sexta-feira, 22 de novembro de 2019
O Esporte Favorito dos Homens
Esse é o tipo de filme que o cinéfilo acaba criando uma certa expectativa, até mesmo pelo pelos nomes envolvidos. Howard Hawks marcou a história do cinema americano, sendo um dos cineastas mais ecléticos que já passaram pelos grandes estúdios. Basta consultar sua filmografia para ver como ele conseguia realizar filmes de ótimo nível, seja nos gêneros aventura, western ou comédia. Aqui porém a magia não funcionou. A culpa muito provavelmente seja do roteiro que procura tirar humor em cima de um esporte muito popular nos EUA, a pesca com anzol. Algumas cenas são simples gags em cima dessa modalidade esportiva. O problema é que assim como o beisebol isso é algo muito americano, que não desperta o menor interesse do público de outros países.
Desse modo cenas com Rock pescando, pisando em baldes de iscas e outras coisas semelhantes não consegue criar muita afinidade. Sem identificação com as situações a coisa simplesmente não funciona. Outro problema bem visível é que o filme foi totalmente rodado dentro dos estúdios e isso é um erro em se tratando de um tema como esse que certamente exigiam tomadas externas, de muitos rios e natureza em geral. As florestas falsas recriadas que surgem nas cenas simplesmente não convencem. A Universal parece ter previsto que o filme não seria bem sucedido pois o arquivou por longos dois anos antes de lança-lo nos cinemas americanos. No final a fita não conseguiu agradar nem à crítica e nem ao público se revelando apenas um grande desperdício de talento e dinheiro.
O Esporte Favorito dos Homens (Man's Favorite Sport? EUA, 1964) Direção: Howard Hawks / Roteiro: John Fenton Murray, Steve McNeil baseados no conto "The Girl Who Almost Got Away" de Pat Frank / Elenco: Rock Hudson, Paula Prentiss, Maria Perschy, John McGiver / Sinopse: Roger Willoughby (Rock Hudson) é considerado um dos principais especialistas em pesca esportiva do mundo. Ele escreveu vários livros sobre o assunto e é amado por seus clientes no departamento de artigos esportivos em Abercrombie e Fitch, onde ele trabalha. Há apenas um problema que poucos conhecem: ele nunca foi a uma pesca em sua vida! Tudo o que sabe vem apenas de teoria pois sua prática no assunto é zero. Quando o dono da loja o inscreve em um concurso de pesca, o caos começa.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
John Wick 3: Parabellum
Dois únicos aspectos podem chamar a atenção de quem não está atrás apenas de porradaria. Há uma bonita direção de arte (hoje chamada de design de produção). Todos os cenários, ambientes, onde as lutas acontecem, são extremamente bem produzidos. Fica até aquela impressão no espectador de que é tudo em vão, um desperdício. Outro aspecto é a forma como a organização de assassinos é retratada no filme. Parece uma repertição pública, onde funcionários públicos entediados fazem cotação da cabeça dos que devem ser mortos! É surreal e beira o nonsense. Enfim, esse terceiro filme da franquia - que pelo visto terá mais continuações - apresenta todos os problemas, defeitos e qualidades dos outros filmes, sem tirar e nem colocar nada de novo. Só vai apreciar quem já gosta da proposta desse tipo de produção. Não é bem o meu caso.
John Wick 3: Parabellum (John Wick: Chapter 3 - Parabellum, Estados Unidos, 2019) Direção: Chad Stahelski / Roteiro: Derek Kolstad, Shay Hatten / Elenco: Keanu Reeves, Halle Berry, Ian McShane, Laurence Fishburne, Anjelica Huston, Mark Dacascos / Sinopse: John Wick (Reeves) quebrou as regras da organização de assassinos. Agora vai ter que pagar. Após ser "excomungado" pela organização sua cabeça vai a prêmio. 14 milhões de dólares para quem acabar com sua raça.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
Com 007 Só Se Vive Duas Vezes
Seguindo pistas o famoso agente britânico acaba indo parar no Japão para onde parece ter sido enviadas as espaçonaves - mas em que lugar exatamente será preciso começar as investigações? Com a ajuda do serviço secreto nipônico, James finalmente chega em um rico industrial que parece estar a serviço de uma organização maior, mais rica, poderosa e organizada. Estaria a Spectre por trás de tudo o que anda acontecendo? Muitas perguntas sem respostas. Apenas James Bond poderia desvendar essa rede de eventos inexplicáveis.
Quinto e penúltimo filme de James Bond com Sean Connery. Por essa época o ator já havia decidido abandonar o personagem - e só retornaria depois em 1971 no fraco "007 - Os Diamantes São Eternos" porque o cachê que lhe ofereceram era realmente irrecusável. Essa produção aqui tem algumas características bem próprias. Ao contrário dos filmes anteriores que apresentavam locações em diversas partes do mundo, em "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" a trama praticamente se passa toda apenas no Japão. Há maravilhosas tomadas aéreas de regiões vulcânicas onde a Spectre acaba montando um enorme quartel general sob comando de um dos vilões mais conhecidos da saga, o sinistro Blofeld (aqui interpretado pelo ator Donald Pleasence). Esse antagonista de Bond, sempre com um gatinho branco no colo, foi inclusive o mesmo vilão usado no último filme lançado recentemente com Daniel Craig. É um megalomaníaco que sempre constrói instalações gigantescas em lugares remotos e isolados.
Nesse filme aqui ele deseja jogar russos contra americanos e vice versa, causando a terceira guerra mundial. A trama assim soa até meio juvenil para os dias de hoje (afinal quem ganharia algo com uma guerra nuclear entre Estados Unidos e Rússia que inexoravelmente levaria o planeta para uma destruição global?), mas mesmo assim diverte bastante. Como todo filme da série o filme também traz aspectos daquela velha fórmula que tanto conhecemos. Bond dorme com o maior número de mulheres possível (até as vilãs) e de quebra participa de cenas espetaculares de ação. Numa delas enfrenta quatro helicópteros inimigos pilotando uma pequena aeronave portátil, mas cheia de dispositivos de armas letais. Em outro momento Bond enfrenta um enorme grupo de inimigos no caís de Tóquio. Some-se a isso ninjas, uma trilha sonora cantada por Nancy Sinatra e você terá mais um dos mais populares filmes de 007 na década de 1960. Diversão garantida para todos os gostos.
Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (You Only Live Twice, Inglaterra, Estados Unidos, 1967) Direção: Lewis Gilbert / Roteiro: Harold Jack Bloom, Roald Dahl, baseados na obra de Ian Fleming / Elenco: / Sinopse: Sean Connery, Donald Pleasence, Tetsurô Tanba, Akiko Wakabayashi, Teru Shimada, Mie Ham / Sinopse: O agente inglês James Bond (Sean Connery) é enviado para desvendar o mistério do sumiço de naves espaciais americanas e russas. O governo britânico precisa evitar que as tensões entre União Soviética e Estados Unidos se agravem ainda mais, porém para isso precisa descobrir antes o que realmente estaria acontecendo e que tipo de organização estaria por trás dos desaparecimentos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de novembro de 2019
Poderia Me Perdoar?
O filme conta a história da escritora Lee Israel (Melissa McCarthy). No passado ela teve uma certa projeção no meio literário de Nova Iorque, principalmente por escrever biografias de astros e estrelas do passado. Só que o tempo passou, ela começou a ficar sem trabalho, entrando numa crise de criatividade. Sem novos livros publicados, vieram as dificuldades financeiras. Vivendo em um pequeno apartamento ao lado de seu gato de estimação e precisando pagar o aluguel e as demais contas ela então resolveu tomar uma decisão nada usual.
Ao vender um manuscrito para uma pequena livraria de seu bairro ela foi descobrindo que havia todo um mercado de comercialização de cartas e documentos assinados por escritores do passado. Colecionadores pagavam bem por essas páginas. Então Lee decide ela mesma falsificar esse tipo de souvenir. Claro, o que ela estava fazendo era um crime, um crime de falsificação. Como era uma pessoa culta, que lia muitos livros, ficou fácil de certo modo reproduzir a forma de escrever de todos esses autores do passado. E seu público consumidor era formado por intelectuais ricaços de Nova Iorque, uma gente que pagaria bem para ter esse tipo de "pedaço" da história de seus autores preferidos. O filme é muito bom. Tem excelente clima e uma ótima trilha sonora. Além daquele clima de decadência, no caso intelectual, que vai agradar muita gente, em especial aos leitores habituais de grandes obras do passado.
Poderia Me Perdoar? (Can You Ever Forgive Me?, Estados Unidos, 2018) Direção: Marielle Heller / Roteiro: Nicole Holofcener, Jeff Whitty / Elenco: Melissa McCarthy, Richard E. Grant, Dolly Wells / Sinopse: Escritora sem trabalho e passando por dificuldades financeiras resolve produzir uma série de cartas e documentos falsos envolvendo grandes escritores do passado para vender a colecionadores. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Melissa McCarthy), Melhor Ator Coadjuvante (Richard E. Grant) e Melhor Roteiro Adaptado (Nicole Holofcener e Jeff Whitty).
Pablo Aluísio.
Rajadas de Ódio
A partir daí as coisas parecem ir de mal a pior. Embora com toda a boa vontade do mundo Johnny enfrentará muitas dificuldades em alcançar a paz simplesmente porque esse não é o desejo do Capitão Jack e seu bando de Apaches selvagens. Quando uma das partes não aceita e nem quer a paz ela se torna simplesmente impossível. Uma das coisas mais corajosas de "Rajadas de Ódio" é o fato de seu roteiro ser extremamente bem intencionado, pacifista, muito ideológico, algo que realmente chama a atenção em um faroeste da década de 1950.
O elenco é liderado pelo sempre correto Alan Ladd. Seu personagem, um delegado de paz, vem bem a calhar aos tipos que Ladd geralmente interpretava em seus filmes. Ele sempre aparecia em cena como o bom Cowboy, de boa índole e coração de ouro mas que na necessidade também sabia usar de suas armas para impor novamente a ordem no local. Esse tipo de personagem faz parte da mitologia do velho oeste em vários filmes, livros e histórias e Alan Ladd encarnava com perfeição esse tipo de "cavalheiro de esporas".
O filme foi dirigido pelo competente Delmer Daves, um diretor que sempre gostei. Fino e elegante fez vários faroestes para os estúdios Warner, todos com muita competência. Pouco tempo depois da realização desse "Rajadas de Ódio" encontraria em Glenn Ford uma grande parceria em westerns de sucesso. Em conclusão indico esse bem intencionado faroeste para os apreciadores de bons roteiros, principalmente os que trazem em seu conteúdo uma mensagem subliminar positiva e edificante. Nesse aspecto a mensagem de "Rajadas de Ódio" tocará fundo nos pacifistas por convicção.
Rajadas de Ódio (Drum Beat, Estados Unidos, 1954) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Delmer Daves / Elenco: Alan Ladd, Charles Bronson, Audrey Dalton, Marisa Pavan / Sinopse: Na trama somos apresentados a Johnny MacKay (Alan Ladd) que é enviado pelo presidente Grant para uma região remota do Oeste com o objetivo de pacificar o local. Para isso ele deve usar de todos os meios diplomáticos possíveis, inclusive procurando pessoalmente o chefe rebelde conhecido como "Capitão Jack" (Charles Bronson).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
Shameless - Nona Temporada
Passo a publicar nessa postagem os reviews da nona temporada de Shameless. Gosto muito dessa série, tanto que venho acompanhando com regularidade há anos. Apesar do escracho geral considero tudo bem roteirizado, produzido e o mais importante, com um humor (por vezes, negro) que faz rir com um pouco de culpa por trás. Enfim, "Shameless" venceu bem o teste do tempo. É uma das minhas séries preferidas até hoje. Segue abaixo as resenhas e resumos de cada episódio.
Shameless 9.02 - Mo White!
Mo White é o velho político que
Frank quer ressuscitar. Aposentado, ele representou, pelo menos para
Frank e seus amigos de bar, os velhos valores que foram deixados para
trás. Os dois candidatos de Chicago são nada representativos para Frank.
Uma é uma mulher negra. O outro é um latino. Onde está a representação
do americano branco? Para Frank a solução é ir no passado e tirar o
velho Mo da aposentadoria, mas claro, com Frank também levando o seu,
óbvio! E o resto da meninada? Fiona tenta emplacar uma carreira de
sucesso no ramo imobiliário. Lip tem receios de ser padrinho de um novo
cara no AA. Carl, que precisa fazer trabalho voluntário, vai parar numa
espelunca que sacrifica animais! E finalmente a ruivinha Debbie tenta
levantar a bandeira da igualdade salarial no machista ramo da construção
civil. Ou seja, tudo no caos rotineiro e peculiar da família Gallagher!
Salvem-se quem puder! / Shameless 9.02 - Mo White! (Estados Unidos,
2018) Direção: Erin Feeley / Roteiro: John Wells / Elenco: William H.
Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.03 - Weirdo Gallagher Vortex
Esse episódio tira várias ondas com os conservadores de direita dos Estados Unidos. Tem um sujeito candidato conservador ao parlamento, mas que esconde um problemão em seu passado: ele se envolveu com uma garota de 15 anos de idade e chegou a ser preso. Um hipócrita de direita, algo até bem comum, mas enfim. Só que Frank está mais interessado com o dinheiro arrecadado na campanha, que ele obviamente usa para pagar suas velhas contas de bar. Ian Gallagher quer encontrar Deus, por isso ele vai em várias religioões procurando por uma resposta, mas tudo em vão. Por fim Fiona compra um terreno para investir, só que ela pode estar entrando numa fria. Detalhe importante: o próximo episódio é o de número 100 da série! Caramba! / Shameless 9.03 - Weirdo Gallagher Vortex (Estados Unidos, 2018) Direção: Kat Coiro / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.04 - Do Right, Vote White!
Mo White é um velho político corrupto, com sintomas de ser um pedófilo, além de ser racista e safado. Claro que Frank Gallagher vai fazer sua campanha. Tudo por dinheiro. E ele coloca uns criminosos velhos, todos racistas, para intimidar quem chegar para votar. Um absurdo! E a turma do "Jesus Gay" parte para a porrada, só vendo a loucura. Mas esse episódio não é epanas sobre campanhas eleitorais. Carl Gallagher recebe o desafio de um duelo, com outro jovem que queria ir para West Point. Ian Gallagher tem que correr de um grupo de homofóbicos, irados com sua campanha do "Jesus Gay". Debbie Gallagher começa um relacionamento gay, mas as coisas não parecem dar certo e Lip descobre, do pior jeito, que não dá para se meter na vida de uma mãe e sua filhia, mesmo que ela seja viciada em drogas e prostituta. / Shameless 9.04 - Do Right, Vote White! (Estados Unidos, 2018) Direção: Mark Mylod / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.05 - Black-Haired Ginger
Frank Gallagher vai parar no hospital por problemas hepáticos, afinal está sempre enchendo a cara. Lá receitam para ele um medicamento genérico que lhe causa impotência! E o Frank fica pra lá de bolado com essa situação! Muito divertido. Lip Gallagher quase tem uma recaída quando entra em um pequeno mercadinho e vê brilhantes garrafas de vodka expostas à venda. Para segurar a vontade de beber ele compra um grande pacote de cigarros! Carl Gallagher se mete em confusão ao se envolver com a filha de um veterano, diretor de West Point. A garota é uma vadia que transa com qualquer um que lhe aparece pela frente. Ian Gallagher vai a julgamento por ter queimado uma van. Ele tem duas saídas, ou assume tudo e corre o risco de ficar 10 anos na prisão ou então alega que tem problemas de insanidade e se safa. Só que essa segunda opção iria também significar o fim do movimento Jesus Gay! / Shameless 9.05 - Black-Haired Ginger(Estados Unidos, 2018) Direção: William H. Macy / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.06 - Face It, You're Gorgeous
Esse episódio tem a participação especial da atriz Courteney Cox da série "Friends". Ela interpreta uma - ora vejam só! - atriz de séries e comerciais de TV que tem muitos problemas com bebidas. Caberá ao Lip impedir que ela corra até o bar mais próximo para encher a cara. Já Ian vai finalmente para a prisão cumprir sua pena. Um momento complicado para ele. Será que o ator vai se afastar da série? Por fim a Fiona, pobre Fiona, descobre que seu namorado na verdade é um homem casado, com um filho pequeno. Ela segue o GPS do seu celular e descobre tudo. Claro, fica arrasada e bate com o carro por causa da grande decepção. Foi confiar em homem casado e galinha, deu nisso! / Shameless 9.06 - Face It, You're Gorgeous (Estados Unidos, 2018) Direção: Allison Liddi-Brown / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White, Courteney Cox.
Shameless 9.07 - Down Like the Titanic
Afundando feito o Titanic. Assim pode ser resumida a vida de Fiona depois que ela descobriu que o cara que namorava era casado e tinha filhos. Ela perdeu o controle, bateu o carro, se machucou e ficou numa fossa profunda. Só que como tudo na vida, o ruim nunca vem desacompanhado. Ela ainda perde o prédio de pequenos apartamentos que havia feito uma hipoteca. A coisa só vai de mal a pior. E Frank? Esse não tem jeito, acaba se envolvendo com uma psicoterapeuta com problemas mentais. Durante o dia tudo bem, mas quando a noite vai chegando ela fica uma vontade danada de esfaquear quem estiver por perto! E o Frank foi avisado sobre isso pelo ex-marido dela. Agora o risco é todo seu! / Shameless 9.07 - Down Like the Titanic (Estados Unidos, 2018) Direção: Silver Tree./ Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.08 - The Apple Doesn't Fall Far from the Alibi
Frank é um lixo, todos sabem disso. Então quando ele é envolvido numa doação de sêmen para sua namorada louca, não resta outra saída do que pedir que seu filho mais jovem se masturbe, para que ele possa enganar todo mundo. Já Fiona fica completamente perdida. Ela perde o prédio de apartamentos que tencionava transformar em seu sonho de sucesso pessoal. De volta à casa com seus irmãos só lhe resta beber para esconder o grande fracasso de seus planos para o futuro. E tudo segue caótico em sua casa paterna. A conta de luz é cortada por falta de pagamento, os irmãos são todos desorganizados, e Frank, bom, Frank continua desmaiado pelo chão da casa, em algum quarto ou no meio do corredor mesmo. / Shameless 9.08 - The Apple Doesn't Fall Far from the Alibi (Estados Unidos, 2019) Direção: Zetna Fuentes / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.09 - BOOOOOOOOOOOONE!
Nesse episódio os roteiristas aproveitaram para tirar uma onda contra os imigrantes latinos que vão para os Estados Unidos de forma ilegal. Episódio recomendado para brasileiro com complexo de vira-latas. E quem é esse tal de Boone? Ele foi namorado da loirinha que o Lip está namorando. O cara é do exército, meio metido, totalmente babaca. E a Fiona não supera suas perdas. Ela rouba as ferramentas do ex-namorado (que era casado) e joga todas elas nas janelas de sua casa, quebrando tudo, no meior barraco que se possa imaginar. Afinal ela é uma verdadeira Gallagher! Shameless 9.09 - BOOOOOOOOOOOONE! (Estados Unidos, 2019) Direção: Loren S. Yaconelli / Roteiro: Philip Buiser / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen.
Shameless 9.10 - Los Diablos!
Uma marca de bebida barata resolve fazer uma espécie de concurso para escolher "o pobre" perfeito para ser o símbolo da marca. Claro que Frank entra na jogada. Logo agora que sua nova mulher está grávida de seis de uma vez só! Uma grande enrascada. E as confusões da família continuam. Fiona é demitida da lanchonete onde trabalhava. Ela há tempos vinha dando vexame, confrontando os demais empregados, constrangendo os clientes. Então se descobre que ela bebeu demais e fechou o estabelecimento à noite, sendo aquele um lugar 24 horas. Acaba no olho da rua. E pensa que esse é a única confusão que ela se mete? Que nada, ela também arranjar uma briga com uma nova vizinha do bairro, acusada de ter sido racista com seu irmão adotado. Acaba o episódio sendo levada para a cadeia. Não está fácil para ninguém mesmo! / Shameless 9.10 - Los Diablos! (Estados Unidos, 2019) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.11 - The Hobo Games
Frankie quer porque quer ganhar aquela competição para escolher o maior vagabundo, o melhor pobretão de Chicago. E ele é um forte candidato, só que na última hora, na competição do trem em movimento, em que o vagabundo tem que pular em um vagão aberto, ele perde o equilibrio e cai. Fim dos sonhos de Frankie. Fim também da paternidade de seus seis novos filhos. Ele aceita 10 mil dólares do ex-marido de sua mulher e cai fora. Nada diferente do que era esperado para Frankie. Já Lip e Fiona entram em guerra. Ela dá bebida para um dos caras que Lip ajuda no AA. A coisa toda pega muito mal. A discussão se torna feia e Lip diz que Fiona deve deixar a casa; Mas como? Ela está desempregada, sem grana, sem nada. O baixo astral é geral. / Shameless 9.11 - The Hobo Games (Estados Unidos, 2019) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.12 - You'll Know the Bottom When You Hit It
Fione vive seu inferno astral. Ela não está apenas desempregada, como também perdida na vida, bebendo muito. Acaba se "associando" com Frankie para vender produtos de necessidade em uma Chicago que sofre um blackout. Esse episódio tem um clima de total falta de esperança para ela, até a cena final quando finalmente decide ir para o AA pela primeira vez. Ela amanhece ao lado de Frankie, numa tremenda ressaca, cheirando a bebida e percebe que chegou a hora de dar a volta por cima. Afinal a Fiona já passou por tanta coisa nessa vida. Por fim vi pela primeira vez Frankie agindo e falando coisas bem importantes. Ele, pelo visto, tem mais consciência de si mesmo do que muita gente pensa. E é justamente por isso que o episódio se chama "Você conhecerá o fundo quando acertá-lo"!. É a mais pura verdade! / Shameless 9.12 - You'll Know the Bottom When You Hit It(Estados Unidos, 2019) Direção: Shari Springer Berman / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy; Emmy Rossum; Jeremy Allen White.
Shameless 9.13 - Lost
O episódio se chama "Perdido". E quem está perdido? Bom, praticamente toda a família Gallagher. Fiona tenta se recuperar da fase de beber demais. Ela tem problemas com a lei. Para escapar da prisão passa a frequentar o AA, ao mesmo tempo em que arranja um emprego qualquer (péssimo por sinal). Só na última cena do episódio é que tudo parece mudar, para melhor! Já Frank acaba indo parar no hospital com uma fratura exposta na perna. Ele clama por drogas pesadas, claro! E a ruivinha Debbie tem uma decepção amorosa. Ela está afim da ex-namorada de seu irmão, tenta dar um beijo nela, mas é rejeitada! Tempos complicados... / Shameless 9.13 - Lost (Estados Unidos, 2018) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.14 - Found
E assim chegamos ao final da temporada. E o que acontece no final da série Shameless? Pelo menos nessa temporada, claro. O acontecimento mais marcante é a partida de Fiona. Ela decide ir embora. Cansou, está farta de tudo, de todas as confusões familiares. Ela visita o irmão na prisão e fala de seus planos de ir embora para longe, para morar em outro lugar. E ele dá todo o apoio para ela. Afinal Fiona praticamente criou aquela família caótica sozinha pois sua mãe tinha problemas com droga e Frank, bem é o Frank! O episódio assim termina em clima de despedida. Eu particularmente gostei de tudo. Será que a atriz Emmy Rossum que interpreta Fiona simplesmente cansou da série após nove temporadas e resolveu dar um tempo, deixando tudo para trás? Isso só veremos mais à frente. / Shameless 9.14 - Found (Estados Unidos, 2019) Direção: John Wells / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Pablo Aluísio.
The Rookie
The Rookie 1.01 - Pilot
Antes de qualquer coisa não vá confundir essa série "The Rookie" com
outra série policial chamada "Rookie Blue". São programas diferentes.
"Rookie Blue" inclusive já chegou ao seu final. "The Rookie" começou a
ser exibido em 2018. O principal personagem aqui se chama John Nolan
(Nathan Fillion). A idade certa para entrar na polícia de Los Angeles
para ser um patrulheiro é por volta dos vinte e poucos anos. Só que John
se alista no departamento beirando os 40 anos! Muitas das situações vem
justamente daí, do fato de haver um policial novato (Rookie) com essa
idade. O seu comandante, por exemplo, não parece gostar nada disso. Nesse
primeiro episódio ele sai para seu primeiro dia como policial nas ruas.
Logo de manhã atende uma chamado de violência doméstica. É a vida de
cão dos moradores mais pobres de L.A. Uma chamada considerada de rotina
por patrulheiros mais veteranos, mais experientes. O pior vem mais
tarde. Na segunda chamada as coisas complicam e ele precisa enfrentar
uma troca de tiros, bem no meio da rua, com traficantes de drogas. Achei
a série bem mediana. Realmente não tem nada demais, nada acima da
média. O canal ABC aliás é bem conhecido nos Estados Unidos por de forma
geral produzir séries desse tipo. Apenas mais uma série para exibir na
sua grade de programação./ The Rookie 1.01 - Pilot (Estados Unidos, 2018) Estúdio: ABC Studios / Direção: Liz Friedlander / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones, Titus Makin Jr, Mercedes Mason, Melissa O'Neil
The Rookie 1.02 - Crash Course
A série segue nesse segundo episódio sem grandes novidades. O policial John Nolan (Nathan Fillion) tem uma nova parceira, uma mulher negra que estuda para se tornar detetive do departamento. Ela não gosta muito de Nolan, até porque uma série de azares e imprevistos vão acontecendo durante o dia. E nas chamadas eles são enviados para resolver diversos casos pela cidade. Um deles envolve um homem forte e surtado que começa a quebrar tudo dentro de uma igreja. Em outra situação precisa enfrentar a arrogância de uma dupla de detetives que se irrita com ele. E o pobre Nolan apenas ajudou a resolver um dos casos. Coisas da vida. Outro momento bem mais ou menos dessa série policial. Os personagens são pouco desenvolvidos e os roteiros passam longe de serem inovadores ou impressionantes. São apenas medianos, para sumir dentro da programação do canal ABC nos Estados Unidos. Um programa vespertino para fechar a grade, nada mais do que isso. / The Rookei 1.02 - Crash Course (Estados Unidos, 2018) Direção: Adam Davidson / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.
The Rookie 1.03 - The Good, the Bad and the Ugly
Durante uma abortagem no metrô um ladrão rouba 10 mil dólares. Algo que pega mal dentro do departamento, principalmente para o "rookie" (o novato quarentão). Por isso ele é colocado para escanteio. Na segunda chamada do dia ele e sua parceira são designados apenas para fazer o perímetro de uma operação maior, só que os os criminosos fortemente armados escapam do cerco, passando por eles, que vão atrás. O roteiro do episódio também brinca com os personagens, fazendo com que todos respondam a seguinte pergunta: se não fossem tiras, o que fariam de suas vidas? / The Rookie 1.03 - The Good, the Bad and the Ugly (Estados Unidos, 2018) Direção: Greg Beeman / Roteiro: Alexi Hawley, Ally Seibert / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.
The Rookie 1.04 - The Switch
O que poderia ser pior para um policial das ruas do que congelar sempre que houvesse uma troca de tiros? É justamente isso que acontece com um dos novatos, um jovem policial negro que não consegue reagir quando os bandidos mandam chumbo quente em sua direção. O veterano que compartilha a patrulha com ele sabe que assim o novato não terá futuro com a farda do policial e lhe dá um ultimato... ou deixa de ser covarde e enfrenta fogo contra fogo ou então ele colocará sua covardia no relatório, o que significará dispensa desonrosa em sua ficha. Fica a opção sobre a mesa. Ou fica e enfrenta a bandidagem ou então pede para sair. / The Rookie 1.04 - The Switch (Estados Unidos, 2018) Direção: Toa Fraser / Roteiro: Alexi Hawley, Vincent Angell / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.
The Rookie 1.05 - The Roundup
Essa série policial das mais convencionais já está na quarta temporada nos Estados Unidos? É de cair o queixo mesmo! De minha parte penso que não vou seguir em frente. No máximo verei mais alguns episódios dessa primeira temporada e já está de bom tamanho. A série não é ruim, longe disso, mas também não traz maiores surpresas. É bem quadradinha para falar a verdade! Nesse episódio aqui é feita uma espécie de competição entre os policiais de Los Angeles. Algo que me soou bem equivocado já que o vencedor seria aquele que prendesse mais pessoas - olha que perigo uma coisa dessas! De qualquer maneira é até um bom passatempo, muito embora essa coisa de tira armado competindo com outros tiras para ver quem prende mais gente nas ruas é simplesmente absurdo em meu ponto de vista. / The Rookie 1.05 - The Roundup (Estados Unidos, 2018) Direção: Nelson McCormick / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones;
The Rookie 1.06 - The Hawke
Pois é, apesar da série ser meio capenga, sigo assistindo. Nesse episódio temos um caso curioso. O que poderia acontecer quando um dos oficiais policiais da cidade se torna um criminoso fugitivo? E o pior é que ele foi instrutor na academia de vários daqueles policiais que saem em sua perseguição pelas ruas da cidade. Tudo começa com um caso de violência doméstica. O tal oficial descobre sua esposa na cama com outro homem. A partir daí surge uma escalada de violência. Ele pega seu filho e sai fugitivo de seus próprios ex-companheiros de farda. Mais do que complicado. O protagonista em particular tinha uma grande amizade com ele. Imagine a saia justa. É a tal coisa, apesar dessa série não ser grande coisa é a única que ainda não larguei mão. Algumas vezes os episódios funcionam bem, outras vezes não. Vou seguindo em frente, quero chegar pelo menos até o décimo episódio para decidir que sigo em frente ou não! Joguem os dados da sorte! / The Rookie 1.06 - The Hawke (Estados Unidos, 2018) Direção: Timothy Busfield / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.
The Rookie 1.07 - The Ride Along
O "novato mais velho do mundo" (péssima e preconceituosa essa frase usada no roteiro do episódio) precisa escoltar em sua patrulha diária, um diretor de cinema especializado em filmes policiais e de ação. O tal sujeito quer ver o mundo real, como são as operações policiais pelas ruas de Los Angeles. Péssima ideia. Ele se mete nas operações e na maioria das vezes se dá muito mal. O Rookie porém segue em frente, sendo o mais cordial e cuidadoso possível com sua presença, afinal ele não pode deixar o cineasta se machucar de jeito nenhum. Como pano de fundo temos a delicada questão envolvendo um tira e sua esposa, pega com quilos de cocaína para revender. Policial casado com traficante. Algo poderia ser pior do que isso? / The Rookie 1.07 - The Ride Along (Estados Unidos, 2018) Direção: Cherie Nowlan / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.
The Rookie 1.08 - Time of Death
O tira John Nolan mata um criminoso durante uma perseguição policial pelas ruas de Los Angeles. Ele fica abalado. Nunca havia matado uma pessoa antes. Só que como policial de rua, patrulheiro, ele deveria lidar melhor com a situação, uma vez que faz parte do serviço de tiras. É um trabalho que muitas vezes pode colocar o profissional numa situação de vida ou morte. Só que Nolan precisa lidar também com outro problema. O bandido morto tinha um irmão, também criminoso, que logo avisa que vai se vingar. Na última cena desse episódio ele é atacado de surpresa e quando termina ele está sendo levado, inconsciente, pelo bandido. Será que vai ser morto? / The Rookie 1.08 - Time of Death (Estados Unidos, 2018) Direção: Michael Goi / Roteiro: Michael Goi / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.
Loucos e Perigosos
Há cenas claramente constrangedoras. Numa delas o detetive de Willis foge de um grupo barra pesada, tudo no script desse tipo de filme, algo bem clichê, isso se ele não fugisse em cima de um skate, completamente nu, pelas ruas de Venice Beach. Nada engraçado, bem na base da vergonha alheia. O roteiro obviamente tenta criar alguma identidade com o público mais jovem, por isso coloca o sexagenário Willis em situações, digamos, joviais, juvenis! Não funciona. Até mesmo o bom ator John Goodman está deslocado. Ele faz o papel de um pequeno comerciante de Venice que está se divorciando. A ex-mulher vai ficar com tudo, inclusive com sua pequenina loja de materiais esportivos. Agora ruim mesmo, de doer, é a presença do péssimo Jason Momoa como um traficante de drogas da região. Não consigo entender como um ator tão ruim consegue fazer tantos filmes em Hollywood. Depois de destruir Conan, ele deveria ter sumido do mapa. Porém ai está Momoa desfilando sua completa falta de talento. O filme que já não é grande coisa se torna ainda pior com sua presença.
Loucos e Perigosos (Once Upon a Time in Venice, Estados Unidos, 2017) Direção: Mark Cullen / Roteiro: Mark Cullen, Robb Cullen / Elenco: Bruce Willis, John Goodman, Jason Momoa / Sinopse: Velho detetive de Venice Beach fará de tudo para recuperar seu cachorrinho de estimação que vai parar nas mãos de uma gangue de traficantes de drogas da cidade. Ao mesmo tempo tenta dar uma força para seu amigo, que está se divorciando, passando por apuros financeiros.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de novembro de 2019
O Predestinado
Título Original: Predestination
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Michael Spierig, Peter Spierig
Roteiro: Michael Spierig, Peter Spierig
Elenco: Ethan Hawke, Sarah Snook, Noah Taylor, Christopher Sommers, Kuni Hashimoto, Christopher Bunworth
Sinopse:
Em um futuro com alta tecnologia uma agência do governo envia agentes para o passado com o objetivo de evitar grandes atentados terroristas. Um deles porém acaba rompendo com as regras, mudando o passado, interferindo no presente e comprometendo todo o futuro.
Comentários:
Eu vou resumir esse filme de forma bem irônica. Imagine que os roteiristas da franquia "De Volta Para o Futuro" tomassem ácido e resolvessem escrever um novo roteiro. Provavelmente o resultado sairia parecido com esse filme. Certamente é um roteiro que vai surpreender muitas pessoas. A viagem no tempo já deu origem a diversas produções ao longo dos anos, porém devo dizer que poucas foram tão longe. Os personagens de passado, presente e futuro estão completamente interligados. O espectador vai pegar pistas ao longo de todo o filme e no final vai ficar impressionado por ter sido "enganado" pelos desdobramentos da trama. Não vou estragar surpresas e nem entregar o grande pulo do gato desse roteiro, mas devo deixar uma pista sutil sobre isso. Temos basicamente dois personagens principais. Eles conversam em um bar! Agora, quando assistir ao filme os veja com olhos de lince. Possa ser que não sejam dois ou três na verdade... talvez sejam quatro no final das contas... ou talvez seja apenas um! Achou confuso? Bom, quando assistir ao filme você certamente vai entender o que escrevi aqui. Enfim, um roteiro complexo, muito bem elaborado, que vai deixar muita gente de queixo caído. Parece simples o que se vê na tela, mas isso é apenas uma leve impressão, ou melhor dizendo, uma falsa impressão!
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de novembro de 2019
Vita & Virginia
Vita também já tinha um passado de escândalos por se envolver com mulheres, embora fosse casada com um diplomata inglês. Já Virginia tentava manter um casamento que para muitos era de fachada. O interessante é que apesar de ter óbvia atração por pessoas do mesmo sexo, Woolf não queria acabar com seu casamento. Ela via no marido um fator de equilíbrio em sua vida pessoal. Mesmo assim se atirou de corpo e alma em uma paixão enlouquecedora por Vita, a ponto inclusive de transformá-la em personagem de seus livros, algo que não passou despercebido pela sociedade conservadora da época, causando mais um grande escândalo. E para as demais pessoas o que mais chocava é que ambos os maridos pareciam saber muito bem que suas esposas se relacionavam em um namoro lésbico, mas nada faziam para acabar com isso.
O filme é bem produzido, mas o roteiro apresenta alguns problemas no meu ponto de vista. Os diálogos soam truncados e pouco naturais. Acontece que os roteiristas tiraram a maioria dos diálogos das escritoras de seus próprios livros. Não ficou natural. Uma coisa é a palavra escrita, bem lapidada, outra bem diferente é o falar do dia a dia. Certamente nem Vita e nem Virginia falavam daquele jeito. Ficou um pouco estranho, embora para os leitores da obras delas crie uma curiosidade a mais. Outro ponto que achei fora da curva foi a caracterização da atriz Elizabeth Debicki. Ela interpretou Virginia, só que seu biotipo nada tem a ver com a escritora. Enquanto Elizabeth é alta, loira, de olhos azuis, Virginia era bem mais baixinha, de cabelos pretos. O espectador assim vai ter que fazer um esforço a mais para acreditar que ela é Virginia Woolf. Algo que não é nada bom para um filme biográfico e de história como esse. A atriz é visivelmente talentosa, mas ficou mesmo um pouco fora de contexto por essa razão. Fora isso indico a produção para quem aprecia as biografadas.
Vita & Virginia (Inglaterra, Irlanda, 2018) Direção: Chanya Button / Roteiro: Eileen Atkins / Elenco: Gemma Arterton, Elizabeth Debicki, Isabella Rossellini / Sinopse: Roteiro baseado em fatos históricos reais. O filme resgata a paixão lésbica que surgiu entre duas escritoras famosas no começo do século XX, envolvendo Virginia Woolf e Vita Sackville-West. Filme indicado no British Independent Film Awards na categoria de Melhor Atriz (Elizabeth Debicki).
Pablo Aluísio.