Faleceu hoje na Califórnia Doris Day, aos 97 anos de idade. Atriz, cantora, comediante de mão cheia, Doris se imortalizou na sétima arte não apenas por causa dos filmes que atuou, mas também pelo incrível talento como cantora. Dona de uma voz linda, essa sua grande qualidade artística abriu as portas de Hollywood. Afinal os estúdios estavam sempre em busca de novas atrizes que também pudessem cantar bem. Assim o sucesso nos rádios e discos chamou logo a atenção dos produtores, que começaram a competir entre si para tê-la em seu elenco de futuras estrelas.
No total foram 41 filmes, começando com "Romance em Alto-Mar" de 1948. Depois vieram novos sucessos, sempre seguindo uma fórmula de filmes mais leves, com bonitas trilhas sonoras. Seus primeiros filmes, dessa fase inicial, como "Meus Sonhos Te Pertencem", "Mademoiselle Fifi", "Rouxinol da Broadway", "Estrelas em Desfile" e "Lua Prateada" sempre seguiam nessa linha. O estúdio investia bastante no talento de Doris Day para cantar e encantar o público. Seu maior sucesso por essa época foi o faroeste musical "Ardida como Pimenta" onde a artista mostrava que também poderia dançar e muito bem em elaboradas coreografias.
Foi justamente nessas primeiras produções que ela também receberia o título de "A virgem profissional", pois estava sempre interpretando mocinhas cândidas, doces e suaves, sem um pingo de sensualidade. Era uma atriz para toda a família conservadora dos anos 50, em pleno auge do governo Eisenhower. A sua imagem no cinema só mudou um pouco ao ser contratada pelo mestre do suspense Alfred Hitchcock para estrelar o grande clássico "O Homem que Sabia Demais". A partir desse ponto em sua carreira Doris Day já poderia se considerar como parte do primeiro escalão em Hollywood. Ela assim se tornava uma estrela de verdade.
O sucesso se consolidou quando ela firmou parceria com o astro Rock Hudson em uma trilogia de sucesso, filmes considerados bem sofisticados, com fina ironia. As comédias românticas "Confidências à Meia-Noite", "Volta Meu Amor" e "Não me Mandem Flores" se tornaram grandes sucessos de bilheteria, mantendo o nome da atriz entre as mais bem pagas da indústria cinematográfica americana. Comercialmente falando esse foi seu auge de sucesso, se tornando extremamente popular e querida pelo grande público.
Quando a década de 1970 chegou Doris Day resolveu trocar o cinema pela televisão. Estrelou o programa "The Doris Day Show" até 1973. Depois se aposentou da carreira de atriz. Na vida pessoal Doris colecionou relacionamentos ruins, inclusive com um marido que lhe aplicou um golpe, levando quase toda a sua fortuna. Em seus últimos anos resolveu se recolher a uma vida privada, onde se dedicava ao cuidado de animais abandonados. Foi indicada apenas uma vez ao Oscar, justamente por seu primeiro filme ao lado de Rock Hudson. Em 1989 foi homenageada pelo Globo de Ouro ao ser premiada com o Cecil B. DeMille Awards, dado a grandes nomes da história do cinema.
Pablo Aluísio.
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