os cabelos com a tonalidade mais escura. Tudo para fugir da imagem de loira sexy. Apesar dos esforços, a imprensa na época tinha um claro antagonismo em relação a ela. Chegaram a dar para Sharon o "prêmio" do framboesa de ouro de pior atriz do ano. Esse fato, de certo modo, mostra como Hollywood às vezes funciona. Como ela vinha de uma imagem de símbolo sexual, não havia espaço para ele tentar outros tipos de personagem. Uma pena. O filme resiste até mesmo hoje em dia, sendo revisto. É um bom drama de prisão, tribunal e discussão sobre a pena de morte.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de janeiro de 2023

Enquanto a Guerra Durar

Esse filme é praticamente uma aula de como o fascismo se impõe em uma sociedade democrática. Mostra a ascensão do generalíssimo Franco ao posto de ditador vitalício da Espanha durante a década de 1930. Para se ter uma ideia do tipo de regime que foi implantado na Espanha, basta dizer que Adolf Hitler admirava o general. E como ele conseguiu o poder absoluto? Os ingredientes do fascismo são bem conhecidos pela ciência política. São fatores certos que ajudam no surgimento desse tipo de ditador. Uma mistura de fanatismo religioso com idolatra política, falso patriotismo e culto ao militarismo e a violência. Existe sempre um certo fator de messianismo, onde o ditador é visto praticamente como um Messias salvador da pátria. E se os ingredientes são conhecidos, os resultados são igualmente bem claros. Após a implantação do fascismo, começa um regime de terror e violência com perseguição política. Pessoas são presas e mortas sem qualquer tipo de julgamento. As violações aos direitos humanos se tornam banais, entram na ordem do dia. 

Estima-se que o regime de Franco tenha matado mais de 150 mil pessoas inocentes por motivação política. As pessoas eram eliminadas e executadas simplesmente por causa de suas posições políticas. O adversário político era considerado inimigo. E deveria ser eliminado fisicamente segundo esse tipo de regime. O filme tem um personagem interessante, um professor, um veterano reitor de uma universidade de prestígio. No começo, ele até vê com bons olhos a subida dos militares ao poder. Só percebe o estrago quando seus amigos professores começam a desaparecer e seus alunos são presos de forma sumária. E o pior de tudo, é saber que o fascismo está aí. Qualquer perigo deve ser combatido com rigor legal, exatidão e firmeza antes que seja tarde demais.

Enquanto a Guerra Durar (Mientras dure la guerra, Espanha, 2019) Direção: Alejandro Amenábar / Roteiro: Alejandro Amenábar / Elenco: Karra Elejalde, Eduard Fernández, Santi Prego / Sinopse: Esse filme é uma crônica sobre a subida histórica do fascismo ao poder na Espanha durante a década de 1930. Sob o comando do generalíssimo Franco, esse novo regime cometeu todos os tipos de violações aos direitos humanos na Europa daqueles tempos sombrios.

Pablo Aluísio.

O Monastério

Um policial se disfarça de monge e entra em um monastério isolado em uma região da Polônia. Suspeita-se do envolvimento dos religiosos na morte de diversas mulheres, crimes ocorridos naquela região. As mulheres desapareceram e seus corpos sumiram na Floresta. Haveria realmente algum tipo de ligação daqueles monges com os crimes? De uma forma em geral, o filme lembra até mesmo tramas que já conhecemos, com a referência mais óbvia de "O Nome da Rosa". Só que aqui o roteiro ganha contornos diferenciados. Naquele clássico escrito por Umberto Eco, não havia muito espaço para mitologia, fantasia religiosa. Tudo acontecia sob uma perspectiva mais realista, com o pé no chão. Não temos a mesma escolha temática nessa produção que está disponível na Netflix. A cena final deixa isso bem claro, pois o que temos aqui é realmente um filme de terror. O diabo se materializa numa igreja na última cena, então o que podemos falar depois disso? A cena é legal, mas...

O roteiro tenta decifrar seu mistério de forma longa e cautelosamente, algo cada vez mais raro no cinema atual. Só me incomodou um pouco a fotografia extremamente escura do filme. Algumas cenas são iluminadas apenas por velas medievais. E como o mosteiro já é um ambiente escuro, frio e úmido, tudo fica praticamente na sombra. O espectador mal consegue ver o que está acontecendo em cena. Entendo que isso seria uma decisão artística da direção, mas temos que ter em conta também que há um limite para esse tipo de coisa. Afinal, queremos ver o que está acontecendo no filme. No meio de tanta escuridão, algumas cenas se tornam impossíveis de acompanhar.

O Monastério (Ostatnia wieczerza, Polônia, 2022) Direção: Bartosz M. Kowalski / Roteiro: Bartosz M. Kowalski / Elenco: Piotr Zurawski, Olaf Lubaszenko, Sebastian Stankiewicz / Sinopse: Um investigador da polícia se infiltra em um monastério isolado e remoto. Ele quer descobrir se há o envolvimento de monges nos crimes envolvendo mulheres na região. Conforme as investigações avançam, ele descobre que há uma seita satanista atuando dentro daqueles muros isolados do mundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

The Crown - Quinta Temporada

Vamos em frente com mais uma temporada de sucesso da série The Crown. Assisti aos três primeiros episódios. Em "Queen Victoria Syndrome" vemos a rainha Elizabeth II sofrendo com baixa popularidade. A imprensa chama essa situação de "Síndrome da Rainha Vitória". Um momento que envolve uma monarca já bem envelhecida e sem muito respaldo popular. De fato, por essa época, a rainha Elizabeth não gozava de grande popularidade entre o povo inglês. E seu filho, Charles, viu nisso uma oportunidade de, quem sabe, assumir o trono. Poderia a rainha Elizabeth abdicar da coroa? Bom, a história provou que não! Ela teria mais pelo menos 30 anos de reinado pela frente. 

No segundo episódio da temporada "The System" vemos como o casamento entre Diana e Charles estava em frangalhos. Ele praticamente já vivia ao lado de Camilla Parker Bowles. Realmente se relacionava em uma verdadeira união estável. Era a mulher que realmente gostava. O casamento com Diana era apenas uma fachada grotesca. Eles ainda tentam um tipo de reconciliação em uma viagem por ilhas gregas, mas tudo vai logo por água abaixo. Charles já não aguentava ficar muito tempo ao lado dela. Esse era o nível de destruição em que seu casamento se encontrava. 

No terceiro episódio "Mou Mou", vemos como o magnata Mohamed Al Fayed finalmente encontrou a família real da Inglaterra. Ele era do Egito e decidiu comprar o grande hotel Ritz de Londres. Não satisfeito, comprou também a maior loja de departamentos da capital inglesa. O seu filho Dodi Fayed estaria no carro ao lado de Diana na noite em que ela sofreu aquele acidente fatal. Ele tinha se tornado amante da Princesa. E como tudo começou nesse relacionamento? Vamos descobrir os detalhes justamente nesse episódio. Um aspecto curioso nesta quinta temporada é que praticamente todo o elenco foi substituído. Algo natural, já que os personagens envelheceram algumas décadas. Mas não se preocupe com isso. A série continua realmente muito boa.

The Crown - Quinta Temporada (Reino Unido, 2022) Episódios: Queen Victoria Syndrome, The System e Mou Mou / Direção: Jessica Hobbs, Alex Gabassi / Elenco: Imelda Staunton, Jonathan Pryce, Elizabeth Debicki, Dominic West, Salim Daw, Khalid Abdalla / Sinopse: A série conta a história da família real britânica durante o reinado da rainha Elizabeth II.

Pablo Aluísio.

Hollywood

Série muito boa da Netflix. A história se passa na Hollywood dos anos 1940 e 1950. Um jovem rapaz vai para Hollywood em busca do sonho de se tornar um ator de sucesso. Ele já é casado e sua esposa está grávida de gêmeos. É preciso ganhar a vida de algum jeito. Enquanto uma oportunidade nos grandes estúdios de cinema não surge, ele arranja emprego num posto de gasolina. Só que a função de frentista é apenas uma fachada. Na realidade, ele começa a trabalhar como um garoto de programa. E sua clientela é variada, que vai desde senhoras, esposas de produtores de cinema, até mesmo compositores homossexuais que se encontram com ele. No primeiro episódio, vemos Cole Porter, o famoso compositor, marcando um programa com esse mesmo personagem. E também encontramos Rock Hudson, uma lenda do cinema, que em seus primeiros passos em Hollywood também usava dos serviços de tal posto de gasolina. Essa história desse posto é real. Está em um interessante livro sobre a velha Hollywood. 

E Rock Hudson é um dos personagens centrais dessa nova série. No segundo episódio, ele conhece aquele que viria a se tornar seu principal agente, Henry Willson. Curiosamente interpretado pelo ator Jim Parsons, que todos conhecem como o Sheldon da série cômica "The Big Bang Theory". Esse agente foi uma figura central na vida de Rock Hudson. Sendo bem sincero, foi quem o transformou em astro. Era muito bem relacionado na cidade e tinha os contatos certos para os filmes de grande projeção. Há uma cena bem polêmica mostrando o assedio sexual que acontecia com frequência em Hollywood na época. A coisa toda, bem descarada, pode chocar alguns, mas fazia parte do jogo em Hollywood naqueles tempos. Assim, deixo a dica dessa preciosa série, para quem gosta da história do cinema americano. Tudo ultracolorido e visualmente plástico. Gostei! Vou acompanhar os próximos episódios com certeza absoluta.

Hollywood (Hollywood, Estados Unidos, 2020) Episódios: Hooray for Hollywood e Hooray for Hollywood Part 2 / Direção: Ryan Murphy, Daniel Minahan / Elenco: David Corenswet, 
Jim Parsons, Jake Picking / Sinopse: A série conta a história da velha Hollywood das décadas de 1940 e 1950 em 7 episódios. História baseada em fatos reais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

A Imperatriz

A Imperatriz
Essa nova série da Netflix conta a história da Imperatriz austríaca Elisabeth von Wittelsbach, a Sissi. Lançada em 2022, conta com o total de 7 episódios. Em cada um deles é mostrado aspectos e momentos importantes da vida dessa nobre européia que foi uma das mais populares e conhecidas da história. Uma vida realmente impressionante, luxuosa, cheio de lances interessantes. Abaixo deixo meus comentários sobre cada um dos episódios assistidos.

A Imperatriz 1.01 - One's Place in the World
Nesse primeiro episódio, vemos um ainda adolescente Sissi andando a cavalo nos campos da grande propriedade de seu pai. Ele era um nobre menor, de uma família tradicional de um daqueles reinos alemães. Quando sua irmã mais velha é convidada para visitar o Palácio real na Áustria, todos ficam realmente ansiosos. Acreditam que ela será escolhida para se casar com o jovem imperador. Afinal, ele já está na idade de contrair núpcias e trazer um herdeiro para o Império. Só que, ao contrário de todas as expectativas, o imperador acaba se apaixonando, não pela irmã mais velha, mas sim por Sissi. O jeito espontâneo da jovem, a maneira natural que ela se comportava e sua personalidade, atraíram o imperador na mesma hora que a conheceu. Sissi fica muito surpresa com seu afeto e sua irmã, obviamente, fica chocada. Como era de praxe naqueles tempos, assim que as coisas são definidas, o noivado é anunciado. Uma data de casamento é marcada para todos os súditos. A diferença é que foi realmente um casamento baseado em amor e não em jogos políticos, como era comum. / A Imperatriz 1.01 - One's Place in the World (Alemanha, 2022) Direção: Florian Cossen, Katrin Gebbe / Elenco: Devrim Lingnau, Melika Foroutan, Jördis Triebel.

A Imperatriz 1.02 - The Arrival
Esse segundo episódio se concentra nos preparativos do casamento. Elizabeth chega no grande Palácio real e começa a se preparar para subir ao altar com o imperador. Ela não está muito feliz, e isso fica claro desde o começo. Há uma série de protocolos sociais sem muito sentido, que a deixam completamente desnorteada. Precisa lidar com 10 damas de companhia em seu próprio quarto. Não consegue fazer mais nada sozinha. Nesse processo, perde completamente sua privacidade pessoal. E isso não caia muito bem com sua própria personalidade, pois ela tinha essa forma de ver a vida de outra maneira. Ela era uma pessoa vibrante, que gostava de andar descalça no grande Jardim. E como Imperatriz não podia fazer mais nada disso. Além de tudo, tinha que conviver com nobres que não gostavam dela. Fica claro nesse episódio que ela nunca se sentiu à vontade com a corte. E isso ficamos sabendo, vai se estender até o fim de sua vida. Ela realmente não gostava daquele ambiente muito luxuoso e muito falso. Tinha que ter muito estômago para aguentar todas aquelas intrigas palacianas. / A Imperatriz 1.02 - The Arrival Direção: Florian Cossen, Katrin Gebbe / Elenco: Devrim Lingnau, Melika Foroutan, Jördis Triebel.

A Imperatriz 1.03 - The Wedding
Esse é o episódio do casamento da Imperatriz Sissi. Enquanto a cerimônia é realizada dentro da grande catedral, o povo fica eufórico pelas ruas de Viena. Tudo parece um conto de fadas, mas há alguns problemas. A amante do passado do imperador surge durante o baile de casamento. Ela fica encarando Sissi durante toda a festa e isso causa constrangimento dos mais variados tipos. A própria Imperatriz fica curiosa e vai em busca de informações sobre quem seria aquela mulher. E descobre que era amante de seu marido! Só que os problemas não param por aí. A Rússia invade a fronteira do Império austríaco. Isso por si só, já é um sinal de que uma grande guerra está por vir. Além disso o embaixador da França fica decepcionada ao saber que o imperador não vai apoiar Napoleão Bonaparte. Os canhões começam a rugir por toda a Europa. / A Imperatriz 1.03 - The Wedding (Estados Unidos, 2022) Direção: Florian Cossen, Katrin Gebbe / Elenco: Devrim Lingnau, Melika Foroutan, Jördis Triebel.

A Imperatriz 1.04 - The Hunt
Nesse episódio, a Imperatriz Sissi conhece o filho do imperador da Rússia e durante uma caçada comete uma gafe que pode dar origem a uma guerra de grandes proporções. Quando comecei a assistir o episódio e vi que Alexandre, filho do czar Nicolau, iria participar da história, achei muito interessante. Pena que, no final das contas, tudo foi muito mal reproduzido do ponto de vista histórico. O Alexandre real era um sujeito loiro de olhos azuis e meio gordinho. E também tinha todo o refinamento dos europeus da época. Já aqui na série, ele foi retratado como um russo típico, grosseiro ou pelo menos agindo como um rude cossaco. Nada a ver com a fidelidade histórica. Não gostei! / A Imperatriz 1.04 - The Hunt (Estados Unidos, 2022) Direção: Florian Cossen, Katrin Gebbe. / Elenco: Devrim Lingnau, Melika Foroutan, Jördis Triebel.


A Imperatriz. Episódios Finais.
Como termina a série "A Imperatriz"? Ou melhor dizendo, como termina a primeira tempoada? Até porque já foi confirmada a segunda temporada para breve. Nos últimos episódios vemos a tensão aumentar no casamento de Sissi. O imperador, jovem demais, precisa lidar com inúmeros problemas políticos, inclusive uma ameaça de golpe de Estado a ser conspirado pelo seu próprio irmão. A Imperatriz tenta engravidar, mas ainda sem meiores resultados. Seu maior objetivo numa corte seria assegurar um herdeiro para o trono. Pior acontece nas fronteiras do império, sendo ameaçadas por forças russas de invasão. No meio de tantas situações ruins a imperatriz procura se aproximar de seu povo, se mostrando mais próxima a ele, só que nem sempre suas boas intenções são recebidas de forma positiva dentro da sua própria corte, em especial pela mãe do imperador, uma mulher dominadora e pouco simpática com qualquer causa social. 

Pablo Aluísio.

Sombra e Ossos

Sombra e Ossos 
Série de fantasia lançada em 2021 na plataforma Netflix. É toda baseada em um universo criado pelo escritor Leigh Bardugo. No total foram produzidos para essa primeira temporada 16 episódios. Para vender o peixe, a Netflix está promovendo uma campanha de marketing que associa essa série com o sucesso Game of Thrones. Será que teria alguma razão de ser? Vamos comentar os episódios para chegarmos a uma conclusão. Segue abaixo minha opinião sobre cada um dos episódios assistidos.

Sombra e Ossos 1.01 - A Searing Burst of Light
No primeiro episódio, somos apresentados a esse estranho mundo. Uma região de fronteira onde existe uma fenda que leva para outra dimensão. Um lugar habitado por dragões e outros animais fantásticos. Uma região perigosa, principalmente para os jovens protagonistas da série. Eles acabaram de entrar no exército e estão prestes a atravessar essa fronteira pela primeira vez. O navio é enviado para a região além das nuvens escuras e lá eles são atacados por monstros alados, verdadeiros dragões que destroem tudo por onde passam. Poucos conseguem sobreviver. E de volta ao nosso mundo, eles descobrem que possuem um segredo eespecial. 

Fiquei com uma sensação de estranheza, afinal, eu nunca li os livros originais. Tudo é muito novo e preciso de tempo para se ver essa nova série é necessária. Embora seja cedo para dar alguma opinião definitiva, o certo é que a direção de arte é de primeira. Produção de muito bom gosto, tanto dos monstros digitais que atacaram o navio, como também em aspectos que podem parecer secundários, mas que são importantes, como os figurinos dos soldados e toda a ambientação ao redor. Parece o século 18. Vou acompanhar para ver o que vai sair dessa nova série. / Sombra e Ossos 1.01 - A Searing Burst of Light (Estados Unidos, 2021) Direção: Lee Toland Krieger / Elenco: Jessie Mei Li, Archie Renaux, Freddy Carter.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Elvis Presley - Jailhouse Rock - Parte 3

Essa trilha sonora de Elvis contou com poucas canções. A RCA Victor optou pelo lançamento de um compacto duplo (EP) ao invés de um álbum completo (LP). É um desses erros que ficam para a história. Curiosamente, apesar de haver poucas faixas para gravar, Elvis levou três sessões de gravação para finalizar toda a trilha. Em termos de Elvis, que era conhecido por gravar um álbum inteiro em apenas uma ou duas sessões, foi realmente muito. A primeira sessão foi realizada no dia 30 de abril de 1957, em West Hollywood. O produtor dessa famosa sessão foi Jeffrey Alexander, acompanhado do engenheiro de som Thorne Nogar.

Nesse dia Elvis gravou diferentes versões de "Jailhouse Rock" para ser usada no filme e no vinil, no disco oficial. Nessa mesma ocasião ele ainda trabalhou nas primeiras versões de "Treat Me Nice". A intenção era gravar logo as duas músicas que iriam fazer parte do primeiro single do filme. Obviamente foi um dos discos mais vendidos de toda a carreira de Elvis. Um marco de sucesso na indústria fonográfica da época. Nunca se vira tantos pedidos antecipados de um artista na história. A RCA colocou suas fábricas empenhadas em produzir as cópias em ritmo acelerado. E quando chegou no mercado, em poucos dias, ultrapassou a marca de um milhão de cópias vendidas. Um sucesso absoluto.

Para finalizar esse dia Elvis se empenhou em terminar as diferentes versões de uma bela balada chamada "Young and Beautiful". É interessante salientar que esse tipo de coisa, de gravar versões diferentes para uma mesma música, sendo algumas usadas no filme e outras nos discos, iria ser abandonada por Elvis e banda. Dava muito trabaho. Era melhor gravar apenas uma versão definitiva e isso já estava de bom tamanho. Nas cenas dos filmes Elvis iria apenas fazer playback. De qualquer modo a versão oficial, a que foi lançada em vinil, era uma das mais bonitas músicas românticas dessa fase da carreira de Elvis.

E as diferentes versões também foram renomeadas pelo produtor da sessão. Por exemplo,  "Young and Beautiful" foi chamada de "versão oficial", "solo version" e "Florita Club version". O mesmo aconteceu com as demais. O produtor Jeffrey Alexander era considerado um sujeito bem obcecado por organização. Por fim uma dúvida interessante: quem tocou guitarra em "Young and Beautiful"? O próprio Scotty Moore anos depois iria dizer que não havia sido ele, que ele não tinha tocado nessa faixa. Seria a única que ele não tocaria nessa trilha sonora. O único outro músico creditado nas sessões tocando guitarra e violão nessa sessão de gravação foi Elvis. Teria sido ele o guitarrista dessa gravação? Em minha opinião, sim. Tanto que anos depois Elvis voltaria a tocar guitarra numa versão improvisada (e bonita) dessa mesma música nas sessões de ensaio de 1972 para o filme "Elvis On Tour".

Pablo Aluísio.

The Beatles - Please Please Me - Parte 5

"There's A Place" é a última canção composta por Paul e John em seu disco de estréia. Mais uma que foi inspirada no cinema. Aqui Lennon apenas aproveitou uma frase da música "Somewhere" do filme West Side Story que dizia: "Somewhere there's a place for us". Já que havia em algum lugar um cantinho para esses jovens apaixonados viverem felizes, John completou a ideia com uma afirmação de que, sim, havia mesmo um lugar para eles.

Não seria necessariamente um lugar físico, poderia ser apenas uma abstração na própria mente, onde eles viveriam felizes, mas de fato esse lugar existiria. Gosto muito dessa letra pois já mostra um lado de John em que ele imagina um lugar ideal (ecos da futura Imagine? Pode ser). Ele provava assim que desde jovem já tinha uma visão bem abstrata do mundo ao seu redor.

O álbum se encerra com a excelente "Twist and Shout". Uma composição da dupla Medley e Russell. A sessão de gravação do disco já estava em seu final quando os Beatles puxaram um último fôlego para finalizar essa música. A voz de John Lennon já estava em frangalhos, o que de certa forma acabou combinando com a essência da música em si.

Além disso a forma como John canta a música acabou lhe dando sua característica mais conhecida. Depois que foi utilizada na trilha sonora do filme "Curtindo a Vida Adoidado" acabou ficando ainda mais conhecida e famosa para as novas gerações. No geral é aquele tipo de rock mais visceral que John Lennon queria trazer para os discos dos Beatles, afinal de contas ele próprio se auto intitulava "uma velha orquestra de rock ´n´ roll".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Marlon Brando - Sangue em Sonora

Dos filmes em que Marlon Brando atuou no gênero western, esse pode ser considerado um dos mais convencionais. O roteiro segue a linha básica desse tipo de filme daquela época. Não há maiores inovações em termos estéticos e artísticos. Na verdade, o ator Marlon Brando iria confessar, anos depois, em sua autobiografia, que só realizou o filme porque estava precisando de muito dinheiro na época. Ele havia comprado uma ilha particular nas ilhas polinésias e precisava de dinheiro para construir um hotel para turistas. Então acabou aceitando o que estava sendo oferecido. Dito isso, é bom deixar claro que não se trata de um filme ruim, longe disso. Ele é apenas convencional. No quesito atuação, Marlon Brando apenas entrega o feijão com arroz. Quem acabou surpreendendo e sendo indicado ao Globo de ouro foi justamente o ator John Saxon. Ele está ótimo em seu papel. 

A crítica da época também chamou atenção para a extrema violência desse filme. Realmente para os padrões dos anos 60, o filme tinha cenas bem viscerais. E havia também um bem montado jogo psicológico, principalmente em momentos como a queda de braço com os escorpiões na velha taberna mexicana da fronteira. Outra curiosidade interessante sobre esse filme é que ele foi filmado nas mesmas locações de "Sangue de Bárbaros" com John Wayne. Esse local iria ser anos depois interditado para a frequência de turistas e pessoas, pois estava contaminado com radiação nuclear. Era uma base de testes para o governo americano detonar bombas atômicas. E muitos que trabalharam nesta região acabaram desenvolvendo câncer. O saldo final do filme é positivo, embora sem maiores surpresas. Para quem aprecia um faroeste com estrutura narrativa mais tradicional, embora com toques de violência mais de acordo com o spaghetti, vai acabar curtindo o filme.

Sangue em Sonora (The Appaloosa, Estados Unidos, 1966) Direção: Sidney J. Furie / Roteiro: James Bridges, Roland Kibbee / Elenco: Marlon Brando, John Saxon, Anjanette Comer / Sinopse: Um bandoleiro americano vai até a fronteira entre Estados Unidos e México e acaba tendo que enfrentar um grupo de malfeitores e bandidos que vivem naquela região. Um jogo de vida ou morte logo se instala entre todos eles.

Pablo Aluísio.