sábado, 26 de agosto de 2017

A Casa das Amarguras

Título no Brasil: A Casa das Amarguras
Título Original: Ten North Frederick
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Philip Dunne
Roteiro: Philip Dunne, baseado no romance de John O'Hara
Elenco: Gary Cooper, Diane Varsi, Suzy Parker, Geraldine Fitzgerald, Ray Stricklyn
  
Sinopse:
Joseph B. 'Joe' Chapin (Gary Cooper) é um advogado bem sucedido, paí de uma família tradicional, que começa a ter ambições políticas. Ele pretende se candidatar a um alto cargo público. Suas pretensões porém acabam esbarrando em problemas familiares diversos. Sua filha fica grávida de um músico trompetista de uma banda de jazz. Ele é pobre, descendente de italianos e não condiz com os requisitos de Joe para se tornar o marido de sua filha. Seu outro filho, Joby (Ray Stricklyn), também não quer seguir os passos do pai, preferindo estudar música ao invés de ser enviado para Yale para se formar em Direito. Para piorar Joe descobre estar apaixonado por uma jovem que poderia ser sua filha. Tantos conflitos de uma só vez acabam minando sua vida política e familiar. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Revelação (Ray Stricklyn). Vencedor do Locarno International Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
Drama familiar estrelado pelo astro Gary Cooper. Já em fase final de carreira, beirando os 60 anos de idade, o bom e velho Cooper acabou realizando uma de suas melhores atuações nesse filme ao velho estilo. A carga dramática é o seu grande atrativo. O roteiro mostra a vida de um homem que vê a ruína e o fracasso se instalarem em sua vida profissional e familiar. Ao se deparar com problemas ele acaba escolhendo os caminhos errados, se desvirtuando do que seria certo. As coisas começam a andar mal quando sua filha fica grávida de um músico de jazz band. O sujeito é um pobretão, filho de imigrantes italianos e sem grande futuro pela frente. Como se isso não fosse ruim o bastante Ann Chapin (interpretada pela doce e elegante Diane Varsi) está grávida dele. Um escândalo que coloca em risco até mesmo as ambições políticas de Joe Chapin (Cooper) em se tornar um figurão do mundo da política. Tentando abafar a situação ele suborna o músico e o manda sumir de vista, destroçando emocionalmente a vida sentimental de sua própria filha. 

Depois força a barra para que seu único filho homem, Joby (Stricklyn), vá para Yale estudar Direito contra sua vontade. Manipulando a vida dos filhos, causando frustrações e infelicidades neles, tentando controlar a tudo e a todos, a vida de Joe começa a entrar em um ciclo de fracassos e planos que nunca dão certo. Ele também termina se apaixonando pela colega de quarto de sua própria filha, a bela Kate Drummond (Suzy Parker, sensual e apaixonada na medida certa), mas a diferença de idade entre ambos torna tudo praticamente impossível. O diretor Philip Dunne era um hábil cineasta na realização desse tipo de drama mais pesado, com tintas excessivas. Curiosamente ele tentaria três anos depois da realização dessa produção trazer um pouco mais de carga dramática para a carreira do roqueiro Elvis Presley no filme "Coração Rebelde". Não foi tão bem sucedido. Já ao lado do veterano Cooper as coisas funcionam muito bem. O filme tem densidade dramática adequada, ótimas atuações de todo o elenco e o toque final mostrando e explorando a hipocrisia que reina dentro da sociedade como um todo. Um pequeno clássico que anda esquecido e que merece ser redescoberto pelos admiradores do cinema clássico americano.

Pablo Aluísio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário