sexta-feira, 16 de junho de 2017
A Fronteira
Título Original: Borderline
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Jerrold Freedman
Roteiro: Jerrold Freedman, Steve Kline
Elenco: Charles Bronson, Ed Harris, Bruno Kirby, Bert Remsen, Karmin Murcelo
Sinopse:
Na fronteira entre México e Estados Unidos, um grupo de policiais americanos tenta evitar a entrada de imigrantes ilegais em seu país. Eles são liderados pelo xerife Jeb Maynard (Charles Bronson) que resolve apertar o cerco após a morte de um veterano patrulheiro da fronteira que era seu amigo pessoal. A partir daí ele começa a investigar o assassinato e descobre que por trás de tudo pode estar um homem especializado em atravessar imigrantes mexicanos pela fronteira. Caberá a Jeb descobrir sua identidade e das pessoas poderosas que estariam financiando suas atividades criminosas.
Comentários:
Em tempos de Donald Trump e sua política de imigração nada mais interessante do que assistir a esse filme estrelado por Charles Bronson. É a tal coisa, a imigração ilegal é um problema bem velho para os americanos pois há mais de 30 anos atrás a situação já era considerada fora de controle. Em determinado momento do filme o xerife de Bronson dá uma ideia do caos que impera naquela região. Ele explica aos seus subordinados que quando começou a trabalhar na fronteira eles prendiam no máximo 10 mexicanos por mês tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos, mas que agora eram mais de três mil por semana! E isso em 1980, quando o filme foi produzido! Imagine a situação nos dias atuais... Além do roteiro esclarecedor que mostra como a imigração ilegal é mesmo um grande negócio para policiais mexicanos corruptos e empresas de fachada do lado americano, o filme também explora as mortes e a profunda exploração dos coiotes em relação aos imigrantes. Um desses coiotes é o grande vilão do filme, um veterano da guerra do Vietnã interpretado por Ed Harris. Usando o que aprendeu no exército ele passa a trabalhar no transporte de imigrantes ilegais, muitas vezes cometendo crimes para isso. Um desses crimes é justamente o assassinato que Bronson passa a investigar. Ele mata um velho patrulheiro da fronteira e quando a bala que o matou ricocheteia em um jovem mexicano ele não pensa duas vezes e mata o rapaz também, tudo a sangue frio. Totalmente rodado na fronteira desértica entre os dois países esse é sem dúvida um dos melhores filmes sobre o tema. Tem cenas excelentes de ação e também um roteiro que é ao mesmo tempo esclarecedor e conscientizador. Um filme muito bom, hoje pouco lembrado. Assista para entender melhor a política do atual presidente americano sobre a imigração ilegal que assola aquela nação.
Pablo Aluísio.
A Sombra de Chikara
Título Original: The Shadow of Chikara
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Embassy Pictures
Direção: Earl E. Smith
Roteiro: Earl E. Smith
Elenco: Joe Don Baker, Sondra Locke, Ted Neeley, Dennis Fimple
Sinopse:
Com o fim da Guerra Civil Americana, ex-soldados confederados passam a vagar pela imensidão do deserto do oeste americano. Nessas terras isoladas e hostis eles acabam conhecendo uma velha lenda nativa que afirma que há tesouros escondidos nas montanhas do Arkansas. Eles decidem então ir em busca da fortuna, mas acabam descobrindo que forças desconhecidas e sobrenaturais protegem aquele santuário perdido.
Comentários:
Filme de faroeste dos anos 1970 que não deixa de ser muito curioso e interessante, principalmente pela exploração por parte do roteiro de aspectos referentes ao sobrenatural e ao misticismo. Pegando carona no sucesso da época de filmes de terror, o diretor e roteirista Earl E. Smith tentou criar um filme que fosse ao mesmo de western e terror, tentando unir os dogmas de ambos os gêneros cinematográficos. Não ficou uma obra prima, longe disso, mas também passa longe de ser uma bomba ou uma decepção. Há elementos que realmente fazem com que o espectador fique atenta aos acontecimentos até o fim do filme. Smith conseguiu realmente, de fato, explorar bem o suspense, o inexplicável e o mistério. No elenco não há grandes astros e estrelas, apenas a atriz Sondra Locke é mais conhecida dos fãs de filmes de western, principalmente por ela ser casada na época com Clint Eastwood, que dizem alguns boatos, também ajudou na realização desse filme de western e magia! Enfim, uma obra bem interessante, curiosa e bem fotografada, toda filmada nas terras onde nasceu o ex-presidente americano Bill Clinton. Coloque em sua lista, a conferir.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 15 de junho de 2017
Sublime Tentação
Sua vida bucólica porém chega ao fim quando explode a guerra civil americana. Exércitos da União e da Confederação começam uma grande carnificina. Como Quaker, o rancheiro Jess (Cooper) se recusa a lutar, mas isso se torna impossível a partir do momento em que a guerra vem até sua fazenda. Tropas rebeldes do sul estão chegando em suas terras e isso definitivamente não seria uma boa notícia pois eles costumavam queimar tudo por onde passavam. Como agora ele conseguirá proteger seus bens e sua família sem que para isso tenha que usar da violência? Passará por cima de suas convicções religiosas para se proteger e aos seus entes queridos? Essas perguntas parecem estar no centro de tudo. O roteiro testa os limites da família de Jess para ver até que ponto eles estariam dispostos a ir, seguindo os ensinamentos de sua religião. Com ótima produção, excelente elenco e roteiro rico e detalhista, esse western é certamente um dos melhores estrelados pelo genial Cooper que inclusive está em seu tipo habitual, a do homem simples, mas profundamente ético e honesto, que se vê diante de uma situação excepcional. A direção ficou a cargo do cineasta William Wyler, o mesmo diretor do maior clássico épico de todos os tempos "Ben-Hur". Claro que uma comparação entre as duas obras seria equivocada sob qualquer ponto de vista. Mesmo assim vale para lembrar ao fã de cinema de que esse também não é um filme qualquer. Muito pelo contrário, é um ótimo clássico western dos anos 50. Imperdível.
Sublime Tentação (Friendly Persuasion, Estados Unidos, 1956) Direção: William Wyler / Roteiro: Michael Wilson, baseado no livro de Jessamyn West / Elenco: Gary Cooper, Dorothy McGuire, Anthony Perkins / Sinopse: Fazendeiro Quaker (Cooper) tenta defender e proteger sua família e sua fazenda durante a sangrenta Guerra Civil Americana. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Som, Melhor Música e Melhor Ator Coadjuvante (Anthony Perkins). Filme premiado com o Globo de Ouro na categoria de revelação masculina (Perkins).
Pablo Aluísio.
À Borda da Morte
O roteiro desse filme é bem interessante porque mostra um xerife em seus anos finais. Ele está velho, tem problemas de visão, sua vista se torna cada vez mais embaçada e isso para alguém que precisava enfrentar todos os tipos de criminosos torna tudo ainda mais delicado. O roteiro e a produção são bons, porém o grande atrativo vem do elenco, principalmente do trio principal de protagonistas. Um ainda muito jovem Jeffrey Hunter interpreta um cowboy que chega na cidade, provavelmente em busca de vingança pela morte do pai. Robert Ryan é o xerife que sabe que sua hora decisiva está muito provavelmente bem próxima e a bela Virginia Mayo é a dona de um saloon local, uma mulher que deseja vencer na vida no mundo dos negócios. Em alguns momentos o enredo me lembrou de filmes como "Onde Começa o Inferno" e até mesmo "Matar ou Morrer", mas é preciso reconhecer que esse roteiro não tem a mesma consistência psicológica ou de desenvolvimento dos principais personagens como nesses grandes clássicos do western americano. É certamente um bom faroeste, valorizado pelos momentos de tensão, porém não chega a ser um dos grandes clássicos do gênero. Competente e bem realizado, cumpre suas pretensões, mas sem chegar a um nível tão alto.
À Borda da Morte (The Proud Ones, Estados Unidos, 1956) Direção: Robert D. Webb / Roteiro: Edmund H. North, Joseph Petracca / Elenco: Robert Ryan, Virginia Mayo, Jeffrey Hunter / Sinopse: Velho xerife precisa lidar com antigos inimigos em um momento particularmente complicado de sua vida, principalmente por não ter mais a mesma habilidade do passado. .
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 14 de junho de 2017
A Saga de um Fugitivo
Título Original: Desperado
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Television
Direção: Virgil W. Vogel
Roteiro: Elmore Leonard
Elenco: Alex McArthur, David Warner, Yaphet Kotto
Sinopse:
O cowboy Duell McCall (Alex McArthur) é injustamente acusado de um crime que não cometeu. Tentando fugir da cadeia, ao mesmo tempo em que tenta provar sua inocência, ele atravessa os desertos do Arizona em busca de justiça. Filme baseado na famosa canção "Desperado" do grupo de rock-country The Eagles.
Comentários:
Telefilme americano lançado no Brasil em VHS pelo selo CIC (que era especializado em lançar no mercado brasileiro filmes dos estúdios Paramount e Universal). Em termos gerais fica claro desde o começo que o filme tenta seguir os passos de "Silverado", um faroeste que fez muito sucesso nos cinemas durante a década de 1980. A diferença básica é que aqui o orçamento foi bem mais modesto, uma vez que o filme foi realizado para ser exibido na TV americana. Mesmo assim há coisas interessantes nessa produção. Uma delas é o fato de seu roteiro ter sido escrito pelo grande Elmore Leonard, roteirista veterano de filmes de western onde se destacam clássicos como "Galante e Sanguinário", "Quando os Bravos se Encontram" e "Hombre". Além de roteirista aclamado ele também foi um produtivo escritor, tendo vários de seus livros adaptados para o cinema. Nesse aqui ele usou como matéria prima uma música do grupo The Eagles. Conforme ele próprio explicou: "Assim que ouvi essa canção pensei em um roteiro completo. Todos os elementos estavam lá. Só era necessário escrever a adaptação!". Dito e feito, acabou escrevendo um ótimo roteiro, bem melhor do que o próprio filme. Quem sabe um dia esse texto não ganhe um remake mais bem produzido? É esperar para ver.
Pablo Aluísio.
Heróis da Polícia Montada
Título Original: The Canadians
Ano de Produção: 1961
País: Inglaterra
Estúdio: Associated Producers (API)
Direção: Burt Kennedy
Roteiro: Burt Kennedy
Elenco: Robert Ryan, John Dehner, Torin Thatcher
Sinopse:
Com a violência e a brutalidade das chamadas guerras indígenas no oeste selvagem dos Estados Unidos, uma grande parte dos guerreiros nativos da tribo Sioux resolvem cruzar a fronteira, indo para o vizinho Canadá. A chegada é inicialmente pacífica, pois sequer existem tropas canadenses naquela região, mas logo começam os atritos e conflitos entre os Sioux e cowboys que vivem da caça naquelas montanhas, dando origem a um novo ciclo de violência e mortes. Os soldados americanos também estão atrás dos assassinos do General Custer e sua sétima cavalaria.
Comentários:
Um western britânico contando parte da história das guerras indígenas em solo canadense? No mínimo interessante e curioso. O filme tem um bom roteiro e boas cenas de batalha, valorizado ainda mais pelas belas paisagens das regiões canadenses mais distantes e isoladas. O diretor Burt Kennedy quis inicialmente que todo o filme fosse rodado em locações naturais, mas naquela época isso era praticamente impossível. Assim ele deslocou uma unidade de produção para filmar as paisagens, enquanto rodava cenas em estúdio. O resultado, apesar de um pouco irregular, convence. O roteiro explora a fundação da Northwest Mounted Police, que seria a unidade pioneira da hoje famosa Polícia Montada Canadense, um dos orgulhos nacionais daquela nação. No contexto histórico em que o filme foi rodado esse destacamento militar funcionava também como parte do exército canadense, algo que hoje em dia não mais ocorre. Obviamente que o roteiro tem um lado bem ufanista, que soa em determinados momentos como muito inocentes hoje em dia. Isso porém não desqualifica a produção como puro espetáculo de diversão cinematográfica, valorizado ainda mais pelo elenco, com o galã Robert Ryan no papel principal, a do comandante e inspetor William Gannon. Seus atos de bravura, em tempos tão cinicamente presentes como os dias atuais, vão até soar meio cafonas. Ignore isso, veja como parte do charme nostálgico do filme e se divirta, acima de tudo. Vai valer a pena.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 13 de junho de 2017
American Gods
American Gods - Primeira Temporada
Segue abaixo alguns reviews que escrevi da boa série "American Gods" que no Brasil recebeu o título nacional de "Deuses Americanos". É uma série das mais estranhas e fora dos padrões, por essa razão mesmo ganhou um status cult, apreciada por um grupo de fãs dos quadrinhos originais que ficaram bem satisfeitos com o resultado final da série de TV. Nessa primeira temporada acompanhamos o protagonista, um homem em busca de redenção, que acaba encontrando antigos deuses do passado, hoje completamente sem fiéis, desacreditados. Deuses de religiões que não existem mais. Segue abaixo textos sobre a série, conforme assisti na época.
Episódios Comentados:
American Gods 1.01 - The Bone Orchard
Os quadrinhos não invadiram apenas o cinema, mas o mundo das séries de TV também. Esse "American Gods" é uma adaptação do quadrinista Neil Gaiman, um autor que tem bastante prestigio entre os fãs dos comics. Como nunca li o material original cai de paraquedas aqui nesse primeiro episódio. Digo com antecedência que nada é muito claro ou objetivo. Há um personagem principal, o protagonista, um homem negro que sai da prisão após cumprir sua pena. Nada de muito novo nesse sentido. Ao sair ele acaba conhecendo uma série de personagens estranhos e bizarros, que não são bem explicados pelo roteiro (pelo menos nesse primeiro momento). Já li certa vez que todos seriam deuses da antiguidade vivendo nos tempos atuais, mas nem sei se essa informação procede. De qualquer forma acabei gostando do resultado. A curiosidade me levará a acompanhar os próximos episódios para entender melhor o que se passa e que rumo tomará essa história nada comum. Outro fato que me fará seguir em frente, tentando gostar dessa série, é o fato dela ser produzido pelo canal Starz. Quem acompanhou "Spartacus" sabe bem do que estou falando. Então é isso. Ainda é cedo demais para avaliar com mais consistência, porém tudo pelo menos promete. Vamos ver o que virá daqui para frente. / American Gods 1.01 - The Bone Orchard (Estados Unidos, 2017) Direção: David Slade / Roteiro: Bryan Fuller, baseado na obra de Neil Gaiman / Elenco: Ricky Whittle, Emily Browning, Crispin Glover.
American Gods 1.02 - The Secret of Spoons
A primeira cena desse episódio é um achado. No século XVII somos levados aos porões de um navio negreiro levando escravos da África para a América. Um deles reza e ora para sua divindada que se materializa ali mesmo, na sua frente. A tal divindade da cultura africana explica que todos eles vão sofrer inúmeras violências e injustiças, algo que irá se perpetuar nos próximos séculos. Por isso todos devem se libertar, colocando fogo naquela embarcação holandesa, mesmo que todos venham a morrer. Afinal é melhor a morte do que a escravidão. Depois dessa cena realmente muito boa, somos levados de volta ao momento presente. Shadow Moon (Ricky Whittle) dirige o carro de seu patrão até Chicago. O chefe quer recuperar um martelo que sempre lhe pertenceu (seria ele a antiga divindade Thor, o Deus do Trovão?). Mr. Wednesday (Ian McShane) não abre o jogo sobre sua verdadeira identidade, apenas deixa pistas em alguns momentos. Além disso ele não se parece nada com Thor, mas sim com uma versão mais cansada e desanimada de Al Pacino! Estranho... De qualquer forma eles chegam em Chicago. O tal martelo está nas mãos de um conhecido. Um sujeito asqueroso com sotaque russo que vive com três irmãs (seriam todos eles deuses esquecidos da antiguidade também? Quem sabe...). O clímax do episódio acontece quando Shadow topa jogar um inocente jogo de damas, onde ele aposta sua própria vida. Caso perca será literalmente abatido na cabeça com o sangrento martelo. Tudo ao amanhecer... / American Gods 1.02 - The Secret of Spoons (Estados Unidos, 2017) Direção: David Slade / Roteiro: Michael Green, baseado na obra de Neil Gaiman / Elenco: Ricky Whittle, Ian McShane, Gillian Anderson, Emily Browning, Crispin Glover.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 12 de junho de 2017
Big Little Lies
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Jean-Marc Vallée, entre outros
Roteiro: Liane Moriarty, David E. Kelley, entre outros
Elenco: Reese Witherspoon, Nicole Kidman, Shailene Woodley, Alexander Skarsgård, Laura Dern
Episódios Comentados:
Big Little Lies 1.01 - Somebody's Dead
Essa nova série tem um elenco muito bom, acima da média, além de ter sido muito bem recomendada pela crítica. Esse primeiro episódio porém não me convenceu muito. Fiquei com a impressão de estar assistindo a uma versão adulta de "Pretty Little Liars". Saem as adolescentes e entram mulheres mais velhas, donas de casa, mães de famílias. Há um crime - não muito explicado - e durante as investigações um longo flashback é aberto, mostrando as principais envolvidas no assassinato de uma pessoa numa festa (o roteiro não explica muito além disso). Assim voltamos no tempo e encontramos uma série de personagens bem chatas (para dizer o mínimo). Todas parecem ser altamente falsas, frívolas e arrogantes.
A principal que puxa o coro é Madeline Martha Mackenzie (Reese Witherspoon) que fala pelos cotovelos e parece ter amizades (falsas) com todas as mulheres da região. Completam o quadro a recém chegada (e esquisita) Jane Chapman (Shailene Woodley) e a tímida e introvertida Celeste Wright (Nicole Kidman). O ponto alto da "dramaticidade" desse primeiro episódio é uma briguinha de pré-escola envolvendo os filhinhos delas. Muito chato. Certamente eu não faço parte do público que esse tipo de série quer alcançar, pois parece mesmo um novelão Made in USA. Não gostei muito desse primeiro episódio e muito provavelmente não irei acompanhar. Assisti mesmo por mera curiosidade e de fato não apreciei muito o que vi. A palavra chatice parece resumir tudo por aqui. / Big Little Lies 1.01 - Somebody's Dead (Estados Unidos, 2017) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Liane Moriarty, David E. Kelley / Elenco: Reese Witherspoon, Nicole Kidman, Shailene Woodley, Alexander Skarsgård, Laura Dern.
Pablo Aluísio.
Genius
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: National Geographic
Direção: Ron Howard, entre outros
Roteiro: Noah Pink, entre outros
Elenco: Geoffrey Rush, Johnny Flynn, Samantha Colley
Episódios Comentados:
Genius 1.01 - Einstein: Chapter One
Essa nova série é uma produção conjunta entre a Fox e a National Geographic, o que acaba unindo um ótimo roteiro (com precisão histórica) a um excelente elenco e direção. Essa primeira temporada conta a história do cientista Albert Einstein. São duas linhas temporais, duas linhas narrativas. A primeira se passa em 1895. Nessa época Einstein era apenas um jovem estudante que não sabia ao certo que rumo tomar na vida. Quando seu pai decide se mudar para a Itália, Einstein fica sozinho na Alemanha, precisando lidar com a ausência dos pais. Ele inicialmente estuda para entrar na universidade de Berlim, porém logo depois muda de ideia, indo estudar na escola politécnica de Zurique, algo que irrita bastante seu pai. Na outra linha narrativa encontramos Einstein mais velho, já casado e dando aulas em uma universidade alemã.
O ano é 1932 e o nazismo começa a se espalhar, principalmente pela ação dos camisas pardas, a juventude de Hitler que começa a ameaçar e agredir judeus pelas ruas. Inicialmente Einstein, que era judeu, se recusa a deixar a Alemanha como queria sua esposa, mas depois começa a perceber que ir embora pode salvar sua vida. Ele tem convites para ensinar nos Estados Unidos e isso parece ser uma boa opção. A última cena desse episódio mostra Einstein passando por uma tensa entrevista na embaixada americana. A primeira esposa de Einstein se envolveu com grupos radicais de esquerda, o que talvez o impeça de entrar na América. Ótimo episódio inicial, com destacada reconstituição de época e uma bela interpretação do ator Geoffrey Rush como o famoso físico. Essas duas linhas narrativas, pelo visto vão seguir nos próximos episódios, unindo momentos temporais diferentes na vida de Einstein. Nada mais conveniente uma vez que o cientista sempre defendeu que o tempo nada mais era do que um aspecto relativo das leis do universo. / Genius 1.01 - Einstein: Chapter One (Estados Unidos, 2017) Direção: Ron Howard / Roteiro: Noah Pink / Elenco: Geoffrey Rush, Johnny Flynn, Samantha Colley.
Pablo Aluísio.
domingo, 11 de junho de 2017
John G. Avildsen
De certa maneira essa fórmula foi recriada em outro de seus grandes êxitos de bilheteria, "Karatê Kid - A Hora da Verdade" de 1984. No roteiro um adolescente americano chamado Daniel (Ralph Macchio), vítima de bullying e intimidação por caras mais fortes, acabava conhecendo um mestre japonês de artes marciais, o Sr. Miyagi (Pat Morita), que acabaria lhe passando importantes lições não apenas de luta, mas de vida. Essa foi a maior bilheteria da carreira do diretor nos anos 80, o que lhe fez voltar à direção na sua continuação, dois anos depois, no também bem sucedido "Karate Kid II - A Hora da Verdade Continua". Para muitos essa primeira sequência seria até superior ao primeiro filme, todo rodado no Japão, na terra natal do Sr. Miyagi. Já o terceiro filme, "Karate Kid 3 - O Desafio Final" já não foi considerado tão bom assim, encerrando a participação do cineasta nessa franquia.
Em relação a Rocky, John G. Avildsen voltou à série em "Rocky V". Foi acima de tudo um convite generoso e de gratidão por parte de Stallone ao diretor que havia transformado seu velho sonho em realidade. Esse quinto filme não foi considerado tão bom, até porque já havia uma certa saturação em torno do personagem. Mesmo assim, com esse recepção um pouco fria por parte de público e crítica, o filme ainda tem seus defensores. O diretor também teve o privilégio de trabalhar ao lado do gênio da atuação Marlon Brando em "A Fórmula" de 1980. Na realidade ele teve a complicada tarefa de dirigir dois monstros da atuação nessa produção, pois ao lado de Brando havia também George C. Scott no elenco. Considerado um dos grandes atores de sua geração, era também tão temperamental quanto o próprio Brando.
Outros dois filmes dignos de nota de sua curta filmografia (ele realmente não chegou a dirigir muitos filmes ao longo dos anos) foi o drama "Meu Mestre, Minha Vida" que para muitos trouxe uma das melhores atuações do ator Morgan Freeman. Já a comédia "Estranhos Vizinhos" trazia a excelente dupla de comediantes John Belushi e Dan Aykroyd em um roteiro bem escrito, explorando o humor na vida cotidiana de duas famílias tipicamente suburbanas da América. Foi uma rara experiência fazendo humor, já que essa não era bem a praia do diretor. Mesmo assim se saiu muito bem nessa divertida comédia de costumes.
Pablo Aluísio.