segunda-feira, 20 de novembro de 2006

A Coleção Classic Western

Nos Estados Unidos estão sendo lançados todos os anos títulos em DVDs mais do que interessantes. São verdadeiras coleções de filmografia dos grandes astros do faroeste. A série "Classic Western" consegue juntar cinco ou seis filmes de grandes atores em coleções que fazem a festa dos fãs desse gênero cinematográfico. Pena que no Brasil nenhuma distribuidora ou selo ainda se interessou em bancar esse tipo de lançamento nas lojas. Seria muito interessante, principalmente se fossem lançados em grandes magazines como as Lojas Americanas, etc.

No mercado americano esses lançamentos não custam caro. Ao contrário disso possuem praticamente o mesmo preço de um DVD convencional de um filme novo. Isso torna o produto muito mais convidativo e atraente para os fãs de cinema clássico. Afinal comprar cinco ou seis filmes de Randolph Scott pelo preço de um filme normal é algo bem atrativo para o consumidor.

E no meio desses novas coleções que vão chegando ao mercado também surge a pergunta sobre quais astros seriam mais colecionáveis. Bem, no topo de tudo não poderia deixar de citar John Wayne. Ele obviamente fez todos os tipos de filmes ao longo da carreira, mas se destacou mesmo por seus filmes de faroeste. Aqui também vale um comentário adicional. John Wayne tem muitos clássicos do cinema ao lado do diretor John Ford, por exemplo. Esses grandes clássicos ganham edições próprias e de forma em geral não são incluídas nessas edições que reúnem cinco ou seis filmes em um box só. Nesse tipo de coletânea são reunidos filmes menores de John Wayne.

Já no caso de Randolph Scott, Alan Ladd, Audie Murphy isso não acontece. Os mais populares filmes deles são reunidos ao lado de filmes menores, menos conhecidos, sem problema algum. Isso facilita bastante a vida do colecionador que vai pacientemente em sites como o IMDB para verificar a lista de suas filmografias. Aos poucos eles vão completando as coleções, seguindo ano por ano os filmes lançados por esses astros do passado.

Pablo Aluísio.

Cine Western

 Randolph Scott

domingo, 19 de novembro de 2006

Dança com Lobos e os Nativos Americanos

O filme "Dança com Lobos" foi saudado em seu lançamento original como uma verdadeira mudança de mentalidade dentro do cinema em relação aos nativos americanos. Essa era uma verdade, porém havia algo a mais. No passado Hollywood já havia produzido filmes que eram simpáticos com a cultura indígena dos nativos dos Estados Unidos. Esses filmes tinham roteiros que fugiam do velho estigma que retratar índios apenas como vilões.

Nos antigos filmes de faroeste havia esse grande antagonista coletivo. Os índios. Sempre retratados como selvagens assassinos. De fato, não podemos fechar os olhos para a realidade histórica, houve sim massacres promovidos por tribos mais violentas. Eles atacavam as caravanas de pioneiros brancos que iam em direção ao oeste americano. Barbaridades foram cometidas nesse período histórico, porém com o passar dos anos a convivência entre índios e brancos foi aumentando. O inicial choque de civilizações foi abrandando. De uma nova postura veio a necessária convivência civilizada.

A questão é que os roteiros dos filmes clássicos não primavam muitas vezes pela sutileza necessária. Eram filmes feitos para puro entretenimento. E com isso vieram as simplificações. Claro, houve inúmeras exceções. O índio Tonto que era o parceiro leal do cavaleiro solitário, herói das matinês, era um exemplo de que nem sempre a figura do nativo era negativa ou vilanesca. O diferencial com "Dança com Lobos" era que o foco mudava completamente de rota, mostrando a civilização indígena com todas as suas complexidades.

Filmes como "Pequeno Grande Homem" já tinham percorrido levemente essa caminho. Só que o filme de Kevin Costner deu um passo a mais, algo que já era necessário no ano em que chegou aos cinemas. A chuva de prêmios no Oscar, o reconhecimento da crítica e a boa vontade do público cimentaram todo o resto. A indústria já estava pronta para fazer uma espécie de mea culpa da forma como os índios tinham sido retratados por anos nas telas de cinema. É a evolução dos tempos, sempre caminhando para a frente.

Pablo Aluísio.

O verdadeiro Billy The Kid

O verdadeiro Billy The Kid se notabilizou por causa de seus feitos no mundo do crime. Ele pouco tinha a ver com as inúmeras caracterizações que iriam ser feitas pelo cinema nos anos que viriam. Billy era um sujeito pequeno, feio, com dentição ruim, que se envolveu numa série de mortes durante a chamada Guerra do Condado de Lincoln. Ele trabalhava com um inglês que tinha chegado na cidade onde morava para abrir um pequeno comércio. O problema é que seu concorrente não viu com bons olhos essa nova loja. Durante um trajeto ele acabou sendo assassinado. Os que trabalhavam ao seu lado (Kid, entre eles) partiram para a vingança. Pessoas foram mortas, inclusive homens da lei (acusados de serem corruptos) e Billy The Kid inegavalmente estava envolvido nessas mortes.

Ele foi preso, mas conseguiu fugir numa fuga espetacular, que o tornou famoso (ou infame) no velho oeste. Ao descer os degraus da cadeia conseguiu pegar a arma do policial, atirou nele e o matou. Ao sair correndo ainda atingiu outro assistente do xerife e ganhou a liberdade, mesmo estando algemado. Acabou sendo caçado por um velho conhecido, Pat Garrett, que conhecia Billy muito bem, inclusive sabendo de antemão onde ele procurava se esconder. E foi em um dos seus esconderijos que o xerife o matou. Dizem que Billy saiu por uma porta, onde Pat se escondia nas sombras. Afirmações não comprovadas afirmam ainda que o homem da lei o matou pelas costas, algo que ia contra a lei moral que imperava no velho oeste americano. Quem sabe agora a verdade depois de tantos anos?

Do Billy histórico sobrou pouca coisa. Ele foi enterrado no cemitério local, sem identificação. Como nenhum parente apareceu ele foi praticamente sepultado como indigente. De sua aparência original só restam duas velhas fotos. Numa delas, a mais famosa, Billy aparece ao lado de uma espingarda. Sua roupa não lembra em nada os figurinos estilosos do cinema. Ele aparente estar meio sujo, com uma cartola fora de eixo. Parecia ter poucos dentes na boca. Tinha a aparência de um jovem irlandês analfabeto, como muitos outros sem rumo e sem destino que vagavam pelas pequenas cidades do oeste. Nada que lembrasse um Paul Newman ou um Emilio Estevez. A realidade histórica, sem dúvida, era muito mais dura!

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de novembro de 2006

A Desforra do Estranho

Ainda sobre o filme "A Desforra do Estranho" cuja resenha escrevi aqui no blog, vale destacar a presença da atriz adolescente Luana Patten. Ela começou a carreira ainda criança, quando foi contratada pelo próprio Walt Disney para ser a estrelinha de um de seus primeiros filmes com atores em carne e osso, já que até aquele momento seu estúdio era especializado em animações.

O filme se chamou "A Canção do Sul" e foi um sucesso de bilheteria. Depois a atriz cresceu, se tornou uma bonita adolescente e conseguiu fazer a transição para o cinema convencional - algo que é raro hoje em dia e era raro também naquela época. Ela atuou em faroestes como "Audácia de um Rebelde" e "A Desforra de um Estranho"; Depois fez séries de TV famosas como "Cimarron City", "Caravana", "Rawhide" e "Dragnet". Morreu precocemente com apenas 57 anos de idade.

O ator Jock Mahoney atuou em 99 filmes! Uma carreira longa que começou em 1946 com o filme de aventuras capa e espada chamado "Sangue e Espada". Depois continuou no mesmo gênero em "Alma de Aventureiro". Depois de muitos filmes ao longo de anos ele foi escalado também para interpretar Tarzan no filme "Tarzan, o Magnífico" em 1960. Repetiria no cinema o mesmo papel em "Tarzan vai à Índia" e "Os Três Desafios de Tarzan". Depois, já em 1966 iria para a TV com a série "Tarzan" que duraria apenas duas temporadas. Interessante que na TV o famoso personagem seria interpretado por Ron Ely.

Ainda nos anos 60 atuaria em séries como "Daniel Boone" e "Batman e Robin". E assim foi até o fim da carreira, alternando papéis secundários no cinema em filmes de sucesso como "Se Meu Fusca Falasse" e "O Preço de um Covarde", surgindo também esporadicamente em diversas séries como "Kung Fu" e "Duro na Queda". Seu último trabalho foi no telefilme  "The All American Cowboy" de 1985. Ele faleceu em 1989, aos 70 anos de idade.

Pablo Aluísio.

Charles Bronson e o western

Fez muitos filmes de faroeste. No começo, como era de se esperar, se especializou em interpretar índios e nativos selvagens. Também pudera, o ator tinha sangue índio nas veias. Depois de dezenas de filmes como mero figurante ele foi melhorando na escolha dos elencos. Ganhou projeção com personagens de homens duros e de poucas palavras, o que era o ideal para o gênero western. Seu maior sucesso comercial nas telas montando um cavalo e empunhando um rifle fumegante foi com o clássico "Sete Homens e um Destino". Nele ele tinha um papel de importância, ao lado de outros grandes astros de Hollywood.

Depois Bronson faria "Era uma Vez no Oeste" de Sergio Leone. Uma maravilha em forma de cinema. A partir daí já não havia mais dúvidas de que Bronson conseguia atrair público para seus filmes. Curiosamente, a partir dos anos 70, Bronson iria se consagrar como justiceiro urbano na longa série de filmes de ação "Desejo de Matar". Eventualmente ele faria novamente filmes de faroeste, mas conforme os anos foram passando esse tipo de filme foi rareando em sua filmografia. No final da vida virou essencialmente um ator especializado em filmes de pura ação, sempre com um grande revólver nas mãos, pronto para fazer justiça por seus próprios meios.Quando o sistema falhava, Bronson surgia com sua arma para mandar todos aqueles bandidos para covas rasas.

Em uma de suas últimas entrevistas (ele morreu em 2003) o ator parecia ter um sentimento de amor e ódio em relação aos filmes de faroeste que fez. Sobre isso ele disse: "Eu fiz bons filmes de western, mas também fiz muita porcaria. No começo da minha carreira o importante era ter trabalho e ganhar algum salário, por isso eu aceitei todo tipo de papel, de figurante, de índio que só entrava na cena para levar um tiro e sumir e por aí vai. Tive sorte também de estar em filmes maravilhosos, com diretores de primeira linha. É a vida, um dia se ganha, no outro se perde".

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

John Wayne - Rooster Cogburn

Em 1975 o ator John Wayne voltou a interpretar o personagem Rooster Cogburn. O velho beberrão e caolho havia lhe dado o Oscar e isso já bastava para que ele voltasse à tona, em uma sequência que foi até muito esperada pelos seus fãs. O título do filme original era simples, trazia apenas o nome de Rooster Cogburn. No Brasil o filme foi intitulado como "Justiceiro Implacável", talvez um nome forte demais para um filme que era acima de tudo bem leve, apostando mais no bom humor do que em qualquer outra coisa.

Para contracenar com o velho Wayne, o estúdio não mediu esforços e contratou outra veterana das telas e não era uma atriz qualquer... era simplesmente a grande dama do cinema americano, a inigualável Katharine Hepburn. Ela foi consagrada por uma longa e bem produtiva carreira, tendo vencido vários prêmios da academia. Uma coadjuvante de luxo. John Wayne obviamente ficou orgulhoso de trabalhar ao lado de uma profissional de seu nível.

Os anos porém se fizeram sentir. O filme foi todo rodado em uma bela reserva florestal e filmagens assim sempre exigiram muito da equipe técnica e elenco. Katharine Hepburn já estava com a idade avançada e sentiu o peso de filmar ali, no meio do nada, com muitos insetos, chuvas torrenciais, além de um clima com muita umidade. No filme podemos perceber sua fadiga, porém o talento venceu mais uma vez e ela conseguiu com muita dignidade superar esse desafio.

Já John Wayne, bom, mesmo estando a poucos anos de sua morte (ele morreria quatro anos depois), conseguiu convencer novamente nas telas. Até nas cenas de ação, quando conseguiu cavalgar em velocidade, com os arreios entre os dentes, disparando com as duas mãos. Era o velho astro cowboy demonstrando que ainda tinha como dar conta do recado.

Pablo Aluísio.

Cinema Clássico - Família Fonda

Henry Fonda, Jane Fonda, Peter Fonda,