segunda-feira, 5 de julho de 2021
Mulan
E isso tudo é uma grande pena porque esse é um daqueles filmes bonitos de se assistir. A produção é classe A, com um design de produção de encher os olhos. Tudo muito luxuoso, dos figurinos aos cenários. A única coisa que conta contra é justamente o fato da história já ser bem conhecida por quem assistiu ao desenho original. É praticamente tudo igual, até mesmo com os mesmos diálogos, em determinadas cenas. As lutas abraçam a fantasia, com os guerreiros andando pelas paredes, desafiando as leis da gravidade. Porém isso é mesmo algo que depõe contra o filme? Acredito que não, afinal o enredo é uma lenda chinesa, com suas doses fartas de fantasia. Enfim, um belo filme que foi a nocaute por causa da pandemia. Só podemos lamentar.
Mulan (Mulan, Estados Unidos, China, 2020) Direção: Niki Caro / Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver/ Elenco: Yifei Liu, Donnie Yen, Gong Li / Sinopse: Quando doze tribos de origem Mongol se unem para invadir a China Imperial, todas as famílias chinesas precisam enviar pelo menos um homem para a guerra. Na família de Mulan não existem filhos homens. Por isso ela se disfarça de guerreiro para ir para o campo de batalha, honrando assim seu pai, um veterano do exército. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhores efeitos especiais e melhor figurino.
Pablo Aluísio.
Anjos da Lei
De qualquer maneira "Anjos da Lei" foi certamente a série que o colocou em evidência pela primeira vez. Havia um excesso de modismos nessa série, com os atores esbanjando figurinos ditos da moda na época, mas nem isso atrapalhou seu bom resultado. Era uma tentativa (que deu certo) onde se unia a fórmula das séries populares do estilo policial com os roteiros de séries juvenis. Atirando para dois públicos, a audiência correspondeu e a série fez um belo sucesso.
Anjos da Lei (21 Jump Street, Estados Unidos, 1987 - 1991) Direção: Kim Manners, Bill Corcoran, entre outros / Roteiro: Stephen J. Cannell, Patrick Hasburgh, entre outros / Elenco: Johnny Depp, Dustin Nguyen, Peter DeLuise / Sinopse: Grupo de jovens policiais se infiltram nas escolas de Los Angeles para prender traficantes de drogas, além de investigar outros tipos de crimes entre os estudantes.
Pablo Aluísio.
domingo, 4 de julho de 2021
Barrados no Baile
Mesmo com tantos atritos de bastidores a série conseguiu ter uma longa vida no ar. No total foram dez anos de exibição, quase 300 episódios divididos em 10 temporadas exibidas entre os anos de 1990 a 2000. O interessante é que no final, como era de se esperar, não havia mais histórias para contar, tudo já havia se esgotado e os atores que começaram como adolescentes já tinham se tornado adultos. O mais velho da turma, o "James Dean" Luke Perry que começou a série com um vistoso topete ficou careca e aí não dava mesmo para continuar. Ainda assim, mesmo virando uma paródia de si mesmo, no final das contas o saldo foi positivo. Foi uma boa série juvenil, que inclusive gerou outras que tentavam seguir seus passos, mas sem alcançar o mesmo sucesso.
Barrados no Baile (Beverly Hills, 90210, Estados Unidos, 1990 - 2000) Direção: Daniel Attias, Chip Chalmer, entre outros / Roteiro: Darren Star, entre outros / Elenco: Jason Priestley, Shannen Doherty, Luke Perry, Jennie Garth, Ian Ziering, Brian Austin Green, Tori Spelling, Tiffani Thiessen / Sinopse: Dois irmãos que cresceram em um estado americano do frio norte do país se mudam para a ensolarada Califórnia, onde passam a conviver com uma nova turma de amigos da escola.
Pablo Aluísio.
Carro Comando
E assim chegamos nessa série "Carro Comando" que por anos foi exibida pelo canal aberto brasileiro SBT. Não havia nada de muito especial nessa série policial, de maneira em geral seguia bem a fórmula das séries americanas mais convencionais, que por aqui no Brasil ganhou o apelido de "enlatados Made in USA". De bom mesmo havia a bela presença da atriz Heather Locklear que era tão bonita que parecia uma boneca Barbie. Imagine se uma beldade dessas iria convencer como uma policial de rua? Claro que não! Entretanto isso também fazia parte desse charme de séries americanas. O surreal também era um ingrediente nesse bolo.
Carro Comando (T.J. Hooker, Estados Unidos 1982 - 1986) Direção: Rick Husky, entre vários outros diretores / Roteiro: Rick Husky, entre vários outros roteiristas / Elenco: William Shatner, Heather Locklear, Adrian Zmed / Sinopse: A série "Carro Comando" contava a história de um grupo de policiais trabalhando nas ruas de Los Angeles durante a década de 1980.
Pablo Aluísio.
sábado, 3 de julho de 2021
As Montanhas da Lua
Título Original: Mountains of the Moon
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Bob Rafelson
Roteiro: Bob Rafelson
Elenco: Patrick Bergin, Iain Glen, Richard E. Grant, Fiona Shaw, John Savident, Peter Vaughan
Sinopse:
Com roteiro baseado no livro "Burton and Speke" de William Harrison, o filme conta a história real do explorador e aventureiro Sir Richard Francis Burton que liderou uma tumultuada expedição na África. Seu objetivo era encontrar os segredos do Rio Nilo. Filme premiado pelo Evening Standard British Film Awards.
Comentários:
Richard Burton (não vá confundir com o famoso ator) foi um verdadeiro Indiana Jones do mundo real. Ele passou praticamente toda a sua vida desvendando segredos dos lugares mais selvagens e inóspitos da Terra. Inclusive chegou a vir ao Brasil, onde se aventurou pela selva Amazônica. Esse filme porém conta outra história, não menos importante, quando ele começou a seguir o curso do Rio Nilo em busca de sua nascente. A expedição foi uma das maiores aventuras de sua vida. No calor escaldante do deserto ele e os membros da sua equipe enfrentaram doenças, atentados, violência e tudo o mais que você possa imaginar. Ele não era um sujeito fácil e apesar de ser um verdadeiro Lord inglês (inclusive com direito a usar o título de "Sir") não se acovardava diante das piores situações. Com uma vida tão rica em histórias era de se esperar mesmo que algumas delas se tornassem bons filmes. Esse aqui considero o melhor já feito sobre Richard Burton. Tem excelente fotografia, roteiro e reconstituição de época. O ator Patrick Bergin inclusive incorporou brilhantemente o personagem histórico. Assim se você aprecia esse tipo de história, poucos filmes vão ser tão bons como esse. Está mais do que recomendado.
Pablo Aluísio.
Tina
O problema é que Ike não era uma pessoa fácil de se viver. Irascível, violento e viciado em cocaína ele frequentemente espancava a esposa com violência extrema. Após anos de abuso ela finalmente resolve retomar os rumos de sua própria vida, se lançando numa carreira solo de muito sucesso. A sua terrível vida conjugal virou livro, escrito pela própria Tina e depois foi adaptada para o cinema nessa cinebiografia muito bem realizada contando sua trajetória rumo ao sucesso e sua complicada relação com o terrível Ike Turner, aqui em excelente e inspirada atuação de Laurence Fishburne. Gosto muito do título original dessa produção, "What's Love Got to Do with It”, não apenas o nome de uma das mais conhecidas músicas de Tina mas também uma pergunta muito relevante sobre tudo o que aconteceu entre ela e Ike. A cantora é interpretada com garra pela atriz Angela Bassett, que consegue fazer muito bem a transição de uma mulher insegura, submissa e aterrorizada, para uma mulher adulta, segura de si, que em determinado momento resolveu tomar as rédeas de sua vida novamente. Um excelente drama musical que mostra uma realidade que infelizmente é vivida por muitas mulheres em seus casamentos. Nesse ponto de vista “Tina” é uma lição de vida e superação, acima de tudo.
Tina - A Verdadeira História de Tina Turner (Tina - What's Love Got to Do with It, Estados Unidos, 1993) Direção: Brian Gibson / Roteiro: Kurt Loder baseado no livro escrito por Tina Turner / Elenco: Angela Bassett, Laurence Fishburne, Rae'Ven Larrymore Kelly, Virginia Capers / Sinopse: Cinebiografia da cantora Tina Turner. De origem humilde ela acaba sendo descoberta pelo músico Ike Turner que ao seu lado forma uma das duplas mais famosas da década de 60. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Laurence Fishburne) e melhor atriz (Angela Bassett).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 2 de julho de 2021
O Máskara
Título Original: The Mask
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Michael Fallon, Mark Verheiden
Elenco: Jim Carrey, Cameron Diaz, Peter Riegert, Peter Greene, Richard Jeni, Tim Bagley
Sinopse:
O bancário Stanley Ipkiss (Jim Carrey) tem uma vida das mais chatas e tediosas que se pode imaginar. E isso muda quando ele encontra uma antiga máscara que o transforma em um estranho ser, com atitudes completamente anarquistas e sem limites. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (Scott Squires, Steve 'Spaz' Williams).
Comentários:
Em minha opinião Jim Carrey sempre foi o sucessor de Jerry Lewis. O humor de ambos se parece muito, embora Carrey não tenha todo o talento de Lewis, também um excelente diretor e roteirista. No que se assemelham porém eles são bem equivalentes, principalmente na capacidade de transformar seu próprio rosto em um repertório infinito de caretas divertidas. O grande diferencial é que Carry pôde contar com a tecnologia digital, algo que nunca esteve à disposição de Jerry. Aqui ele deita e rola na pele de um personagem obscuro do mundo dos quadrinhos. Um sujeito pacato que acaba encontrando uma máscara antiga que ora funciona como um presente, ora como maldição. Os efeitos especiais (indicados ao Oscar) são excelentes, mesmo revistos hoje em dia, e o clima maluco do roteiro combina perfeitamente bem com a proposta de seu argumento. Na época os efeitos feitos por computador ainda eram considerados uma grande novidade e por isso o público ficou realmente surpreso com as possibilidades que essa tecnologia poderia proporcionar aos cineastas. O resultado é muito interessante, bom e eficiente, embora o personagem por excesso de exploração comercial (chegou-se a fazer um desenho animado e continuações ruins desse filme) tenha perdido o charme original depois de tanto desgaste e exposição. Por fim a fita foi a primeira em que a loira Cameron Diaz chamou realmente a atenção do público, principalmente na famosa cena da dança. Bom, se isso foi bom ou ruim para o cinema como um todo já é uma outra história...
Pablo Aluísio.
De Frente para o Perigo
Título Original: Narrow Margin
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Peter Hyams, Earl Felton
Elenco: Gene Hackman, Anne Archer, James Sikking, M. Emmet Walsh, Susan Hogan, Nigel Bennett
Sinopse:
Um procurador distrital adjunto de Los Angeles é enviado para proteger uma mulher que acidentalmente testemunhou um assassinato da máfia. E dentro dessa situação delicada ela obviamente vira alvo dessa organização criminosa internacional.
Comentários:
Olhando para o passado chego na conclusão que os anos 90 foram mesmo os anos em que o cinema americano se dedicou à produção de excelentes thrillers. Se os anos 80 se tornaram a era de ouro dos filmes de ação, os anos 90 se tornaram a era de ouro dos filmes denominados de thrillers. Poderiam ser de suspense ou apenas de dramas de tribunais. Esse aqui fica ali em um meio termo dos mais interessantes. Além desse aspecto esse filme também nos leva a perceber como o cinema perdeu com a aposentadoria de um excelente ator como Gene Hackman. Durante anos ele foi um coadjuvante de luxo, entretanto também estrelou seus próprios filmes, a maioria deles de excelente qualidade cinematográfica. Assim deixo a dica desse "De Frente para o Perigo", um filme com a cara dos anos 90.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 1 de julho de 2021
Mudança de Hábito
Título Original: Sister Act
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Emile Ardolino
Roteiro: Joseph Howard
Elenco: Whoopi Goldberg, Maggie Smith, Harvey Keitel, Kathy Najimy, Mary Wickes, Wendy Makkena,
Sinopse:
Uma cantora de boate é forçada a se refugiar dos criminisos que a perseguem em um convento. Disfarçada de freira ela passa então a movimentar as coisas no coro da irmandade, trazendo uma nova sonoridade que surpreende a todos. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Whoopi Goldberg).
Comentários:
Muito simpática essa comédia musical que fez um belo sucesso quando foi lançada. Há um bom roteiro, cenas musicais bem coreografadas e executadas, excelente repertório de canções e, claro, a presença carismática da atriz Whoopi Goldberg. Ela inclusive esteve recentemente no Brasil divulgando sua nova peça off Broadway que é... imagine você... a versão teatral desse mesmo filme. Pelo visto marcou bastante sua carreira, haja visto que ainda segue os passos da personagem irmã Deloris, uma trambiqueira que para fugir de inimigos perigosos entra no convento católico, se fazendo passar por freirinha. Ora, criada nas ruas, com toda a manha, modos e linguajares nada finos ou educados, ela acaba virando uma ovelha negra dentro do grupo. Assim o roteiro se baseia justamente nisso, no contraste entre o modo de ser a agir das demais religiosas e dela, que mais parece uma mulher grossa e vulgar, de rua mesmo. Verdade seja dita, Whoopi Goldberg nunca esteve tão bem em cena. Ela canta, dança, faz humor e encanta, provavelmente seja o papel de sua vida, onde ela teve realmente a oportunidade de mostrar todos os seus inúmeros talentos. Eu gostei bastante tanto desse filme original, como de sua continuação e sempre que me deparo com reprises por aí na TV paro um pouquinho o que estou fazendo para me divertir um pouco. Sinal de que o filme, apesar dos anos passados, ainda consegue divertir e entreter nas mesmas proporções. Vale a recomendação.
Pablo Aluísio.
Cruella
A tendência em Hollywood atualmente parece ser essa, a de fazer filmes de vilões. Basta lembrar do sucesso de "Coringa". Esse filme da Cruella resgata a vilã do desenho animado "101 Dálmatas". Uma personagem que nasceu na verdade dentro da literatura, nos primeiros livros infantis dessa história que depois foi adaptada para o mundo da animação pelos estúdios Walt Disney. Agora o roteiro tenta explicar as origens da vilã, as razões porque ela odeia tanto essa raça de cachorros e seus primeiros passos rumo ao que vemos no desenho original. E apesar de tudo posso dizer que assim como aconteceu com "Coringa", esse filme ficou muito bom, bem interessante, por vários motivos.
Parte desse bom êxito vem da dupla de atrizes que protagonizam o filme. Emma Stone interpreta a vilã. No começo uma garota que se vê numa situação terrível após a morte de mãe. Sem ninguém no mundo, órfã, ela começa a viver de pequenos golpes que dá ao lado de dois outros garotos. O tempo passa e ela luta pela sobrevivência. Acaba indo trabalhar com a estilista fria e cruel vivida pela igualmente ótima atriz Emma Thompson. Aliás que grande interpretação. Uma figura esnobe ao extremo. A veterana ficou perfeita nessa caracterização.
Além das ótimas atrizes principais, destaco mais dois aspectos dessa produção que fazem valer muito a pena assistir a esse filme. A primeira é a música. É uma sucessão de clássicos musicais dos anos 60 que simplesmente não param de tocar ao longo do filme. Atmosfera é tudo, muitas vezes se consegue isso com apenas boas canções escolhidas. E por fim, há a moda. Exagerada, kitsch, extrema. O filme gastou boa parte de seu orçamento na produção de figurinos exóticos, além de uma direção de arte muito caprichada. Com tudo isso esse "Cruella" se revelou um filme bem melhor do que eu poderia esperar.
Cruella (Cruella, Estados Unidos, 2021) Direção: Craig Gillespie / Roteiro: Craig Gillespie, Dana Fox, Tony McNamara / Elenco: Emma Stone, Emma Thompson, Joel Fry, Paul Walter Hauser, John McCrea, Mark Strong / Sinopse: Após a morte da mãe a pequena Estella passa a viver nas ruas de Londres como órfã. O tempo passa e ela começa a trabalhar para uma famosa estilista, sendo que sua patroa tem ligação com seu próprio passado. E tudo isso vai resultar na criação de Cruella de Vil.
Pablo Aluísio.