Após a morte de sua mãe Gladys, Elvis teve mais alguns dias de licença e depois retornou para a base militar de Fort Hood. Ele foi integrado ao Primeiro Batalhão de Tanques da Terceira Divisão Americana (Spearhead) que seria enviada para a Alemanha Ocidental. Antes de morrer Gladys havia tido uma conversa com Elvis. Pressentindo que algo mais sério pudesse acontecer com sua saúde, ela fez Elvis prometer que para onde quer que fosse sempre levaria seu pai e sua avó juntos, pois na visão de Gladys a família deveria sempre manter-se unida. Elvis prometeu a ela em seu leito de morte que faria isso e cumpriu sua promessa. Assim que soube que iria para a Alemanha resolveu que Vernon e Minnie Mae deveriam seguir ao seu lado para a Europa.
Havia uma cláusula no regimento interno do exército americano que dizia que caso o militar em serviço tivesse familiares sob sua dependência financeira, ele poderia dormir em sua própria residência. Para Elvis isso era mais do que conveniente. Estaria ao lado de seus parentes queridos e de quebra poderia voltar a dormir em uma cama quente e macia novamente. Ele estava cansado de dormir nas frias casernas do batalhão e com Vernon e Minnie Mae por perto isso seria um alívio para ele pois dormiria em seu próprio quarto em uma casa alugada na Alemanha.
Inicialmente a tropa de Elvis foi enviada para Hamburgo, depois Frankfurt, finalmente estacionando na pequenina cidade de Bad Nauheim. Foi ali que Elvis decidiu alugar uma casa para ele, Vernon e Minnie Mae. Quando todos pensavam que Elvis iria alugar uma mansão por lá ele escolheu uma pequena residência comum no endereço Goethestrasse 14, que absolutamente nada tinha nada de diferente das demais casas da rua. Era pequena, mas confortável.
A rotina de Elvis nessa cidade nunca mudou desde que lá chegou. Ele geralmente acordava às cinco da manhã; tomava seu café e dirigia seu próprio carro em direção a base. Às 18:00hs retornava para casa. Não havia luxos, nem glamour, apenas a vida normal de um militar americano prestando serviço na Alemanha. Embora estivesse determinado a levar uma vida comum, o fato é que sua presença não poderia ser ignorada por ninguém. Em pouco tempo seu endereço foi divulgado em fanzines de fãs clubes da região e levas e mais levas de fãs começaram a chegar em sua casa todos os dias. Vernon e Minnie Mae eram muito gentis com os fãs que batiam na porta, mas depois de um certo tempo Elvis achou que, como eram pessoas mais velhas, não deveriam ser perturbadas durante o dia. Assim estipulou que uma placa fosse colocada na entrada da casa avisando que autógrafos só seriam dados a partir das sete horas da noite.
Assim criou-se um verdadeiro ritual. Durante o dia a rua ficava deserta e calma, mas quando a noite vinha chegando pequenas multidões se formavam nos portões de sua casa. Elvis abria a porta, falava com os fãs, assinava autógrafos, tirava fotos, brincava, sempre muito simpático e solicito com todos. Seu alemão ainda era muito rudimentar mas dentro do possível Elvis tentava se comunicar com suas jovens fãs alemãs. Ao contrário de outros superstars, Elvis não via qualquer problema em se ver rodeado por admiradoras e fãs em geral. Todas às noites lá estava ele no meio deles, trocando gentilezas, beijinhos, rindo, parecendo mais um amigo entre sua turma do que qualquer outra coisa. Seu carisma e simpatia encantava a todos.
Enquanto estava na Alemanha com a família, sua mansão Graceland ficou completamente vazia nos Estados Unidos. Pela primeira (e única) vez na vida Elvis levantou a hipótese de vende-la, pois não saberia se conseguiria voltar a morar lá após a morte de Gladys. As lembranças eram dolorosas demais. O futuro era incerto e tudo poderia acontecer, costumava dizer, Elvis também tinha sérias dúvidas se um dia sua carreira iria conseguir renascer das cinzas. A única certeza era que deveria levantar a cabeça para seguir em frente, viver um dia de cada vez.
O retorno para a vida civil ainda parecia distante, mas aos poucos Elvis foi vendo a chama de sua carreira resplandecer. Um grupo da Paramount foi enviado a Bad Nauheim. Eram executivos do produtor Hall Wallis. Eles queriam assinar com Elvis a realização de seu primeiro filme após voltar do exército. Eram boas notícias – eles ainda se interessavam por ele! Elvis assinou sem pensar duas vezes. Ele havia telefonado ao Coronel Parker na noite anterior e esse lhe contou que sua volta era aguardada com ansiedade nos Estados Unidos. Quem sabe o futuro não traria boas surpresas? Os tempos difíceis pareciam estar chegando ao final. Foi por essa época de um novo recomeço que Elvis conheceu uma jovem adolescente, filha de um oficial da Força Aérea americana. Ela se chamava Priscilla, era uma garota muito jovem, mas dona de uma beleza estonteante. Para Elvis foi amor à primeira vista! Mal sabia ele que a partir daí sua vida iria mudar para sempre...
Pablo Aluísio.
Elvis Presley
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