sábado, 18 de janeiro de 2014

O Informante

Título no Brasil: O Informante
Título Original: The Insider
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Michael Mann
Roteiro: Marie Brenner, Eric Roth
Elenco: Russell Crowe, Al Pacino, Christopher Plummer

Sinopse: 
O filme narra a estória de um ex-executivo da indústria de cigarros dos Estados Unidos que após anos trabalhando em uma grande empresa decide revelar todo o jogo antiético das corporações que sempre em busca de grandes lucros promovem modificações na composição de seus produtos visando aumentar a dependência dos seus usuários. Baseado em fatos reais. Indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção (Michael Mann), melhor ator (Russell Crowe), melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor montagem e melhor som. Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor filme - drama, melhor direção (Michael Mann), melhor ator em drama (Russel Crowe), melhor roteiro e melhor trilha sonora original.

Comentários:
Durante décadas a indústria do tabaco nos Estados Unidos (e por extensão do mundo todo) promoveu estudos internos tentando encontrar algum resultado positivo em seu produto. Tudo o que concluiu porém foi que o tabaco era certamente responsável por terríveis doenças como o câncer de pulmão, entre outros. Obviamente que por mero interesse comercial (havia milhões em jogo) tudo foi varrido para debaixo do tapete. Como se isso não bastasse, de forma sorrateira, algumas empresas também começaram a apostar numa mudança na composição química de seus cigarros para aumentar o nível de dependência de seus usuários, os fumantes, tanto passivos como ativos. Tal comportamento, completamente antiético e ilegal, só veio à tona quando um ex-executivo da própria indústria americana resolveu abrir o jogo em um artigo publicado em um dos grandes jornais de Nova Iorque, mostrando todo o jogo sujo que havia por trás das grandes indústrias do fumo nos Estados Unidos.

Foi a partir desse material que nasceu "O Informante". Se trata de um filme que se propõe a denunciar o que está por baixo das pesquisas feitas pelas milionárias empresas que comercializam cigarros na América. O personagem interpretado por Russell Crowe pode até soar esquisito para alguns, mas o valor de seu trabalho não pode ser contestado. Crowe se entregou de corpo e alma ao papel e acabou recebendo importantes indicações para todos os principais prêmios da indústria do cinema (Oscar, Globo de Ouro, BAFTA e até Satellite Awards). Some-se a isso o excelente elenco de apoio que conta com monstros como Al Pacino (pouco tempo em cena, mas marcante como sempre) e Christopher Plummer e você entenderá a força da mensagem dessa produção. É um filme para reflexão, bem investigativo e que levanta questões importantes. Por essa razão talvez não desperte mais nem sequer a curiosidade dos mais jovens hoje em dia, mais interessados em banalidades. De qualquer forma para quem está em busca de respostas sobre o tema ainda não há nada melhor no cinema.

Pablo Aluísio.

A Hora do Espanto 2 (2013)

Título no Brasil: A Hora do Espanto 2
Título Original: Fright Night 2
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Gaeta / Rosenzweig Films
Direção: Eduardo Rodriguez
Roteiro: Matt Venne
Elenco: Will Payne, Jaime Murray, Sean Power

Sinopse: 
Charley Brewster (Will Payne) é um estudante americano que vai para a Romênia participar de um curso sobre história da arte européia. A professora é a bonita e sexy Gerri Dandridge (Jaime Murray) que durante as aulas começa a exercer um estranho fascínio em Charley. Ele fica intrigado com ela e para sua surpresa acaba presenciando nos corredores da universidade, numa noite escura, a morte de um aluno pelas mãos de Gerri, que na verdade nada mais é do que uma vampira secular, sempre em busca de sangue de seus jovens alunos. Agora, desesperado, ele parte a procura de ajuda e ao lado do amigo Evil (Chris Waller) tentará convencer o apresentador de reality shows sobre temas misteriosos, Peter Vincent (Sean Power), a participar da caçada contra a vampira sanguinária. 

Comentários:
Isso tem se tornado comum ultimamente nos Estados Unidos. Continuações de grandes sucessos do passado sendo lançadas diretamente no mercado de DVD. Com orçamentos bem mais modestos e elenco desconhecido do grande público esse tipo de lançamento visa faturar alguns trocados a mais em cima do nome comercial forte de franquias que não despertam mais o interesse dos grandes estúdios. Esse "Fright Night 2" traz um roteiro genérico, que tenta mais uma vez parecer diferente dos demais filmes, mesmo sendo em última análise igual aos anteriores. Os personagens que conhecemos (Charley, Evil e Peter Vincent) estão todos lá, com novos atores, mas obviamente sem o mesmo charme de antigamente. O curioso é que se "A Hora do Espanto" (o original de 1985) investia brilhantemente em um um terror com pitadas divertidas de um humor mais cômico, esse aqui não tem nada de engraçado. O roteiro pega carona na lenda de Elizabeth Báthory, a condessa que matava jovens virgens para se banhar em seu sangue, em busca de uma suposta juventude e beleza eternas. Essa mulher que realmente existiu acabou inspirando Bram Stoker na composição de seu mais famoso e imortal livro, "Drácula" em 1897. Assim espere pelo pacote completo, mortes, banheiras (e piscinas!) cheias de sangue humano e uma ou outra cena mais violenta. A atriz Jaime Murray que interpreta a vampira de fato é uma mulher muito bonita mas como atriz deixa a desejar. O personagem Peter Vincent, que tanto carisma emprestou ao filme original, está novamente desfigurado, sem graça, sem charme. Só recomendaria mesmo essa produção aos fãs da franquia "Fright Night" mas mesmo assim apenas para servir como mera curiosidade. Se você for esperar por algo especial vai se decepcionar. O filme até tem alguns bons momentos (como a cena inicial do ataque no posto de gasolina) mas no geral é um filme de terror apenas bem mediano. 

Pablo Aluísio.

Rota de Fuga

Título no Brasil: Rota de Fuga
Título Original: Ticket Out
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Disparate Films, Minds Eye Entertainment
Direção: Doug Lodato
Roteiro: Suzanne Collins, Doug Lodato
Elenco: Ray Liotta, Alexandra Breckenridge, Colin Ford, Billy Burke

Sinopse: 
Após um fim de casamento muito complicado, a divorciada Jocelyn (Alexandra Breckenridge) precisa proteger seus dois filhos de seu ex-marido, um homem violento e abusivo. Para isso ela só conta a ajuda de Jim (Ray Liotta), um homem de fibra e coragem que assume a responsabilidade de proteger a família. Ele mostra para Jocelyn uma extensa rota de fuga que foi criada justamente para amparar famílias vítimas de violência doméstica como ela. Procurada pelo marido irascível Jocelyn agora precisa fugir por sua vida e a de seus filhos.

Comentários:
Na falta de argumentos melhores Hollywood resolveu transformar as eternas brigas pelas custódias dos filhos em um thriller de ação. A estrutura do filme porém é das mais convencionais, chegando muitas vezes a ter aquele jeitão de telefilmes baseados em fatos reais que tanto conhecemos. O roteiro é obviamente muito manipulador pois coloca o marido como um sujeito tão desprezível que logo cai na caricatura. Ray Liotta, mesmo interpretando um personagem supostamente do bem, não consegue perder seus maneirismos típicos de vilões. Não são poucas as cenas em que ele se comporta como se estivesse em "Os Bons Companheiros". Sua interpretação inclusive quase leva o espectador a acreditar que haverá algum tipo de reviravolta na trama, sendo ele o autor de algum plano maquiavélico no meio do caminho. Já Alexandra Breckenridge é uma beldade e tanto, uma loira muito bonita, com cara de modelo e que por isso se torna pouco convincente no papel de uma mãe desesperada querendo salvar seus dois filhos das garras do marido malvado. A trilha sonora incidental é péssima mas isso é compensando pela fotografia, pois há belas paisagens em cena. No saldo geral é um filme que não consegue ser muito convincente em muitos aspectos. Para uma noite de sábado sem balada porém até que pode servir para alguma coisa. Se for o seu caso tente, pois será exibido hoje à noite em Supercine, na Globo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Oscar 1987

Oscar 1987
Eu acompanho o Oscar com regularidade desde 1987. Por essa razão vou começar hoje uma pequena retrospectiva sobre o prêmio justamente por esse ano. Todas as sextas estarei falando sobre uma premiação do Oscar aqui no blog. É claro que entendo que o Oscar é antes de mais nada um espetáculo para as massas, mais um show dentro do muito apropriadamente chamado show business. Dito isso não significa que o filme que vence o Oscar de Melhor Filme em seu ano é de fato o mais perfeito lançado naquele período. Nada disso. Oscar além de um grande negócio para a Academia é também política! Como a votação é feita pelos próprios membros da Academia o indicado deve saber manejar bem seu jogo de relações públicas entre seus colegas, caso contrário nada feito. Pode ser o ator mais talentoso, o mais criativo diretor de todos os tempos ou o roteirista mais maravilhoso que nada levará. Oscar é isso, acima de tudo. Mesmo assim é impossível negar seu glamour e seu charme mesmo após tantas décadas. Pessoas que não ligam para o cinema acabam se interessando um pouco todos os anos, justamente por causa do Oscar. Negar isso é simplesmente negar a realidade dos fatos. O Oscar é justo? Quase nunca não! É importante para o cinema? Tenha plena certeza disso.

Pois bem, em 1987 o grande vencedor da noite foi "Platoon" de Oliver Stone. Era um filme escrito e dirigido por alguém que esteve na Guerra do Vietnã e viu de perto o absurdo daquele conflito. Na época Stone explicou que havia escrito o roteiro de "Platoon" (que significa em português, "Pelotão") pela simples razão de tentar entender por tudo o que passou. Era um tipo de auto análise, exorcismo pessoal, para finalmente superar tudo aquilo. O enredo era metade ficção e metade baseado em fatos reais. De fato é um ótimo texto, um excelente roteiro, que mostrava o outro lado do soldado americano. Não mais o herói dos antigos filmes de guerra mas sim um sujeito meio perdido, vivenciando uma guerra que mal compreendia e presenciando atos horrendos de violência gratuita - inclusive contra civis. "Platoon" daria mais força ainda ao chamado ciclo do Vietnã, uma série de filmes dos anos 80 sobre o conflito que até aquela década os americanos queriam mais era esquecer.

Concorreram ao Oscar de Melhor filme com "Platoon" naquele ano os filmes "Filhos do Silêncio", "Hannah e Suas Irmãs", "A Missão" e "Uma Janela para o Amor". Todos bons filmes, acima da média. Eu sou um defensor do número de apenas cinco concorrentes ao Oscar de melhor filme do ano. Hoje em dia como sabemos temos 10 indicados - um exagero completo! Cinco está de bom tamanho. Quando se indicam 10 filmes a tendência é que entrem bobagens entre os concorrentes (como inclusive já entrou nas últimas premiações). Desses quatro indicados eu destaco "Uma Janela para o Amor" do excelente diretor James Ivory (que também foi indicado ao Oscar de Melhor Direção). Ivory, gosto de repetir, é sinônimo de elegância, classe e sofisticação. Woody Allen e David Lynch (por "Veludo Azul") também concorreram naquele ano mas o vencedor foi mesmo Oliver Stone por "Platoon". Aliás é tradição o melhor filme levar o prêmio também de melhor direção. Poucos foram os anos em que isso não ocorreu. Acho essa mentalidade plenamente justa já que é lógico supor que o melhor filme do ano também seja o mais bem dirigido.

Na categoria Melhor ator do ano houve um fato marcante. Após uma das carreiras mais brilhantes da história de Hollywood finalmente o grande Paul Newman foi premiado por "A Cor do Dinheiro". Ele corria o risco de seguir os passos de outros monstros da história do cinema como Charles Chaplin e Alfred Hitchcock que nunca venceram o Oscar por seus trabalhos maravilhosos. Tentando corrigir esse erro que seria histórico então resolveram premiar o velho Newman numa justa (mas tardia) premiação em sua carreira. O filme aliás era realmente muito bom. Ao seu lado o maior galã da época, Tom Cruise, que iria perseguir o Oscar por longos anos, sempre se frustrando a cada premiação. Para melhor ator coadjuvante o vencedor do ano foi outro veterano muito querido, Michael Caine, por seu trabalho em "Hannah e Suas Irmãs". Durante anos Caine foi satirizado por topar fazer qualquer filme, inclusive algumas horrendas continuações de "Tubarão" mas aqui teve seu reconhecimento, também tardio, mas também justo.

Na categoria atriz Marlee Matlin foi premiada por "Filhos do Silêncio". O prêmio teve um significado profundo pois foi o primeiro dado a uma deficiente. O mais importante porém é reconhecer que ela de fato mereceu a premiação. Seu trabalho no filme é realmente emocionante. Na categoria atriz coadjuvante Dianne Wiest levou o prêmio por "Hannah e Suas Irmãs", outra premiação também merecida, muito embora eu pessoalmente preferisse a querida Maggie Smith por "Uma Janela para o Amor", Já o prêmio de roteiro foi para Woody Allen por "Hannah e Suas Irmãs" mas ele não apareceu na festa para receber seu Oscar, preferindo ficar tocando clarinete em um clube de jazz de Nova Iorque - seu hobbie de longos anos. Já nos chamados Oscars técnicos o grande vencedor da noite foi a excelente ficção "Aliens, o Resgate". Levando os prêmios de Efeitos Especiais, Efeitos Sonoros (Som). "A Mosca", como era de se esperar levou o Oscar de Melhor Maquiagem em uma das maiores barbadas da história da Academia. Ninguém pensaria que seria diferente. A melhor música original do ano foi a do grande sucesso "Top Gun: Ases Indomáveis" que superou inclusive outros "clássicos" dos anos 80 como por exemplo "Karate Kid II - A Hora da Verdade Continua" e "A Pequena Loja dos Horrores" (na minha opinião a mais bem escrita).

Finalizando essa pequena retrospectiva do Oscar de 1987 não poderia deixar de citar o prêmio Irving G. Thalberg dado a Steven Spielberg. Como se sabe Spielberg nos anos 80 foi o monarca absoluto de Hollywood mas nunca conseguia levar o prêmio máximo da sétima arte para casa. Oscar para ele era uma miragem. A indústria então resolveu reconhecer sua importância para a indústria o premiado com esse honroso troféu. Spielberg sabia que sua fama de "Peter Pan" o estava atrapalhando em busca de seu Oscar e por isso ainda nos anos 80 providenciou uma série de projetos mais sérios para um dia, quem sabe, chegar lá! E isso como todos sabemos realmente aconteceria. O eterno Peter Pan cresceria e seria finalmente reconhecido pela Academia alguns anos mais tarde.

Pablo Aluísio.

Um Tira Muito Suspeito

Título no Brasil: Um Tira Muito Suspeito
Título Original: Blue Streak
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Les Mayfield
Roteiro: Michael Berry, John Blumenthal
Elenco: Martin Lawrence, Luke Wilson, Peter Greene, David Chappelle

Sinopse: 
Após passar anos cumprindo pena numa prisão barra pesada um ladrão de diamantes, Miles Logan (Lawrence), volta para a liberdade. Ele está tranquilo pois havia enterrado uma pequena fortuna em jóias em um terreno abandonado. Livre, basta ir até lá para pegar tudo. Quando chega lá ele tem uma surpresa e tanto! Imaginem, construíram um departamento de polícia no antigo local! Agora ele terá que se passar por tira para colocar as mãos nas jóias escondidas no local.

Comentários:
Sempre vi o ator Martin Lawrence como uma nova versão, uma alternativa, para o tipo que sempre foi interpretado por Eddie Murphy. Ao contrário de Murphy porém Lawrence sempre foi mais politicamente incorreto. E isso não se resumiu em suas interpretações mas na sua vida real também. Ele teve ao longo de sua trajetória inúmeros problemas com a polícia, então não é de se espantar que esteja muito à vontade nesse papel. O filme é na média do que se vê na comédia típica americana atualmente, ou seja, não vá esperar nada minimamente brilhante. Particularmente não aprecio o tipo de humor de Lawrence. Acho agressivo, vulgar e sem bom gosto. Basta lembrar de coisas como "Vovó... Zona" e similares. Os únicos filmes dele que consegui chegar até o final sem maiores problemas foram os da franquia "Bad Boys" mas mesmo aqueles não são grande coisa. Mas é como diz o velho ditado, "Tem quem goste!". Se é o seu caso, se você gosta do estilo mais exagerado do Martin Lawrence, não deixe de conferir essa comédia policial que será exibida hoje na Sessão da Tarde. Boa diversão.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

True Detective

Título no Brasil: True Detective
Título Original: True Detective
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Cary Fukunaga
Roteiro: Nic Pizzolatto
Elenco: Matthew McConaughey, Woody Harrelson, Michelle Monaghan

Sinopse: 
Rust Cohle (Matthew McConaughey) é um tira texano que vai trabalhar numa cidadezinha do interior da Louisiana. Lá ele é designado como parceiro de Martin Hart (Woody Harrelson) no departamento de homicídios. O primeiro caso que surge no horizonte envolve a morte de uma prostituta em um ritual de magia negra. Ela é encontrada no meio de uma fazenda distante em uma posição cerimonial. O crime soa intrigante para Rust já que ele próprio não tem qualquer tipo de fé ou crença. Aos poucos ele vai desvendando a teia de complexas situações que levaram a jovem à morte.

Comentários:
Como sempre a HBO surge com mais uma excelente série. Aqui teremos apenas oito episódios o que é uma pena já que logo no episódio piloto percebemos que se trata de um produto muito bom, acima da média. O elenco é formado por dois atores de cinema que obviamente quiseram também desfrutar um pouco do ótimo momento em que vive a TV americana atualmente. Matthew McConaughey aliás está em um dos melhores momentos de sua carreira, tendo inclusive sido premiado no último Globo de Ouro. Já Woody Harrelson, de longa e produtiva carreira no cinema, está ótimo na sua caracterização de tira do interior, um sujeito meio bronco que logo entra em choque com as ideias pouco convencionais de seu parceiro. Casado, cristão, com duas filhas e família estruturada ele logo vê a enorme diferença de vida que o separa de seu novo colega policial. O personagem do detetive Rusty interpretado por Matthew McConaughey é o oposto disso. Divorciado, vivendo sozinho, ateu, com problemas com bebidas, drogas e com pensamentos bem estranhos, os dois não se bicam mas resolvem se unir para descobrir o autor do terrível crime do ritual satânico. A estrutura do roteiro segue o caminho de vários flashbacks, que vão se inserindo enquanto os personagens principais vão relembrando os fatos e os acontecimentos durante uma longa entrevista no departamento de polícia. Some-se a isso ainda uma bela trilha sonora com ótimo repertório. Para quem gosta de série policiais e tramas complexas é um prato cheio. Está mais do que recomendado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Grite, Grite Outra Vez!

Título no Brasil: Grite, Grite Outra Vez!
Título Original: Scream and Scream Again
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra
Estúdio: American International Pictures (AIP)
Direção: Gordon Hessler
Roteiro: Christopher Wicking, Peter Saxon
Elenco: Vincent Price, Christopher Lee, Peter Cushing

Sinopse:
Londres entra em pânico após o surgimento de um misterioso serial killer que mata mulheres inocentes em lugares sombrios da capital inglesa. Após uma série de investigações o inspetor da cidade consegue chegar através de pistas a um estranho sujeito que realiza macabras experiências com seres humanos em seu laboratório escondido.

Comentários:
Um filme com Vincent Price, Christopher Lee e Peter Cushing liderando o elenco já o torna obrigatório para qualquer fã de terror. Some-se a isso uma bem trabalhada direção de arte, valorizada pelas ruelas mais sinistras de Londres e você terá no mínimo uma produção curiosa. Dito isso temos também que reconhecer que a fita apresenta também alguns problemas, entre elas um roteiro disperso, fruto do fato de ter sido reescrito várias vezes (inclusive no calor das filmagens, o que é um erro primário). Para enrolar ainda mais o meio de campo o diretor Gordon Hessler entendeu que o enredo ainda poderia dar margem para a exploração de um subtexto de fundo político - o que acaba sendo o segundo grande erro do filme. Mesmo assim, com esses pontuais problemas, "Scream and Scream Again" consegue ser um bom filme, valorizado principalmente pelo carisma e talento do trio central, afinal de contas com eles em cena temos três dos mais importantes atores da história do gênero horror atuando juntos. Isso vale pelo filme inteiro, vamos convir.

Pablo Aluísio.

Cães de Aluguel

Título no Brasil: Cães de Aluguel
Título Original: Reservoir Dogs
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Live Entertainment
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino, Roger Avary
Elenco: Harvey Keitel, Tim Roth, Michael Madsen, Chris Penn, Steve Buscemi, Quentin Tarantino 

Sinopse: 
Seis criminosos se reúnem para colocar em prática um ousado roubo de diamantes. Para se identificarem usam nomes associados a cores, baseadas em seus temperamentos. Os planos porém não saem como eram imaginados. A polícia consegue entrar no meio do caminho. Agora, irascíveis e violentos, eles fazem um policial de refém em um balcão abandonado. O desafortunado tira logo se torna alvo do sadismo incontrolável de Mr. Blonde (Michael Madsen). A tensão assim vai crescendo e se tornando insustentável, caminhando para um desfecho que logo se tornará um grande banho de sangue.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme de repercussão da carreira do diretor Quentin Tarantino. Na época ele era apenas um diretor completamente desconhecido que só havia dirigido dois filmes antes (um deles inacabado justamente por falta de recursos). Tarantino achava que tinha um grande roteiro em mãos, e foi à luta em busca de alguém que acreditasse no filme. Acabou encontrando apoio no ator Harvey Keitel que realmente ficou fascinado com o material, com o texto e com os ótimos diálogos (que se tornariam a marca registrada de Quentin Tarantino em toda a sua carreira). Após decidir que faria a produção, Harvey Keitel saiu em busca de financiamento ao lado de Tarantino e conseguiu levantar pouco mais de um milhão de dólares de orçamento (uma mixaria em termos de Hollywood). Na base da amizade convocou os demais atores, todos amigos dele (inclusive os excelentes Tim Roth e Michael Madsen). Assim que foi lançado o filme chamou a atenção da crítica por ser visceral, cru e muito violento. Isso porém não era o principal pois "Cães de Aluguel" também trazia uma linguagem diferenciada, bem distante do que se fazia na época em termos de filmes policiais. Inicialmente no circuito alternativo e depois no mercado comercial a produção foi ganhando cada vez mais admiradores, consolidando o caminho de Quentin Tarantino rumo ao estrelato e ao sucesso, posição que até hoje ocupa. Revisto hoje em dia, mais de vinte anos depois de sua chegada aos cinemas, "Reservoir Dogs" ainda mantém o impacto por ser uma obra muito original e esteticamente inovadora. Sua violência nunca se mostra gratuita mas estilizada, invocativa. Um Tarantino de estirpe.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Camelot

Título no Brasil: Camelot
Título Original: Camelot
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Starz
Direção: Vários
Roteiro: Michael Hirst e Chris Chibnall (criadores da série)
Elenco: Peter Mooney, Philip Winchester, Eva Green Joseph Fiennes

Sinopse: 
A súbita morte do Rei Uther ameaça submergir a Grã-Bretanha no caos. As visões de um futuro negro, fazem com que o feiticeiro Merlin instale no poder o impetuoso Artur, descendente de Uther, que foi criado desde criança como plebeu. Mas a fria e ambiciosa meia-irmã de Artur, a princesa Morgana, irá lutar pelo poder, contra o irmão, utilizando para isso as forças sobrenaturais, naquela que será uma batalha épica pelo controle de Camelot.

Comentários:
Conforme prometido volto aqui para comentar o primeiro episódio de Camelot. Vi erros e acertos. A caracterização da época é boa, gostei. Ao invés de um visual idade média temos algo bem mais antigo, como se a história se passasse uns 40 anos após os romanos deixarem a Inglaterra (o que segundo historiadores seria a época mais correta para a lenda de Arthur). Outro ponto positivo foi mostrar o castelo de Camelot como uma ruína deixada pelos romanos. É cedo para falar (só vi o primeiro episódio) mas por enquanto nenhum sinal de Excalibur. Em relação ao elenco gostei de Joseph Fiennes como Merlin. Suas cenas não foram muitas mas deu para ver que ele está bem. Idem para a Morgana (interpretada por uma sensual Eva Green) e o Rei Lot (feito por James Purefoy). Agora infelizmente erraram a mão na escolha de Arthur. Como a saga começa mostrando ele bem jovem os criadores da série escalaram um ator completamente medíocre chamado Jamie Campbell Bower. Sinceramente, ele é péssimo. Cheio de caras e bocas não convence ninguém que é Arthur (mesmo que na juventude). Talvez a série se comprometa por isso mas ainda vou dar um voto de confiança e acompanhar. Espero que ou ele melhore ou então que avancem no tempo mostrando Arthur já como adulto (e assim substituindo esse erro de casting). Essas foram as minhas impressões. Promete mas tem que consertar certas coisas logo.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de janeiro de 2014

The Americans

Título no Brasil: The Americans
Título Original: The Americans
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Television
Direção: Vários
Roteiro: Joseph Weisberg, entre outros.
Elenco: Keri Russell, Matthew Rhys, Holly Taylor

Sinopse: 
Elizabeth (Keri Russell) e Phillip (Matthew Rhys) formam o que aparentemente é um casal suburbano americano comum. Com dois filhos menores eles levam uma vida tranquila e em paz numa cidade dos Estados Unidos sem levantar qualquer suspeita. O que ninguém sabe é que na verdade se trata de uma dupla de agentes infiltrados do serviço de inteligência soviético, a famosa KGB.

Comentários:
Nova série que conseguiu bons índices de audiência em sua primeira temporada, já tendo inclusive recebido carta branca para uma segunda temporada que já estreou nos Estados Unidos. Para ter mais sentido a trama se passa na época da guerra fria, durante os anos 80. O casal russo que trabalha para a KGB é interpretado pela atriz Keri Russell (de "Felicity", aqui em sua primeira série bem sucedida depois daquela) e Matthew Rhys (que interpretava o advogado gay de "Brothers and Sisters"). No primeiro episódio já temos bem uma ideia do que virá. Eles precisam capturar e tirar de circulação um desertor do serviço secreto russo que em troca de três milhões de dólares resolveu entregar todos os agentes soviéticos infiltrados dentro da sociedade americana. O problema é que Phillip (Matthew Rhys) está começando a gostar muito do estilo de vida americano. Ele acha que poderia usar o agente traidor como ligação para ele mesmo deserdar para o lado americano, contemplando assim uma vida feliz ao lado de Elizabeth (Keri Russell) em uma cidade do interior, do meio oeste. Afinal nos Estados Unidos ele encontrou liberdade real, felicidade e tudo o mais que só o sistema capitalista é capaz de proporcionar para uma família de classe média como eles. Assim temos um bom argumento, com um pouco de ação e, é claro, jogos de espionagem. Vale a pena acompanhar.

Pablo Aluísio.