sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Casa de Areia e Névoa

Título no Brasil: Casa de Areia e Névoa
Título Original: House of Sand and Fog
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks Pictures
Direção: Vadim Perelman
Roteiro: Vadim Perelman, Lawrence Otto
Elenco: Jennifer Connelly, Ben Kingsley, Shohreh Aghdashloo, Ron Eldard, Frances Fisher, Kim Dickens, Carlos Gomez

Sinopse:
Depois de um divórcio desastroso, Kathy (Connelly) perde sua casa. O imóvel acaba sendo comprado por um estrangeiro, o iraniano Behrani (Kingsley) que vai morar lá com sua família, só que Kathy, ao lado de seu namorado policial, não quer deixar que isso aconteça. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Ben Kingsley), melhor atriz coadjuvante (Shohreh Aghdashloo) e melhor trilha sonora original (James Horner).

Comentários:
Filme que me surpreendeu positivamente quando o assisti. Indicado ao Oscar em três categorias, entre elas a de melhor ator para Ben Kingsley (eternamente lembrado por ter interpretado o líder pacifista Mahatma Gandhi no cinema), é uma daquelas produções complicadas de se enquadrar em apenas um gênero cinematográfico. Há elementos de drama, suspense, de filmes policiais e até mesmo de crítica social pois o personagem de Ben Kingsley é um imigrante do Irã nos Estados Unidos, o que obviamente potencializa e muito o preconceito dos norte-americanos sobre ele. A sempre linda e maravilhosa atriz Jennifer Connelly, aqui em sua fase mais adulta no cinema, interpreta uma forte mulher que tenta se reerguer das adversidades da vida. Enfim, um filme realmente muito bom, digno de todos os aplausos do público e da crítica.

Pablo Aluísio.

George Harrison: Living in the Material World

Depois de ficar anos à sombra da dupla Lennon / McCartney finalmente um documentário de alto nível foca as luzes em George Harrison. Eu já assisti dezenas e dezenas de documentários sobre os Beatles antes mas como era de se esperar todos eles enfocavam muito mais John Lennon e Paul McCartney. George sempre era meio deixado de lado pois a personalidade da dupla principal do grupo ofuscava todo o resto. A própria personalidade de Harrison contribuiu de certa forma para que ele ficasse conhecido como o "Beatle quieto". Espiritualizado, seguidor de religiões orientais, Harrison acreditava em uma vida mais interior. Isso é bem demonstrado no filme com George caminhando pelo jardim de sua mansão no interior da Inglaterra, no depoimento de seu filho que afirma que Harrison odiava o fato dele estudar em uma escola militar e vários outros pequenos detalhes que mostram a verdadeira maneira de pensar e agir do artista. Aqui Martin Scorsese não inventa. Ele realizou um documentário ao velho estilo mesmo, intercalando depoimentos, fotos, imagens (várias caseiras) em um rico filme com quase 4 horas de duração.

Como todo filme criado do mosaico de depoimentos de várias pessoas diferentes que conviveram com Harrison em diferentes fases de sua vida, aqui o espectador vai também acabar se deparando com algumas contradições entre o que foi dito sobre o artista. Só para citar um exemplo: quando se enfoca o fim do primeiro casamento de George com Patty Boyd, surgem versões diferentes sobre o que realmente aconteceu e como George teria reagido ao fato de ter sido traído justamente pelo colega Eric Clapton. Esse ameniza a situação afirmando que George lidou muito bem com o término de seu casamento, se portando como um "gentleman". Já Patti diz algo completamente diferente ao afirmar que George teria ficado "furioso" com o acontecimento. No final das contas quem tem razão? No fundo não importa. O que é relevante é justamente encontrar impressões divergentes sobre a mesma pessoa. Isso acontece com todos e não seria diferente com George Harrison. Eu recomendo o filme primeiramente para os fãs dos Beatles pois quem não é fã e não conhece muito bem a história do grupo pode ficar um pouco perdido (por exemplo, não são bem explicadas as razões que levaram os Beatles a se separarem, etc). No apagar das luzes o grande mérito dessa produção é mostrar um sujeito que primava muito pela sua própria espiritualidade. Em vida ele sempre procurava da melhor forma possível encontrar o caminho de sua paz espiritual. Sua busca pelo interior cósmico enquanto vivia no mundo material é uma das histórias mais fascinantes da biografia dos Beatles. Nesse ponto o filme é muito bem sucedido. Ele capta extremamente bem essa face do músico inglês. Espero sinceramente que Harrison tenha encontrado finalmente a paz que tanto procurou em vida. Hare Krishma George!

George Harrison: Living In The Material World (Inglaterra, 2011) / Diretor: Martin Scorsese / Participações, depoimentos e arquivos de gravação com Paul McCartney, Terry Gilliam, Ringo Starr, John Lennon, Eric Idle, George Harrison / Produção: Olivia Harrison, Martin Scorsese, Nigel Sinclair / Sinopse: Documentário sobre a vida do ex-beatle George Harrison com muitas imagens inéditas de sua vida cotidiana e seu lado mais espiritualizado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

O Sol de Cada Manhã

Título no Brasil: O Sol de Cada Manhã - O Homem do Tempo
Título Original: The Weather Man
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Steve Conrad
Elenco: Nicolas Cage, Michael Caine, Hope Davis, Nicholas Hoult, Gemmenne de la Peña, Judith McConnell

Sinopse:
 David Spritz (Nicolas Cage) é um apresentador do tempo no telejornal local de Chicago. Um dia ele descobre que embora sua vida profissional esteja indo bem, sua vida pessoal afunda cada vez mais, a cada dia que passa.

Comentários:
O que aconteceu com Nicolas Cage? Bom ator, começou a carreira fazendo bons filmes. Mesmo seus filmes menos conhecidos, como esse "O Sol de Cada Manhã - O Homem do Tempo" eram bons filmes, com roteiros estruturados, bons elencos, produções classe A, boas histórias. Entretanto, com o passar dos anos, a carreira dele foi entrando pelo cano. Hoje em dia ele atua em filmes horrorosos em série, um pior do que o outro. Filmes B da pior espécie. Esse filme que aqui comento foi definitivamente um dos últimos bons filmes do Cage, isso bem na beira, antes de mergulhar na mediocridade. O diretor Gore Verbinski sempre foi muito elogiado pela crítica. Seus filmes, de maneira em geral, sempre foram bem recebidos pelos especialistas em cinema. Claro que hoje em dia ele não trabalha mais com Nicolas Cage, vivendo seu pesadelo na filmografia. Parece ser uma luta inglória.

Pablo Aluísio.

Ike - O Dia D

Título no Brasil: Ike - O Dia D
Título Original: Countdown to D-Day
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: A+E Networks
Direção: Robert Harmon
Roteiro: Lionel Chetwynd
Elenco: Tom Selleck, James Remar, Timothy Bottoms, Bruce Phillips, Nick Blake, Gerald McRaney

Sinopse:
Durante a II Guerra Mundial, Estados Unidos, Inglaterra e demais aliados decidem invadir o norte da França, numa região conhecida como Normandia. O comando das operações é designado para o General norte-americano Dwight D. Eisenhower (Tom Selleck) que precisa transformar a operação em um sucesso militar.

Comentários:
A invasão da Normandia, que iria passar para a história como Dia D, foi um ponto de virada na II Guerra Mundial. A partir desse momento histórico os aliados (Estados Unidos, Inglaterra, União Soviética, entre outros) tomaram a frente do confronto. Os países do Eixo (Alemanha Nazista, Itália Fascista e Japão Imperial) sentiram a pancada. Depois da invasão a Alemanha foi de derrota em derrota até a queda final do regime de Hitler. Esse filme é até muito bom, com fidelidade histórica em seu roteiro. De certa forma é um retrato muito bem trabalhado daquele Dia D. Tudo bem que Tom Selleck não era nada parecido fisicamente com Ike, o general que depois iria se tornar presidente dos Estados Unidos. Mas isso não atrapalha. Convicto em seu papel, tem boa atuação. O filme foi exibido no Brasil pelo canal a cabo A&E Mundo, do mesmo estúdio que o produziu. Foi onde o assisti. Muito bom, recomendo.   

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Oscar 2022 - Lista de Indicados

Oscar 2022 - Lista de Indicados
Nessa manhã foi divulgada a lista dos indicados ao Oscar de 2022. A cerimônia será realizada no dia 27 de março de 2022. O campeão de indicações foi o drama "Ataque dos Cães", filme considerado também o favorito da noite. Vamos aguardar. Segue abaixo a lista com todos os indicados ao Oscar 2022.  

Melhor filme:
Ataque dos Cães
Belfast
No Ritmo do Coração
Não Olhe Para Cima
Drive My Car
Duna
King Richard: Criando Campeãs
Licorice Pizza
O Beco do Pesadelo
Amor, Sublime Amor

Melhor direção:
Kenneth Branagh - Belfast
Ryûsuke Hamaguchi - Drive My Car
Paul Thomas Anderson - Licorice Pizza
Jane Campion - Ataque dos Cães
Steven Spielberg - Amor, Sublime Amor

Melhor ator:
Javier Bardem - Apresentando os Ricardos
Benedict Cumberbatch - Ataque dos Cães
Andrew Garfield - Tick, Tick... Boom!
Will Smith - King Richard: Criando Campeãs
Denzel Washington - A Tragédia de Macbeth

Melhor atriz:
Jessica Chastain - The Eyes of Tammy Faye
Olivia Colman - A Filha Perdida
Penélope Cruz - Mães Paralelas
Nicole Kidman - Apresentando os Ricardos
Kristen Stewart - Spencer

Melhor ator coadjuvante:
Ciarán Hinds - Belfast
Troy Kotsur - No Ritmo do Coração
Jesse Plemons - Ataque dos Cães
J.K. Simmons - Apresentando os Ricardos
Kodi Smit-McPhee - Ataque dos Cães

Melhor atriz coadjuvante:
Jessie Buckley - A Filha Perdida
Ariana DeBose - Amor, Sublime Amor
Judi Dench - Belfast
Kirsten Dunst - Ataque dos Cães
Aunjanue Ellis - King Richard: Criando Campeãs

Melhor roteiro original:
Kenneth Branagh - Belfast
Adam McKay - Não Olhe Para Cima
Zach Baylin - King Richard: Criando Campeãs
Paul Thomas Anderson - Licorice Pizza
Eskil Vogt & Joachim Trier - The Worst Person in the World

Melhor roteiro adaptado:
Siân Heder - No Ritmo do Coração
Ryûsuke Hamaguchi & Takamasa Oe - Drive My Car
Jon Spaiths, Denis Villeneuve & Eric Roth - Duna
Maggie Gyllenhaall - A Filha Perdida
Jane Campion - Ataque dos Cães

Melhor fotografia:
Greig Fraser - Duna
Dan Lautsen - O Beco do Pesadelo
Ari Wegner - Ataque dos Cães
Bruno Delbonnel - A Tragédia de Macbeth
Janusz Kominski - Amor, Sublime Amor

Melhor trilha sonora:
Nicholas Britell - Não Olhe Para Cima
Hans Zimmer - Duna
Germaine Franco - Encanto
Alberto Iglesias - Mães Paralelas
Jonny Greenwood - Ataque dos Cães

Melhor canção original:
Be Alive - King Richard: Criando Campeãs
Dos Oruguitas - Encanto
Down to Joy - Belfast
No Time to Die - 007 - Sem Tempo Para Morrer
Somehow You Do - Four Good Days

Melhor edição:
Hank Corwin - Não Olhe Para Cima
Joe Walker - Duna
Pamela Martin - King Richard: Criando Campeãs
Peter Sciberras - Ataque dos Cães
Myron Kerstein & Andrew Weisblum -  Tick, Tick... Boom!

Melhor figurino:
Jenny Beavan - Cruella
Massimo Cantini Parrini & Jacqueline Durran - Cyrano
Jacqueline West & Robert Morgan - Duna
Luis Sequeira - O Beco do Pesadelo
Paul Tazewell - Amor, Sublime Amor

Melhor cabelo & maquiagem:
Um Príncipe em Nova York 2
Cruella
Duna
The Eyes of Tammy Faye
Casa Gucci

Melhor design de produção:
Patrick Vermette - Duna
Tamara Deverell - O Beco do Pesadelo
Grant Major - Ataque dos Cães
Stefan Decbant - A Tragédia de Macbeth
Adam Stockhausen - Amor, Sublime Amor

Melhor filme internacional:
Drive My Car (Japão)
Flee (Dinamarca)
A Mão de Deus (Itália)
Lunana: A Yak in the Classroom (Butão)
The Worst Person in the World (Noruega)

Melhor documentário em longa-metragem:
Ascension
Attica
Flee
Summer of Soul
Writing with Fire

Melhor documentário em curta metragem:
Audible
Lead Me Home
The Queen of Basketball
Three Songs for Ben Azir
When We Were Bullies

Melhor animação em longa metragem:
Encanto
Flee
Luca
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
Raya e o Último Dragão

Melhor animação em curta metragem:
Affairs of the Art
Bestia
Boxballet
Robin Robin
The Windshield Wiper

Melhor curta metragem live-action:
Ala Kachuu - Take and Run
The Dress
The Long Goodbye
On My Mind
Please Hold

Melhor som:
Belfast
Duna
007 - Sem Tempo Para Morrer
Ataque dos Cães
Amor, Sublime Amor

Melhores efeitos visuais:
Duna
Free Guy: Assumindo o Controle
007 - Sem Tempo Para Morrer
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa

Pablo Aluísio.

O Júri

Título no Brasil: O Júri
Título Original: Runaway Jury
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: New Regency Productions
Direção: Gary Fleder
Roteiro: John Grisham
Elenco: John Cusack, Rachel Weisz, Gene Hackman, Dustin Hoffman, Bruce Davison, Nick Searcy

Sinopse:
Um fabricante de armas é levado a julgamento, mas esse não será um julgamento comum pois haverá manipulação e tentativa de mudar as decisões do júri. Filme indicado ao Edgar Allan Poe Awards na categoria de melhor roteiro.

Comentários:
O tribunal do júri sempre foi um aspecto do ordenamento jurídico dos mais questionáveis. No Brasil ele é usado basicamente apenas em crimes dolosos contra a vida, mas nos Estados Unidos praticamente quase tudo vai a júri. O roteiro desse filme explora os problemas desse sistema, onde os jurados podem ser ameaçados, manipulados ou até mesmo comprados, a depender da ousadia, da desonestidade e do poder de quem está sendo julgado. É um bom filme com roteiro muito bem trabalhado, fruto da adaptação do próprio livro que lhe deu origem. O elenco é muito bom. Claro que os veteranos Gene Hackman e Dustin Hoffman se destacam. Embora coadjuvante de John Cusack, eles roubam o filme completamente. Fiquei até com pena do Cusack tentando se segurar. Enfim, um bom filme que assisti ainda em DVD quando as locadoras já estavam fechando suas portas. Era o fim de uma era.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Os Caminhos para a Liberdade

A história começa em uma fazenda no Sul dos Estados Unidos. Tempos de escravidão. Os escravos trabalham nos campos de algodão. As vastas terras pertencem a dois irmãos. Um deles é um sujeito mais humano, que trata melhor seus escravos. Deixa que celebrem suas festas, cantem suas músicas. O outro é um escravocrata cruel e desumano, capaz dos piores atos de tortura e violência. Chega ao ponto de queimar vivo um escravo que tentou escapar. Para infortúnio daquelas pessoas o irmão mais benevolente morre de um ataque fulminante do coração. Sobra o outro, o pior deles, um sujeito sádico e cruel. Além de torturador também é um estuprador das jovens meninas escravas de suas terras. A situação se torna tão insuportável que um homem e uma adolescente decidem fugir. Há rumores que existe uma ferrovia ali pela região que os levaria até o Norte, onde a escravidão já não mais existia. E eles decidem arriscar tudo pela liberdade.

Essa série é muito bem produzida e realizada. Tem um roteiro muito bem estruturado mostrando a dura realidade de um modo de produção escravista. O cenário é formado por aquelas grandes fazendas do passado, propriedade de escravocratas, homens violentos e desumanos que exploravam o trabalho dos negros traficados da África. Essas pessoas eram exploradas ao máximo e o senhor das terras tinha direito de vida ou morte sobre cada um deles. Um triste capítulo da história humana.

Os Caminhos para a Liberdade (The Underground Railroad, Estados Unidos, 2021) Direção: Barry Jenkins / Roteiro: Jihan Crowther, Colson Whitehead / Elenco: Thuso Mbedu, Chase Dillon, Joel Edgerton, Aaron Pierre / Sinopse: Em uma fazenda de escravos no Sul dos Estados Unidos, alguns escravos lutam pela liberdade, fugindo em busca de uma ferrovia que lhes daria a tão sonhada liberdade.

Pablo Aluísio. 


Guia de Episódios - Os Caminhos para a Liberdade:

Os Caminhos para a Liberdade 1.02 - Chapter 2: South Carolina
Cora e Ceaser estão livres. Eles chegam em uma cidade da Carolina do Noite onde não existe mais a escravidão. Ceaser começa a trabalhar numa fábrica. Depois arranja emprego como assistente de um médico. Cora ganha um salário como figurante em um museu que retrata a escravidão. Só que as coisas que parecem tão bem escondem algo sombrio. Crianças, filhos de mulheres negras, estão sumindo. Além disso há suspeitas que estão envenenando a população negra da cidade. Algo bem complicado, se for verdade só resta fugir. E para piorar ainda mais a situação há um caçador de escravos fugitivos na cidade. O perigo está chegando perto. / Os Caminhos para a Liberdade 1.02 - Chapter 2: South Carolina (Estados Unidos, 2021) Direção: Barry Jenkins / Roteiro: Jihan Crowther / Elenco: Thuso Mbedu, Chase Dillon, Joel Edgerton.

Pablo Aluísio.

Raízes

Fez grande sucesso na TV. Essa minissérie chegou a ser exibida na Rede Globo durante os anos 70, alcançando grandes índices de audiência. Eu era ainda bem jovem, mas me recordo bem da repercussão que "Raízes" alcançou aqui em nosso país. Nos Estados Unidos o sucesso foi ainda maior, fazendo com que a produção não se tornasse apenas um grande sucesso, mas também um grande vencedor do Emmy, o Oscar da TV nos Estados Unidos. Na verdade naquele ano foi o grande premiado, levando nove estatuetas. E qual era o segredo de tanto êxito artístico e comercial? Acredito que "Raízes" rompeu uma série de tabus e paradigmas, o que fez com que chamasse tanto atenção na época de seu lançamento original.

A história tinha como protagonista um jovem escravo chamado Kunta Kinte. O enredo ia desde o momento em que ele era escravizado na África, passando pela viagem nos navios negreiros, chegando ao momento em que ele chegava aos Estados Unidos para ser comercializado como escravo. Acabava indo parar em uma fazenda de plantação de algodão. Através da história desse personagem o público também aprendia sobre os tempos da escravidão negra. Grande minissérie! Um marco na história da TV norte-americana.

Raízes (Roots, Estados Unidos, 1977) Direção: Marvin J. Chomsky, John Erman / Roteiro: William Blinn, M. Charles Cohen / Elenco: LeVar Burton, Robert Reed, John Amos / Sinopse: A série contava a história do jovem escravo Kunta Kinte, um homem que iria passar toda a sua vida lutando por sua liberdade. Minissérie em 8 episódios. Premiada pelo Emmy em 9 categorias.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Os Observadores

Antes de mais nada cabe uma observação. O título nacional ficou muito ruim. Ao invés do filme se chamar "Os Observadores" deveria se chamar simplesmente "Os Voyeurs". O termo voyeur já é bem conhecido em nossa cultura, em nossa língua, embora seja um termo estrangeiro. E o que significa voyeur? É uma denominação usada para indicar pessoas que preferem ver outras pessoas fazendo sexo do que elas mesmas participarem dele. A história do filme é justamente sobre isso. Um jovem casal decide ir morar junto. Vai ser o primeiro apartamento da vida deles. As coisas começam muito bem, com muita paixão e romantismo. Porém o namorado percebe que no apartamento vizinho existe um casal muito quente, que pratica sexo em todos os lugares de seu apê. E eles conseguem ver tudo. Logo bisbilhotar o casal vizinho se torna uma obsessão. Claro que algo assim não vai terminar bem.

O filme pode ser definido em linhas gerais como uma produção erotic chic. A sensualidade entretanto não é aquela natural, mas sim algo mais perturbador, que foge dos padrões. Em certos momentos me lembrou da temática de "Cinquenta Tons de Cinza". O macho alfa da história, o marido que mora ao lado, é um daqueles tipos escrotos que tratam mal todas as mulheres. É um fotógrafo que tenta transar com todas as modelos que aparecem em seu estúdio. E mesmo com o papo sujo ele consegue seus objetivos. Boa pinta, parece estar acima do bem e do mal, levando para a cama várias mulheres ao longo do filme. É uma espécie de Christian Grey, só que na versão canadense e bem mais pobre. Então é isso. Um filme erótico soft que até tem seus momentos, mas que no geral se revela mesmo uma grande bobagem.

Os Observadores (The Voyeurs, Canadá, 2021) Direção: Michael Mohan / Roteiro: Michael Mohan / Elenco: Sydney Sweeney, Justice Smith, Ben Hardy / Sinopse: Dois casais. Um viznho ao outro. Não demora muito e o casal mais jovem começa a espionar e bisbilhotar a vida íntima do casal mais experiente. Só que eles nem desconfiam que aqueles que espionam também podem ser espionados.

Pablo Aluísio.

Tudo por Amor

Título no Brasil: Tudo por Amor
Título Original: Dying Young
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Richard Friedenberg
Elenco: Julia Roberts, Campbell Scott, Vincent D'Onofrio, Colleen Dewhurst, David Selby, Ellen Burstyn

Sinopse:
Hilary O'Neil (Julia Roberts) é uma enfermeira que trabalha em um hospital que possui uma ala de pacientes terminais. E é nesse local de sua função que ela acaba se apaixonando por um homem que já não tem mais muito tempo de vida.

Comentários:
No começo dos anos 90 a Julia Roberts já colhia os frutos de seu sucesso com o filme "Uma Linda Mulher" que realmente surpreendeu nas bilheterias da época. Então a Fox correu e lançou essa fita que já estava há um bom tempo arquivada dentro do estúdio. Esse filme inclusive foi produzido antes de "Uma Linda Mulher", mas lançado depois, justamente para pegar carona no outro filme. Coisas de marketing. Bom, eu me recordo que assisti na época de seu lançamento original, ainda nos tempos das locadoras de fitas VHS. Foi dirigido por Joel Schumacher, um cineasta irregular, capaz de fazer bons filmes e grandes porcarias. Aqui ele ficou na média apenas, nada muito surpreendente. Achei apenas mediano. Tem uma bonita fotografia, a Roberts era jovem e muito bela, mas no geral também soava como um romance cinematográfico sem muitas ideias novas ou originalidade. Hoje em dia seria interessante rever, até para matar as saudades. Além disso a Julia Roberts era de uma simpatia na época que cativava o espectador. Hoje em dia eu penso que ela perdeu grande parte desse seu carisma pessoal. Efeitos do tempo nas personalidades das pessoas.

Pablo Aluísio.