segunda-feira, 2 de abril de 2007
Boêmio Encantador
Título Original: Holiday
Ano de Produção: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: George Cukor
Roteiro: Donald Ogden Stewart, Sidney Buchman
Elenco: Katharine Hepburn, Cary Grant, Doris Nolan, Lew Ayres, Edward Everett Horton, Henry Kolker
Sinopse:
Rapaz se apaixona por uma garota rica. Ela corresponde aos seus galanteios, mas ele teme ser rejeitada pela sua família milionária. Para superar essa situação delicada, ele decide elaborar um plano para ser executado durante um feriado muito especial. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de arte (Stephen Goosson e Lionel Banks).
Comentários:
Comédia romântica sofisticada da década de 1930 em que se destacam o elenco e a direção sempre muito elegante do mestre George Cukor. O casal formado pelos sempre ótimos Katharine Hepburn e Cary Grant esbanja charme e elegância em cena. Muito jovens ainda, eles são o destaque dessa romântica produção. O roteiro tem uma certa ingenuidade, própria da época. Isso porém não é problema, mas um charme nostálgico a mais. Na verdade ele se apoia em um tipo de inocência social que hoje em dia soa até esquisito e sem muito nexo. Mesmo assim o espectador deve ter em mente que está assistindo a um filme que foi produzido há mais de 80 anos e por isso deve tentar se adequar ao contexto histórico social em que ele foi realizado. Por falar nisso um dos problemas que o cinéfilo terá que enfrentar é a má qualidade das cópias que sobreviveram ao desafio do tempo. Algumas versões foram restauradas, porém problemas ainda persistem. O diretor Martin Scorsese trabalhou com sua equipe na restauração de filmes antigos e esse "Holiday" foi um deles. O resultado melhorou muito a qualidade da imagem e do som, mas obviamente por ser tão antigo há um limite para esse tipo de melhoria. Assim se você se interessa pela história do cinema não deixe de ver "Boêmio Encantador", nem que seja para apenas conhecer os trejeitos sociais daqueles tempos ou ver dois mitos do cinema ainda jovens e esbanjando sedução e charme em cena, tudo embalado por um fino humor dos anos 1930.
Pablo Aluísio.
domingo, 1 de abril de 2007
Um Tiro na Noite
Título Original: Blow Out
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Brian De Palma
Elenco: John Travolta, Nancy Allen, John Lithgow, Deborah Everton, Dennis Franz, John McMartin
Sinopse:
O filme "Um Tiro na Noite" conta a história de Jack (Travolta), um operador de som que durante uma noite acaba gravando, de forma acidental, o som de um tiro dado poucos segundos antes de um carro cair de uma ponte. Seria a prova de que se trataria na verdade de um assassinato e não de um simples acidente de carro. Com uma prova tão importante em mãos ele passa então a sofrer risco de vida, pois se torna alvo dos verdadeiros assassinos.
Comentários:
O filme traz um Brian De Palma em grande forma. Poderia ir além e dizer até mesmo que a trama do filme era tão boa que poderia dar origem a uma produção de suspense dirigido pelo mestre Alfred Hitchcock. Pena que isso foi impossível na época, pois o veterano diretor inglês já estava morto quando esse filme foi realizado. Ficou a tarefa então para De Palma, já naquela época comparado ao mestre do suspense, sendo apontado como seu legítimo sucessor. Em sua fase mais criativa, isso poderia ser até justificado, com um pouco de boa vontade. O roteiro usa poucos segundos, quando um som de tiro é gravado na madrugada, por mero acidente, para desenvolver toda a sua história. O protagonista, interpretado por um Travolta tentando se dissociar de seus rebolados em filmes como "Os Embalos de Sábado à Noite", é apenas o sujeito errado no lugar errado. E ele terá que pagar caro por isso, pois pessoas importantes querem destruir sua gravação, que se tornou a prova mais importante desse crime. Em seu lançamento original "Blow Out" foi bastante elogiado pela crítica, mas o público não soube valorizar o bom filme que estava em cartaz, fazendo com que a bilheteria fosse decepcionante. Só alguns anos depois quando o filme foi novamente exibido na TV e lançado em VHS é que finalmente se tornou mais popular entre os cinéfilos. Antes tarde do que nunca.
Pablo Aluísio.
Peter Pan
Título no Brasil: Peter Pan
Título Original: Peter Pan
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske
Roteiro: Ted Sear, Erdman Penner, Bill Peet
Elenco: Bobby Driscoll, Kathryn Beaumont, Hans Conried, Bill Thompson, Heather Angel, Candy Candido
Sinopse:
Baseado na peça teatral escrita por J.M. Barrie em 1901, a animação "Peter Pan" conta a história do menino que se recusava a crescer. Ao lado de Wendy e seus dois pequenos irmãos eles partem para a Terra do Nunca onde vivem grandes aventuras e desafios, enfrentando o vilão Capitão Gancho. Filme indicado no Cannes Film Festival na categoria Grand Prize of the Festival.
Comentários:
Essa animação da era de ouro dos estúdios de Walt Disney foi seguramente a mais complicada de se produzir. A ideia de realizar o filme surgiu na mente de Disney ainda na década de 1940. Ele contratou os diretores, roteiristas, animadores e tudo estava pronto para ser produzido quando os Estados Unidos entraram na II Guerra Mundial. Isso fez com que os trabalhos fossem interrompidos por anos! Só no começo da década de 1950 é que Disney voltou ao velho projeto de Peter Pan. E aí começaram novos problemas. Ele não conseguia gostar de nenhum roteiro. Demitiu o diretor da animação, contratou outro e os problemas continuaram. No total Peter Pan teve 4 diretores ao longo de sua produção e um monte de roteiristas. O resultado de tanto trabalho e dor de cabeça para Disney foi realmente uma obra de arte. Não há arestas a se ver no resultado final pois a genialidade de Disney deixou tudo bem perfeito. Até hoje a animação segue sendo imbatível, vencendo de goleada de todas as versões que vieram depois dela, inclusive das versões com atores reais. Temos aqui a versão definitiva de Peter Pan para o cinema. Nada superou essa animação que pode ser considerada facilmente uma das cinco melhores da história dos estúdios Disney. Simplesmente irretocável.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 30 de março de 2007
Marilyn Monroe – Reflexões de uma Estrela
“O talento se cultiva na intimidade”
“A sexualidade só é atraente quando é natural e espontânea”
“Você já esteve numa casa com 40 quartos? Bom, então multiplique minha solidão por 40”
“Kinsey disse que uma mulher só começa a viver plenamente aos 30 anos. É uma boa notícia, além do mais é verdadeira”
“Representar para mim era uma verdadeira agonia e também a suprema ventura”
“Nunca fui cuidada. Sempre cuidei de mim mesma”
“O sexo não é errado se há amor nele”
“Porque resolvei estudar arte dramática? Muito simples, eu assisti a todos os meus filmes!”
“Se cem por cento dos críticos dissessem que eu não tinha talento isso me daria a certeza que cem por cento deles estavam errados”
“Se sou uma estrela foi o público que me fez uma estrela... não o estúdio, mas o público”
“Eu jamais me considerei uma mercadoria, que se vende e que se compra”
“Quero permanecer apenas na fantasia do homem comum”
“Quando somos famosas cada um de nossos defeitos é amplificado ao máximo”
“A celebridade não significa felicidade”
“Sinceramente eu acredito que cada um tem o sucesso que merece”
“A fama um dia passará. Então direi adeus fama! Sempre soube que você não valia grande coisa”
“A fama é como caviar. Muito agradável, até deliciosa, mas todos os dias enjoa”
“Uma atriz é um instrumento delicado, como um violino”
“Não me importo em viver num mundo feito por e para homens, desde que eu possa continuar a ser uma mulher”
“Uma mulher que saiba ser sensual naturalmente não precisa de vestidos finos. Ela ficará charmosa até mesmo em um macacão de fábrica”
“Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, sou um pouco fora do controle e às vezes difícil de lidar, mas se você não sabe viver com o meu pior, então com certeza, você não merece o meu melhor!”
"Não me falta homem, o que me falta é amor."
“O sexo faz parte da natureza. Eu só sigo a natureza.”
“A humanidade foi feita para ser feliz. Eu gostaria de ser feliz”.
Pablo Aluísio.
James Dean - Reflexões de um Rebelde
"Talvez possa parecer loucura, egoísmo, ou algo parecido, mas acho que existe apenas uma forma de grandeza para o homem. Se um homem puder ultrapassar o abismo entre a vida e a morte, se conseguir viver depois que morreu, então, talvez tenha sido um grande homem. Quando falam sobre sucesso, falam sobre chegar ao topo. Bem, na minha opinião não há topo. É preciso continuar sempre, nunca parar em ponto nenhum. Para mim, o único sucesso, a única grandeza para o homem, é a imortalidade.”
“Ter o trabalho lembrado na história, deixar alguma coisa nesse mundo que dure séculos... Isso é grandeza! Quero crescer longe do mundo mesquinho que existimos. Quero deixar tudo para trás, todas as coisas mesquinhas sobre assuntos frívolos, coisas que estarão completamente esquecidas daqui a 100 anos, de qualquer forma.”
“Existe um nível, acima do qual tudo é sólido e importante. Tentarei chegar lá e encontrar um lugar perto da perfeição, um lugar onde todo esse mundo confuso deveria estar, e poderia estar, se tivesse tempo de aprender."
"Representar é para mim a maneira mais lógica de me livrar das minhas neuroses. Os atores representam para expressar suas fantasias e os fantasmas de que são prisioneiros"
"Minha mãe morreu deixando tudo nas minhas costas"
"Aprendi desde cedo que um dos impulsos mais profundos do ser humano é o desejo de ser apreciado, a vontade de ser amado, estimado, e ser uma pessoa procurada"
"Gosto dos animais porque me aceitam tal como sou. Ou gostam ou não gostam de nós, mas nunca nos julgam"
"Ao volante me sinto uma estrela, mas com preocupações aterradoras. Por isso devo todas as minhas vitórias à minha ansiedade"
"É próprio do homem ser prisioneiro de miragens que estão fora de seu alcance"
"Não entendo como as pessoas conseguem ficar na mesma sala que eu. Sei que eu não agüentaria a mim mesmo"
"Acho que não existe nada que não se consiga fazer quando a gente se dedica completamente. A única coisa que impede as pessoas de conseguirem o que elas querem, são elas mesmas. Elas colocam muitas barreiras no caminho. É como se tivessem medo de serem bem sucedidas. De uma certa forma, acho que sei porquê. Existe uma quantidade enorme de responsabilidades que vem com o sucesso, e quanto maior o sucesso, maior a responsabilidade. As pessoas não querem este tipo de responsabilidade”
"Existem algumas coisas na vida que simplesmente não podemos evitar, atraímos nosso próprio destino... fabricamos nossa sorte"
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 29 de março de 2007
Esther Williams
Segue texto que escrevi na ocasião da morte da atriz Esther Williams: Uma das atrizes mais populares da chamada era de ouro do cinema americano faleceu no último dia 6 de junho em sua mansão em Beverly Hills. Esther Williams nasceu em Inglewood, Califórnia, no dia 8 de agosto de 1921. Atlética, dona de um porte físico privilegiado, ela tentou conciliar a carreira de atriz com a de nadadora. Estreou no cinema em 1942 no filme “A Dupla Vida de Andy Hardy” mas encontrou seu papel ideal, que marcaria toda sua carreira, apenas dois anos depois em “Escola de Sereias”.
A partir daí não parou mais, quase sempre apresentando elaboradas coreografias náuticas que encantavam o grande público. A critica não levava seus personagens e seus filmes muito à sério mas a plateia adorava, proporcionando a ela grandes sucessos de bilheteria em série. Os títulos de suas fitas eram bem sugestivas: A Filha de Netuno, A Sereia e o Sabido, Eva na Marinha, A Rainha do Mar, Numa Ilha com Você, etc.
No fundo eram variações da mesma personagem em roteiros bem parecidos, onde uma história de amor virava pano de fundo para maravilhosas cenas em piscinas azuis (que eram perfeitas para o berrante technicolor da época). Depois de um certo período como era de se esperar a fórmula se desgastou e Esther Williams partiu para conquistar outros desafios. Curiosamente ela realizou poucos filmes em sua carreira (33 no total) se despedindo do cinema em 1961. Preferiu manter a imagem de eterna sereia do que definhar na vista de seu público querido. Não importa, fica aqui nossa homenagem para essa estrela, que era acima de tudo um símbolo de um tempo em que Hollywood era bem mais inocente e estelar.
O Melhor de Esther Williams
Escola de Sereias (1944)
Quem Manda é o Amor (1946)
Saudade de Teus Lábios (1947)
Numa Ilha com Você (1948)
A Bela Ditadora (1949)
Eva na Marinha (1952)
A Rainha do Mar (1952)
Salve a Campeã (1953)
Na Voragem de uma Paixão (1956)
Pablo Aluísio.
Rick Nelson
De 1957 a 1962, Rick Nelson - que não sonhava em ser cantor - teve 30 hits nos top 40, uma façanha monumental, superada na época apenas por Elvis Presley e Pat Boone. Em agosto de 1958 quando a Billboard instituiu a parada Hot 100, o primeiro single a chegar ao primeiro lugar foi "Poor Little Fool", do garoto prodígio, Rick Nelson. Em 1963, Rick assinou um contrato de 20 anos com a Decca Records. Chegou a experimentar algum sucesso na nova empresa, mas foi desbancado pela chamada "invasão britânica" dos anos 60. Ou seja: Beatles e Rolling Stones. Em meados da década de 60, Rick começou a mergulhar em um novo ritmo: a música country. Tornando-se um dos seus precursores. Com o novo ritmo, Rick só voltou às paradas em 1970 quando regravou a música She Belong to Me, de Bob Dylan, ao lado da Stone Canyon Band. Em 1972, chegou pela última vez às paradas de sucesso com a música Garden Party, que escreveu depois de ser vaiado por uma platéia, no famoso Madison Square Garden. Com Garden Party, Rick conseguiu o sexto lugar na Hot 100 e o primeiro na Billboard Adult Contemporary Chart.
Carreira no cinema
A estréia de Rick Nelson no cinema foi uma extensão do trabalho na TV com a "Família do Barulho" (Here Come the Nelsons - 1952). No ano seguinte participou de um dos segmentos de "A História de Três Amores" (The Story of Three Loves - 1953), dirigido por Vincent Minnelli. Em 1959 Rick Nelson viveu o pistoleiro Colorado no seu filme mais famoso: "Onde Começa o Inferno" (Rio Bravo - 1959) clássico do western americano, dirigido por Howard Hawks e com John Wayne e Dean Martin encabeçando um elenco estelar. Na comédia "O Pior Calhambeque do Mundo" (The Wackiest Ship in the Army - 1960), foi protagonista ao lado de Jack Lemmon, no papel de um jovem oficial da marinha. Em 1965 estrelou Love and Kisses filme dirigido pelo seu próprio pai, Ozzie. Daí em diante Rick viu sua carreira no cinema descer ladeira abaixo. Sua última aparição foi no western dirigido por Don Siegel, "O Último Pistoleiro" (The Shootist -1976) que por coincidência foi também o último filme do mítico John Wayne.
Na TV as atuações de Rick Nelson, também foram bem modestas, principalmente depois dos anos 60. Nos anos 70 participou de duas séries famosas: "São Francisco Urgente" (The Streets of San Francisco - 1973) série estrelada pelos astros Michael Douglas e Karl Malden, além da série "O Barco do Amor" (The Love Boat - 1978). No início dos anos 80, Rick ainda gravava de forma periódica, mas sua principal fonte de renda eram shows realizados em clubes, bares e feiras estaduais, onde atraía uma quantidade enorme de fãs que ainda se lembravam de seus dias de ídolo adolescente. No início de 1985, Rick se uniu a um bem-sucedido "tour nostálgico de rock" por toda a Inglaterra; o sucesso foi enorme. De volta aos EUA tentou repetir o sucesso que tivera em solo inglês. Iniciou a turnê pelo sul e mais uma vez obteve êxito. Em 31 de dezembro de 1985, após fazer um show em Guntersville no Alabama, o avião em que Rick Nelson viajava, caiu em Dallas no Texas decretando a morte do garoto prodígio que um dia chegou a ser chamado por muitos de o novo Elvis Presley. Rick Nelson morreu aos 45 anos de idade.
Telmo Vilela Jr.
quarta-feira, 28 de março de 2007
Audrey Hepburn
A atriz foi durante décadas sinônimo de elegância, sofisticação e glamour. Em uma carreira tão marcante, de tantos filmes inesquecíveis, se destacam dentre outros “Bonequinha de Luxo”, “Sabrina”, “A Princesa e o Plebeu”, “Uma Cruz à Beira do Abismo”, "Infâmia" e “Minha Bela Dama”. Em todos esses seus clássicos foi bastante elogiada pela crítica. Foi um caso até raro de atriz que conseguia agradar igualmente ao público e aos críticos de cinema. Tinha praticamente unanimidade nesse aspecto. Todos pareciam gostar dela.
Sua filmografia não é longa. Comparada com os demais astros e estrelas de sua época ela realmente fez poucos filmes. Foram apenas 34 filmes como atriz. A estreia se deu na TV, em 1949, um filme simples. Era uma garotinha. Seu primeiro filme mesmo, considerada por ela mesma, foi "O Mistério da Torre", lançado em 1951.
Ela foi indicada seis vezes ao Oscar! Por anos ela se considerou azarada pois nunca conseguia ser premiada. Já caminhava para o rol de grandes nomes da história de Hollywood que tinham sido injustiçados pela Academia quando sua sorte mudou. Finalmente em 1953 ela finalmente foi premiada por seu trabalho no filme "A Princesa e o Plebeu" onde contracenava com o ótimo Gregoy Peck. Reconhecendo o excelente trabalho dos demais envolvidos no filme dedicou o prêmio ao colega de cena e ao diretor William Wyler. Era considerada uma profissional disciplinada, amiga e humilde dentro do set de filmagens. Sua gratidão com quem havia lhe ajudado estava em toda parte por onde atuava.
Sua última aparição no cinema se deu pelas mãos de Steven Spielberg. Ela apareceu pela última vez em "Além da Eternidade" de 1989. Fazia anos que estava afastada do trabalho de atriz. Apenas após muita insistência de Spielberg ela finalmente aceitou voltar para uma despedida final do cinema. E foi um belo gesto de adeus. Após a aposentadoria no cinema se destacou por seu empenho em causas humanitárias e de ajuda aos países mais pobres. Ela faleceu no dia 20 de janeiro de 1993 em sua casa na Suíça. Ela havia deixado os Estados Unidos em busca de um lugar mais tranquilo para viver. Tinha apenas 63 anos de idade quando partiu. Deixou saudades em todos os cinéfilos mundo afora. Audrey Hepburn foi um mito eterno da sétima arte.
Pablo Aluísio.
Ennio Morricone
Faleceu ontem o compositor e maestro romano Ennio Morricone. Ele foi um gênio da história do cinema. A sua música embalou diversos clássicos ao longo das décadas. Os números impressionam. Sua obra muscal esteve presente em mais de 520 filmes! É provavelmente um recorde em sua area de atuação. Além de ser um maestro de mão cheia, era também um profissional sério e querido por todos que trabalharam ao seu lado.
Para muitos seu auge se deu dentro do próprio cinema italiano onde compôs trilhas sonoras marcantes e inesquecíveis no chamado western spaghetti. Ao lado de Sergio Leone teve alguns de seus melhores momentos, principalmente em filmes como "Era uma vez no Oeste", "Era uma vez na América" e "Três Homens em Conflito". Soube se reinventar e compôs não apenas para filmes de faroeste, mas para todos os gêneros cinematográficos, inclusive sendo muito lembrado pela trilha sonora do clássico "Cinema Paradiso".
Foi indicado sete vezes ao Oscar. Ganhou um prêmio especial pelo conjunto da obra em 2007 e finalmente levantou a estatueta por uma trilha sonora para o filme "Os Oito Odiados". O diretor Quentin Tarantino ficou emocionado com sua premiação e chegou a dizer que ele seria "tão importante como Mozart". Quem poderia discordar?
Ennio Morricone faleceu após sofrer um acidente doméstico. Ele teve tempo de escrever uma carta de despedida, agradecendo a familiares e pessoas que o ajudaram ao longo de sua vida. Humilde, pediu que não fossem ao seu funeral, que as pessoas não precisavam mais se incomodar com ele, pois já estaria morto. Um último ato de despedida de um grande nome da história da música no cinema.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 27 de março de 2007
Marilyn Monroe - Primeiros Filmes
Depois disso colocou todas as suas roupas numa mala e pegou o primeiro ônibus para Los Angeles. Marilyn queria ser estrela em Hollywood, igual a Lana Turner, que ela admirava. Depois de fazer vários ensaios como modelo fotográfica de revistas da moda, Marilyn finalmente conseguiu sua grande chance em um novo filme da Columbia Pictures. Embora seu destino estivesse totalmente ligado à Fox, Marilyn surgiu pela primeira vez numa tela de cinema em uma produção da Columbia.
Não foi uma grande estreia. Marilyn Monroe recebeu 125 dólares (uma quantia irrisória) para apenas passar andando na frente da câmera. O filme se chamava "Idade Perigosa". O ano era 1947. Em pleno período do pós-guerra, Marilyn mostrava que não havia nada de errado em ser bonita, loira e insinuante. Ela era basicamente uma pin-up, uma garota do calendário, daquelas que tiravam fotos em poses sensuais para serem vendidas para os soldados americanos que lutavam no exterior. Embora não fosse grande coisa, sua personagem nem nome tinha, o fato é que aparecer no cinema já era a realização de um sonho para a jovem Norma Jean. Quem diria... Logo ela que tanto sonhava ser uma estrela de Hollywood, agora aparecia finalmente em um filme!
Marilyn costumava dizer que ela havia sido picada pela febre da vontade de se tornar uma artista com esse seu primeiro filme. Ela estava disposta a não parar nunca mais! Um ano depois ela teve outra chance. O filme se chamava "Nasceste Para Mim". Se o primeiro filme era um drama, sem muitas possibilidades para Marilyn chamar mais atenção, esse seu segundo filme era um musical romântico bem divertido, com muitas canções e cenas de dança (como era comum nos musicais da época, obviamente inspirados nas peças da Broadway). O roteiro se passava nos anos 1920 e mostrava parte da vida do bandleader Chuck Arnold. Um filme muito promissor, porém grande parte da participação de Marilyn acabou sendo cortada na sala de edição. Isso porém não atrapalhava suas ambições. Ela sabia que mais cedo ou mais tarde iria ter a grande chance que tanto esperava.
Essas primeiras experiências de Marilyn no cinema não foram muito animadoras. Muitas vezes ela não passava de uma figurante bonita, um elemento a mais no cenário. Porém ela era uma sonhadora. Costumava dizer que iria vencer porque era a garota que sonhava com mais força por uma vida melhor. Em Los Angeles, nos primeiros tempos, a vida não foi fácil. Os cachês dos filmes eram fracos e muitas vezes ela se via sem ter dinheiro para pagar o próprio aluguel. Segundo uma amiga que conheceu Marilyn nessa época ela era basicamente uma loira bonita com uma mala na mão. Assim que recebia o pedido de despejo ia para outro lugar, alugava outro quartinho e seguia em frente. Marilyn não tinha um contrato com nenhuma companhia cinematográfica e nem renda fixa. Para ganhar alguns dólares ela posava de modelo, o que na época lhe rendia mais dinheiro do que o cinema. Porém essa realidade iria aos poucos mudar para melhor.
Pablo Aluísio.