segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Labirinto de Paixões

Título no Brasil: Labirinto de Paixões
Título Original: The Spiral Road
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Robert Mulligan
Roteiro: John Lee Mahin, Neil Paterson
Elenco: Rock Hudson, Burl Ives, Gena Rowlands
  
Sinopse:
1936. Um jovem médico chamado Dr. Anton Drager (Rock Hudson) chega para trabalhar numa isolada e distante colônia holandesa no Pacífico Sul. A região é foco de doenças tropicais graves como lepra, peste negra e cólera. Drager deseja trabalhar ao lado do veterano Dr. Brits Jansen (Burl Ives) pois quer usar sua experiência em sua pesquisa que pretende publicar quando estiver de retorno à Europa. Só que Jansen, embora seja um excelente médico, não está preocupado com esse tipo de detalhe. Ele quer mesmo é ajudar aquelas comunidades nativas. Drager chega para trabalhar ao seu lado justamente quando explode uma epidemia de peste negra causada por pulgas de ratos selvagens. A única saída é queimar toda a vila. E isso é apenas o começo de seus serviços naquele lugar esquecido por Deus. Filme vencedor do Bambi Awards na categoria de Melhor Ator (Rock Hudson).

Comentários:
"Labirinto de Paixões" é um drama que explora a dura vida de médicos holandeses em colônias situadas nas distantes ilhas ao redor de Bornéu, nos mares do sul. O protagonista interpretado por Rock Hudson está lá para cumprir um contrato de cinco anos com a companhia das Índias orientais, mas na verdade não tem a menor intenção de viver ali. Ele pretende recolher informações valiosas para suas pesquisas para depois se consagrar no meio acadêmico europeu. Só que o dia a dia como médico naquele cenário tropical deslumbrante e também avassalador não é nada fácil. Drager (Hudson) conhece missionários religiosos que vivem lá, inclusive um bondoso casal de estrangeiros que dedicou toda a sua vida para erguer e cuidar de uma colônia de leprosos. A esposa inclusive pagou caro pela sua missão, sendo ela própria contaminada pela terrível lepra. Esse tipo de dedicação ao próximo até o abala internamente, mas Drager prefere continuar com seus objetivos. Ele também nutre um sentimento de certa rejeição aos valores religiosos pois na verdade é ateu - embora seja filho de um pastor. Ao se deparar com a oportunidade de trabalhar ainda mais adentro da floresta, em um ponto avançado praticamente abandonado, Drager acaba se vendo frente a frente com seu próprio modo de ser e pensar. 

A vida no limite colocará suas convicções à prova, principalmente após ter que enfrentar um nativo misterioso, que se diz feiticeiro e dono de poderes malignos envolvendo magia negra. O roteiro desse filme é bem rico. Ele começa como drama, depois traz pitadas de romance (com o relacionamento entre o personagem de Rock Hudson e a doce Els de Gena Rowlands) e finalmente termina como aventura, com doses de psicologismo exacerbado. O arrogante médico de Hudson é tragado pelas forças da natureza e passa por um período de enlouquecimento e delírio. Essas cenas, já na terça parte final do filme, trazem uma boa oportunidade de Rock mostrar que não era apenas um galã de cinema. De barba grande e roupas em farrapos, ele se sai muito bem. Gostei de sua força de vontade em expressar a terrível tortura psicológica pela qual passa seu personagem. Por fim merecem elogios também a inspirada interpretação de Burl Ives. Imenso, arrebatador e desenvolvendo uma personalidade complexa, ele é um dos grandes atrativos para se conferir esse filme que pode ser até mesmo considerado surpreendente.

Pablo Aluísio.

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