Considerado até hoje o melhor filme da franquia Star Wars, O Império Contra Ataca segue sendo reverenciado como a melhor aventura desse universo. Qual foi o segredo de seu sucesso de público e crítica? De fato são vários fatores que fizeram o filme ter esse status especial. Primeiro de tudo temos aqui o melhor roteiro já escrito, onde os personagens da primeira produção são desenvolvidos com profundidade, mostrando aspectos de suas vidas e personalidades que ficaram ausentes do filme anterior, que obviamente priorizava mais a ação e a aventura. Além disso os efeitos especiais são bem mais trabalhados, fruto do avanço técnico alcançado pelos especialistas da empresa de George Lucas. Some-se a isso ainda a bela direção de Irvin Kershner, um veterano que trouxe toda a sua experiência para a saga. Aliás é bom que se diga que apesar de ser um dos grandes criadores do cinema no século XX, George Lucas nunca foi um bom diretor. O problema é que ele definitivamente nunca aprendeu a dirigir bem seu elenco em cena, assim foi muito inteligente de sua parte ficar nos bastidores, na produção, entregando essa função para Irvin Kershner. A diferença se nota em cada cena, em cada atuação. Os atores estão mais focados, mais coesos. Uma pena que Lucas não tenha aprendido a lição, repetindo todos os seus erros nos três filmes mais recentes de Star Wars (todos medonhos nesse aspecto).
A Fox, depois do sucesso espetacular do primeiro Star Wars, também investiu tudo o que tinha de melhor na realização de O Império Contra Ataca. Se nas filmagens do original tudo soava como descrédito e sobras de produção, aqui tudo do bom e do melhor foi colocado à disposição de Lucas e seus atores. Alguns dos personagens mais cativantes da série, como o Mestre Jedi Yoda também surgiram pela primeira vez aqui. A linha narrativa segue em várias frentes, evoluindo em estórias de certo modo independentes ao longo do filme, o que deixou o espectador praticamente sem fôlego. No final tudo se une em um dos momentos mais climáticos de todos os filmes envolvendo o herói Luke Skywalker (Mark Hamil) e o vilão Darth Vader (David Prowse). Obviamente que passados tantos anos todos já sabem do que estou falando mas evitarei dar esse spoiler para quem ainda não viu a saga original. Por fim quero registrar que preferi usar o nome do filme em que assisti na época sem essa bobagem de classificação que Lucas inventou após o lançamento da nova trilogia. Nunca vi esse filme como Episodio V e nunca irei me acostumar com esse tipo de coisa. A obra de arte tem que ser respeitada tal como foi lançada. Modificar tudo após tantos anos é equivocado. Outro absurdo foi o fato de Lucas ter inserido várias cenas digitais na produção após tantos anos. Além de tirar o charme dos efeitos especiais originais, ainda o desfigura como obra cinematográfica pronta e acabada. Dito isso aconselho aos novatos que procurem pelo filme tal como foi lançado no começo da década de 80 e esqueçam as várias "edições especiais" lançadas por Lucas pois são verdadeiros retalhos em celulóide desprovidos de alma e carisma.
O Império Contra Ataca (The Empire Strikes Back, Estados Unidos, 1980) Direção: Irvin Kershner / Roteiro: Leigh Brackett, Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, David Prowse, Billy Dee Williams, Anthony Daniels, Frank Oz. / Sinopse: A luta entre as forças rebeldes e o Império continua. Para se tornar um cavaleiro Jedi, Luke Skywalker (Mark Hamil) vai até o distante planeta Dagobah conhecer o mestre Jedi Yoda (Frank Oz). Enquanto isso Darth Vader (David Prowse) consegue infringir duros golpes entre a resistência rebelde, aprisionando Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew). Já a Princesa Léia (Carrie Fisher) acaba caindo nas garras de Jabba, The Hutt.
Pablo Aluísio.
O Império Contra Ataca
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