O interesse de Kennedy em Marilyn era antigo. Uma amiga próxima do presidente disse certa vez que ele mantinha um grande quadro de Marilyn em seu apartamento, isso antes de se casar com Jackie. Como todo homem da época, JFK também via Marilyn como um símbolo sexual e uma deusa da beleza. Quando conheceu Frank Sinatra uma das primeiras coisas que JFK quis saber do cantor era se ele conhecia Marilyn pessoalmente. Sinatra não apenas disse que sim, como também prometeu ao presidente que iria marcar um encontro entre os dois. Tudo foi arranjado e JFK finalmente conseguiu seu tão sonhado encontro com Marilyn em um discreto restaurante de Los Angeles.
A partir daí o casal nunca deixou de se encontrar às escondidas. O problema é que eles tinham visões bem diferentes do que estava acontecendo naquele romance. John Kennedy queria sair com a garota do calendário, o símbolo sexual máximo da América. Era uma aventura sexual para ele, acima de tudo. Já Marilyn começou a criar uma fantasia na sua própria cabeça, acreditando que o católico presidente americano iria desfazer sua família para viver ao seu lado. No auge de seus delírios, Marilyn confessou que estava pronta para ser a futura primeira dama dos Estados Unidos. Uma loucura sem base na realidade. Quando Kennedy descobriu que Marilyn estava tendo esse tipo de pensamento em relação a ele, começou a cortar o contato com ela. Um escândalo dessa proporção acabaria certamente com sua carreira política.
O que JFK não sabia era que Marilyn tinha acessos de desequilíbrio. O presidente havia cometido o erro de dar a Marilyn seu número de seu telefone pessoal na Casa Branca! Com isso Marilyn começou a bombardear JFK com telefonemas inoportunos, constrangedores e embaraçosos! Como Kennedy iria justificar algo assim? Ele era um homem casado, pai de família e posava de marido ideal, de pai de família perfeito para o povo americano! Quem se aproveitou da história foi o chefe do FBI, J. Edgar Hoover. Ele mandou colar agentes em Marilyn. Ela passou a ser seguida sem saber. Também que seus telefones estavam grampeados. Hoover queria munição para usar contra o presidente e seu irmão Bobby, caso fosse necessário. Eles queriam tirar Hoover do FBI, mas não conseguiriam pois o todo poderoso Hoover começou a juntar provas do caso entre Marilyn e JFK, além de outros casos escabrosos envolvendo o passado da família Kennedy com a máfia. Pior do que isso, o chefão do FBI descobriu que Marilyn estava se encontrando também com um conhecido mafioso de Nova Iorque, ou seja, o presidente dos Estados Unidos estava não apenas tendo um caso extraconjugal com uma atriz de Hollywood, como também dividindo essa mesma mulher com um infame criminoso! Era um escândalo que Hoover estava disposto a aproveitar, se a família Kennedy quisesse lhe prejudicar de algum forma. Um jogo de chantagens.
O FBI estava de olho. Descobriu-se inclusive que Marilyn também estava tendo um caso amoroso com um capanga do mafioso Sam Giancana - se algo assim fosse divulgado seria o fim da presidência de JFK. A questão é que Bobby Kennedy na época era procurador geral da República, então J. Edgar Hoover, diretor do FBI, ficou com uma carta e tanto nas mãos. Ele sabia que Marilyn estava dividindo os lençóis com um mafioso, com o presidente da República e com o procurador geral, um escândalo que colocaria um fim no governo JFK caso chegasse ao conhecimento do grande público, do povo americano. Pior do que isso, Hoover começou a encarar de frente Bobby que o odiava. Desde que fora nomeado procurador geral o irmão de JFK quis tirar Hoover da chefia do FBI, mas jamais conseguiu. Uma das razões era justamente os casos com Marilyn. Caso Hoover fosse retirado de seu cargo ele destruiria os irmãos Kennedy. Um jogo sujo de bastidores mostrando o quanto a política americana da época era corrupta.
Marilyn nunca levou muito à sério seu relacionamento com Bobby Kennedy. De certa forma era uma provocação com JFK. Assim ela foi levando o namoro meio que desinteressada. Seu analista aconselhou a procurar por novos ares, sair um pouco de Los Angeles que a estava sufocando. Por essa época Marilyn acabou encontrando o que queria: o novo hotel de Frank Sinatra em Lake Tahoe. Era isolado, longe da loucura de Hollywood e tinha bangalôs bem confortáveis, com serviço de quarto e todas as comodidades. Marilyn acabou fazendo daquele lugar seu refúgio. Ela passava semanas em Lake Tahoe. Uma vez lá seus dias eram de descanso e paz, algo que todos os seus analistas tinham lhe recomendado. Marilyn acordava tarde, lá pelas 2 da tarde. Seu café da manhã já vinha com champagne e doces. Por volta das cinco almoçava e ia para a piscina do hotel. Marilyn jamais tomava sol nas horas em que ele estava no pico. Apenas nadava quando ele já estava se pondo no horizonte. Marilyn sabia que o sol causava envelhecimento precoce e câncer de pele. Como era muito branca tinha pavor de sofrer algum problema desse tipo.
No fim do dia ela se arrumava e ia para o show, geralmente apresentações do próprio Sinatra e sua turma que estavam promovendo o lugar. Além do "bando de ratos", como os amigos de Frank Sinatra eram conhecidos, havia algumas celebridades de Hollywood circulando por lá. Entre eles Peter Lawford. Ele era ator, mas seu principal elo de ligação com Marilyn não dizia respeito a sua profissão, mas sim o fato de Peter ser cunhado do presidente JFK. Para muitos autores e biógrafos da vida de Marilyn teria sido ele, Lawford, que havia apresentado Marilyn a John Kennedy. Quando a coisa ficou feia ele também teria entrado em campo para acalmar Marilyn.
Há muitos anos Peter Lawford era viciado em cocaína. Sua aproximação com Marilyn quase a colocou nesse caminho, mas Marilyn tinha pavor a esse tipo de droga. Ela preferia as pílulas de farmácia. Era algo mais aceitável e mais clean. Ficar cheirando carreiras de pó branco era degradante, segundo a atriz. Lawford, por outro lado, ia ficando cada vez mais dependente. Numa noite Marilyn foi convidada para ir até o seu quarto e foi embora de lá bem rápido. Peter estava participando de uma orgia com drogas e prostitutas. Era algo demais para ela. Aos poucos Marilyn foi cortando os laços de amizade com Lawford, mas ele sempre forçava a barra para ficar próximo dela. Há duas explicações para isso. Uma, que Lawford era um enviado de JFK para ficar espionando o que Marilyn estava fazendo. Outra, defendida por alguns biógrafos, era que Lawford tinha uma paixão platônica, não correspondida, pela atriz. Depois de mostrar seu pior lado para Marilyn um envolvimento entre ambos era completamente impossível.
Depois de muitos desencontros, Marilyn decidiu dar um fora em Bobby Kennedy. Para a atriz ele não passava de um chato, um cara apaixonado que a importunava. Um boboca que mendigava sua atenção. Ela não gostava dele. E como o presidente John Kennedy queria distância dela, com medo de um escândalo, tudo terminou. Secretamente a atriz ainda tinha uma pequena esperança que JFK iria ficar com ela em algum momento de sua vida. Algo que na prática seria impossível. Sendo um católico, Kennedy jamais largaria sua esposa e filhos para casar com Marilyn. Era uma hipótese absurda. Para a garota que havia sido criada como uma órfã, seria um prêmio e tanto terminar seus dias casada com um presidente dos Estados Unidos, mas no fundo isso tudo não passava de um sonho impossível de se tornar realidade. No final de tudo Marilyn Monroe não ganhou nada com esse caso amoroso. Apenas mágoa, decepção e amargura. Mais motivos para sua depressão. Esse foi um romance que estava mesmo fadado ao fracasso desde o começo.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirAs Vidas de Marilyn Monroe - Parte 5, 6 e 7
Pablo Aluísio.
Vou soltar algumas verdades por aqui. Jacqueline Kennedy era feia, tinha o rosto quadrado. Era uma mulher fina e elegante, de bom berço. Também era fria e chata. Ideal para ser a esposa de um político. Mas nem ela e nem Kennedy foram felizes nesse casamento. Marilyn Monroe era uma mulher belíssima, uma loira de olhos azuis. Tinha alma de artista. Era divertida. Não tinha origem. Mas como homem eu ficaria com ela. Nem pensaria duas vezes.
ResponderExcluirA Jackie era aquele tipo de mulher mais inteligente, formada em Harvard, sempre foi da elite da sociedade americana. Estava em outro patamar. Só que é aquela coisa, nem sempre uma mulher como essa é a certa para a felicidade de um homem. O JFK foi atrás de outras mulheres, fora do casamento, sinal de que ele, como você disse, não era feliz em seu casamento com a "mulher perfeita".
ResponderExcluirDom Pablo. A esposa era para mostrar para as câmeras, para o povo, nas recepções da Casa Branca. A Marilyn Monroe era a garota que ele realmente gostava, mesmo que fosse apenas para sexo. Esse é um comportamento padrão em certos homens casados. A hipocrisia reina na sociedade e não é de hoje!
ResponderExcluirPablo:
ResponderExcluirNão tem a ver com o post, mas esqueci e preciso comentar.
Você notou que a base do roteiro de Hobs&Shaw é "O Übermensch" ou "Super-Homem, de Assim Falou Zaratustra, do Nietzsche? Com direito e imagem de livro do autor, citação, etc. Isso é que é um filme de aventura com estofo cultural sofisticado, não?
Que coisa mais maluca... hahahahaha...
ResponderExcluirA escola dos Kennedys em relação as mulheres era a vida sexual do próprio pai Joseph, um adultero contumaz, inclusive com estrelas de cinema. Os jovens Kennedys eram príncipes e se serviam de quem queriam, e todos queriam a Marilyn. Então, deu no que deu.
ResponderExcluirA história se repete como farsa. Inclusive entre membros de gerações diferentes dentro de uma mesma família.
ResponderExcluirNo século XX os homens tratavam mal as mulheres. Eram verdadeiros porcalhões machistas. Passava de pai para filho.
ResponderExcluirMachismo e femininos são extremos da mesma moeda. Nunca vão acabar. Acompanhará a humanidade até o fim de seus dias.
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