O cinema australiano é bem conhecido por sua originalidade. Basta lembrar de Mad Max ou até mesmo Razorback, filme que virou cult na década de 80. Assim era de supor que essa ficção com toques de terror fosse mais inovadora, seguindo a tradição do país dos coalas mas não é bem isso que acontece. A estória se passa numa instalação do governo situada bem no meio do deserto Australiano (um dos mais hostis do mundo). O que parece ter sido uma rebelião logo aciona as forças de segurança que são enviadas ao local. Chegando lá os militares começam a sofrer delírios, perdendo completamente a razão. Muitos deles visualizam monstros inexistentes ou então pensam estar em chamas, quando na verdade tudo não passa de alucinações. Em busca de respostas um dos comandantes acaba encontrando um grupo de cientistas entre o caos instalado nas instalações. Logo a situação é explicada. Trata-se de um centro de pesquisas que utiliza cobaias humanas para testes de energia psíquica. Há uma garota que acaba se tornando extremamente poderosa do ponto de vista mental, a ponto inclusive de causar inúmeras alucinações nos militares que estão dentro do centro.
Não há nada de muito original aqui. De certa forma o diretor, um novato, se rendeu aos velhos clichês do cinema americano. Os soldados, por exemplo, parecem ter saídos de Starship Troppers. São violentos, viscerais e explosivos. Para piorar não sabem ou não entendem o que combatem. O filme como é de baixo orçamento não tem como mostrar efeitos digitais de última geração, para compensar isso o roteiro mostra apenas em detalhes analógicos a guerra psicológica travada. Melhor assim já que um dos monstros que surgem em cena nada mais é do que um tipo de gorila espacial nada convincente. A produção também tenta pegar carona com franquias de sucesso da indústria americana sendo a mais óbvia referência a série de filmes Resident Evil - embora aqui não haja zumbis em cena. De maneira em geral o resultado é bem decepcionante mas não é de todo ruim, principalmente na reviravolta das cenas finais quando conseguimos saber mais sobre Eve (Amber Clayton) - a garota com poderes mentais acima da média. Para quem sente saudade de “Scanners – Sua Mente Pode Destruir” há também cenas de cabeças explodindo como no clássico de David Cronenberg. Em conclusão é isso: ficção B do cinema australiano que tenta copiar o estilo americano. Não consegue se sobressair e nem empolgar, se revelando mesmo uma ficção de rotina, rendida aos clichês do gênero.
Fortaleza Secreta (Crawlspace, Austrália, 2012) Direção: Justin Dix / Roteiro: Justin Dix, Eddie Baroo / Elenco: Eddie Baroo, Justin Batchelor, Nicholas Bell, Amber Clayton / Sinopse: Grupo de militares invade centro de pesquisas do governo onde encontram uma garota aparentemente normal mas que na realidade é fruto de uma experiência de engenharia genética que lhe trouxe grande poder de sua mente dos que estão ao seu redor. Não demora muito para que todos os membros da equipe comecem a sofrer alucinações e delírios em série.
Pablo Aluísio.
Eu gostei!
ResponderExcluirFortaleza Secreta
ResponderExcluirPablo Aluísio.