Esse foi o grande sucesso de Elvis nos anos 50. Foi seu terceiro filme e o primeiro totalmente escrito e produzido para ele estrelar. Nos anteriores Elvis ainda era uma dúvida. Mesmo sendo o cantor mais popular do mundo na época, não se sabia ainda se ele daria certo no cinema. Não tinha muita experiência como ator e não sabia atuar direito, mas seus filmes eram sucessos de bilheteria. Para muitos Jailhouse Rock é o melhor filme de Elvis, talvez só sendo superado por "Balada Sangrenta", de Michael Curtiz, o mesmo diretor de Casablanca. Em termos puramente cinematográficos essa opinião parece bem certa.
De qualquer maneira, deixando comparações de lado, o fato é que esse "O Prisioneiro do Rock" tem bom roteiro e músicas famosas. O cantor vestido de prisioneiro acabou marcando tanto a cultura pop que até hoje a imagem é explorada em produtos como action figures, posters e brinquedos. O filme tem a famosa cena da dança dos prisioneiros que alguns consideram o primeiro videoclip da história e uma canção tema que vendeu milhões de cópias ao redor do mundo. Um marco na história de Elvis no cinema. Tanto isso é verdade que esse musical da MGM sempre é citado em revistas de cinema quando a carreira de Elvis na sétima arte é tratada em algum artigo ou matéria especial.
Pena que em poucos meses Elvis seria convocado pelo exército americano, o que iria interromper sua carreira por dois longos anos enquanto servia na Alemanha ocupada. Quando voltou aos EUA, Elvis estrelou vários musicais água com açúcar que não chegavam nem perto da qualidade de seus primeiros filmes. Os roteiros fracos acabaram decepcionando o cantor que abandonou Hollywood definitivamente em 1969 para se dedicar novamente apenas à sua carreira de cantor de sucesso em Las Vegas e em turnês pelos EUA.
Realmente a questão chave sobre Elvis no cinema era que ele não era um ator, era um cantor que usava o cinema para vender discos. Cada um nasce com seu talento, Elvis Presley jamais poderia ser comparado a James Dean ou Marlon Brando, do mesmo modo que nenhum deles poderiam sequer tentar cantar igual a Elvis. No fundo Tom Parker, o empresário de Elvis, usava o cinema como um tremendo meio promocional para a música de Elvis e nesse aspecto o objetivo foi alcançado pois Elvis alcançou uma popularidade que nenhum outro cantor de sua época conseguiu chegar. Pois é, os filmes de Elvis mostraram que era possível arrecadar boas bilheterias com um astro do mundo da música estrelando filmes. Depois de Elvis, vários astros foram para o cinema como os Beatles, Rolling Stones e até Michael Jackson (inclusive postumamente). No Brasil Roberto Carlos estrelou diversos filmes nos anos 60 só para citar um exemplo mais próximo de nós. Nenhum desses filmes eram "obras de arte" do cinema, longe disso, eram meios promocionais para os artistas e como tais devem ser encarados.
O Prisioneiro do Rock (Jailhouse Rock, Estados Unidos, 1957) Direção: Richard Thorpe / Roteiro: Guy Trosper / Elenco: Elvis Presley, Judy Tayler e Mickey Shaugnessey / Sinopse: Vince Everett (Elvis Presley é um jovem que acaba cometendo um crime sem intenção. Preso e condenado é enviado para a penitenciária do Estado. Lá conhece Hunk Houghton (Mickey Shaugnessy) que o apresenta ao mundo da música. Após ser libertado Vince decide tentar uma carreira artística. Com a ajuda da bela Peggy Van Aldern (Judy Tyler) ele tenta subir os degraus da fama e do sucesso.
Pablo Aluísio.
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