quinta-feira, 12 de março de 2020

Predadores Assassinos

É um filme de crocodilos gigantes devorando pessoas que não deveriam estar onde estão. Assim, com poucas palavras, podemos definir esse filme. Tudo se passa na Flórida, região foco de grandes furacões. Uma jovem decide romper uma barreira policial para ir em direção ao furacão. Ele quer resgatar o pai que ficou preso na sua casa numa cidade que está sendo destruída pela tempestade. Uma vez chegando lá, depois de passar por todas as dificuldades, ela descobre que o pai está preso no porão. O lugar está sendo inundado rapidamente. Pior, está cheio de crocodilos também. E é basicamente nessa situação que o filme se desenvolve.

O diretor francês Alexandre Aja, que já havia dirigido "Piranha 3D", volta à carga nessa produção cheia de efeitos especias, mas com roteiro fraco. Os animais são todos digitais, o que tira um pouco da graça do filme. Os ataques estão lá, a tentativa de fazer suspense também, mas como não são animais de verdade tudo parece bem falso.

As cenas são absurdas. Nem um super-herói da Marvel poderia sobreviver ao que pai e filha passam. Os crocodilos mordem suas pernas, arrancam o braço, mastigam seus corpos e essas pessoas não morrem? Impossível sobreviver a esse tipo de ataque na vida real. Mesmo que uma pessoa venha a ser solta após ser atacada por um crocodilo feroz ela rapidamente morreria de hemorragia, pois não há nenhuma assistência médica para elas naquele lugar abandonado. Assim os excessos do roteiro, as situações completamente impossíveis, acabam destruindo o filme. Não que alguém fosse assistir um filme como esse esperando por cenas verídicas, mas também não precisavam exagerar tanto no absurdo e na mentira.

Predadores Assassinos (Crawl, Estados Unidos, 2019) Direção: Alexandre Aja / Roteiro: Michael Rasmussen, Shawn Rasmussen / Elenco: Kaya Scodelario, Barry Pepper, Morfydd Clark / Sinopse: Uma jovem decide resgatar seu pai no meio de um enorme furacão na Flórida, mas acaba descobrindo que a região está infestada de crocodilos gigantes e famintos.

Pablo Aluísio.

Alligator - O Jacaré Gigante

Título no Brasil: Alligator - O Jacaré Gigante
Título Original: Alligator
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Lewis Teague
Roteiro: John Sayles
Elenco: Robert Forster, Robin Riker, Michael V. Gazzo, Dean Jagger, Sydney Lassick, Jack Carter

Sinopse:
Um bebê jacaré é jogado no vaso sanitário de Chicago e sobrevive comendo ratos de laboratório descartados, injetados com hormônios do crescimento. O pequeno réptil cresce gigantesco, escapa dos esgotos da cidade e fica furioso, matando diversas pessoas pelo caminho.

Comentários:
Com o sucesso do filme "Tubarão" de Steven Spielberg, os produtores foram atrás de filmes "Semelhantes, mas diferentes". Um dos que seguiram essa linha foi esse "Alligator - O Jacaré Gigante". Quem foi adolescente nos anos 80 e gostava de assistir TV, certamente vai lembrar desse filme pois ele foi exibido à exaustão pelo canal SBT, geralmente depois do programa de Silvio Santos. O divertido é que assim como aconteceu com o filme de Spielberg aqui também arranjaram um bicho metálico para fazer o papel do jacaré, mas esse também vivia quebrando. Apelidado de "Ramon" pela equipe técnica essa geringonça só deu defeito. Acabou seus dias em um parque de diversões barato na Flórida. Esse filme, em minha opinião, foi também um plágio americano para um filme italiano lançado um ano antes chamado "Crocodilo, a Fera Assassina". Só que os produtores italianos deixaram pra lá e decidiriam não processar a produtora americana. Por fim uma curiosidade: o primeiro esboço de "ET - O Extraterrestre", o grande filme da carreira de Spielberg, foi escrito por John Sayles. Justamente o roteirista dessa peróla do cinema dos anos 80.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Nicholas e Alexandra

Título no Brasil: Nicholas e Alexandra
Título Original: Nicholas and Alexandra
Ano de Produção: 1971
País: Inglaterra
Estúdio: Horizon Pictures
Direção: Franklin J. Schaffner
Roteiro: Edward Bond
Elenco: Michael Jayston, Janet Suzman, Roderic Noble, Ania Marson, Lynne Frederick, Candace Glendenning

Sinopse:
Baseado no livro escrito por Robert K. Massie, o livro conta a história de amor entre o herdeiro do trono russo, o jovem Nicolau e sua futura esposa, a alemã Alexandra. Eles se conhecem, se casam e formam uma bela família, com três filhas e o herdeiro do trono, o garoto Alexei. O problema é que ele se torna o imperador da Rússia, às vésperas da sangrenta revolução russa, que iria implantar o comunismo em sua nação. Filme baseado em fatos históricos reais.

Comentários:
Nicolau II foi o último czar da Rússia. Com ele chegava ao fim a dinastia Romanov que havia liderado o império russo por mais de 300 anos. Esse luxuoso filme reconta sua história, dando especial foco para seu romance com Alexandra, que iria se tornar sua esposa. Ela era alemã, havia sido criada sob os cuidados da rainha Vitória da Inglaterra e não sabia falar russo. Quando se tornou a esposa do czar a coisa só piorou. De personalidade tímida, não conseguiu se adaptar aos costumes da corte de seu marido. O herdeiro demorou a nascer, apenas após o nascimento de três filhas. A tensão foi aumentando a cada ano. Esse e outros problemas acabaram dando origem à revolução russa, que devastou a monarquia e destruiu os sonhos de Nicolau e Alexandra. O louco monge Rasputin também está no filme. Pode até parecer exagerada a interpretação do ator, mas na vida real era aquilo mesmo. Um misto de louco e religioso, em proporções absurdas. O filme é luxuoso, com ótima produção. Foi inclusive premiado no Oscar nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte. Também concorreu ao Oscar de melhor filme do ano. Por isso espere por algo realmente bonito de se ver. A reconstituição da corte Romanov com todo o seu esplendor e riqueza realmente é de impressionar. E para quem aprecia história em geral o filme também é uma ótima opção.

Pablo Aluísio.

Testa-de-ferro Por Acaso

Título no Brasil: Testa-de-ferro Por Acaso
Título Original: The Front
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Ritt
Roteiro: Walter Bernstein
Elenco: Woody Allen, Zero Mostel, Herschel Bernardi, Michael Murphy, Andrea Marcovicci, David Margulies

Sinopse:
Durante a década de 1950, no auge do Macarthismo, Howard Prince (Woody Allen) acaba ajudando um roteirista incluído na lista negra de comunistas de Hollywood. Isso acaba desencadeando uma série de problemas que Howard jamais poderia prever!

Comentários:
Walter Bernstein foi indicado ao Oscar de melhor roteiro por esse filme. Nada mais justo. Woody Allen realizou aqui um de seus filmes mais politicamente interessantes, muito embora não tenha deixado o seu bom humor de lado. O filme resgata esse período maluco da história dos Estados Unidos, quando surgiu no horizonte uma verdadeira caça às bruxas ideológica. Pessoas talentosas eram impedidas de trabalhar e eram perseguidas simplesmente por causa de seu viés ideológico! Um absurdo completo. Insanidade sem limites. O personagem de Woody Allen é um sujeito bem inocente do ponto de vista político, que vai ajudando pessoas sem se importar com o que elas pensam. Obviamente seria o mais sensato a se fazer, em todas as situações. E isso cria, claro, um problemão para ele por causa do contexto histórico em que ele está inserido. O saldo final do filme é muito bom. É a tal coisa, goste-se ou não de Woody Allen, o fato é que ele sempre tem coisas interessantes a passar com seus filmes. Esse "The Front" é uma exemplo perfeito disso.  Se você gosta de Allen essa produção da década de 1970 é obrigatória em sua coleção de filmes.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de março de 2020

Popeye

Título no Brasil: Popeye
Título Original: Popeye
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, Walt Disney Productions
Direção: Robert Altman
Roteiro: Jules Feiffer
Elenco: Robin Williams, Shelley Duvall, Ray Walston, Paul Dooley, Paul L. Smith, Richard Libertini

Sinopse:
Adaptação para o cinema das aventuras do personagem de histórias em quadrinhos chamado Popeye. Ele é um marinheiro apaixonado pela Olivia Palito (Shelley Duvall), mas antes precisa enfrentar as trapaças do vilão Brutus (Paul L. Smith), inimigo de Popeye que também quer a mão de Olivia, sua grande paixão.

Comentários:
Popeye foi criado pelo cartunista E.C. Segar na década de 1920, ou seja, é um personagem antigo que está perto de completar 100 anos de sua criação. Ele sempre foi muito ideal para cartoons, desenhos animados e tirinhas em quadrinhos. Porém adaptar tudo isso para o cinema, em um filme com atores de carne e osso, sempre foi um desafio muito grande. E isso se refletiu ao longo dos anos. Durante décadas esse foi projeto foi adiado justamente por causa desses problemas de adaptação. Porém no começo dos anos 1980 a Disney (que detinha os direitos autorais do personagem) se aliou aos estúdios da Paramount para vencer esse desafio. O resultado podemos conferir nessa produção. OK, Robin Williams era um comediante talentoso e ele sem dúvida é a melhor coisa do filme, mas não há como negar que a coisa toda ficou meio estranha. O mais bizarro é que o diretor Robert Altman preferiu ir para o lado caricatural da coisa e aí... o resultado ficou pior ainda. Aliás quem teve a ideia de colocar Altman para dirigir esse filme? Não havia nome mais inadequado para dirigir um filme como esse do que ele. Diretor de filmes de arte, cults, dirigindo filme sobre Popeye? Não fez o menor sentido. Assim temos um filme que merece aplausos pela coragem dos envolvidos, mas que no final das contas não conseguiu adaptar as aventuras do marinheiro Popeye da forma que todos esperavam. Confirmou-se a velha ideia de que ele era mesmo inadaptável para o cinema.

Pablo Aluísio.

Moscou em Nova York

Título no Brasil: Moscou em Nova York
Título Original: Moscow on the Hudson
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Paul Mazursky
Roteiro: Paul Mazursky, Leon Capetanos
Elenco: Robin Williams, Maria Conchita Alonso, Cleavant Derricks, Alejandro Rey, Saveliy Kramarov

Sinopse:
Vladimir Ivanoff (Robin Williams) é um músico russo que vai se apresentar com sua banda em Nova Iorque. Uma vez na América ele decide ficar no país, pedindo asilo político. Só que se adaptar ao novo estilo de vida não se mostrará muito fácil. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator - comédia ou musical (Robin Williams).

Comentários:
Robin Williams foi indicado ao Globo de Ouro por sua atuação nesse filme. Ele mereceu esse reconhecimento pois esteve muito bem em cena, dando um lado humano para seu personagem que realmente cativou os críticos. Depois do fracasso comercial do filme "Popeye" ele decidiu tentar novamente, dessa vez com um filme mais convencional. E de fato "Moscou em Nova Iorque" é uma comédia muito boa. Apresenta um roteiro mais sofisticado, mostrando as complicadas situações vividas por um russo que decide abandonar a União Soviética, para viver nos Estados Unidos. E é desse choque cultural que o roteiro tira as melhores situações do filme. Williams está de barba, bem diferente do habitual. Ele cativa o público com seu personagem que ora se apresenta inocente demais para o mundo capitalista ao seu redor, ora como um sonhador que deseja ter um futuro melhor nessa nova nação. Na época em que o filme foi lançado ainda se vivia a guerra fria e esse personagem soviético tão humano acabou cativando o público americano que fez do filme um sucesso de bilheteria. Assim essa produção foi de fato a porta de entrada que Robin Williams vinha esperando para finalmente ser um ator de cinema. Não resta dúvida que o elegante cineasta Paul Mazursky realizou uma bela obra cinematográfica, apesar de suas modestas pretensões.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de março de 2020

Nada Santo

"Nada Santo" é uma produção italiana que conta a história de um criminoso chamado Santo Russo (Riccardo Scamarcio). Ainda jovem é condenado por um crime que não cometeu. Enviado para o reformatório se torna um bandido de pequenos delitos, até que vai crescendo no mundo do crime, se envolvendo com todo tipo de práticas criminosas. O cinema italiano tem seus próprios cacoetes, que aqui se repetem. A trilha sonora é vintage, bem típica da década de 1970. O filme acompanha toda a história de vida desse bandido, desde os primeiros crimes pequenos até o auge de sua "carreira" quando se envolve no tráfico de heroína, um negócio altamente lucrativo que o torna um homem rico.

Muita gente brincou dizendo que o filme seria uma espécie de "Os Bons Companheiros" versão italiana. Não penso dessa forma. O Santo do filme não é necessariamente um mafioso. Ele está mais para um sujeito freelancer do mundo do crime. Onde for necessário realizar um serviço sujo, ele aparece. Não chega também a ser um assassino profissional, pois embora mate por encomenda, na maioria das vezes assassina seus opositores por puro interesse comercial. E como todo italiano de sua geração também procura por uma católica virgem para se casar, muito embora mantenha uma amante em um apartamento luxuoso em Milão. A modelo vive em outro mundo, em outro universo e esse choque de realidade gera até boas cenas.

No geral eu gostei do filme. Muita gente pode implicar pelo lado mais italianíssimo do filme. Assim como o cinema brasileiro sempre há um espaço para cenas mais focadas em sexo e violência. Algumas delas nada discretas. A trilha sonora marca presença, sempre um tom acima, o que me fez lembrar até mesmo dos filmes de faroeste da era do western spaghetti. O povo italiano é provavelmente o mais parecido com o brasileiro na Europa. Isso vai criar um ponto de identificação com o público brasileiro. E de fato, pelo que soube, esse filme acabou recebendo ótima recepção no Brasil, tendo uma boa audiência na plataforma.

Nada Santo (Lo Spietato, Itália, 2019) Direção: Renato De Maria / Roteiro: Renato De Maria, Valentina Strada / Elenco: Riccardo Scamarcio, Sara Serraiocco, Alessio Praticò / Sinopse: O filme conta a história do criminoso Santo Russo (Riccardo Scamarcio), desde sua entrada no mundo do crime, ainda adolescente, até seu auge, quando começou a se envolver no tráfico de heroína, algo que o tornou um homem rico.

Pablo Aluísio.

A Baía do Ódio

Título no Brasil: A Baía do Ódio
Título Original: Alamo Bay
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Louis Malle
Roteiro: Alice Arlen
Elenco: Ed Harris, Amy Madigan, Ho Nguyen, Donald Moffat, Truyen V. Tran, Martin LaSalle

Sinopse:
Um veterano da guerra do Vietnã, com problemas de traumas de guerra e depressão, vê um grupo de imigrantes vietnamitas dominando sua área de trabalho, a pesca de camarão em Alamo Bay, na costa sul do estado do Texas. Essa baía sempre foi fonte de sustento das famílias da região, mas passa a ser dominada por empresários orientais, destruindo a renda dos americanos.

Comentários:
Esse filme foi produzido em 1985, mas está mais atual do que nunca! O roteiro lida excepcionalmente bem com o sentimento de xenofobia e ódio que impera atualmente dentro da sociedade dos Estados Unidos. Quer dizer, sempre existiu esse tipo de preconceito, porém com o avanço da imigração ilegal (que segundo algumas fontes estimam em 40 milhões de pessoas!), o caldo desandou de vez. O personagem principal do filme é um veterano do Vietnã. Ele lutou por seu país, viu seus jovens amigos morrendo no meio da selva e quando retornou para a América viu seus sonhos todos destruídos. Vivendo no limite da pobreza, sem conseguir viver bem, acaba tendo que lidar novamente com vietnamitas. Só que agora eles roubam seu trabalho na pesca de camarão em Alamo Bay, o deixando completamente à mercê da pobreza completa. O que você acha que tudo isso iria desencadear? Ele se une a outros pescadores americanos de camarão, pegam seus rifles e começam a tocar o terror nos orientais. O pior é que sua própria mulher começa a tomar parte em favor dos imigrantes. Ed Harris é um grande ator e sempre foi muito subestimado. Aqui ele se destaca novamente com um roteiro preciso, que discute temas sociais mais do que importantes. Sua caracterização é perfeita, o que infelizmente nem sempre podemos dizer dos demais atores coadjuvantes do elenco. Eles exageram no sotaque e se tornam um tanto caricatos. De qualquer forma o filme supera esses problemas pontuais. É um filme que, como ja escrevi, não envelheceu nada, pelo contrário, ficou muito mais atual nos dias de hoje.

Pablo Aluísio. 

domingo, 8 de março de 2020

A Cuidadora

O Mal de Parkinson atinge milhares de pessoas ao redor do mundo. É uma doença grave, sem cura, que maltrata bastante as pessoas que são diagnosticadas com ela. Esse filme conta a história de um portador de Parkinson. O personagem principal se chama Sir Michael Gifford (Brian Cox). No passado ele foi um grande ator. Um premiado intérprete de Shakespeare tanto no teatro como no cinema. Seu talento o levou a ser condecorado com a ordem do império britânico. Isso tudo porém se torna passado. Ele agora está idoso, sofrendo de Parkinson, em sua grande casa no campo.

Sua filha sabe que ele precisa de uma cuidadora de idosos, mas o veterano ator odeia essa ideia. Ele briga com várias enfermeiras, até que um dia a jovem húngara Dorottya (Coco König) chega para trabalhar cuidando dele. Ela tem algo em comum com o paciente que passa a cuidar. Ela sonha um dia também se tornar uma boa atriz. Isso acaba virando um elo de ligação entre eles. Em pouco tempo Gifford cria uma grande vínculo de amizade com sua cuidadora. E fica novamente feliz quando é convidado para receber um prêmio pela conjunto de sua obra. É a chance de voltar a aparecer em público. Algo que para um artista como ele é tão importante como respirar!

Esse filme inglês é muito bom. Não é comum filmes retratando portadores de Mal de Parkinson. E isso é bem curioso porque é uma doença até muito comum, principalmente em pessoas idosas. O roteiro, de forma inteligente, não exagera nas tintas do drama. Ao invés disso investe na humanidade dos personagens. Isso deu um tom leve que não esperava encontrar em um filme com essa temática. E Brian Cox traz todo o brilho e dignidade necessários para seu papel. Um protagonista maltratado pelos anos, mas ainda assim com uma personalidade forte e decidida, disposto a superar todas as adversidades. É uma bela lição de vida.

A Cuidadora (The Carer, Inglaterra, Hungria, 2016) Direção: János Edelényi / Roteiro: Gilbert Adair, János Edelényi / Elenco: Brian Cox, Coco König, Maitland Chandler, Ruth Posner / Sinopse: O filme conta a história de um veterano ator de teatro e cinema que na velhice passa a sofrer de Mal de Parkinson. Sua vida muda quando ele recebe a vinda de uma nova cuidadora, uma jovem que sonha ser atriz. E tudo se torna mais desafiante quando ele é convidado para receber um prêmio pelo conjunto de sua obra como ator dramático. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Brian Cox).

Pablo Aluísio. 

A Manhã Seguinte

Título no Brasil: A Manhã Seguinte
Título Original: The Morning After
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Lorimar Productions
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: James Cresson
Elenco: Jane Fonda, Jeff Bridges, Raul Julia, Kathy Bates, Diane Salinger, Geoffrey Scott

Sinopse:
Alex Sternbergen (Jane Fonda) é uma atriz decadente e alcoólatra que certa manhã acorda ao lado de um homem desconhecido. Pior do que isso, ele está morto, foi assassinado. Quem o matou? E qual seria a ligação de Alex com o crime? Sua vida estaria em perigo? Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz (Jane Fonda).

Comentários:
Thriller de suspense dos anos 80 que surpreende pelo bom roteiro. Poderia ser facilmente um projeto a ser dirigido por Brian De Palma que nessa época estava em plena forma. Só que o filme acabou sendo indicado para ser dirigido pelo estiloso Sidney Lumet. Ele trouxe um certo charme europeu ao filme, o que ajudou a construir todo o clima de suspense que o roteiro exigia. O elenco do filme é muito bom, com o melhor que havia dentro da indústria cinematográfica da época. Jane Fonda, por exemplo, dispensa maiores apresentações. Ela estava muito popular nos anos 80 por causa de seus vídeos de ginástica. Essas fitas VHS vendiam milhões de cópias e a atriz, que já era muito famosa desde os anos 60, se tornou uma mulher mais rica do que já era. Ela foi indicada ao Oscar por esse papel, algo que foi muito bem-vindo porque ela estava mesmo procurando melhorar nesse aspecto em seus filmes. Jeff Bridges, sempre eficiente, contava ainda com um elenco coadjuvante de primeira linha, com nomes como Raul Julia e Kathy Bates. O roteiro só derrapava um pouco no final, já que a conclusão da história não chegou a agradar a todos. De minha parte não vi problema. Esse é certamente um dos bons filmes desse estilo na década de 1980. Vale a pena assistir.

Pablo Aluísio.