terça-feira, 29 de março de 2005

Elvis Presley - Discografia Brasileira 1969

A partir de 1965 as trilhas sonoras de Elvis vendiam tão pouco no Brasil que a filial nacional da RCA simplesmente parou de lançar discos de Elvis no Brasil. Sua última trilhas sonora a chegar nas lojas brasileiras foi "No Paraíso do Havaí" em 1966. Vendeu poucas cópias. Depois disso nada mais foi editado em nosso país em relação a Elvis no quesito álbuns. Para o fã sobrava a única oportunidade de comprar um ou outro compacto que fosse lançado em nosso mercado. Isso demonstrava como Elvis estava por baixo nessa época.

Só três anos depois, justamente em 1969, é que a RCA Brasil finalmente se animou a colocar novamente um álbum (LP) de Elvis nas lojas. Foi justamente "From Elvis in Memphis", um disco que se saiu bem em vendas e foi muito elogiado pela crítica nos Estados Unidos. De repente não havia mais como ignorar. Elvis estava novamente em um bom momento na carreira e os responsáveis por seus lançamentos no Brasil soltaram o disco para venda ao público brasileiro. Era uma edição mais simples do que o bonito disco original americano, mas foram preservados pelo menos a excelente direção de arte do álbum Made in USA.

Muitos pensaram que seguindo a boa maré o álbum seguinte de Elvis, esse duplo, chamado "From Memphis to Vegas / From Vegas to Memphis" também seria lançado, mas como se tratava de um disco mais caro (por ser dois LPs) a RCA resolveu esperar um pouco e o tão aguardado álbum duplo só foi lançado nos anos 70. Era até comum os lançamentos atrasarem até um ano ou dois para serem lançados no Brasil, fruto do atraso industrial nacional daqueles tempos.

Já em termos de compactos (os chamados singles) o público brasileiro não teve muito do que reclamar. Em 1969 quatro compactos simples foram lançados em nosso país, seguindo rigorosamente a discografia americana. Foram os seguintes os compactos nacionais: "If I Can Dream / Edge Of Reality", "In The Guetto / Any Day Now", "Suspicious Minds / You´ll Think Me" e "Don´t Cry Daddy / Rubberneckin", Apenas dois singles americanos não foram lançados por aqui, "Memories" e "Clean Up Your Own Back Yard", muito provavelmente porque os executivos da filial brasileira não viram realmente potencial comercial neles. O outro single americano com as canções gospel "His Hand In Mine / How Great Thou Art" nem foi considerado pois eram apenas reprises.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Discografia Básica 1969

Bom, além dos discos oficiais lançados por Elvis Presley em vida durante o ano de 1969 um bom caminho para o fã do cantor trilhar como objetivo de conhecer esse ano em específico em sua carreira é procurar adquirir vários CDs modernos, lançados nos últimos anos. Como se sabe Elvis produziu muito em vida, não apenas em relação às sessões de gravações em estúdio como também nos palcos pois foi justamente em 69 que ele retornou aos shows ao vivo. Então aqui vai algumas dicas.

"Memphis Sessions" foi o primeiro CD do selo FTD a explorar esse ano de forma não oficial. O lançamento é recheado de takes alternativos das sessões de Elvis no American Studios, sendo que muitos deles já tinham sido lançados antes em bootlegs como "American Crown Jewels" e "Finding The Way Home". Mesmo assim, muito em razão do capricho e da direção de arte, além das próprias gravações que foram usadas no CD (com sensível melhoria técnica) é um daqueles CDs que você deve ter em sua coleção. Já Elvis At International foca sua atenção no Elvis de palco. O CD traz o show na íntegra que Elvis realizou no dia 23 de agosto de 1969 em Las Vegas. Nessa temporada simplesmente não existem concertos ruins ou fracos. Elvis estava extremamente empenhado em dar o melhor de si para um público que não o via se apresentar ao vivo desde 1961.

Depois desses dois lançamentos o produtor Ernst Jorgensen passou muito tempo para voltar a explorar o ano de 1969. Ele só voltaria a essa época com "Made in Memphis", onde reuniu várias faixas gravadas por Elvis em estúdio em Memphis. Meio desorganizado do ponto de vista histórico ainda é uma bela pedida para conhecer o lado mais artístico de Elvis pois ele parecia ficar inspirado quando trabalhava em sua cidade do coração. Talvez o melhor CD do selo FTD em relação a 1969 seja mesmo "Elvis in Person", CD duplo com farto material desse ano. Claro que a espinha dorsal foi montada em torno do próprio álbum original. Somando-se às gravações Live que conhecemos o produtor ainda resolveu acrescentar algumas faixas do American no CD 1 e no CD2 trouxe um concerto do dia 22 de agosto (dinner show). Um excelente retrato do que Elvis vinha apresentando para seu público de Vegas naquele período.

Depois desse lançamento que se propunha a ser definitivo o selo FTD entrou novamente em um hiato no que se refere a 69 só voltando a lançar coisa nova no CD Live in Vegas. Temos aqui o Dinner show do dia 26 de agosto. Perceba que você vai aos poucos se inteirando completamente dessa temporada apenas ao adquirir do títulos da FTD. Esse concerto em especial não está entre os meus preferidos. Penso que a gravação não ficou tecnicamente perfeita. Mesmo assim é certamente mais um item a se ter na coleção. Depois dele outra excelente pedida é o FTD Back in Memphis, que traz a edição de um dos meus álbuns preferidos de Elvis. No cardápio algumas das mais intimistas e elegantes faixas gravadas por Elvis Presley no American Studios. Coisa fina. É um CD duplo com muito material inédito. Para fãs de Elvis é um prato refinado.

O mesmo aconteceu com a edição dupla especial de From Elvis in Memphis. Nessa altura do campeonato você já deve ter percebido que não adianta mais comprar os álbuns originais de Elvis tal como foram lançados. O certo é mesmo ir nas edições especiais do selo FTD que trazem não apenas o conteúdo dos discos oficiais como também um vasto material de preciosidades inéditas. Depois de dois lançamentos explorando faixas de estúdios e álbuns clássicos chegou ao mercado Hot August Night. Aqui temos o concerto até então inédito de 25 de agosto de 1969. Show da meia noite quando o jantar era trocado por consumação apenas de drinks e cocktails. Nesses concertos realizados à meia noite Elvis aparecia mais relaxado, brincalhão e interativo com a plateia, embora também muitas vezes mais cansado do que no primeiro show (lembrando que Elvis se apresentava duas vezes por noite em Las Vegas nessa fase de sua carreira). Esse show aqui porém vale obviamente muito a pena. Seguindo em frente temos outro CD de estúdio logo após. Como o material deixado por Elvis no American Studios de Memphis não parece ter fim temos mais um título de takes alternativos daquelas sessões: From Elvis At American Sound Studio. Apesar das gravações serem impecáveis não gostei muito nem da seleção e nem da direção de arte. Mesmo assim é item de colecionador, como sempre.

Pensou que acabou? Ainda não. The Return To Vegas é outro lançamento FTD a explorar um concerto ao vivo de Elvis em Las Vegas no ano de 1969. Aqui temos um dinner show (show do jantar) com um Elvis ainda elétrico. O destaque vai para um medley dos Beatles onde Elvis canta "Yesterday" e "Hey Jude", duas de suas preferidas no repertório do quarteto inglês. Uma bela versão de "Memories" também engrandece o repertório do CD. Por fim o lançamento mais recente do selo FTD no que diz respeito a 1969 é uma edição especial com a trilha sonora do filme "Live a Little, Love a Little". Considero um CD meio preguiçoso, mas que também traz coisas bem interessantes como muitos takes alternativos de "A Little Less Conversation". No total são apenas cinco canções e seus inúmeros takes e alternate versions. Depois de muita pesquisa Ernst finalmente encontrou as fitas de gravação dessa sessão em Nova Iorque, nos arquivos da RCA Victor. Isso depois de serem dadas como perdidas por anos. Uma belo presente para os fãs de Elvis. Espero que ele também ache as sessões de outros filmes dessa mesma época. Os admiradores da obra musical de Elvis certamente agradecerão.

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de março de 2005

Elvis Presley, - O Retorno aos Estados Unidos

Após dar baixa no exército, Elvis finalmente retornou para os Estados Unidos, para retomar os rumos de sua carreira como cantor e ator. Após anos ele também voltaria para sua amada mansão Graceland, em Memphis. Para trás, na Alemanha, deixava as recordações de um tempo duro de sua vida, além de uma namorada adolescente chamada Priscilla. Ele havia se apaixonado de verdade por ela. Por isso, ao contrário do que muitos pensavam, que sua história com Elvis estaria acabada, ele ainda teria um destino ao lado da garota nos anos que viriam. Na verdade ela iria se tornar a mulher mais importante de sua vida.


Porém em 1960 tudo isso parecia apenas um sonho distante, um futuro improvável. Seu primeiro compromisso profissional ao voltar foi com a gravadora RCA Victor. Em março desse mesmo ano Elvis foi até o estúdio B da RCA em Nashville para suas primeiras sessões após sua saída do exército. Steve Sholes e Chet Atkins produziram essa rodada de gravações. Sholes vinha trabalhando com Elvis desde a década de 1950 e Atkins era um arranjador e músico talentoso, grande nome no meio musical em Nashville.

As primeiras canções gravadas por Elvis foram "Make Me Know It" e "Soldier Boy", duas faixas que seriam usada no álbum "Elvis is Back!", o primeiro LP de Elvis em sua volta ao cenário musical. No dia seguinte ele gravaria as duas músicas que iriam fazer parte de seu primeiro single naquela década. "Stuck on You" era uma canção pop cheia de vigor e "Fame and Fortune" era uma balada que lembrava os antigos barítonos clássicos do passado. As sessões foram encerradas com as gravações de "A Mess of Blues" (que iria ser lançada como Lado B do single "It´s Now or Never") e "It Feels So Right" que também seria aproveitada no "Elvis is Back!".

O resto das músicas programadas ficaram para depois, pois Elvis tinha um compromisso na TV americana onde iria aparecer ao lado do cantor Frank Sinatra em seu especial "Welcome Home Elvis" que iria ser gravado na Flórida. O título "Bem-vindo ao lar Elvis" já dizia tudo. Era uma celebração de sua volta aos Estados Unidos. Elvis iria aproveitar a ocasião para apresentar suas duas novas músicas do single, ao mesmo tempo em que "brincaria" ao lado de Sinatra em um dueto com antigos sucessos. Seu retorno a um programa de TV criou muitas expectativas na época. O que será que Elvis iria apresentar de novo aos seus fãs? Tudo muito interessante, mas essa é uma outra história que iremos contar em breve.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de março de 2005

Elvis Presley - Os Últimos dias no Exército - Parte 3

Em seus últimos dias na Alemanha Elvis fez algumas promessas para sua namorada adolescente Priscilla. Ele prometeu que ela estaria ao seu lado no aeroporto quando ele fosse viajar de volta aos Estados Unidos. Também prometeu que ela iria visitar Graceland, conhecer sua amada mansão em Memphis. As duas promessas foram cumpridas por Elvis, embora a segunda demorasse quase dois anos para ser realizada.

Elvis não teve muita sorte na viagem de volta. Pegou uma forte nevasca. Ele que já tinha um certo receio de viajar de avião ficou ainda mais preocupado. Na volta também pisou pela primeira e única vez na Escócia, durante um reabastecimento da aeronave na qual viajava. Para os fãs ingleses e britânicos foi um evento e tanto, já que Elvis nunca havia estado na ilha. E muitos se perguntavam quando ele iria fazer a tão esperada turnê inglesa. Bom, nunca iria fazer essa turnê, infelizmente.

Nos Estados Unidos sua agenda profissional estava cheia de compromissos. A primeira obrigação seria entrar em estúdio para gravar novas músicas para a RCA Victor. Essas primeiras canções iriam ser lançadas de forma rápida para aproveitar o frenesi da imprensa em seu retorno. Elvis havia também assinado um contrato para aparecer na TV americana.

Quando foi divulgado que o tal programa televisivo seria ao lado de Frank Sinatra os fãs ficaram surpresos, já que Elvis e Sinatra nunca tinham se dado bem antes. Quando o rock surgiu Frank Sinatra teceu críticas ferozes e ofensivas contra o novo gênero musical, não poupando sequer o próprio Elvis. Por isso a reação dos fãs foi de surpresa total. E depois de novas gravações e da realização do programa de TV Elvis ainda teria que cumprir dois contratos cinematográficos, para a realização de dois novos filmes, com datas de estreia marcadas para aquele mesmo ano. 

Elvis na Escócia
Durante muitos anos a imprensa britânica perguntou quando Elvis Presley iria se apresentar na Inglaterra! O próprio Elvis manifestava sua vontade de um dia se apresentar pela Europa em uma turnê internacional. Infelizmente isso jamais aconteceu. Artista conhecido no mundo todo Elvis foi o único astro americano de grande nome que nunca se apresentou profissionalmente fora dos Estados Unidos (exceto no vizinho Canadá na década de 1950).

A única vez que pisou em solo britânico foi justamente em março de 1960. Enquanto viajava de volta ao seu país o avião em que estava teve que parar por duas horas no aeroporto de Prestwick na Escócia para reabastecimento. Elvis desceu as escadas, acenou ao público, foi até a cerca do aeroporto dar autógrafos para seus fãs escoceses e até arranjou tempo para atender à imprensa local. Infelizmente para seu enorme fã clube inglês Elvis nunca mais pisaria na Grã-Bretanha! Na foto ao lado: no saguão do aeroporto Elvis posa para fotos dos jornais escoceses. Bem humorado respondeu a todas as perguntas feitas pelos jornalistas.

 Nas fotos: Assim que desceu do avião Elvis foi imediatamente cercado por uma multidão de fãs em busca de autógrafos do ídolo americano.


Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de março de 2005

Elvis Presley - Os Últimos dias no exército - Parte 2

Um mês antes de encerrar seu serviço militar na Alemanha, Elvis mandou seu pai e sua avó de volta aos Estados Unidos. Ele pagou o último aluguel de sua casa em Bad Nauheim e ficou esperando pela burocracia providenciar sua dispensa. Elvis deu baixa no exército no posto de sargento. Era uma tradição no meio militar a saída com um posto acima do que se tinha na ativa.

Os últimos momentos na Alemanha passaram rapidamente. Elvis fechou algumas caixas, guardou seus pertences para levar de volta, pagou a quem devia, organizou suas malas e se preparou para voltar ao lar, para Graceland. Ele tinha sérias dúvidas de como seria esse retorno. Tinha receios de voltar para sua mansão e sentir a falta da presença de sua mãe Gladys. Afinal ele nunca iria se recuperar dessa perda.

Por outro lado havia também muitas expectativas sobre sua volta. Tanto a indústria fonográfica como a cinematográfica tinham muitos planos para sua carreira. A RCA Victor nem tinha novas gravações ainda do cantor, mas já havia prensado às pressas as capinhas de seu novo cmpacto. Um lugar na capa foi deixado para se colar o adesivo com o nome das músicas novas que Elvis iria gravar.

Elvis havia se firmado antes de sua partida como um rockstar, um astro do rock. Porém o rock como gênero musical estava em baixa. Assim ele em conversas com Tom Parker decidiu que iria investir mais em baladas românticas e pop music. Afinal Elvis era um artista eclético, que poderia transitar por todos os ritmos musicais. E se o Rock já não fazia sucesso como antes, ele poderia muito bem mudar de estilo. O importante, acima de tudo, era sobreviver como artista que era.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Os Últimos dias no Exército

Os últimos dias de Elvis no exército americano se passaram rapidamente. Para sua surpresa ele foi descobrindo que ainda havia muito interesse em sua volta à carreira artística nos Estados Unidos. Elvis tinha momentos de baixa autoestima, o que levava a pensar que ele estava acabado quando entrou para o exército, que ninguém mais teria interesse nele como cantor ou ator. Elvis estava sempre dizendo que a carreira de cantor era efêmera, que não iria durar, que cantores surgiam e desapareciam da noite para o dia. Era incrível, mas parecia mesmo que ele não tinha a menor dimensão de sua fama e sucesso.

A RCA Victor foi a primeira a se apressar. Um executivo da gravadora teve uma reunião com Tom Parker. O objetivo era acertar os termos do contrato de Elvis pelos próximos anos com a multinacional. Outras gravadoras tinham mostrado interesse em contratar Elvis depois que ele deixasse o exército, mas a RCA tinha total preferência, afinal ela tinha sido a gravadora de Elvis desde que ele saíra da Sun Records. O Coronel Parker acabou acertando um contrato de cinco anos com a RCA, com direito inclusive sobre eventuais trilhas sonoras que ele viesse a gravar para estúdios de cinema em Hollywood.

Por falar em cinema, a Paramount Pictures também correu e assinou um contrato para ter a exclusividade de produzir o primeiro filme de Elvis após o seu serviço militar. O roteiro já estava pronto e o filme seria produzido pelo produtor Hal B. Wallis. O roteiro foi enviado a Elvis na Alemanha e ele não gostou nada do que leu. Era uma versão romântica e fantasiosa de sua própria vida como soldado na Alemanha. Elvis queria ser um ator sério como seus ídolos James Dean e Marlon Brando e viu que aquela história não ia para lugar nenhum.

O Coronel Parker recebeu um telefonema de Elvis em que ele deixava claro sua decepção com o roteiro, mas o empresário decidiu ignorar as reclamações de seu cliente. Como a Paramount havia feito uma generosa oferta financeira pelo trabalho de Elvis no filme, ele assinou na mesma hora um contrato que iria durar cinco anos com a companhia cinematográfica, mas sem opção de exclusividade. Assim o Coronel Parker disse a Elvis que ele poderia trabalhar em outras produtoras de Hollywood, onde poderia finalmente escolher o roteiro que lhe agradasse mais. Sem muita força de vontade, Elvis acabou cedendo ao que determinava seu empresário.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de março de 2005

Elvis Presley - Elvis e o Charlatão - Parte 2

O Dr, Schmidt tinha uma clara aversão por Priscilla. E ela tampouco gostava dele. O que ninguém sabia era que o tal médico era homossexual e estava apaixonado por Elvis. Por isso ele não gostava da namorada de Elvis, era uma questão de ciúmes. A aproximação com Elvis piorou ainda mais essa situação. Todos os dias Schmidt tinha sessões de aplicação de seus cremes no rosto de Elvis. Ele massageava Elvis por pelo menos 40 minutos diariamente.

Esse contato tão próximo fez com que Schmidt perdesse o controle. Durante uma das sessões ele não se inibiu mais, tentando agarrar Elvis. Inclusive ele colocou as mãos sugestivamente nas partes íntimas do cantor. Quando Elvis percebeu isso deu um pulo da cadeira. Ainda com cremes no rosto e completamente espantado e surpreso, ele disse que Schmidt deveria sair do quarto imediatamente! Ele estava visivelmente chocado.

Depois disso Elvis decidiu demitir Schmidt. Esse reagiu da pior forma possível dizendo que ia na imprensa denunciar que Elvis estava tendo um caso com uma garota menor de idade (ele estava se referindo à Priscilla que tinha 14 anos de idade na época). Isso deixou Elvis ainda mais irado. Mesmo com a ameaça, Elvis não voltou atrás, dizendo que Schmidt deveria pegar seus cremes e nunca mais deveria voltar. Elvis nunca mais queria ver ele novamente em sua vida.

Elvis ficou preocupado com as ameaças de Schmidt e decidiu procurar o seu oficial superior no batalhão do exército onde ele servia. Assim um inquérito militar foi aberto para investigar Schmidt. O Exército americano descobriu que ele não era médico coisa nenhuma, que nunca havia se formado em medicina e que era um charlatão perigoso que vendia cremes milagrosos para pessoas desavisadas. Antes de desaparecer para sempre Schmidt decidiu enviar uma carta para Elvis dizendo que ele o amava, que jamais o iria esquecer e que nunca mais iria esquecer os momentos que havia passado ao seu lado. Também dizia que havia desistido de ir até a imprensa. Isso deixou Elvis um pouco mais aliviado, porém deixou uma lição para ele, para não confiar mais em qualquer pessoa que visse pela frente.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis e o Charlatão - Parte 1

Quando era adolescente Elvis tinha tido vários problemas com acne (espinhas) no rosto. Ele se curou delas, mas ficou poros e pequenas deformações em seu rosto que ele simplesmente detestava. Quando estava na Alemanha, servindo o exército, Elvis leu em uma revista que um médico alemão havia descoberto uma "cura milagrosa" para esse tipo de problema. Bom, pela descrição já dava para perceber que se tratava de um charlatão, mas Elvis acreditou nesse tal tratamento mesmo assim.

Elvis então decidiu escrever para o tal "doutor" dizendo que tinha muito interesse em fazer esse tratamento de pele. O sujeito estava na África do Sul, mas assim que recebeu a carta de Elvis resolveu comprar a primeira passagem para a Alemanha. Afinal ter uma personalidade famosa como Elvis em sua clientela era algo que iria impulsionar seus negócios. Quando Vernon descobriu que Elvis havia contratado um dermatologista em outro continente quase teve um ataque do coração!

Ele chegou na Alemanha e foi direto na casa de Elvis para se apresentar. Ele ficou conhecido entre a turma como Dr. Schmidt. Só que ele não era médico coisa nenhuma, nunca havia frequentado um curso de medicina na vida e vivia de vender cremes e mais cremes para quem acreditasse em suas lorotas. Infelizmente Elvis havia caído no conto do vigário.

Priscilla não gostou do tal Dr. Schmidt. Achou que ele era uma pessoa falsa e que poderia trazer problemas para Elvis (e ela estava certa sobre isso). Todos os dias porém Elvis continuava a seguir o tratamento com o tal falso médico. Assim que Elvis chegava do exército ele ficava por cerca de meia hora recebendo os cremes e cosméticos de Schmidt em seu rosto. A família de Elvis começou a desconfiar dele e as coisas foram ficando cada vez mais estranhas. Ele tinha um jeito de ser muito fora dos padrões. Era falante e expansivo e em pouco tempo já começava a tomar certas liberdades dentro da casa de Elvis, tratando a todos com uma intimidade que não tinha sido dada a ele. Elvis porém resolveu continuar com  o tratamento. Mal sabia ele o que estava por vir.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de março de 2005

Elvis Presley - Depressão verde

Embora Elvis não falasse isso publicamente com a imprensa, ele começou a perceber que sua fase no exército havia sido uma grande perda de tempo. Elvis, na maioria dos dias, exercia a função de motorista de um jipe para oficiais do grupamento onde estava servindo na Alemanha. Seu pelotão era responsável pelos tanques do batalhão, então de vez em quando Elvis também participava de operações com essas pesadas máquinas de guerra. Porém fora disso ele não tinha muito o que fazer.

O tempo no exército era basicamente de muito tédio. O pior acontecia quando Elvis era designado para trabalhar durante as madrugadas frias como sentinela em uma das guaridas laterais do quartel. Elvis odiava esse tipo de função. Era basicamente passar frio congelante durante a noite toda, sem poder dormir ou descansar. Ele que já tinha naturais problemas de insônia viu sua doença piorar a cada dia. Depois de uma noite inteira levando temperatura abaixo de zero, Elvis voltava para casa, mas não conseguia dormir. Ele tinha dificuldades de dormir de noite, então de dia isso era praticamente impossível.

E havia a depressão, sempre constante. Elvis passou por muitos momentos de depressão vestindo sua farda verde do exército americano. A morte da mãe o abalava demais. Ele estava sempre falando ou recordando de Gladys, lembrando dos tempos felizes e dos momentos que havia passado ao lado dela, desde a infância. Elvis não se conformava com a morte de sua mãe. Então por essa época ele basicamente levou uma vida muito dura. Psicologicamente estava arrasado.Tinha que lidar com a depressão e com a chatice sem fim do serviço militar.

A música, sempre ela, ajudava a passar o tempo. Elvis gostava de comprar discos de vinil, além de estar sempre ouvindo a estação de rádio das forças armadas. Era basicamente por esse caminho que ele ouvia as últimas novidades musicais na América, quem estava fazendo sucesso, quem estava em baixa. A religião também passou a ocupar mais espaço em sua vida. Elvis estava sempre lendo a Bíblia em seus momentos de folga. Também passou a ter o hábito de comprar livros para ler. Elvis passava muito tempo sentado em uma cadeira do lado de fora do QG, esperando que algum oficial fosse precisar dele como motorista. Algumas tardes ele ficava sem fazer nada. Assim ele passou a usar esse tempo à toa para ler. Era uma boa forma de matar o tédio do serviço militar.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O Romance entre Elvis e Priscilla - Parte 5

O Romance entre Elvis e Priscilla - Parte 5
O namoro de Elvis e Priscilla prosperou rapidamente. Depois que os pais dela deram autorização para que ela encontrasse Elvis sempre que quisesse, o aumento das visitas de Priscilla a Elvis aumentou consideravelmente. Inicialmente ela ia duas vezes por semana até a casa de Elvis. Depois esse número cresceu para três, quatro e até cinco vezes por semana. Priscilla ficou muito próxima da avó de Elvis, Minnie Mae e também começou a se dar muito bem com Vernon, o pai do cantor. Em pouco tempo já era de casa.

Embora Elvis tivesse uma "namorada oficial" nos Estados Unidos, a loira Anita Wood, ele estava apaixonado mesmo pela adolescente Priscilla, a tal ponto que suas cartas enviadas para Anita foram ficando cada vez mais raras. Priscilla chegou a encontrar algumas cartas dela para Elvis em seu quarto, pensou até mesmo em ler seu conteúdo, mas depois pensou melhor e as deixou de lado. Essa personalidade de não pedir explicações e nem de criar problemas foi outro ponto a favor em relação a Priscilla que atraiu Elvis.

Ela tinha uma personalidade mais tímida, mais calada. Era isso que Elvis procurava em uma namorada. Uma garota que segundo suas próprias palavras, "ficasse ao seu lado, perto do coração, dando apoio". Nada de brigas, discussões, etc. O jeito de ser de Priscilla acalmava Elvis, fazia com que ele ficasse mais tranquilo, em paz. Anita Wood tinha uma personalidade bem mais forte, era muitas vezes briguenta e criava muitas discussões com Elvis. Ele estava cansado daquele tipo de comportamento.

Em relação ao sexo, Elvis decidiu que seu namoro com Priscilla não iria romper certos limites. Priscilla era obviamente uma jovem virgem e Elvis estava disposto a deixar tudo como estava. Ele até levava ela para seu quarto, para que eles tivessem mais privacidade, mas segundo a própria Priscilla, Elvis jamais avançou ou ultrapassou essa linha enquanto estavam juntos. Ele sabia da pouca idade da namorada adolescente e os conselhos de Tom Parker ainda martelavam sua cabeça. O Coronel avia dito que ele deveria se controlar, para não fazer besteiras. O que aconteceu com Jerry Lee Lewis era sempre uma sombra presente e Elvis não queria destruir sua carreira por esse tipo de coisa. Cautela e cuidado eram necessários em seu relacionamento com Priscilla nesse momento de sua vida.

Pablo Aluísio. 


terça-feira, 22 de março de 2005

Elvis Presley - O Romance entre Elvis e Priscilla - Parte 4

Depois de alguns encontros, o pai de Priscilla decidiu que ela só voltaria a encontrar Elvis depois que ele viesse pessoalmente pedir sua autorização. Foi então que Elvis decidiu enfrentar a situação de frente, indo numa noite na casa da família de Priscilla, visitar e conhecer seus pais. Usando de todas as boas maneiras sulistas, ele se mostrou um jovem decente e cumpridor de suas obrigações, tanto para com seu país como para com sua família.

A conversa foi levemente tensa, mas ao final Elvis conquistou a todos, tanto ao pai de Priscilla como a sua mãe que não perdeu tempo dizendo a Priscilla que seu romance com Elvis poderia “significar a oportunidade de sua vida!”. Entre vários assuntos triviais durante a noite, Elvis deixou claro aos pais de Priscilla que um dia, quando voltasse para os Estados Unidos e retomasse sua carreira iria querer formar uma família, se casar e ser ter filhos. Ele considerava Priscilla muito madura para sua idade e uma ótima companhia. Elvis se sentia bastante solitário na Alemanha e acreditava que Priscilla era a melhor pessoa que havia conhecido em anos.

Promessas diretas não foram feitas, mas ficaram subentendidas para todos os presentes. Elvis ainda tinha uma “namorada oficial” na América, a loira Anita Wood, mas estava cada vez mais apaixonado e interessado na jovem Priscilla. A distância de Anita estava cobrando seu preço. Dentre pouco tempo ele estaria completando seu tempo de serviço militar e voltaria para os Estados Unidos, para gravar novos discos e filmes.

O Pai de Priscilla ficou satisfeito com as atitudes e a postura de Elvis, dando assim autorização para a filha ir visitar o namorado, sempre que quisesse. Priscilla também começou a ficar muito próxima da avó de Elvis, Minnie Mae. Essa lhe contou antigas histórias da família Presley. Priscilla não teve a oportunidade de conhecer Gladys, a mãe de Elvis. Por isso Minnie Mae se tornava valiosa fonte de informações sobre ela, a pessoa mais importante da vida de Elvis.

Minnie Mae contou a Priscilla que Gladys era uma mulher de gênio forte. Dominadora, mandava em Vernon e educava Elvis com rédeas curtas. Era uma mulher que havia passado por muitas dificuldades na vida, mas tinha superado todas elas. Para a avó de Elvis, a morte de Gladys havia deixado uma marca na alma de Elvis que jamais seria superada. Era uma dor que ele levaria até o fim de sua vida. E de fato Elvis nunca conseguiu superar a morte de sua querida mãe.

Minnie Mae era uma senhora espiritualista. Ela também contou a Priscilla que a alma de Gladys não havia deixado Graceland após sua morte. A avó de Elvis acreditava que Gladys vagava pela mansão nas noites, pela madrugada e que durante o dia se escondia no sótão da casa. Minnie Mae havia ouvido muito barulho vindo de lá, passos e tudo mais. As roupas e alguns objetos de Gradys tinham sido levados para o sótão de Graceland após sua morte. Minnie Mae tinha a forte convicção que a alma de Gladys nunca iria deixar seu filho. Ela iria vagar por Graceland por anos e anos, zelando por Elvis.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O Romance entre Elvis e Priscilla - Parte 3

O segundo encontro entre Elvis e Priscilla já foi bem diferente. O fato de Elvis ter mostrado interesse na jovem adolescente mudou tudo. Ao invés de se mostrar mais à vontade, completamente casual, Elvis resolveu dar mais atenção a Priscilla. Quis saber mais sobre sua vida, seus planos, seus pensamentos. Conforme a conversa seguiu em frente Elvis provavelmente pensou que ela, por ser tão jovem, poderia ser moldada na mulher de seus sonhos. A partir desse ponto Elvis resolveu não mais largar a garota, uma decisão que tinha sua dose de risco uma vez que Jerry Lee Lewis tinha visto sua carreira praticamente acabar da noite para o dia por se envolver com uma garota menor de idade.

O que diferenciou tudo foi que Elvis estava distante, na fria Alemanha, bem longe da imprensa americana. Além disso ele e Priscilla começaram um romance que poderia ser definido como um “namoro adolescente”. Nada de se avançar além dos limites, Elvis tinha consciência da idade de Priscilla e procurou agir como tal. Conforme o tempo foi passando Priscilla começou a ir duas, três, quatro e até cinco vezes por semana para Bad Nauheim, o que imediatamente despertou a atenção de seu pai que obviamente não via com bons olhos o fato de sua filha de 14 anos de idade ir quase todas as noites para a casa de um superstar como Elvis. Agora se Elvis quisesse ver Priscilla teria que ir falar com ele pessoalmente. As coisas definitivamente tomariam um novo rumo depois disso.

Foi por essa época que a história chegou aos ouvidos do Coronel Tom Parker. Ele mantinha uma rede de espiões ao redor de Elvis, informando tudo o que acontecia em sua vida pessoal. Quando soube que Elvis estava namorando uma garota de 14 anos na Alemanha, o Coronel Parker ficou muito preocupado. Não era sem razão. O caso de Jerry Lee Lewis estava na mente de todas as pessoas da indústria fonográfica. Caso isso viesse a ser revelado pelos jornais americanos Elvis iria passar por dificuldades e abalos em sua popularidade.

O Coronel Parker e Elvis mantinham contato por telefonemas que eram realizados com certa regularidade. Pelo telefone o Coronel Parker disse a Elvis que ele colocasse sua mente no lugar. Que esse tipo de envolvimento era perigoso, que as coisas poderiam sair do controle. Curiosamente mesmo com a pressão indireta de Tom Parker para que Elvis colocasse um fim em seu namoro com Priscilla, ele decidiu continuar com ela. Era uma prova de que ele realmente estava gostando dela. Caso fosse diferente, Elvis teria terminado tudo, abafado seu romance com a jovenzinha. Elvis via Priscilla como alguém para afastar a solidão e a depressão que vinha sofrendo desde a morte de sua mãe Gladys. Eram momentos de rara felicidade em um tempo muito duro para ele. E assim, mesmo com os conselhos de Tom Parker, Elvis seguiu em frente com o namoro. E mais, decidiu que iria conhecer os pais de Priscilla em Weisbaden. Ele estava decidido a dar um passo a mais nessa complicada relação amorosa.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O Romance entre Elvis e Priscilla - Parte 2

Foi justamente na época em que servia o exército americano na Alemanha que Elvis finalmente encontrou a mulher de seus sonhos. Era Priscilla Ann Beaulieu, filha de um oficial da força aérea que também cumpria seu serviço militar numa base próxima à que Elvis estava estacionado. Foi Currie Grant quem trouxe Priscilla para passar uma noite na casa de Elvis. Como se sabe o cantor gostava de relaxar após mais um dia no quartel, sentava ao piano, cantava algumas músicas ou então ficava ouvindo o rádio ou sua vitrola com os últimos lançamentos nos Estados Unidos.

No começo Priscilla viu o convite como algo curioso, uma noite diferente para contar para suas amigas que tinham ficado nos Estados Unidos, até porque não era todo dia que se podia conhecer uma celebridade como Elvis Presley. Ela inclusive achava que Elvis mal iria reparar em sua presença. Jovem como era, não iria chamar atenção. Afinal Priscilla não passava de uma adolescente sem grandes coisas a conversar com aquele que era considerado o maior cantor do mundo. Só havia uma coisa que ela não podia prever, a de que Elvis iria se interessar muito por ela!

Depois de pedir autorização aos pais dela, pois Priscilla ainda era menor de idade, Currie conseguiu levá-la finalmente para conhecer Elvis. A viagem curta entre as cidades de Weisbaden e Bad Nauheim foi realizado praticamente em silêncio. Priscilla era uma jovem introvertida. Era filha de um militar, essa era a explicação para o seu modo de agir. O primeiro encontro se deu de forma mais casual possível. Currie levou Priscilla para conhecer Elvis em sua casa em Bad Nauheim. Não era uma festa nem nada parecido, apenas mais uma reunião informal como tantas outras que Elvis promovia em sua casa todas as noites.

Ele estava bem à vontade quando Priscilla chegou. Ela já havia ficado surpresa quando finalmente parou em frente de sua casa. Ao invés de uma mansão de um astro de Hollywood, Priscilla se viu diante de uma casa comum, como todas as outras da rua. As casas alemãs eram velhas e tinham aquele estilo histórico em suas fachadas. Quando Priscilla entrou na casa de Elvis a primeira coisa que ela ouviu foi um disco de vinil com a cantora Brenda Lee. Elvis estava ouvindo as novidades, os lançamentos que tinham sido lançados nos Estados Unidos. Ele tinha, claro, de ficar atualizado.

Priscilla acreditava que Elvis nem iria perceber sua presença na sala, mas ela estava errada. Elvis, desde o primeiro momento em que colocou os olhos nela, ficou impressionado por sua beleza. Elvis se apresentou a ela, de forma até bastante formal, então Priscilla sentou e para sua surpresa viu que Elvis se aproximou dela para conversar. Ela pensou que isso nunca iria acontecer. Elvis foi logo perguntando sobre ela, se estava gostando da Alemanha. Uma pequena situação delicada aconteceu quando Elvis perguntou onde ela estudava, em que série estava. Quando Priscilla respondeu Elvis soltou uma frase de surpresa, dizendo "Mas você é apenas uma criança!". Ela não gostou. Fechou a cara. Elvis percebeu a besteira que havia dito e tentou consertar a situação. Acabou dando certo.

Havia uma diferença de idade entre Elvis e Priscilla. Ele estava com 24 anos na época. Priscilla tinha apenas 14 anos de idade. Era uma situação delicada. Depois disso Elvis conversou com outros convidados, mas Priscilla notou que ele estava sempre interessado nela, algo que definitivamente a surpreendeu. O primeiro encontro terminou assim, sem maiores expectativas. A jovem notou um singelo flerte por parte dele, mas foi só. De fato Priscilla acreditou que jamais iria ver Elvis novamente, uma vez que ele certamente era cercado de garotas bonitas por todos os lados. O fato porém é que o amor tem razões que a própria razão desconhece. Elvis ligou para Currie e lhe disse que trouxesse Priscilla mais uma vez em sua casa, pois  havia pensado muito nela naquele fim de semana. Imagine o susto de Priscilla ao saber disso! Um novo encontro estava prestes a acontecer.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O Romance entre Elvis e Priscilla - Parte 1

Após o falecimento de sua mãe, Elvis teve alguns dias de licença nos Estados Unidos para se recuperar do grande abalo emocional que havia sofrido. Após o fim da licença ele teve que voltar para o exército. A vida tinha que seguir em frente. Levou seu pai e sua avó para morar com ele na Alemanha. Ele havia prometido para a mãe que jamais iria se separar deles. Uma vez na Alemanha a vida voltou aos poucos ao normal. Elvis ainda tinha que conviver com a dor e a perda da mãe, mas ao mesmo tempo tinha que ser forte para levar sua vida adiante.

Na mesma época uma jovem adolescente americana chamada Priscilla Ann Beaulieu chegava para morar com seus pais em Wiesbaden, na Alemanha. A cidade ficava próxima de Bad Nauheim, onde Elvis passaria a viver. Priscilla estava muito chateada por morar na Alemanha. Ela havia sido eleita a garota mais bonita na escola onde estudava nos Estados Unidos. Tinha muitos amigos e finalmente parecia estar criando raízes. Seu pai, que era da força aérea, era constantemente transferido de uma cidade para outra e isso impedia muitas vezes a filha de criar amizades duradouras. Agora, que tudo parecia indo bem, Priscilla tinha que encarar uma nova mudança e dessa vez para um outro país.

Outro problema que ela tinha que enfrentar era o fato de que o homem que ela pensava ser o seu pai biológico era apenas o seu pai adotivo. Priscilla havia descoberto a verdade poucas semanas antes de ir para a Alemanha. O pai verdadeiro dela se chamava Paul e era piloto da força áerea dos Estados Unidos. Ele havia morrido de um acidente com seu avião quando Priscilla era apenas uma bebezinha de colo. A mãe viúva se casou novamente, com outro militar, mas nunca havia contado a história real para a filha. Só depois que ela achou uma foto de seu pai verdadeiro e pediu explicações para a mãe é que descobriu toda a verdade.

Na pequena cidade alemã onde Priscilla pasosu a morar com sua família havia uma lanchonete frequentada por militares americanos e seus familiares. O estabelecimento se chamava Eagles. Nesse lugar Priscilla ia pelas tardes para escrever cartas para suas amigas que tinham ficado nos Estados Unidos. Também aproveitava o tempo para ouvir suas músicas preferidas no jukebox. Foi no Eagles que a beleza de Priscilla chamou a atenção de um militar chamado Currie Grant. Ele era conhecido de Elvis.

Certa vez, em uma conversa animada entre amigos, Elvis havia dito que as mulheres mais bonitas que já tinha visto em sua vida eram aquelas que tinham olhos azuis e cabelos bem pretos. Essa combinação de beleza era a ideal para Elvis, tanto que ele próprio passou a pintar seus cabelos de uma cor bem escura, tudo para combinar com seus olhos azuis. Ele era na verdade loiro. Pois bem, em Priscilla o amigo Grant havia visto tudo aquilo que Elvis dizia admirar numa mulher. Ela era uma linda adolescente de olhos azuis e cabelos negros. Provavelmente Elvis gostaria de conhecê-la. Grant então resolveu se apresentar a ela, dizendo que conhecia Elvis Presley. Será que aquela garota teria interesse em conhecer o famoso astro da música?

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de março de 2005

Elvis Presley - A Morte de Gladys

Elvis Presley - A Morte de Gladys
Gladys Love Smith Presley, a mãe de Elvis Presley, faleceu no dia 24 de agosto de 1958, com apenas 46 anos de idade, muito nova para os padrões americanos. Essa foi sem dúvida a maior tragédia na vida de Elvis. Ele amava demais sua mãe e não estava preparado para o que havia acontecido. Ele sempre dizia que seu maior objetivo de vida era dar uma vida melhor para seus pais, em especial sua mãe. que a mansão Graceland era dela, não dele. Que tudo o que havia construído havia sido apenas para que querida mãe tivesse uma boa vida em sua velhice. Só que tudo ruiu naquele terrível dia de agosto. E a tormenta dele havia começado bem antes.

Elvis havia ficado por 72 horas ao lado do leito de sua mãe no Hospital Metodista em Memphis. Naquela madrugada ele não tinha conseguido dormir. Ficou em uma cadeira, ao lado da cama da mãe, esperando que seu quadro de saúde fosse melhorar. Quando o dia amanheceu Elvis foi aconselhado por seu pai para ir descansar um pouco em Graceland, afinal ele tinha passado em branco naquelas últimas noites, sempre preocupado com o estado de saúde de sua querida mãe. E ela não conseguia melhorar. A cada dia seu quadro médico ia ficando pior. Elvis estava extremamente preocupado. Não havia uma certeza sobre o que estava acontecendo com ela.

Mesmo receoso Elvis achou melhor ir mesmo para casa, descansar e dormir um pouco para recarregar suas energias. Durante todo o tempo Elvis contou com o apoio de amigos e parentes como Alan Fortas, Lamar Fike, George Klein, Billy Smith e Louis Harris, que lhe deram forças tanto em Graceland, como no hospital onde Gladys infelizmente vivia seus últimos momentos. Vernon, seu pai, ficaria ao lado de Gladys até que ele voltasse no dia seguinte. Em Graceland Elvis tentou dormir, mas suas crises de insônia voltaram. Quando estava estressado e preocupado ele não conseguia mesmo ter uma noite tranquila de sono.

Ao que tudo indicava a mãe de Elvis sofria de uma grave crise de hepatite e os médicos receavam pelo pior. Enquanto Elvis estava descansando no quarto em Graceland, o seu telefone tocou. Era pouco mais de duas da manhã. Era seu pai. Gladys havia entrado em coma profundo e os médicos estavam sem muitas esperanças. Elvis mal teve tempo de se levantar e correr para o Hospital pois quando chegou lá recebeu a terrível notícia: sua mãe não resistira ao quadro grave de saúde e havia falecido poucos minutos antes, de uma parada cardíaca.

Ao receber a notícia Elvis entrou em choque! Nada poderia ser tão terrível para ele como a morte de sua amada mãe. Elvis e Gladys tinham um relacionamento especial, eram extremamente próximos e quando a perdeu Elvis se viu diante da maior tragédia de sua vida. Gladys não era apenas sua mãe, mas também sua melhor amiga, confidente, confessora e guia moral. A sua morte causou um abalo tão grande em Elvis que muitos biógrafos afirmam que sua vida mudou para sempre depois daquela madrugada.

Elvis ficou devastado, completamente devastado emocionalmente. Ele não conseguia mais pensar ou agir corretamente. Em uma forte crise nervosa, teve que ser levado de volta para Graceland onde foi atendido por um médico que lhe passou uma série de calmantes. Mesmo assim, sedado, Elvis não conseguia parar de chorar. A notícia se espalhou rapidamente e em pouco tempo uma multidão formou-se nos portões de Graceland. Logo pela manhã a polícia de Memphis foi acionada para chegar ao local, com receios de que houvesse um tumulto por causa da enorme quantidade de pessoas presentes. Assim que soube da notícia o amigo Nick Adams veio de Hollywood. Vários figurões e astros famosos também mandaram suas condolências entre eles Marlon Brando, Cecil B. De Mille e Paul Newman. Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe também enviaram telegramas lamentando a morte de sua mãe.

Vernon assumiu os preparativos do funeral uma vez que Elvis não tinha mais nenhuma condição emocional de tratar de algo assim. O corpo de Gladys chegou em Graceland às dez e meia da manhã. Elvis não teve condições de descer logo para ficar ao lado da mãe. Inconsolado ele repetia: “Oh meu Deus, meu Deus, por favor, leve tudo o que eu tenho e traga minha mãe de volta!” Abraçado a Vernon desabafou: “Tudo o que eu tinha de valioso em minha vida se foi”. Mesmo muito abalado Elvis mandou que as portas de Graceland fossem abertas aos seus fãs. “Minha mãe adorava meus fãs, quero que eles venham dizer adeus a ela!”. Aconselhado pelo Coronel Tom Parker porém os funerais foram transferidos para um local mais seguro.

Para a despedida de sua mãe, Elvis decidiu trazer o grupo gospel favorito de Gladys, o Blackwood Brothers, para cantar na cerimônia de corpo presente. Abraçado ao pai ou a Minnie Mae, Elvis mal conseguia se segurar em pé, tamanha a carga emocional que se abatera sobre ele. Na hora de finalmente dar o adeus final, Elvis se debruçou sobre o corpo de sua mãe e se despediu dizendo: “Adeus, minha querida... adeus! Eu te amo demais. Você sabe que tudo o que fiz em minha vida foi só por você...” Após falar essa frase a voz sumiu e Elvis não conseguiu dizer mais nada, sendo consolado por todos que estavam ao seu redor. As lágrimas o impedia de falar qualquer outra coisa. Depois das despedidas finais Gladys foi levada até o cemitério Forrest Hill onde foi finalmente sepultada. Seu caixão desceu exatamente às 15:30hs. Elvis foi retirado pois não conseguia mais suportar a dor pela qual estava passando. Na lápide ficou escrito: “Gladys Smith Presley – Esposa Querida de Vernon Presley, mãe de Elvis Presley – Ela foi o raio de sol de nosso lar”.

O sistema postal de Memphis estima que no total foram enviadas mais de 100 mil cartas para Graceland naquela semana, sendo 500 telegramas de condolências e 200 arranjos de flores. Elvis conseguiu mais uma semana de licença do exército para ficar em Memphis. Não havia cura para sua dor. Imediatamente mandou que o quarto de Gladys em Graceland fosse deixado completamente preservado em memória de sua mãe. Também providenciou para que uma pessoa ficasse responsável em depositar diariamente rosas em seu túmulo.

Durante muitos anos se especulou sobre as verdadeiras causas da morte de Gladys. Alguns autores mais sensacionalistas afirmaram que ela teria morrido de cirrose causada por excesso de bebidas alcoólicas, mas isso era obviamente uma indignidade com a memória da mãe de Elvis. De fato não houve qualquer acobertamento ou mudança nos documentos de sua causa mortis promovida por quem quer que seja.

Depois da morte de sua mãe, Elvis Presley se transformou. As coisas começaram a ter um novo ângulo, uma nova perspectiva. Ele entrou em sucessivas crises depressivas que jamais o abandonariam. Não se importava mais em ler contratos, saber quanto ganhava em discos, filmes, etc. A carreira tão amada acabou virando apenas um trabalho a se fazer. Elvis também deixou definitivamente de se importar com coisas materiais, se tornando uma pessoa mais do que generosa, dando praticamente tudo o que ganhava para amigos, parentes e quem quer mais que caísse em suas graças. Para muitos o seu longo declínio como pessoa e como artista começou com a morte de sua amada mãe. A afirmação não deixa de ter um grande fundo de verdade. As coisas definitivamente jamais seriam como antes. Não há como negar que naquele dia morreu não apenas Gladys, sua idolatrada mãe, mas também uma parte importante do próprio Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley


 Elvis Presley

domingo, 20 de março de 2005

Elvis Presley - A Família Presley

A pequenina cidade de Bad Nauheim, na Alemanha, foi o lar europeu de Elvis Presley em grande parte de seu serviço militar no exterior. Na maior parte do ano a cidade apresentava um clima muito frio, mas no verão o local renascia. A RCA Victor enviou uma equipe para tirar algumas fotos de Elvis no local para usar posteriormente em material promocional de seus discos.

Uma das fotos inclusive virou capa de um de seus singles de maior sucesso. Além das fotos tiradas por sua gravadora, Elvis foi clicado por fãs, moradores e colegas de exército. Na cidade ele procurou levar uma vida normal, calma, andando pelas ruas, sendo bastante simpático com os moradores locais, sempre procurando parecer uma pessoa como qualquer outra. Nada de agir como um superstar. No fundo Elvis tentou de alguma forma fazer parte da comunidade de Nauheim.

Elvis inclusive levou sua família para morar ao seu lado. Ele não queria se separar de seu pai Vernon e nem de sua avó, Minnie Mae (que carinhosamente chamava de "Dodger"). Todos eles foram morar com ele em uma casa alugada em Bad Nauheim. A mãe de Elvis, Gladys Smith, havia falecido naquele mesmo ano. Quem preparava todas as refeições era a própria avó de Elvis. Ela fazia de tudo para que o neto se sentisse em casa, mesmo estando morando na distante Alemanha. 

Vernon ficava em casa, cuidando das coisas, fazendo compras e pagando todas as contas. Era Vernon que tinha que lidar com a dona da casa onde eles moravam. Uma senhora idosa, viúva e mal humorada, que sempre chamava Elvis de "Joe". Elvis e o pai riam muito disso e nunca entenderam porque ela chamava Elvis por esse nome.  Talvez a senhora alemã chamasse Elvis de Joe porque todos os soldados americanos eram conhecidos como "GI Joe" em solo alemão. A viúva não tinha a menor ideia de quem era Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - A vida em Bad Nauheim

Após a morte de sua mãe Gladys, Elvis teve mais alguns dias de licença e depois retornou para a base militar de Fort Hood. Ele foi integrado ao Primeiro Batalhão de Tanques da Terceira Divisão Americana (Spearhead) que seria enviada para a Alemanha Ocidental. Antes de morrer Gladys havia tido uma conversa com Elvis. Pressentindo que algo mais sério pudesse acontecer com sua saúde, ela fez Elvis prometer que para onde quer que fosse sempre levaria seu pai e sua avó juntos, pois na visão de Gladys a família deveria sempre manter-se unida. Elvis prometeu a ela em seu leito de morte que faria isso e cumpriu sua promessa. Assim que soube que iria para a Alemanha resolveu que Vernon e Minnie Mae deveriam seguir ao seu lado para a Europa.

Havia uma cláusula no regimento interno do exército americano que dizia que caso o militar em serviço tivesse familiares sob sua dependência financeira, ele poderia dormir em sua própria residência. Para Elvis isso era mais do que conveniente. Estaria ao lado de seus parentes queridos e de quebra poderia voltar a dormir em uma cama quente e macia novamente. Ele estava cansado de dormir nas frias casernas do batalhão e com Vernon e Minnie Mae por perto isso seria um alívio para ele pois dormiria em seu próprio quarto em uma casa alugada na Alemanha.

Inicialmente a tropa de Elvis foi enviada para Hamburgo, depois Frankfurt, finalmente estacionando na pequenina cidade de Bad Nauheim. Foi ali que Elvis decidiu alugar uma casa para ele, Vernon e Minnie Mae. Quando todos pensavam que Elvis iria alugar uma mansão por lá ele escolheu uma pequena residência comum no endereço Goethestrasse 14, que absolutamente nada tinha nada de diferente das demais casas da rua. Era pequena, mas confortável.

A rotina de Elvis nessa cidade nunca mudou desde que lá chegou. Ele geralmente acordava às cinco da manhã; tomava seu café e dirigia seu próprio carro em direção a base. Às 18:00hs retornava para casa. Não havia luxos, nem glamour, apenas a vida normal de um militar americano prestando serviço na Alemanha. Embora estivesse determinado a levar uma vida comum, o fato é que sua presença não poderia ser ignorada por ninguém. Em pouco tempo seu endereço foi divulgado em fanzines de fãs clubes da região e levas e mais levas de fãs começaram a chegar em sua casa todos os dias. Vernon e Minnie Mae eram muito gentis com os fãs que batiam na porta, mas depois de um certo tempo Elvis achou que, como eram pessoas mais velhas, não deveriam ser perturbadas durante o dia. Assim estipulou que uma placa fosse colocada na entrada da casa avisando que autógrafos só seriam dados a partir das sete horas da noite.

Assim criou-se um verdadeiro ritual. Durante o dia a rua ficava deserta e calma, mas quando a noite vinha chegando pequenas multidões se formavam nos portões de sua casa. Elvis abria a porta, falava com os fãs, assinava autógrafos, tirava fotos, brincava, sempre muito simpático e solicito com todos. Seu alemão ainda era muito rudimentar mas dentro do possível Elvis tentava se comunicar com suas jovens fãs alemãs. Ao contrário de outros superstars, Elvis não via qualquer problema em se ver rodeado por admiradoras e fãs em geral. Todas às noites lá estava ele no meio deles, trocando gentilezas, beijinhos, rindo, parecendo mais um amigo entre sua turma do que qualquer outra coisa. Seu carisma e simpatia encantava a todos.

Enquanto estava na Alemanha com a família, sua mansão Graceland ficou completamente vazia nos Estados Unidos. Pela primeira (e única) vez na vida Elvis levantou a hipótese de vende-la, pois não saberia se conseguiria voltar a morar lá após a morte de Gladys. As lembranças eram dolorosas demais. O futuro era incerto e tudo poderia acontecer, costumava dizer, Elvis também tinha sérias dúvidas se um dia sua carreira iria conseguir renascer das cinzas. A única certeza era que deveria levantar a cabeça para seguir em frente, viver um dia de cada vez.

O retorno para a vida civil ainda parecia distante, mas aos poucos Elvis foi vendo a chama de sua carreira resplandecer. Um grupo da Paramount foi enviado a Bad Nauheim. Eram executivos do produtor Hall Wallis. Eles queriam assinar com Elvis a realização de seu primeiro filme após voltar do exército. Eram boas notícias – eles ainda se interessavam por ele! Elvis assinou sem pensar duas vezes. Ele havia telefonado ao Coronel Parker na noite anterior e esse lhe contou que sua volta era aguardada com ansiedade nos Estados Unidos. Quem sabe o futuro não traria boas surpresas? Os tempos difíceis pareciam estar chegando ao final. Foi por essa época de um novo recomeço que Elvis conheceu uma jovem adolescente, filha de um oficial da Força Aérea americana. Ela se chamava Priscilla, era uma garota muito jovem, mas dona de uma beleza estonteante. Para Elvis foi amor à primeira vista! Mal sabia ele que a partir daí sua vida iria mudar para sempre...

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de março de 2005

Elvis Presley - Elvis e Elisabeth Stefaniak

Enquanto estava servindo o exército americano na Alemanha, Elvis conheceu uma jovem garota de 18 anos chamada Elisabeth Stefaniak. Ela era nascida na Alemanha, mas filha de um militar americano, por isso sabia falar muito bem os dois idiomas, inglês e alemão. Elvis tinha muitas dificuldades para aprender até mesmo o básico em alemão. Ele conhecia no máximo vinte palavras básicas daquele idioma que ele considerava absurdamente complicado de entender. Assim após uma sessão de cinema eles começaram a namorar.

Por essa época o endereço de Elvis na Alemanha foi vazado por um fã clube nos Estados Unidos. Da noite para o dia o cantor começou a receber milhares de cartas escritas por fãs de todo o mundo. Elvis então designou sua namorada Stefaniak para responder sua enorme correspondência, uma vez que Elvis não tinha tempo pois passava o dia todo no quartel. Ela então começou a servir como secretária e intérprete pessoal de Elvis, tentando organizar toda aquela montanha de cartas que chegavam todos os dias. Quando terminava seu dia no exército, Elvis retornava para casa, lá pelas seis da noite, Ele tomava um pequeno lanche e ficava assinando dezenas de cartas de resposta às suas fãs. 

Elizabeth também passou a organizar as sessões de autógrafos que Elvis havia organizado todas as noites em frente à sua casa. Elvis havia criado essas sessões para evitar que sua família fosse perturbada durante o dia. Assim as fãs alemãs sabiam que Elvis só iria atender elas durante à noite, onde ele recebia discos e fotos para assinar. Tudo muito organizado, para evitar problemas e tumultos. Elvis estava morando numa área residencial e não queria importunar seus vizinhos alemães.

Quem cuidava de tudo era Elisabeth Stefaniak. Depois de um  tempo aquilo começou a cansar Elvis. Ele então pediu que ela falsificasse sua assinatura, porque ele definitivamente não tinha tempo para mais nada. Elvis instruiu sua namorada e secretária a só lhe avisar sobre cartas de pessoas que pediam ajuda, como um fã que pediu a Elvis uma cadeira de rodas. Ele era deficiente e não tinha dinheiro para comprar a cadeira. Esse tipo de carta de auxílio muitas vezes era respondida pelo próprio Elvis. Pessoas pobres, com parentes doentes, era o tipo de carta que Elvis queria ser informado de seu teor, porque ele queria mesmo ajudar todas essas pessoas que passavam por sofrimentos materiais. O resto, de fãs platonicamente apaixonadas por ele, podiam ser respondidas pela secretária.

O curioso é que aos poucos o namoro foi esfriando, até porque Elvis se apaixonaria por Priscilla, sua futura esposa, mas mesmo assim Elvis não despediu a alemã que era seu braço direito na Alemanha. Mais do que isso, quando retornou para os Estados Unidos, para morar em Graceland, Elvis levou Elisabeth com ele, para trabalhar ao seu lado na América. Curiosamente ela iria se casar com Rex Mansfield, um bom amigo que Elvis havia feito no exército.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis em Paris

Elvis Presley em Paris
Enquanto servia o exército americano na Alemanha Elvis decidiu que queria visitar e conhecer Paris, a Cidade Luz! A ideia surgiu meio por acaso, Elvis viu um desses folders de turismo numa estação de trem enquanto estava ao lado de sua tropa e procurou se informar sobre a viagem. Talvez nem fosse tão longe, uma vez que ele já estava na Alemanha. Tudo na Europa era relativamente mais perto do que nos Estados Unidos! Elvis então entrou numa agência de viagens localizada na estação e perguntou gentilmente quanto tempo levaria para chegar em Paris. Era uma viagem relativamente curta de trem, de poucas horas – lhe informou uma surpreendida secretária da agência de turismo.

Então Elvis decidiu que em seu próximo fim de semana com passe livre iria conhecer a famosa cidade, afinal ele nunca estivera lá antes! E assim foi feito. Elvis pisou na cidade pela primeira (e única) vez em março de 1959. Não havia qualquer compromisso de trabalho, na linda capital francesa. O cantor era apenas mais um turista americano a passear pelas ruas, pelos monumentos históricos. A cidade não o decepcionou e Elvis ficou maravilhado com as riquezas arquitetônicas da milenar metrópole. Ele assinou autógrafos a fãs franceses e até mesmo brincou com um jornalista que lhe perguntou sobre quem ele mais gostaria de encontrar em Paris. Elvis nem pensou duas vezes e respondeu: "Brigitte Bardot!". Curiosamente Elvis e BB nunca se conhecerem pessoalmente. Tudo ficou apenas na esfera da imprensa francesa.
   
Nesse dia de turismo despreocupado, Elvis pareceu bem relaxado e calmo. Mesmo sendo mundialmente famoso fez questão de caminhar pelas ruas como uma pessoa comum, sentar nos famosos cafés parisienses, tomar café, experimentar os doces da culinária local, tirar fotos. Fardado em seu traje militar, ele esbanjou simpatia e cortesia com todos que vieram até ele atrás de um aperto de mãos ou um pequeno bate papo amigável com algum fã francês que teve a sorte de encontrá-lo passeando pelas ruas de Paris. Ele adorou tudo, o clima irresistível dos pequenos restaurantes, a amizade cordial das pessoas. Ficou bem impressionado com os pratos da culinária parisiense, do sabor dos pratos que nunca havia provado antes, de fato sentiu-se completamente à vontade.

Quando chegou a noite resolveu conhecer um famoso night club chamado Lido! Era um local de apresentações ao estilo vaudeville, com todas aquelas garotas levantando as saias, mostrando suas pernas torneadas em coreografias ousadas (para a época, é claro!). Depois do show Elvis fez questão de conhecer pessoalmente as bailarinas, tirou fotos, trocou beijinhos e não se fez de tímido! Aquele foi um fim de semana foi muito divertido! Depois que voltou para a Alemanha Elvis disse a seus amigos mais próximos que gostaria de fazer outras viagens como aquela, conhecer outros países europeus. Afinal todo militar americano estacionado no continente europeu fazia exatamente isso, aproveitava seus dias de folga para conhecer outras culturas, visitar as históricas cidades do continente. Elvis demonstrou desejos que conhecer Londres, na Inglaterra e Madrid, na Espanha. O interessante de toda essa história é que apesar de tudo ele nunca faria essas viagens. Uma pena, teria sido algo também muito especial, não apenas para ele, como bom turista americano, mas também para seus fãs europeus.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 18 de março de 2005

Elvis Presley - Elvis & Sophia Loren

Elvis estava tranquilamente sentado no refeitório da Paramount Pictures, durante uma pausa nas filmagens do filme "King Creole" (Balada Sangrenta) quando foi interrompido em sua refeição por Sophia Loren. Ela foi até Elvis para se apresentar pessoalmente. Já que ninguém apresentava os dois, ela decidiu que iria lá conhecer Elvis de qualquer jeito. "Olá Elvis, sou Sophia Loren!". Elvis se levantou, como bem determinava a educação sulista, apertou a mãe da atriz e respondeu: "É um prazer conhecê-la". Claro que Elvis sabia quem era Sophia Loren, já que ela estava se tornando uma das atrizes mais populares do cinema americano.

Sophia se sentou ao lado de Elvis e após um pequeno bate papo com o cantor viu se aproximando o fotógrafo Bob Willoughby. Esse não perdeu tempo, vendo ali duas estrelas do cinema juntas. Apontou sua câmera e saiu tirando uma série de fotos! Para sua surpresa Sophia Loren pulou então no colo de Elvis, que visivelmente ficou até um pouco constrangido com o avanço da atriz. Ele então  começou a dar risada. Sophia Loren decidiu despentear  completamente o cabelo de Elvis, enquanto as fotos iam sendo tiradas... foi um momento de pura diversão e desconcentração para todos que estavam ali. Sophia Loren estava claramente provocando Elvis, de um jeito até bem pouco sutil.

Entre risadas, beijos e abraços, Elvis acabou perdendo sua refeição, mas em compensação se divertiu muito também. Sophia Loren pareceu muito contente, provocando Elvis, dizendo que havia ouvido falar que ele era "um rapaz muito bonzinho". Aos 23 anos de idade Elvis obviamente entendeu bem os avanços da atriz, mas preferiu apenas se divertir com a situação. Anos depois a atriz contou em uma entrevista que seu objetivo era mesmo dar uns amassos em Elvis, convidar ele para jantar e depois levar para a cama o famoso rockstar, mas pelo visto seus planos não deram muito certo. Ela lamentou depois dizendo: "Que pena que ele não era um homem italiano!". Outra coisa que chamou a atenção de Sophia Loren foi a beleza de Elvis. Ela disse: "Elvis era muito mais bonito pessoalmente do que nas fotos! Foi um dos homens mais bonitos que ja conheci na minha vida!".

Elvis, por sua vez, elogiou a atriz afirmando: "Eu assisti a todos os filmes dela. Só que ela me disse que só havia assistido um dos meus filmes!" Depois de rir um pouquinho, Elvis disse: "Tudo bem! Espero que depois possa trabalhar ao seu lado no cinema, depois que eu voltar do exército e retomar minha carreira". Teria sido sem dúvida uma boa parceria no cinema, mas infelizmente nunca aconteceu. Elvis e Sophia Loren eram ambos contratados pela Paramount Pictures e teria sido fácil produzir um filme com o casal. Bastava ter vontade. Só que isso não passou pela cabeça do produtor Hall Wallis. Ele perdeu a oportunidade de unir o Rei do Rock e a estrela italiana em um mesmo filme. Teria sido muito interessante, tanto para os fãs de rock como para os fãs de cinema da época.

Pablo Aluísio.


quinta-feira, 17 de março de 2005

Elvis Presley - Balada Sangrenta

É considerado o melhor filme da carreira de Elvis Presley. De fato é um dos melhores momentos de Elvis em sua carreira como ator. Realmente “King Creole” é cinema de altíssima qualidade. Do roteiro às atuações, do argumento à trilha sonora, tudo é muito bem realizado, caprichado, de primeiríssima linha. Isso era de se esperar, pois se trata de uma direção assinada por Michael Curtiz, o diretor de “Casablanca” e tantos outros clássicos, como os filmes que dirigiu com o astro Errol Flynn na Warner, durante as décadas de 1930 e 1940, por exemplo. Então não é nenhuma surpresa o excelente nível técnico do filme como um todo.

A trama se passa numa New Orleans com muita música no ar, mas também com muita criminalidade pelos becos escuros da cidade. É nesse cenário que vive o jovem Danny Fisher (Elvis Presley). Após a morte de sua mãe em um acidente automobilístico, a outrora família feliz de Danny entra em crise. Seu pai (interpretado pelo ator Dean Jagger), um homem honesto e digno, não consegue mais se firmar em nenhum emprego. Já sua irmã Mimi (Jan Shepard) tenta de alguma forma ajudar em casa, ocupando a posição que era exercida por sua mãe falecida. Uma pessoa que logo se torna o equilíbrio emocional da família Fisher.

O sonho de todos eles é que Danny se forme, construa assim um futuro melhor para si e venha a ter um dia uma profissão que lhe dê segurança e estabilidade na vida. A escola se torna a única esperança de toda a família. E é justamente no último dia de aula, quando está prestes a receber seu diploma, que Danny acaba se envolvendo em uma confusão que irá alterar todo o seu destino. Ele briga com alguns colegas na porta da escola e por isso não consegue mais se formar. Desiludido, decide ir atrás de algum trabalho melhor na Bourbon Street, a principal e mais famosa rua de New Orleans. Cheia de boates e cabarets, a Bourbon é uma opção para quem não tem um diploma como Danny. É lá que Maxie Fields (Walter Matthau) impera, controlando tudo menos a pequena casa noturna chamada “King Creole”, onde Danny acaba encontrando um emprego como cantor fixo. E justamente nesse meio cheio de violência e crimes, disputas e concorrências desleais que Danny irá tentar finalmente abrir os caminhos de sua vida.

“Balada Sangrenta” tem um excelente roteiro que procura desenvolver todos os personagens. Apesar das músicas suavizarem um pouco o clima barra pesada da estória, Michael Curtiz conseguiu manter a densidade dramática dos acontecimentos. O Danny Fisher de Elvis é um cara durão, tenaz, que não aceita desaforos, bem ao contrário de seu pai, que muitas vezes se coloca em situações humilhantes apenas para garantir um suado e minguado salário em um emprego como assistente numa farmácia local. Isso é tudo o que Danny não deseja em seu futuro. Para piorar ele começa a andar com a turma de Shark (Vic Morrow de “Sementes da Violência”). Por falar nisso, o elenco coadjuvante de “Balada Sangrenta” é realmente excepcional.

O personagem de Elvis fica dividido entre o amor inocente e puro de Nellie (interpretada por Dolores Hart, mais uma vez contracenando com Elvis) e a paixão pela desiludida Ronnie (Carolyn Jones), uma garota de boate e amante casual do gangster Maxie. E por falar nesse personagem não deixa de ser muito interessante ver Walter Matthau interpretando um gangster que tenta controlar a tudo e a todos com violência, chantagens e poder econômico. Suas cenas ao lado de Elvis são excelentes. Curiosamente aqui Matthau deixou de lado seus personagens cômicos, em divertidos filmes ao lado de Jack Lemmon, para atuar em uma papel bem sério, diria até mesmo sinistro. Foi uma exceção em sua longa carreira no cinema.

E o Rei do Rock, como se sai com tanta responsabilidade ao ter que atuar no meio de tantos atores talentosos? Muito bem. A crítica da época elogiou Presley por sua capacidade de segurar um filme desse porte! Embora não fosse um ator com formação dramática, não há como deixar de elogiar o cantor em sua caracterização aqui. Obviamente que sua atuação não pode ser comparada aos grandes atores da época, mas dentro de suas possibilidades Elvis se saiu excepcionalmente bem. E ele tem muitas cenas complicadas ao longo do filme, seja sofrendo ao saber que seu pai foi apunhalado, seja tentando transmitir a dor pela perda de uma pessoa querida.

Embora tivesse a opção de realizar o filme em cores, o diretor Michael Curtiz se decidiu pelo Preto e Branco. A decisão foi baseada no próprio enredo do filme que pedia por um clima mais sórdido, noir, sombrio, ideal para o P&B. Outra decisão do diretor foi filmar grande parte do filme nos estúdios da Paramount em Los Angeles. Apenas algumas cenas seriam realizadas em locação na cidade de New Orleans, como a seqüência final no píer. Dentro dos confortáveis estúdios era bem mais fácil controlar as filmagens. Assim uma Bourbon Street foi recriada dentro do estúdio, o mesmo acontecendo com as boates de Maxie Fields e o próprio King Creole.

Em conclusão, “Balada Sangrenta” é um pequeno clássico da década de 1950 que merecia inclusive ter mais reconhecimento. Há uma mistura de elementos e gêneros que vão do drama ao suspense, do musical ao romance, que não pode ser subestimada. Pena que Michael Curtiz já estava com a idade muito avançada, perto de se aposentar definitivamente. Ele nunca mais trabalharia com Elvis. A lamentar também os rumos que a vida do próprio Elvis tomou após terminar o filme, ao ser convocado para o exército americano, interrompendo sua carreira em Hollywood, logo no melhor momento e na melhor fase de toda a sua vida artistica. De qualquer modo ficou para a posteridade essa obra cinematográfica, que resistiu excepcionalmente bem ao tempo. Uma preciosidade que merece ser redescoberta não apenas por fãs de Elvis Presley ou admirados de Michael Curtiz, mas principalmente pelos cinéfilos em geral. “Balada Sangrenta” é sem dúvida um exemplo do que de melhor Hollywood produzia naquela época.

Balada Sangrenta (King Creole, Estados Unidos, 1958) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Herbert Baker, Michael V. Gazzo baseados na obra "A Stone for Danny Fisher" de Harold Robbins / Elenco: Elvis Presley, Carolyn Jones, Walter Matthau, Dolores Hart, Dean Jagger, Vic Morrow, Paul Stewart, Jan Shepard, Liliane Montevecchi / Sinopse: Danny Fisher (Elvis Presley) se vira como é possível para ajudar sua família. Após as aulas ganha uns trocados limpando mesas e arrumando os salões de bares e casas noturnas em New Orleans. É justamente aí que descobre ter um talento especial, o de cantor. Disputado por duas casas noturnas da Bourbon Street, ele terá que ser forte para sobreviver ao jogo de gangsters e criminosos de todos os tipos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de março de 2005

Elvis Presley - G.I. Elvis

Em 1958 Elvis Presley teve finalmente a certeza de que iria prestar serviço militar no exército norte-americano. Muito já se escreveu sobre esse momento na vida de Elvis, mas a grande maioria das teorias são bobagens. O fato histórico real é simples de explicar: Elvis Presley era um cidadão americano e como tal tinha que cumprir suas obrigações militares para com o seu país. Em 1958 o serviço militar dos Estados Unidos ainda era obrigatório e se convocado, ele teria que servir. Era um dever, não uma opção. As forças armadas daquele país sempre necessitavam de um grande número de homens todos os anos pois havia bases americanas espalhadas por todo o mundo. Como Elvis era apto para o serviço militar, estava na idade e não tinha nenhum problema físico que o impedia de ser um soldado, não havia como escapar da convocação. É óbvio que ele tinha muito a perder com isso pois sua carreira ficaria em suspensão, não gravaria discos e nem faria filmes. Comercialmente falando era realmente desastroso mas o interesse cívico sempre falou mais alto e assim Elvis realmente seguiu em frente, cumprindo com suas obrigações.

O cantor já estava conformado, mas a Paramount acionou seu departamento jurídico para pedir mais alguns meses com o exército, uma vez que tudo já estava pronto para Elvis estrelar “King Creole” no estúdio. Caso Elvis entrasse em serviço de forma imediata, o prejuízo seria realmente enorme. Apelando para o bom senso, demonstrando o tamanho do prejuízo que sofreria pelo estúdio, o pedido foi finalmente aceito pelo alto comando do exército americano. Elvis teria mais algum tempo para terminar seu filme – o último antes de entrar em campo para treinamento militar. Exatamente no dia 24 de março de 1958 Elvis sob o número US53310761 se tornou oficialmente o mais novo recruta do exército dos Estados Unidos. Logo foi apelidado pela imprensa de “G.I. Elvis”, um trocadilho feito em torno de “G.I. Joe”, designação popular usada para identificar os soldados americanos no exterior. No mesmo dia seu famoso topete foi cortado e pela primeira vez em sua vida adulta Elvis Presley se viu sem suas famosas costeletas e topete. Nem é preciso dizer o rebuliço que isso causou na imprensa na época. A Life fez ampla cobertura, mostrando cada minuto da entrada de Presley nas forças armadas. Sua chegada ao posto militar, o recebimento de seu fardamento, o exame médico e finalmente o tão aguardado corte de cabelo no estilo “escovinha”. Foi um evento jornalístico e tanto! Afinal era uma notícia surpreendente – o maior roqueiro do mundo, símbolo da rebeldia dos jovens, sendo finalmente enquadrado pelo Tio Sam!

Assim que deu entrada no quartel, Elvis foi despachado junto de sua tropa para o complexo militar de Fort Hood no Texas, uma das maiores bases do exército americano. Uma vez lá foi designado para participar do treinamento com tanques, função que Elvis exerceria em grande parte de seu tempo no exército. Havia uma expectativa de que o cantor seria enviado para o exterior, para alguma base americana no Japão ou na Europa. Quando soube disso Gladys ficou apavorada! Pessoa simples, humilde, sem muita instrução e educação, ela logo associou esses lugares aos mesmos campos de batalha que ouvira falar durante a II Guerra Mundial. Para ela Japão e Alemanha significavam Guerra e ela ficou alarmada com a possibilidade de Elvis ir para países tão perigosos como esses – muito embora, como era óbvio, não havia guerra nenhuma em curso, sendo que os últimos conflitos armados nessas regiões se deram em 1945.

Mas ninguém conseguia acalmar a mãe de Elvis. Gladys ficou tão abatida com as notícias que sua saúde, que já não era boa, começou a declinar ainda mais. Elvis foi informado que sua mãe estava doente, muito abalada com sua convocação. Preocupado ele pediu licença para visitá-la. Uma verdadeira multidão esperava Elvis em Memphis. Ele surgiu sorridente no meio da confusão, devidamente fardado, procurando como sempre dar atenção aos seus fãs que o tinha esperado por horas. Sua nova imagem impressionou a muitos – com cabelos curtíssimos, bem magro e com a cor loira natural de volta ao seu penteado. Elvis visitou sua mãe e decidiu junto com Vernon que eles iriam segui-lo aonde quer que ele fosse. Se Elvis fosse para o Japão ou Alemanha, sua família iria junto também, não importando o quanto isso iria lhe custar. Seguiriam juntos até o fim. Gladys ficou muito feliz com essa decisão de Elvis pois isso a deixaria perto de seu amado filho. De volta a Graceland, Elvis conseguiu ainda passar mais alguns dias ao lado da mãe, até sua licença chegar finalmente ao fim. De volta a Fort Hood Elvis foi informado que sua unidade seria deslocada para a Alemanha, na fronteira da chamada Cortina de Ferro. Era uma premissa do que viria a seguir. Novas mudanças iriam acontecer na vida de Elvis em breve, algumas delas inclusive marcariam sua vida para sempre.

Pablo Aluísio.