Eu acompanhei o auge e a queda da indústria pornográfica. Quando uso a palavra indústria não é em vão. Com a popularidade dos videocassetes e das locadoras de vídeo o pornô deu um boom em Los Angeles, capital mundial do pornô mundial. Muitas produtoras foram fundadas e a venda das fitas transformou muito diretor e produtor fundo de quintal em um sujeito muito rico. O auge começou ali pela metade dos anos 80 e se intensificou conforme mais e mais famílias compravam seus próprios aparelhos de videocassete. Foi uma febre e tanto. Nesses rios de dinheiro o pornô também contou com a entrada de verdadeiras beldades. Mulheres realmente lindas começaram a fazer filmes adultos. Pagando bem, elas entravam no meio.
É curioso porque o que destruiu a indústria pornô foi justamente a entrada em cena de outra inovação tecnológica, a Internet. A internet levou a maioria das produtoras americanas à falência. De repente você não precisava mais ir em uma locadora para ter acesso a material adulto. Também não precisava mais sair de casa, se expor publicamente para alugar um pornozão. O vexame havia chegado ao final. O pornô vinha para sua casa de forma fácil, no sigilo absoluto. Com a popularização da pornografia na net a indústria que havia sido construída na era do VHS veio abaixo. Caiu como um castelo de cartas.
Hoje em dia, com a popularização da net, uma garota bonita, com grandes seios, simplesmente produz seu próprio material caseiro e coloca em sites como Onlyfans onde ela vai receber diretamente seu dinheiro em sua conta pessoal. Sem a necessidade de produtores, produtoras, estúdios, companhias de filmes adultos. Ela vai lá, transa com o namorado, filma tudo com uma câmera comprada em qualquer magazine e pronto.. começa a ganhar com a pornografia sem atravessadores.
Realmente o próprio conceito de filme pornô nem mais existe. Quando comecei a alugar filmes adultos eles seguiriam uma fórmula de filme mesmo, com cinco cenas, uma historinha, etc. Havia diretores, equipes técnicas, etc. Hoje em dia isso não existe mais. Quer dizer ainda existe, mas para pequenos nichos de colecionadores cinquentões que vivem basicamente nos Estados Unidos. Esses filmes nem mesmo são lançados no exterior. Pois é tudo muda, inclusive o mundo do pornô. Ele tem sobrevivido com todas as mudanças. Mudou para melhor? Para as garotas certamente sim.
Pablo Aluísio.
Crônicas do Cinema Adulto - Parte 47
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