"Wild Horses" é um projeto bem pessoal do ator Robert Duvall. Ele dirigiu, produziu, atuou e escreveu o roteiro do filme. Para completar ainda escalou sua própria esposa, Luciana Pedraza (aqui surgindo nos créditos como Luciana Duvall), para interpretar a Texas Ranger que resolve reabrir um velho caso de desaparecimento envolvendo o ex-empregado de um rancheiro rico e próspero da região. Por falar nisso o personagem de Duvall é um presente e tanto para qualquer grande intérprete. O ator dá vida a um homem com valores firmes e sólidos, tipicamente texanos, que precisa lidar com um filho homossexual. Em um ambiente rural, conservador e rústico como aquele isso seria a última coisa que ele poderia esperar. O conflito se instala rapidamente e o choque de gerações e valores se torna cada vez mais forte. Em pouco tempo a situação vai ficando insuportável para ambas as partes e Ben Briggs (Franco) resolve ir embora.
Anos depois retorna ao rancho pois seu velho pai deseja fazer algumas modificações em seu próprio testamento, o que faz ressurgir velhos fantasmas do passado. Para piorar ainda mais a tensa relação entre eles, Ben desconfia que seu pai teve algo a ver com o desaparecimento de Jimmy Davis, um antigo capataz da fazenda que teve um caso amoroso com ele no passado. Com uma nova policial na cidade, disposta a reabrir velhos casos arquivados, o cerco vai cada vez mais se fechando sobre o velho Briggs. Robert Duvall assim encarna esse veterano que precisa viver em um mundo que se parece cada vez menos com o que ele aprendeu a viver. Os valores se modificaram e de repente tudo o que ele acreditava ser o certo vai sendo colocado de lado. É um bom homem que pensa estar fazendo o certo, mas que se vê enganado por seus próprios instintos e atos impensados. O argumento obviamente procura explorar algo que é mais comum do que se pensa, as tensões familiares que surgem quando uma pessoa resolve se assumir gay.
O melhor desse roteiro é que ele não levanta bandeiras e nem sai defendendo a causa gay de forma ostensiva e panfletária, o que tornaria tudo muito chato e maçante. Ao contrário disso se contenta em apenas explorar e mostrar uma situação de conflitos que surge dentro dessa família para tirar o melhor proveito disso. A mensagem assim fica nas entrelinhas, nunca ofendendo a inteligência do espectador. Será esse, em última análise, que irá entender e tirar suas próprias conclusões do que está assistindo. Assim o próprio público poderá criar uma certa identificação tanto com o personagem de Duvall, o velho rancheiro conservador, como com seu filho Ben, representando essa nova mentalidade de ser da sociedade. O resultado final é muito bom, um belo filme que toca em assuntos importantes. Assista e escolha seu lado.
Cavalos Selvagens (Wild Horses, Estados Unidos, 2015) Direção: Robert Duvall / Roteiro: Robert Duvall, Michael Shell / Elenco: Robert Duvall, James Franco, Josh Hartnett / Sinopse: Scott Briggs (Robert Duvall) é um velho rancheiro texano que se considera um bom homem, honesto, cristão e honrado. Um sujeito da velha escola com seus valores tradicionais e conservadores. Ele tem três filhos e sonha que sua extensa propriedade seja levado adiante por eles, como manda a tradição no Texas. Agora, no final de sua vida, precisa lidar com uma investigação policial de um caso de desaparecimento de um de seus ex-empregados. O jovem sumiu após Briggs descobrir que ele estava tendo um caso com seu próprio filho, Ben (James Franco), que sempre teve uma relação conturbada com seu pai pelo fato de ser homossexual. Teria o velho Briggs alguma ligação com o sumiço desse jovem no passado?
Pablo Aluísio.
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
Fantasmas
Filme de terror e suspense do final dos anos 90 que pouca gente se lembra. O enredo é simples. Duas irmãs chegam em uma cidade desolada, Snowfield, no Colorado. Tudo parece abandonado e as ruas estão desertas. Os únicos sobreviventes parecem ter sido o xerife Bryce Hammond (Ben Affleck) e seus dois parceiros. Eles precisam sair de lá, mas as coisas não vão ser tão fáceis como eles planejavam. Esse filme não é lá grande coisa, mas para os cinéfilos há pelo menos um grande atrativo, a atuação do grande Peter O'Toole interpretando um personagem chamado Dr. Timothy Flyte, que ao que tudo indica sabe exatamente o que aconteceu ali.
Apesar dessa premissa até muito interessante o fato é que nada se sustenta por muito tempo, causando uma certa decepção no saldo geral. Por isso, para alguns, o final foi bem decepcionante. De qualquer forma vale ao menos uma espiada para conferir o desnível de talento entre Affleck e O'Toole. O primeiro sempre conhecido por sua inexpressividade e o veterano por ser um dos maiores atores da história de Hollywood. Filme indicado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Terror.
Fantasmas (Estados Unidos, 1998) Direção: Joe Chappelle / Roteiro: Dean R. Koontz / Elenco: Ben Affleck, Peter O'Toole, Rose McGowan, Joanna Going / Sinopse: Duas irmãs vão parar em um lugar isolado do mundo, uma verdadeira cidade fantasma. E agora, o que poderão fazer?
Pablo Aluísio.
Apesar dessa premissa até muito interessante o fato é que nada se sustenta por muito tempo, causando uma certa decepção no saldo geral. Por isso, para alguns, o final foi bem decepcionante. De qualquer forma vale ao menos uma espiada para conferir o desnível de talento entre Affleck e O'Toole. O primeiro sempre conhecido por sua inexpressividade e o veterano por ser um dos maiores atores da história de Hollywood. Filme indicado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Terror.
Fantasmas (Estados Unidos, 1998) Direção: Joe Chappelle / Roteiro: Dean R. Koontz / Elenco: Ben Affleck, Peter O'Toole, Rose McGowan, Joanna Going / Sinopse: Duas irmãs vão parar em um lugar isolado do mundo, uma verdadeira cidade fantasma. E agora, o que poderão fazer?
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
A Guerra
A cada dia, quatro veteranos de guerra dos Estados Unidos resolvem acabar com a própria vida. Muitos deles usam suas armas, apontam para a cabeça e puxam o gatilho. 200 mil ex-combatentes não possuem uma casa para morar. Muitos deles são homeless, sem tetos, vivendo pelas ruas, em busca da sobrevivência. Grande parte desses ex-militares desenvolvem alguma doença mental ou trauma de guerra. É um quadro devastador. Todas essas informações são passadas ao espectador justamente quando esse filme acaba. O protagonista da história desse drama de guerra é um cabo do exército americano, Gabriel Drummer (Shia LaBeouf). Como muitos jovens americanos ele resolve se alistar para o serviço militar após concluir o ensino médio. Sem dinheiro para cursar uma universidade (todas são pagas naquele país) ele não vê outra alternativa. Acaba levando também seu melhor amigo, um sujeito que conhece desde a infância, para as fileiras do exército.
Assim o roteiro vai mostrando sua história em três linhas narrativas. Uma no passado, outra no presente e uma terceira que seria o seu futuro. Preste bastante atenção nessa última. Gabriel parece viver em um mundo pós-apocalíptico, uma realidade estranha, onde os Estados Unidos parecem ter sido devastados por um ataque nuclear. Realidade ou fruto de sua mente perturbada? Esse aliás é o grande "pulo do gato" desse roteiro. O que parece ser uma história convencional sobre a vida de um militar americano no Afeganistão acaba escondendo surpresas em sua narrativa. A reviravolta que ocorre nos 20 minutos finais do filme é o seu grande trunfo. Muitos espectadores vão ficar mais do que surpresos. No balanço geral é um bom filme, com um belo roteiro. No fundo é algo bem triste, mas igualmente bem real, explorando o triste destino que aguarda muitos desses veteranos em um futuro próximo.
A Guerra (Man Down, Estados Unidos, 2015) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Adam G. Simon / Elenco: Shia LaBeouf, Jai Courtney, Gary Oldman / Sinopse: A vida de um soldado americano no Afeganistão contada em três linhas narrativas diferentes, explorando seu passado, presente e o futuro sombrio, onde tudo parece ter se perdido definitivamente, incluindo sua esposa e filho.
Pablo Aluísio.
Assim o roteiro vai mostrando sua história em três linhas narrativas. Uma no passado, outra no presente e uma terceira que seria o seu futuro. Preste bastante atenção nessa última. Gabriel parece viver em um mundo pós-apocalíptico, uma realidade estranha, onde os Estados Unidos parecem ter sido devastados por um ataque nuclear. Realidade ou fruto de sua mente perturbada? Esse aliás é o grande "pulo do gato" desse roteiro. O que parece ser uma história convencional sobre a vida de um militar americano no Afeganistão acaba escondendo surpresas em sua narrativa. A reviravolta que ocorre nos 20 minutos finais do filme é o seu grande trunfo. Muitos espectadores vão ficar mais do que surpresos. No balanço geral é um bom filme, com um belo roteiro. No fundo é algo bem triste, mas igualmente bem real, explorando o triste destino que aguarda muitos desses veteranos em um futuro próximo.
A Guerra (Man Down, Estados Unidos, 2015) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Adam G. Simon / Elenco: Shia LaBeouf, Jai Courtney, Gary Oldman / Sinopse: A vida de um soldado americano no Afeganistão contada em três linhas narrativas diferentes, explorando seu passado, presente e o futuro sombrio, onde tudo parece ter se perdido definitivamente, incluindo sua esposa e filho.
Pablo Aluísio.
A Cartada Final
Título no Brasil: A Cartada Final
Título Original: The Score
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Oz
Roteiro: Daniel E. Taylor, Kario Salem
Elenco: Robert De Niro, Edward Norton, Marlon Brando, Angela Bassett, Gary Farmer, Paul Soles
Sinopse:
Nick Wells (Robert De Niro) é um ladrão profissional que sempre procurou trabalhar sozinho. Para ele não existe sociedade no mundo do crime. Só que um novo "serviço" surge no horizonte e ele agora precisa unir forças a outro criminoso, Jack Teller (Edward Norton), algo que mudará completamente seus planos iniciais.
Comentários:
Como é possível que um filme com um elenco tão maravilhoso como esse (Brando, De Niro e Norton) não conseguiu se tornar um clássico moderno do cinema? Na verdade é pior do que isso, passados 17 anos de seu lançamento original a produção está praticamente esquecida. A produção foi turbulenta. Marlon Brando brigou com o diretor Frank Oz, o despedindo em pleno set de filmagens. A Paramount não aceitou a atitude do ator e manteve Oz como diretor, só que Brando se recusou a trabalhar com ele. A solução foi colocar Robert De Niro dirigindo as cenas com Marlon Brando, deixando Oz na direção do restante do filme. Um absurdo e um caos completo. O resultado final ficou confuso, como era de se esperar. Brando, visivelmente entediado e atuando com má vontade, não acrescentou muito. Coube então a Robert De Niro e Edward Norton tentarem salvar o filme no quesito atuação, mas tudo acabou ficando na média mesmo, em um plano convencional. É uma pena que "The Score" no final de tudo não conseguiu cumprir tudo o que se esperava dele.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Score
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Oz
Roteiro: Daniel E. Taylor, Kario Salem
Elenco: Robert De Niro, Edward Norton, Marlon Brando, Angela Bassett, Gary Farmer, Paul Soles
Sinopse:
Nick Wells (Robert De Niro) é um ladrão profissional que sempre procurou trabalhar sozinho. Para ele não existe sociedade no mundo do crime. Só que um novo "serviço" surge no horizonte e ele agora precisa unir forças a outro criminoso, Jack Teller (Edward Norton), algo que mudará completamente seus planos iniciais.
Comentários:
Como é possível que um filme com um elenco tão maravilhoso como esse (Brando, De Niro e Norton) não conseguiu se tornar um clássico moderno do cinema? Na verdade é pior do que isso, passados 17 anos de seu lançamento original a produção está praticamente esquecida. A produção foi turbulenta. Marlon Brando brigou com o diretor Frank Oz, o despedindo em pleno set de filmagens. A Paramount não aceitou a atitude do ator e manteve Oz como diretor, só que Brando se recusou a trabalhar com ele. A solução foi colocar Robert De Niro dirigindo as cenas com Marlon Brando, deixando Oz na direção do restante do filme. Um absurdo e um caos completo. O resultado final ficou confuso, como era de se esperar. Brando, visivelmente entediado e atuando com má vontade, não acrescentou muito. Coube então a Robert De Niro e Edward Norton tentarem salvar o filme no quesito atuação, mas tudo acabou ficando na média mesmo, em um plano convencional. É uma pena que "The Score" no final de tudo não conseguiu cumprir tudo o que se esperava dele.
Pablo Aluísio.
domingo, 7 de janeiro de 2018
Brain on Fire
Título Original: Brain on Fire
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Canadá, Irlanda
Estúdio: Foundation Features
Direção: Gerard Barrett
Roteiro: Gerard Barrett
Elenco: Chloë Grace Moretz, Thomas Mann, Richard Armitage, Carrie-Anne Moss, Jenny Slate, Tyler Perry
Sinopse:
Baseado em fatos reais, com roteiro escrito a partir do livro de memórias de Susannah Cahalan, o filme mostra o sério problema de saúde que enfrentou logo no começo de sua vida profissional como jornalista, quando se viu incapacitada por uma enfermidade, uma doença rara, pouco conhecida pelos médicos.
Comentários:
Gostei desse filme. O enredo é dramático, triste e não recomendado para quem não gosta desse tipo de roteiro. Basicamente temos essa jovem jornalista que acaba conseguindo um emprego dos sonhos em um famoso e popular jornal de Nova Iorque. Tudo vai caminhando bem, ela vai subindo na carreira, até que começa a apresentar um estranho comportamento. No começo todos desconfiam que ela está usando drogas ou algo do tipo, mas na verdade ela começa a apresentar os sintomas de uma doença mental que intriga os médicos. Eles não conseguem chegar em um diagnóstico seguro. Para alguns ela estaria sofrendo de uma bipolaridade extrema, para outros estaria na realidade esquizofrênica. Enquanto a garota sofre, seus pais e seu namorado pressionam os médicos para chegarem numa conclusão, que parece nunca vir. Sua salvação vem na figura do professor de medicina de uma prestigiada universidade que descobre que ela na verdade está sofrendo de uma síndrome auto imune praticamente desconhecida da ciência. Chloë Grace Moretz interpreta a protagonista que passa praticamente todo o filme hospitalizada, algumas vezes catatônica. Sua interpretação é OK, mas não chega a ser brilhante. Tampouco compromete o resultado final de um filme até muito interessante, que chama a atenção para uma nova doença mental que cada vez mais tem se espalhado pela população em geral. Vale a pena conferir, principalmente se você for um profissional da área de saúde.
Pablo Aluísio.
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Canadá, Irlanda
Estúdio: Foundation Features
Direção: Gerard Barrett
Roteiro: Gerard Barrett
Elenco: Chloë Grace Moretz, Thomas Mann, Richard Armitage, Carrie-Anne Moss, Jenny Slate, Tyler Perry
Sinopse:
Baseado em fatos reais, com roteiro escrito a partir do livro de memórias de Susannah Cahalan, o filme mostra o sério problema de saúde que enfrentou logo no começo de sua vida profissional como jornalista, quando se viu incapacitada por uma enfermidade, uma doença rara, pouco conhecida pelos médicos.
Comentários:
Gostei desse filme. O enredo é dramático, triste e não recomendado para quem não gosta desse tipo de roteiro. Basicamente temos essa jovem jornalista que acaba conseguindo um emprego dos sonhos em um famoso e popular jornal de Nova Iorque. Tudo vai caminhando bem, ela vai subindo na carreira, até que começa a apresentar um estranho comportamento. No começo todos desconfiam que ela está usando drogas ou algo do tipo, mas na verdade ela começa a apresentar os sintomas de uma doença mental que intriga os médicos. Eles não conseguem chegar em um diagnóstico seguro. Para alguns ela estaria sofrendo de uma bipolaridade extrema, para outros estaria na realidade esquizofrênica. Enquanto a garota sofre, seus pais e seu namorado pressionam os médicos para chegarem numa conclusão, que parece nunca vir. Sua salvação vem na figura do professor de medicina de uma prestigiada universidade que descobre que ela na verdade está sofrendo de uma síndrome auto imune praticamente desconhecida da ciência. Chloë Grace Moretz interpreta a protagonista que passa praticamente todo o filme hospitalizada, algumas vezes catatônica. Sua interpretação é OK, mas não chega a ser brilhante. Tampouco compromete o resultado final de um filme até muito interessante, que chama a atenção para uma nova doença mental que cada vez mais tem se espalhado pela população em geral. Vale a pena conferir, principalmente se você for um profissional da área de saúde.
Pablo Aluísio.
Os Segredos da Bíblia
Título no Brasil: Os Segredos da Bíblia
Título Original: Bible's Buried Secrets
Ano de Produção: 2011
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Studios
Direção: Rob Cowling, Emily Davis
Roteiro: Jean-Claude Bragard, Rob Cowling
Elenco: Francesca Stavrakopoulou, Aren Meir, Israel Finkelstein, Yosef Garfinkel, Doron Spielman, Baruch Halpern
Sinopse:
Documentário contando com especialistas em arqueologia bíblica que tentam provar com relíquias e rastros deixados pelo passado, a veracidade ou não das histórias que são contadas no velho testamento.
Comentários:
Essa série de documentários na verdade contou com três episódios apenas: "Did King David's Empire Exist?" (O Império do Rei Davi existiu?), "Did God Have a Wife?" ("Deus teve uma esposa?") e finalmente "The Real Garden of Eden" ("O verdadeiro Jardim do Éden"). O interessante é que pouco se comprovou das histórias contadas no velho testamento. Isso é até relativamente fácil de explicar. Além do fator temporal (O Rei Davi, por exemplo, teria vivido mil anos antes de Cristo), o território de Israel foi palco de inúmeras invasões de povos inimigos ao longo de toda a sua história, destruindo sítios arqueológicos e monumentos que poderiam servir para a arqueologia atual como prova das antigas histórias. A série mostra, por exemplo, como é complicado nos dias de hoje provar a existência histórica de Moisés. Muitos historiadores da Israel atual supõem que o número de judeus que fugiram do Egito foi bem menor do que o relatado no livro do Exodus. Eles provavelmente também não ficaram por 40 anos andando nas areias escaldantes do deserto como algumas traduções das escrituras querem fazer crer. Assim fica a curiosidade de saber o que a arqueologia moderna tem a dizer sobre as origens do povo hebreu. Cheio de informações e teses propostas por esses estudiosos, os três episódios formam um mosaico bem curioso do mundo antigo, dos tempos de Salomão e Abraão.
Pablo Aluísio.
Título Original: Bible's Buried Secrets
Ano de Produção: 2011
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Studios
Direção: Rob Cowling, Emily Davis
Roteiro: Jean-Claude Bragard, Rob Cowling
Elenco: Francesca Stavrakopoulou, Aren Meir, Israel Finkelstein, Yosef Garfinkel, Doron Spielman, Baruch Halpern
Sinopse:
Documentário contando com especialistas em arqueologia bíblica que tentam provar com relíquias e rastros deixados pelo passado, a veracidade ou não das histórias que são contadas no velho testamento.
Comentários:
Essa série de documentários na verdade contou com três episódios apenas: "Did King David's Empire Exist?" (O Império do Rei Davi existiu?), "Did God Have a Wife?" ("Deus teve uma esposa?") e finalmente "The Real Garden of Eden" ("O verdadeiro Jardim do Éden"). O interessante é que pouco se comprovou das histórias contadas no velho testamento. Isso é até relativamente fácil de explicar. Além do fator temporal (O Rei Davi, por exemplo, teria vivido mil anos antes de Cristo), o território de Israel foi palco de inúmeras invasões de povos inimigos ao longo de toda a sua história, destruindo sítios arqueológicos e monumentos que poderiam servir para a arqueologia atual como prova das antigas histórias. A série mostra, por exemplo, como é complicado nos dias de hoje provar a existência histórica de Moisés. Muitos historiadores da Israel atual supõem que o número de judeus que fugiram do Egito foi bem menor do que o relatado no livro do Exodus. Eles provavelmente também não ficaram por 40 anos andando nas areias escaldantes do deserto como algumas traduções das escrituras querem fazer crer. Assim fica a curiosidade de saber o que a arqueologia moderna tem a dizer sobre as origens do povo hebreu. Cheio de informações e teses propostas por esses estudiosos, os três episódios formam um mosaico bem curioso do mundo antigo, dos tempos de Salomão e Abraão.
Pablo Aluísio.
sábado, 6 de janeiro de 2018
Os Caçadores da Arca Perdida
Decidi rever "Os Caçadores da Arca Perdida". Esse foi um filme que assisti pela primeira vez em minha adolescência (talvez fim da infância, não me recordo bem), que fazia muitos anos que tinha visto pela última vez. É a tal coisa, em relação a determinados filmes criamos uma certa nostalgia emocional, muitas vezes por termos assistido em determinada época de nossas vidas. Agora revendo o filme já não me pareceu tão encantador e especial. Afinal já sou outra pessoa, vivendo outra fase da minha existência. Reflexões existenciais à parte, também devo dizer que o trabalho de Steven Spielberg e George Lucas continua intacto e não foi afetado pela passagem dos anos.
A intenção da dupla foi recriar o espírito dos antigos filmes de matinês dos anos 40 e 50. Acertaram em cheio. Indiana Jones em sua primeira aparição no cinema, não deixa a bola cair em nenhum momento. O enredo criado e escrito por George Lucas é pura aventura nostálgica. Jones (Ford) é um professor de arqueologia que está sempre pronto a ir atrás de grandes relíquias do passado. Após colocar as mãos em uma antiga divindade de ouro dos Maias e ser passado para trás pelos nazistas, ele volta para os Estados Unidos. Então é procurado para ir atrás daquela que talvez seja a maior relíquia arqueológica da história, a Arca da Aliança, a mesma onde Moisés depositou os dez mandamentos.
Acontece que os nazistas também estão tentando localizar o lendário objeto, já que Hitler e seus imediatos eram particularmente interessados em ocultismo. Acreditavam que a posse da Arca da Aliança lhes trariam a invencibilidade nos campos de batalha. Indiana Jones então parte para sua aventura, inicialmente indo até o Nepal onde encontra a filha de um velho arqueólogo que achou o cajado que iria determinar a localização exata da Arca no deserto do Egito (como ela foi parar lá? O roteiro explica, foi roubada por um Faraó que destruiu o Templo de Salomão).
A partir daí o filme não cessa um minuto. É uma cena de ação e aventura atrás da outra. Tem de tudo, cenas de perseguição, a luta de Indiana Jones e um brutamontes nazista na frente do avião (que você certamente vai lembrar por causa do sangue jorrando para todos os lados pela hélice do aparelho) e é claro a descida de Indiana Jones até o templo onde a Aliança foi guardada e escondida (que aliás é repleto de cobras, que Jones simplesmente tem pavor). No final Spielberg e Lucas decidiram (com acerto) ir para o lado sobrenatural da situação, mostrando a Arca da Aliança como realmente um objeto de grande poder. Assim que a Arca é aberta pelos nazistas forças poderosas e inexplicáveis consomem a todos ao redor. Uma cena memorável que inclusive não perdeu seu impacto em termos de efeitos especiais.
O saldo final foi muito positivo. Rever "Raiders of the Lost Ark" sempre será um prazer, pelo visto. Claro que o mesmo impacto que tive quando assisti pela primeira vez nunca mais se repetirá. Esse foi consumido pelas areias do tempo. Mesmo assim é impossível negar que o filme ainda continua muito divertido e sagaz. Um símbolo da genialidade de Steven Spielberg, no auge de sua fase dourada e criativa, e George Lucas, que deixou o universo de "Star Wars" para criar outro universo igualmente saboroso e marcante na história do cinema.
Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, Estados Unidos, 1981) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman / Sinopse: Após ser passado para trás na busca de um artefato nas selvas da América Central, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contactado pelo governo americano para localizar a Arca da Aliança, que está sendo cobiçada pelos nazistas. Cabe a Jones achá-la antes que caia nas mãos de Hitler.
Pablo Aluísio.
A intenção da dupla foi recriar o espírito dos antigos filmes de matinês dos anos 40 e 50. Acertaram em cheio. Indiana Jones em sua primeira aparição no cinema, não deixa a bola cair em nenhum momento. O enredo criado e escrito por George Lucas é pura aventura nostálgica. Jones (Ford) é um professor de arqueologia que está sempre pronto a ir atrás de grandes relíquias do passado. Após colocar as mãos em uma antiga divindade de ouro dos Maias e ser passado para trás pelos nazistas, ele volta para os Estados Unidos. Então é procurado para ir atrás daquela que talvez seja a maior relíquia arqueológica da história, a Arca da Aliança, a mesma onde Moisés depositou os dez mandamentos.
Acontece que os nazistas também estão tentando localizar o lendário objeto, já que Hitler e seus imediatos eram particularmente interessados em ocultismo. Acreditavam que a posse da Arca da Aliança lhes trariam a invencibilidade nos campos de batalha. Indiana Jones então parte para sua aventura, inicialmente indo até o Nepal onde encontra a filha de um velho arqueólogo que achou o cajado que iria determinar a localização exata da Arca no deserto do Egito (como ela foi parar lá? O roteiro explica, foi roubada por um Faraó que destruiu o Templo de Salomão).
A partir daí o filme não cessa um minuto. É uma cena de ação e aventura atrás da outra. Tem de tudo, cenas de perseguição, a luta de Indiana Jones e um brutamontes nazista na frente do avião (que você certamente vai lembrar por causa do sangue jorrando para todos os lados pela hélice do aparelho) e é claro a descida de Indiana Jones até o templo onde a Aliança foi guardada e escondida (que aliás é repleto de cobras, que Jones simplesmente tem pavor). No final Spielberg e Lucas decidiram (com acerto) ir para o lado sobrenatural da situação, mostrando a Arca da Aliança como realmente um objeto de grande poder. Assim que a Arca é aberta pelos nazistas forças poderosas e inexplicáveis consomem a todos ao redor. Uma cena memorável que inclusive não perdeu seu impacto em termos de efeitos especiais.
O saldo final foi muito positivo. Rever "Raiders of the Lost Ark" sempre será um prazer, pelo visto. Claro que o mesmo impacto que tive quando assisti pela primeira vez nunca mais se repetirá. Esse foi consumido pelas areias do tempo. Mesmo assim é impossível negar que o filme ainda continua muito divertido e sagaz. Um símbolo da genialidade de Steven Spielberg, no auge de sua fase dourada e criativa, e George Lucas, que deixou o universo de "Star Wars" para criar outro universo igualmente saboroso e marcante na história do cinema.
Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, Estados Unidos, 1981) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman / Sinopse: Após ser passado para trás na busca de um artefato nas selvas da América Central, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contactado pelo governo americano para localizar a Arca da Aliança, que está sendo cobiçada pelos nazistas. Cabe a Jones achá-la antes que caia nas mãos de Hitler.
Pablo Aluísio.
Apenas um Garoto em Nova York
O filme se passa no meio editorial de Nova Iorque, mas no fundo é focado na família do jovem Thomas Webb (Callum Turner). Ele está naquela idade em que ainda não decidiu o que fazer. Ele terminou o colegial e não foi para a faculdade. Por isso passa os dias andando com a namorada Mimi pelas ruas da cidade. Durante uma noite de curtição em um restaurante ele pega seu próprio pai, Ethan Webb (Pierce Brosnan), aos beijos com uma desconhecida. Uma situação constrangedora e complicada de resolver, afinal ele deveria dizer para sua mãe da traição dele? Ou deveria varrer tudo para debaixo do tapete, evitando assim que seus pais se divorciassem?
De uma forma ou outra, Ethan começa a seguir os passos da amante do pai, Johanna (Kate Beckinsale). Descobre que ela trabalha no mercado de livros e pior do que tudo, acaba se apaixonando também por ela! Por fim fechando o círculo confuso de relacionamentos de sua vida pessoal, Ethan acaba conhecendo um escritor decadente e bêbado que mora no seu prédio, o outsider W.F. Gerald (Jeff Bridges). Autor de sucesso no passado, ele vive uma crise de criatividade, sempre procurando inspiração para sua próxima obra. Acaba encontrando na vida de Ethan o que procurava e traz a história do jovem para as páginas daquele que será seu futuro livro.
Embora tenha nuances de drama, esse filme não vai muito por esse caminho. Mesmo as situações mais dramáticas (como se apaixonar pela amante do pai) vai tendo resoluções mais ou menos brandas. O roteiro também sutilmente propõe que a cidade de Nova Iorque perdeu sua identidade nos últimos anos, deixando de ser a cidade artisticamente inspiradora do passado para se tornar apenas uma grande cidade, amorfa e sem graça. O triângulo amoroso envolvendo amante, pai e filho, curiosamente nem é a principal surpresa da trama, pois o personagem de Jeff Bridges revela ter algo a mais com Ethan do que ele jamais poderia imaginar. Em suma, um bom filme, que tenta ser sofisticado, retratando os moradores de Nova Iorque como pessoas mais intelectualizadas, mesmo sem escapar das armadilhas do destino que vão acontecendo com o passar dos anos.
Apenas um Garoto em Nova York (The Only Living Boy in New York, Estados Unidos, 2017) Direção: Marc Webb / Roteiro: Allan Loeb / Elenco: Pierce Brosnan, Jeff Bridges, Kate Beckinsale, Callum Turner, Cynthia Nixon, Kiersey Clemons / Sinopse: O jovem Thomas Webb (Callum Turner) descobre que seu pai, Ethan Webb (Pierce Brosnan), está tendo um caso amoroso fora do casamento com a bela e sensual Johanna (Kate Beckinsale). Enquanto não decide o que fazer, acaba conhecendo seu vizinho, um escritor decadente chamado W.F. Gerald (Jeff Bridges) que prontamente se coloca à sua disposição para resolver todos esses problemas em sua vida pessoal.
Pablo Aluísio.
De uma forma ou outra, Ethan começa a seguir os passos da amante do pai, Johanna (Kate Beckinsale). Descobre que ela trabalha no mercado de livros e pior do que tudo, acaba se apaixonando também por ela! Por fim fechando o círculo confuso de relacionamentos de sua vida pessoal, Ethan acaba conhecendo um escritor decadente e bêbado que mora no seu prédio, o outsider W.F. Gerald (Jeff Bridges). Autor de sucesso no passado, ele vive uma crise de criatividade, sempre procurando inspiração para sua próxima obra. Acaba encontrando na vida de Ethan o que procurava e traz a história do jovem para as páginas daquele que será seu futuro livro.
Embora tenha nuances de drama, esse filme não vai muito por esse caminho. Mesmo as situações mais dramáticas (como se apaixonar pela amante do pai) vai tendo resoluções mais ou menos brandas. O roteiro também sutilmente propõe que a cidade de Nova Iorque perdeu sua identidade nos últimos anos, deixando de ser a cidade artisticamente inspiradora do passado para se tornar apenas uma grande cidade, amorfa e sem graça. O triângulo amoroso envolvendo amante, pai e filho, curiosamente nem é a principal surpresa da trama, pois o personagem de Jeff Bridges revela ter algo a mais com Ethan do que ele jamais poderia imaginar. Em suma, um bom filme, que tenta ser sofisticado, retratando os moradores de Nova Iorque como pessoas mais intelectualizadas, mesmo sem escapar das armadilhas do destino que vão acontecendo com o passar dos anos.
Apenas um Garoto em Nova York (The Only Living Boy in New York, Estados Unidos, 2017) Direção: Marc Webb / Roteiro: Allan Loeb / Elenco: Pierce Brosnan, Jeff Bridges, Kate Beckinsale, Callum Turner, Cynthia Nixon, Kiersey Clemons / Sinopse: O jovem Thomas Webb (Callum Turner) descobre que seu pai, Ethan Webb (Pierce Brosnan), está tendo um caso amoroso fora do casamento com a bela e sensual Johanna (Kate Beckinsale). Enquanto não decide o que fazer, acaba conhecendo seu vizinho, um escritor decadente chamado W.F. Gerald (Jeff Bridges) que prontamente se coloca à sua disposição para resolver todos esses problemas em sua vida pessoal.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
Lady Bird
Esse filme acabou de ser premiado pelo Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz (Saoirse Ronan). Ambas premiações mais do que justas. Aliás é bom salientar que Saoirse Ronan caminha a passos largos para se tornar a melhor atriz de sua geração. Ela começou muito jovem, ainda como a garotinha de olhos expressivos de "Desejo e Reparação" e depois de "Brooklyn" nada parece estar em seu caminho. Muito talentosa, ela aqui interpreta uma adolescente que insiste em ser chamada de "Lady Bird", embora seu nome real seja Christine.
Ela mora em uma pequena cidade da Califórnia chamada Sacramento. O lugar, em sua opinião, é muito sem graça. Por isso seu sonho e ir um dia embora para Nova Iorque. A família tem seus problemas. O pai está desempregado, o irmão mais velho, apesar de ser formado em uma ótima universidade, também não consegue um emprego, vivendo como caixa de supermercado. A mãe enfermeira segura a barra e faz de tudo para pagar uma boa escola católica para a filha, mas Lady Bird não parece muito interessada nos estudos. Ela está naquela fase da vida em que não sabe ainda o que quer, mas já sabe que uma das coisas que ela não deseja de jeito nenhum é ficar em Sacramento pelo resto de sua vida.
O nome "Lady Bird" aliás já diz muito. Ela quer ser livre, ir embora, como se fosse um passarinho. A oportunidade chega quando ela termina o High School. Sua chance de ir embora é ser aceita por alguma universidade, de preferência em Nova Iorque, a cidade de seus sonhos. O roteiro assim explora a vida dessa jovem comum, mostrando essa fase de transição em sua vida. Uma das melhores coisas dessa história é mostrar o dia a dia de uma estudante de escola católica. As amizades, verdadeiras e falsas, as primeiras decepções amorosas e a incerteza sobre o futuro. Tudo muito humano e bem conduzido. O filme é muito bacana por mostrar a vida de uma menina, quase mulher, que certamente vai causar identificação em muita gente. É um filme realmente muito bom, acima da média. Está mais do que recomendado para quem gosta de filmes que conseguem mostrar a beleza que existe na vida comum de cada um.
Lady Bird: É Hora de Voar (Lady Bird, Estados Unidos, 2017) Direção: Greta Gerwig / Roteiro: Greta Gerwig / Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts, Lucas Hedges / Sinopse: Christine 'Lady Bird' McPherson (Saoirse Ronan) é uma estudante de escola católica que está em seu último ano antes de ir para uma universidade. Uma época de muitas descobertas em sua vida, a primeira grande paixão, as amizades e a vida na pequena Sacramento. Seu sonho é um dia ir embora para Nova Iorque. Sua maior chance disso acontecer é ser aceita em uma das universidades da cidade.
Pablo Aluísio.
Ela mora em uma pequena cidade da Califórnia chamada Sacramento. O lugar, em sua opinião, é muito sem graça. Por isso seu sonho e ir um dia embora para Nova Iorque. A família tem seus problemas. O pai está desempregado, o irmão mais velho, apesar de ser formado em uma ótima universidade, também não consegue um emprego, vivendo como caixa de supermercado. A mãe enfermeira segura a barra e faz de tudo para pagar uma boa escola católica para a filha, mas Lady Bird não parece muito interessada nos estudos. Ela está naquela fase da vida em que não sabe ainda o que quer, mas já sabe que uma das coisas que ela não deseja de jeito nenhum é ficar em Sacramento pelo resto de sua vida.
O nome "Lady Bird" aliás já diz muito. Ela quer ser livre, ir embora, como se fosse um passarinho. A oportunidade chega quando ela termina o High School. Sua chance de ir embora é ser aceita por alguma universidade, de preferência em Nova Iorque, a cidade de seus sonhos. O roteiro assim explora a vida dessa jovem comum, mostrando essa fase de transição em sua vida. Uma das melhores coisas dessa história é mostrar o dia a dia de uma estudante de escola católica. As amizades, verdadeiras e falsas, as primeiras decepções amorosas e a incerteza sobre o futuro. Tudo muito humano e bem conduzido. O filme é muito bacana por mostrar a vida de uma menina, quase mulher, que certamente vai causar identificação em muita gente. É um filme realmente muito bom, acima da média. Está mais do que recomendado para quem gosta de filmes que conseguem mostrar a beleza que existe na vida comum de cada um.
Lady Bird: É Hora de Voar (Lady Bird, Estados Unidos, 2017) Direção: Greta Gerwig / Roteiro: Greta Gerwig / Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts, Lucas Hedges / Sinopse: Christine 'Lady Bird' McPherson (Saoirse Ronan) é uma estudante de escola católica que está em seu último ano antes de ir para uma universidade. Uma época de muitas descobertas em sua vida, a primeira grande paixão, as amizades e a vida na pequena Sacramento. Seu sonho é um dia ir embora para Nova Iorque. Sua maior chance disso acontecer é ser aceita em uma das universidades da cidade.
Pablo Aluísio.
Billy Elliot
Esse filme foi baseado em fatos reais. É a singela história de um garoto cujo pai quer que ele se torne lutador de boxe. Por isso o matricula na academia do bairro. O menino é franzino, magro, não muito adequado para um esporte tão violento, que exige tanto do aspecto físico. Assim acaba acontecendo o óbvio: ele leva uma dúzia de surras no ringue. O pai, um mineiro, porém não quer saber, acha que ele vai ficar mais durão com esse tipo de lição. Só que o pior acontece (sob o ponto de vista do pai, claro) quando Billy começa a prestar atenção nas meninas que dançam ballet numa sala ao lado onde ele treina boxe. Ele fica encantando com a dança, com a beleza e a suavidade dos movimentos. Logo compra (escondido) um par de sapatilhas e começa a frequentar as aulas de ballet ao lado das meninas. Imagine quando o pai descobre toda a verdade...
O roteiro é bem humano e desnuda o preconceito, a visão estreita e a estupidez de certa pessoas (em especial do pai do garoto). O fato dele dançar ballet não o tornava obviamente um homossexual, longe disso. Porém como explicar isso a um turrão do interior? Pela bela mensagem que passa, focando na tolerância e no respeito pelas escolhas de cada pessoa, o filme acabou sendo indicado a três prêmios no Oscar, entre eles o de Melhor Roteiro, o que foi um grande feito para um filme como esse, de pequeno orçamento e produção modesta. Depois a história do Billy Elliot acabou sendo encenada de novo nos mais concorridos palcos de teatro de Nova Iorque e Londres, alcançado o mesmo (e merecido) sucesso.
Billy Elliot (Billy Elliot, Inglaterra, França, 2000) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Lee Hall / Elenco: Jamie Bell, Julie Walters, Jean Heywood / Sinopse: Um garoto sonha em aprender a dançar ballet, mas para isso vai ter que superar os preconceitos de seu pai, um mineiro das minas de carvão, que acha que isso é coisa de homossexual. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção (Stephen Daldry), Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Walters) e Melhor Roteiro Original (Lee Hall). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Walters). Vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Filme Britânico, Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Walters) e Melhor Ator (Jamie Bell).
Pablo Aluísio.
O roteiro é bem humano e desnuda o preconceito, a visão estreita e a estupidez de certa pessoas (em especial do pai do garoto). O fato dele dançar ballet não o tornava obviamente um homossexual, longe disso. Porém como explicar isso a um turrão do interior? Pela bela mensagem que passa, focando na tolerância e no respeito pelas escolhas de cada pessoa, o filme acabou sendo indicado a três prêmios no Oscar, entre eles o de Melhor Roteiro, o que foi um grande feito para um filme como esse, de pequeno orçamento e produção modesta. Depois a história do Billy Elliot acabou sendo encenada de novo nos mais concorridos palcos de teatro de Nova Iorque e Londres, alcançado o mesmo (e merecido) sucesso.
Billy Elliot (Billy Elliot, Inglaterra, França, 2000) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Lee Hall / Elenco: Jamie Bell, Julie Walters, Jean Heywood / Sinopse: Um garoto sonha em aprender a dançar ballet, mas para isso vai ter que superar os preconceitos de seu pai, um mineiro das minas de carvão, que acha que isso é coisa de homossexual. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção (Stephen Daldry), Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Walters) e Melhor Roteiro Original (Lee Hall). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Walters). Vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Filme Britânico, Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Walters) e Melhor Ator (Jamie Bell).
Pablo Aluísio.
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