quinta-feira, 25 de junho de 2015

O Diabo Veste Azul

Quando esse filme foi lançado Denzel Washington ainda não era Denzel Washington, se é que você me entende. Ele não era ainda um astro de Hollywood e nem um campeão de bilheterias no verão americano. Isso porém é secundário. O que realmente importa aqui é a qualidade cinematográfica do filme em si. E nesse aspecto não há o que reclamar. Temos aqui um filme de detetives ao velho estilo, lembrando muito o clima do cinema noir, com claras referências a filmes como "Chinatown". E não é à toa que toda a história se passa na era dos grandes romances policiais.

Nessa trama Denzel Washington interpreta um personagem chamado Easy Rawlins. Ele é contratado para encontrar o paradeiro de uma mulher, só que isso acaba sendo apenas a ponta do iceberg porque em seu desaparecimento há crimes envolvendo figurões da política, inclusive um asqueroso candidato à prefeitura da cidade. O roteiro também explora a tênua linha que separava brancos e negros na época em que a história se passa. E essa linha não poderia ser cruzada, algo que o detetive Easy Rawlins não pensa duas vezes antes de ultrapassar. Bom filme, com ótimo clima vintage e aquele jeitão de produção antiga, inclusive contando com uma ótima trilha sonora.

O Diabo Veste Azul (Devil in a Blue Dress, Estados Unidos, 1995) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Carl Franklin, baseado no livro escrito por Walter Mosley / Elenco: Denzel Washington, Tom Sizemore, Jennifer Beals, Don Cheadle / Sinopse: Uma mulher desaparece. Easy Rawlins (Denzel Washington) é contratado para encontrá-la. No caminho descobre um jogo sujo e violento envolvendo inclusive políticos influentes e corruptos. Filme indicado ao Screen Actors Guild Awards.

Pablo Aluísio. 

3 comentários:

  1. O Denzel Washington é daquele tipo raro de ator não é preto, branco, gordo, magro, feio, bonito, enfim nada. Tudo que ele faz é perfeito. É igual ao Morgan Freeman que se tornou Deus e ninguém nunca disse que Deus não é preto. O Denzel pode representar personagens de todas as matizes e todos serão perfeitos e torceremos por ele. Ator raro. O atual Sidney Poitier.

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  2. Eu não poderia resumir melhor meu prezado Serge. Palavras perfeitas. Conceituação exata!

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