O verdadeiro Billy The Kid se notabilizou por causa de seus feitos no mundo do crime. Ele pouco tinha a ver com as inúmeras caracterizações que iriam ser feitas pelo cinema nos anos que viriam. Billy era um sujeito pequeno, feio, com dentição ruim, que se envolveu numa série de mortes durante a chamada Guerra do Condado de Lincoln. Ele trabalhava com um inglês que tinha chegado na cidade onde morava para abrir um pequeno comércio. O problema é que seu concorrente não viu com bons olhos essa nova loja. Durante um trajeto ele acabou sendo assassinado. Os que trabalhavam ao seu lado (Kid, entre eles) partiram para a vingança. Pessoas foram mortas, inclusive homens da lei (acusados de serem corruptos) e Billy The Kid inegavalmente estava envolvido nessas mortes.
Ele foi preso, mas conseguiu fugir numa fuga espetacular, que o tornou famoso (ou infame) no velho oeste. Ao descer os degraus da cadeia conseguiu pegar a arma do policial, atirou nele e o matou. Ao sair correndo ainda atingiu outro assistente do xerife e ganhou a liberdade, mesmo estando algemado. Acabou sendo caçado por um velho conhecido, Pat Garrett, que conhecia Billy muito bem, inclusive sabendo de antemão onde ele procurava se esconder. E foi em um dos seus esconderijos que o xerife o matou. Dizem que Billy saiu por uma porta, onde Pat se escondia nas sombras. Afirmações não comprovadas afirmam ainda que o homem da lei o matou pelas costas, algo que ia contra a lei moral que imperava no velho oeste americano. Quem sabe agora a verdade depois de tantos anos?
Do Billy histórico sobrou pouca coisa. Ele foi enterrado no cemitério local, sem identificação. Como nenhum parente apareceu ele foi praticamente sepultado como indigente. De sua aparência original só restam duas velhas fotos. Numa delas, a mais famosa, Billy aparece ao lado de uma espingarda. Sua roupa não lembra em nada os figurinos estilosos do cinema. Ele aparente estar meio sujo, com uma cartola fora de eixo. Parecia ter poucos dentes na boca. Tinha a aparência de um jovem irlandês analfabeto, como muitos outros sem rumo e sem destino que vagavam pelas pequenas cidades do oeste. Nada que lembrasse um Paul Newman ou um Emilio Estevez. A realidade histórica, sem dúvida, era muito mais dura!
Pablo Aluísio.
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