A obra de Michael Crichton não tem segredo. Sob uma falsa capa de ciência e seriedade sempre se escondeu um escritor pop por excelência. Seus livros nunca foram feitos para serem levados à sério do ponto de vista científico. São no fundo apenas aventuras infanto-juvenis sob uma máscara de profundidade. Do ponto de vista da ciência são apenas bobagens divertidas. Esse “Esfera” não foge desse padrão. Como se não bastasse ter que encarar a loira Sharon Stone como cientista, o espectador ainda tem que esquecer os vários furos do roteiro que vão surgindo em seqüência para aproveitar o filme apenas como passatempo ligeiro, mesmo que a produção tenha muitas pretensões de ser levada a sério. O resultado é pífio do ponto de vista científico e fraco no quesito diversão. A única coisa que salva “Esfera” de ser um desperdício completo é a excelente qualidade técnica de seus efeitos digitais (ainda em fase de experimentalismo no mundo do cinema). Esses realmente fazem valer a pena o tempo em que se perde vendo todo o restante do papo pseudo científico mostrado nas cenas. De resto Sharon Stone tenta mas não consegue demonstrar que era uma boa atriz e Dustin Hoffman mostra certo constrangimento por estar fazendo papel de coadjuvante de luxo. E a tal esfera do título? Do que se trata? Ora, veja o filme para descobrir e boa sorte!
Esfera (Sphere, Estados Unidos, 1998) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Kurt Wimmer,Stephen Hauser e Paul Attanasio baseados no livro de Michael Crichton / Elenco: Dustin Hoffman, Samuel L. Jackson, Sharon Stone, Queen Latifah / Sinopse: A trama acompanha um grupo de cientistas das mais diferentes áreas do conhecimento humano (astrofísica, matemática, bioquímica, psicologia, etc) que partem para uma missão das mais complexas: analisar o que parece ser uma espaçonave secular afundada nas profundezas do Oceano Pacífico.
Pablo Aluísio.
Publicado originalmente no blog Terror & Ficção
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