A maravilhosa atriz Olivia de Havilland completou 100 anos de idade no último dia 1º de julho. Seus pais estavam no Japão, a trabalho, e ela nasceu na capital nipônica, Tóquio, nessa mesma data em 1916. Seus pais eram ingleses e nada poderia prever que ela se tornaria uma estrela de cinema (que na época ainda era algo novo, de futuro incerto). Quando tinha apenas 3 anos de idade seus pais, um professor e uma atriz frustrada, se divorciaram. A mãe então resolveu transformar seu sonho em realidade, indo morar na Califórnia onde haveria maior oportunidade de quem sabe dar certo como atriz. Não deu. O sonho porém se manteve vivo e ela resolveu investir em uma carreira para as duas filhas, Olivia e Joan Fontaine (que também teve uma bela carreira em Hollywood).
Quando era apenas uma colegial, Olivia começou a fazer peças de teatro, obviamente sempre incentivada pela mãe. Assim ela acabou chamando a atenção dos estúdios Warner. Um contrato lhe foi oferecido e a partir daí a vida de Olivia de Havilland mudou para sempre. A adaptação para o cinema da peça "Sonho de uma Noite de Verão" se tornou seu primeiro grande filme em 1935. Logo depois desse sucesso a Warner a escalou para atuar ao lado do ídolo de aventuras Errol Flynn em "Capitão Blood", um grande sucesso de bilheteria. Tão certo dariam juntos que a Warner a colocaria para atuar novamente ao lado de Flynn em "A Carga da Cavalaria Ligeira", "As Aventuras de Robin Hood" e "O Intrépido General Custer", entre outros. Muitos desses filmes foram dirigidos por Michael Curtiz, que sabia do potencial da jovem estrela. Curiosamente conforme os anos foram passando Olivia de Havilland começou a se aborrecer com os excessos de Flynn, até que finalmente decidiu que não iria mais atuar ao seu lado, algo que desagradou muito a direção da Warner Bros.
Essa pequena briga abriu espaço para que ela também trabalhasse em outros estúdios. Assim em 1939 Olivia participou do elenco estelar de um dos maiores filmes da história de Hollywood. Produzido pela MGM, "...E O Vento Levou" se tornou um filme inesquecível. Com o sucesso monumental ela finalmente teve a liberdade na carreira para interpretar grandes personagens em diversos filmes, fugindo da fórmula de mocinha em perigo que havia repetido inúmeras vezes ao lado de Errol Flynn em seus filmes de aventura, de piratas com muitas lutas de espada. Esses filmes faziam sucesso, tinham ótima bilheteria, mas Olivia acreditava que eles não abriam muita margem para ela ser reconhecida como uma grande atriz, uma dama da interpretação dramática.
Assim ela partiu em busca de bons roteiros e acabou obtendo êxito também nessa nova fase melodramática de sua carreira. Ao todo ela foi indicada cinco vezes ao Oscar, vencendo em duas ocasiões, com os filmes "Tarde Demais" de 1948 onde atuou ao lado de Montgomery Clift e "Só Resta Uma Lágrima" drama sentimental de 1946. Também foi indicada por "A Cova da Serpente", "A Porta de Ouro" e "...E O Vento Levou". Curiosamente ela parecia ter uma rivalidade ferrenha em relação a prêmios com a própria irmã, Joan Fontaine, o que rendia ótimas piadas e material para reportagens de fofocas de Hollywood na época.
No total ela atuaria em mais de 60 filmes, sendo que em 1988 resolveu se despedir de sua carreira com o telefilme "The Woman He Loved" que contava a história do rei Edward VIII que abdicou do trono inglês para se casar com uma americana divorciada. O fato é que ela já vinha trabalhando muito raramente desde a década de 1960, quando suas atuações foram ficando cada vez mais raras. Aos poucos ela resolveu deixar o glamour de Hollywood para se dedicar a sua família. Ela dizia que o cinema americano havia perdido seu charme com o passar dos anos. Desde então ela procurou evitar surgir em público, com algumas exceções - entre elas no Oscar de 2003. Aos 100 anos de idade Olivia agradeceu de coração as inúmeras homenagens que recebeu. Sem dúvida hoje em dia ela pode ser considerada um dos grandes mitos ainda vivos da era de ouro do cinema clássico.
Pablo Aluísio.
sábado, 3 de novembro de 2007
Yul Brynner
Poucos sabem, mas o ator Yul Brynner era na verdade russo de nascimento. Ele nasceu em distantes ilhas localizadas na costa de Vladivostok (no extremo oriente do país) em julho de 1920. Sua família era tradicionalmente nômade, o que fez com que Yul tenha morado em vários países até a adolescência. Com poucos anos de vida seus pais resolveram ir embora da Rússia, passando alguns anos na China. Lá Brynner aprenderia a língua local (no final da vida ele falaria fluentemente russo, mandarim, francês e inglês). Foi um período bastante rico em termos culturais para o jovem russo Yuli Borisovich (seu nome real).
Depois de cinco anos nova mudança, dessa vez para a França. Em Paris Yuli se interessou no mundo das artes. Ele começou como artista de circo, músico, pintor e depois encontrou um bom emprego como radialista numa estação francesa que passava um programa apenas com músicas russas e eslavas. Era uma programação voltada exclusivamente para imigrantes russos. Sua boa voz e postura o fez ser convidado para fazer o programa da Voz da América em russo na cidade de Nova Iorque. Ir para os Estados Unidos lhe pareceu uma boa ideia e assim ele resolveu embarcar nessa aventura. Mal sabia que uma nova vida lhe esperava na América.
Trabalhando como locutor ele tinha muito tempo livre que aproveitou para aprender uma nova profissão: a de ator de teatro. Nova Iorque tinha um cenário teatral muito rico, principalmente na Broadway, e Yuli percebeu que poderia vencer nesse meio. Trocou o nome para Yul Brynner e foi à luta em busca de papéis na cidade. Tirou a sorte grande ao estrelar a peça "O Rei e Eu", grande sucesso na Broadway. Como artista nato convenceu plenamente e arrancou elogios por sua atuação como o Rei Mongkut de Sião.
A partir daí as portas de Hollywood lhe foram abertas. Embora tenha atuado em algumas séries e teleteatros, sua estreia nas telas de cinema foi considerada arrebatadora. Uma versão de "O Rei e Eu", dirigida por Walter Lang, com Deborah Kerr no elenco, se tornou também um grande sucesso de público e crítica. O filme foi premiado em cinco categorias no Oscar, inclusive a de Melhor Ator para Brynner, o que o transformou em astro precocemente. Mal atuava em seu primeiro filme e já se firmara entre os grandes nomes da capital do cinema americano.
Por causa de seu tipo físico, bem oriental e exótico, além do domínio de várias línguas, o astro viu sua carreira decolar, principalmente estrelando épicos históricos e bíblicos. Interpretou o grande faraó Ramsés II em "Os Dez Mandamentos", o General Sergei Pavlovich Bounine em "Anastácia, A Princesa Esquecida" e Dmitri Karamazov em "Os Irmãos Karamazov". Como se isso não bastasse brilhou ainda como o Rei Salomão no clássico "Salomão e a Rainha de Sabá". Hollywood parecia aos seus pés nessa fase de grande sucesso comercial e artístico.
Seu grande sucesso de bilheteria porém viria em um faroeste. Interpretando o pistoleiro vestido de negro Chris Larabee Adams em "Sete Homens e um Destino", Brynner viu seu cachê ficar entre os 10 mais caros de Hollywood. Depois vieram novos filmes, de gêneros bem variados, passando por aventuras de capa e espada, dramas sensíveis e até mesmo uma estranha ficção onde interpretava um cowboy robô chamada "Westworld - Onde Ninguém Tem Alma". No total atuou em mais de 45 filmes ao longo da carreira.
Fumante inveterado acabou contraindo um agressivo câncer de pulmão. Para conscientizar a geração mais jovem resolveu gravar um depoimento nos últimos dias de vida em que declamava o seguinte texto: "Quando vocês estiverem assistindo a essa fita já terei partido desse mundo. Poderia ter vivido com saúde ainda por muito anos pela frente não fosse o maldito vício que tive ao longo da minha vida pelo fumo. O cigarro me trouxe um câncer do qual não conseguirei sobreviver. Por isso aconselho aos mais jovens que nunca fumem. Aos que fumam aconselho que parem imediatamente. Digo isso porque eu não desejaria ao meu pior inimigo as dores que estou sofrendo. Não quero que ninguém passe por aquilo que estou passando". Ele morreria dez dias depois de gravar esse depoimento, em outubro de 1985, aos 65 anos de idade.
Pablo Aluísio.
Depois de cinco anos nova mudança, dessa vez para a França. Em Paris Yuli se interessou no mundo das artes. Ele começou como artista de circo, músico, pintor e depois encontrou um bom emprego como radialista numa estação francesa que passava um programa apenas com músicas russas e eslavas. Era uma programação voltada exclusivamente para imigrantes russos. Sua boa voz e postura o fez ser convidado para fazer o programa da Voz da América em russo na cidade de Nova Iorque. Ir para os Estados Unidos lhe pareceu uma boa ideia e assim ele resolveu embarcar nessa aventura. Mal sabia que uma nova vida lhe esperava na América.
Trabalhando como locutor ele tinha muito tempo livre que aproveitou para aprender uma nova profissão: a de ator de teatro. Nova Iorque tinha um cenário teatral muito rico, principalmente na Broadway, e Yuli percebeu que poderia vencer nesse meio. Trocou o nome para Yul Brynner e foi à luta em busca de papéis na cidade. Tirou a sorte grande ao estrelar a peça "O Rei e Eu", grande sucesso na Broadway. Como artista nato convenceu plenamente e arrancou elogios por sua atuação como o Rei Mongkut de Sião.
A partir daí as portas de Hollywood lhe foram abertas. Embora tenha atuado em algumas séries e teleteatros, sua estreia nas telas de cinema foi considerada arrebatadora. Uma versão de "O Rei e Eu", dirigida por Walter Lang, com Deborah Kerr no elenco, se tornou também um grande sucesso de público e crítica. O filme foi premiado em cinco categorias no Oscar, inclusive a de Melhor Ator para Brynner, o que o transformou em astro precocemente. Mal atuava em seu primeiro filme e já se firmara entre os grandes nomes da capital do cinema americano.
Por causa de seu tipo físico, bem oriental e exótico, além do domínio de várias línguas, o astro viu sua carreira decolar, principalmente estrelando épicos históricos e bíblicos. Interpretou o grande faraó Ramsés II em "Os Dez Mandamentos", o General Sergei Pavlovich Bounine em "Anastácia, A Princesa Esquecida" e Dmitri Karamazov em "Os Irmãos Karamazov". Como se isso não bastasse brilhou ainda como o Rei Salomão no clássico "Salomão e a Rainha de Sabá". Hollywood parecia aos seus pés nessa fase de grande sucesso comercial e artístico.
Seu grande sucesso de bilheteria porém viria em um faroeste. Interpretando o pistoleiro vestido de negro Chris Larabee Adams em "Sete Homens e um Destino", Brynner viu seu cachê ficar entre os 10 mais caros de Hollywood. Depois vieram novos filmes, de gêneros bem variados, passando por aventuras de capa e espada, dramas sensíveis e até mesmo uma estranha ficção onde interpretava um cowboy robô chamada "Westworld - Onde Ninguém Tem Alma". No total atuou em mais de 45 filmes ao longo da carreira.
Fumante inveterado acabou contraindo um agressivo câncer de pulmão. Para conscientizar a geração mais jovem resolveu gravar um depoimento nos últimos dias de vida em que declamava o seguinte texto: "Quando vocês estiverem assistindo a essa fita já terei partido desse mundo. Poderia ter vivido com saúde ainda por muito anos pela frente não fosse o maldito vício que tive ao longo da minha vida pelo fumo. O cigarro me trouxe um câncer do qual não conseguirei sobreviver. Por isso aconselho aos mais jovens que nunca fumem. Aos que fumam aconselho que parem imediatamente. Digo isso porque eu não desejaria ao meu pior inimigo as dores que estou sofrendo. Não quero que ninguém passe por aquilo que estou passando". Ele morreria dez dias depois de gravar esse depoimento, em outubro de 1985, aos 65 anos de idade.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Ronald Reagan - De Hollywood para a Casa Branca
Um dos casos mais curiosos da história de Hollywood foi a própria história do ator Ronald Reagan. Esse foi o único caso da história americana em que um ator de cinema conseguiu se tornar Presidente dos Estados Unidos! Reagan nasceu em uma família tradicional de uma pequena cidade de Illinois. Seus pais tinham o sonho dele um dia se formar numa profissão tradicional como advogado ou médico, mas Reagan resolveu ir atrás de seus sonhos. Ele queria ser artista, ser ator de cinema. Para isso resolveu mudar para a Califórnia. Em 1937 ele apareceu em seu primeiro filme de Hollywood, "Love Is on the Air", um drama romântico convencional. Não chamou muito a atenção, mas pelo menos deu o primeiro passo.
Reagan sentia-se feliz simplesmente pelo feito de conseguir trabalhar naquilo que amava pois desde jovem ele era um cinéfilo apaixonado pela sétima arte. No começo o ator ganhou papéis por causa de sua altura e sua pinta de galã. Ele próprio não se considerava um grande ator pois de certa maneira até concordava com os críticos que diziam que ele não passava de um canastrão esforçado, mas isso era o de menos. Só o fato de ser um ator já o deixava feliz. Por essa época ele mal poderia acreditar que iria atuar em mais de 80 filmes ao longo de sua carreira. Era realmente algo inacreditável para quem chegara na capital do cinema sem grandes ambições a não ser aparecer em alguns filmes para mostrar aos seus amigos em sua terra natal.
Aos poucos melhores personagens foram surgindo principalmente depois que passou a contar com o apoio dos diretores de elenco da Warner Bros. Reagan sempre procurava interpretar o americano tradicional nas telas. Suas escolhas se revelaram perfeitas e muito bem sucedidas. A partir de "A Estrada de Santa Fé" Reagan finalmente encontrou o caminho do sucesso, interpretando o lendário General Custer da Sétima Cavalaria. Depois desse filme Reagan fez uma sucessão de filmes de faroeste e guerra, sempre intercalados. Ora surgia no velho oeste, ora nos campos de batalha. Seu nome foi ficando popular, mas não a ponto de o transformar em um astro de primeira grandeza. De certa maneira a partir dos anos 50 Reagan foi percebendo que sua carreira se resumia a ser um coadjuvante de luxo.
Assim o mundo da política lhe parecia muito promissor. Ele era filiado ao Partido Republicano e com o tempo foi abrindo espaço para si mesmo. Se tornou, ainda bastante jovem, o Presidente da Academia de Hollywood. Seus esforços ajudaram na consolidação do Oscar como fenômeno da mídia e não apenas como um prêmio restrito aos profissionais da área. Confiante que poderia vencer nas urnas ele lançou-se candidato a vários cargos, tendo o seu auge quando venceu as eleições para governador da Califórnia. Ali Reagan pensava ter atingido o auge de sua vida como político. Se candidatar a presidente era algo impensável, mas Reagan pagou para ver! E não é que ele foi realmente eleito! E não apenas uma vez, mas duas! Fez um bom governo, sempre lembrado pela estabilidade na economia e no crescimento de seu país. Quem diria que aquele ator nem tão conhecido de filmes B chegaria tão longe...
Pablo Aluísio.
Reagan sentia-se feliz simplesmente pelo feito de conseguir trabalhar naquilo que amava pois desde jovem ele era um cinéfilo apaixonado pela sétima arte. No começo o ator ganhou papéis por causa de sua altura e sua pinta de galã. Ele próprio não se considerava um grande ator pois de certa maneira até concordava com os críticos que diziam que ele não passava de um canastrão esforçado, mas isso era o de menos. Só o fato de ser um ator já o deixava feliz. Por essa época ele mal poderia acreditar que iria atuar em mais de 80 filmes ao longo de sua carreira. Era realmente algo inacreditável para quem chegara na capital do cinema sem grandes ambições a não ser aparecer em alguns filmes para mostrar aos seus amigos em sua terra natal.
Aos poucos melhores personagens foram surgindo principalmente depois que passou a contar com o apoio dos diretores de elenco da Warner Bros. Reagan sempre procurava interpretar o americano tradicional nas telas. Suas escolhas se revelaram perfeitas e muito bem sucedidas. A partir de "A Estrada de Santa Fé" Reagan finalmente encontrou o caminho do sucesso, interpretando o lendário General Custer da Sétima Cavalaria. Depois desse filme Reagan fez uma sucessão de filmes de faroeste e guerra, sempre intercalados. Ora surgia no velho oeste, ora nos campos de batalha. Seu nome foi ficando popular, mas não a ponto de o transformar em um astro de primeira grandeza. De certa maneira a partir dos anos 50 Reagan foi percebendo que sua carreira se resumia a ser um coadjuvante de luxo.
Assim o mundo da política lhe parecia muito promissor. Ele era filiado ao Partido Republicano e com o tempo foi abrindo espaço para si mesmo. Se tornou, ainda bastante jovem, o Presidente da Academia de Hollywood. Seus esforços ajudaram na consolidação do Oscar como fenômeno da mídia e não apenas como um prêmio restrito aos profissionais da área. Confiante que poderia vencer nas urnas ele lançou-se candidato a vários cargos, tendo o seu auge quando venceu as eleições para governador da Califórnia. Ali Reagan pensava ter atingido o auge de sua vida como político. Se candidatar a presidente era algo impensável, mas Reagan pagou para ver! E não é que ele foi realmente eleito! E não apenas uma vez, mas duas! Fez um bom governo, sempre lembrado pela estabilidade na economia e no crescimento de seu país. Quem diria que aquele ator nem tão conhecido de filmes B chegaria tão longe...
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Errol Flynn - Hollywood Boulevard - Parte 3
Errol Flynn e os Nazistas
Seguramente Errol Flynn foi um dos mais populares atores do cinema americano. Dono de um bom visual, ideal para filmes de aventura do tipo capa e espada, Flynn se tornou o produto ideal segundo as próprias palavras do chefão Jack Warner do famoso estúdio Warner Bros. Se nas telas e nas bilheterias ele arrasava, longe dos sets de filmagens a coisa complicava. O problema era segurar Flynn fora das telas. Dono de uma personalidade muito forte e ao mesmo tempo volátil, o galã foi um dos que mais trouxeram trabalho para o departamento de publicidade dos estúdios, sempre tentando apagar algum incêndio em sua vida pessoal, seja em escândalos relacionados a mulheres, sexo e drogas, seja em relação aos seus complicados posicionamentos políticos.
Aos que viviam ao seu redor Flynn jamais escondeu sua intensa admiração ao regime nazista de Adolf Hitler. O galã de Hollywood acreditava que povos culturalmente desenvolvidos, como os alemães, tinham que manter sua pureza étnica, evitando perder seu valioso arianismo ao se misturar com outras raças. Sim, ele acreditava em todas aquelas teorias de raças superiores que se tornaram a base teórica fundamental do pensamento nazista. Flynn também acreditava que apenas regimes fortes conseguiam levar uma grande nação em frente. A democracia só resolvia parte do problema, mas não conseguia superar os problemas complexos que iam surgindo dentro de uma sociedade. Essa sua visão de mundo também determinava tudo o que ele pensava sobre judeus em geral. Todos esses fatos que hoje em dia podem chocar seus fãs foram levantados pelo escritor Charles Higham que escreveu uma das mais completas biografias de Flynn intitulada "Errol Flynn: The Untold Story".
Para entender como Errol Flynn desenvolveu esse tipo de pensamento o autor procurou saber quando o astro do cinema americano tomou contato pela primeira vez com os ideais nazistas. Segundo seus levantamentos tudo aconteceu durante a Guerra Civl Espanhola. Errol Flynn, que era australiano de nascimento, resolveu apoiar grupos que combatiam o General Franco. Nesse processo conheceu vários socialistas alemães que também lutavam na Espanha. Assim acabou se aproximando também dos nacionais socialistas (nazistas) que curiosamente transformaram a Espanha de Franco em um campo de testes para suas novas armas de guerra que acabariam sendo usadas de forma intensa durante a II Guerra Mundial.
Com tantos jogos de interesse no ar, Flynn acabou conhecendo o pensamento de Hitler em seu livro "Minha Luta" e se apaixonou por sua causa. Segundo o escritor Charles Higham ele se tornou espião nazista durante o conflito justamente por isso e foi mais além, conseguindo se encontrar pessoalmente com o próprio Hitler durante uma visita à Alemanha. Talvez sua origem australiana explique sua inclinação em favor da Alemanha já que essa lutava contra a Inglaterra naquele momento e Flynn não escondia de absolutamente ninguém que odiava os ingleses (os colonizadores da Austrália). O grande elo de ligação de Flynn com o III Reich foi construído através de contatos com o médico austríaco Hermann Erben que também era agente nazista. Flynn enviava todas as informações coletadas a ele e esse repassava tudo para a temida Gestapo, a polícia secreta de Hitler.
Depois que os Estados Unidos entraram na Guerra a situação de Errol Flynn ficou muito delicada e ele procurou esconder nas sombras esse passado terrível que poderia destruir sua carreira em Hollywood. Foi uma situação muito complicada de se camuflar porque agências de inteligência do governo americano começaram a seguir os passos de Flynn que pressionado rompeu todo tipo de ligação com a Alemanha a partir de 1944 quando a guerra finalmente começava a pender em prol dos aliados dos Estados Unidos. Também pesava contra Flynn o fato de que a grande maioria dos estúdios de Hollywood pertenciam a judeus, algo que iria se virar fortemente contra ele caso tudo fosse revelado. No fim Errol Flynn conseguiu esconder seus rastros de espionagem e sobreviveu à guerra. Até hoje pairam dúvidas de como conseguiu se livrar de um julgamento por traição. Só não conseguiu superar seu alcoolismo que encurtaria sua vida em vários anos. Também não deixou mesmo de admirar ditadores em geral, haja vista que acabou se tornando um dos grandes amigos de Fidel Castro e seu regime comunista em Cuba. Essa porém é uma outra história...
Pablo Aluísio.
Aos que viviam ao seu redor Flynn jamais escondeu sua intensa admiração ao regime nazista de Adolf Hitler. O galã de Hollywood acreditava que povos culturalmente desenvolvidos, como os alemães, tinham que manter sua pureza étnica, evitando perder seu valioso arianismo ao se misturar com outras raças. Sim, ele acreditava em todas aquelas teorias de raças superiores que se tornaram a base teórica fundamental do pensamento nazista. Flynn também acreditava que apenas regimes fortes conseguiam levar uma grande nação em frente. A democracia só resolvia parte do problema, mas não conseguia superar os problemas complexos que iam surgindo dentro de uma sociedade. Essa sua visão de mundo também determinava tudo o que ele pensava sobre judeus em geral. Todos esses fatos que hoje em dia podem chocar seus fãs foram levantados pelo escritor Charles Higham que escreveu uma das mais completas biografias de Flynn intitulada "Errol Flynn: The Untold Story".
Para entender como Errol Flynn desenvolveu esse tipo de pensamento o autor procurou saber quando o astro do cinema americano tomou contato pela primeira vez com os ideais nazistas. Segundo seus levantamentos tudo aconteceu durante a Guerra Civl Espanhola. Errol Flynn, que era australiano de nascimento, resolveu apoiar grupos que combatiam o General Franco. Nesse processo conheceu vários socialistas alemães que também lutavam na Espanha. Assim acabou se aproximando também dos nacionais socialistas (nazistas) que curiosamente transformaram a Espanha de Franco em um campo de testes para suas novas armas de guerra que acabariam sendo usadas de forma intensa durante a II Guerra Mundial.
Com tantos jogos de interesse no ar, Flynn acabou conhecendo o pensamento de Hitler em seu livro "Minha Luta" e se apaixonou por sua causa. Segundo o escritor Charles Higham ele se tornou espião nazista durante o conflito justamente por isso e foi mais além, conseguindo se encontrar pessoalmente com o próprio Hitler durante uma visita à Alemanha. Talvez sua origem australiana explique sua inclinação em favor da Alemanha já que essa lutava contra a Inglaterra naquele momento e Flynn não escondia de absolutamente ninguém que odiava os ingleses (os colonizadores da Austrália). O grande elo de ligação de Flynn com o III Reich foi construído através de contatos com o médico austríaco Hermann Erben que também era agente nazista. Flynn enviava todas as informações coletadas a ele e esse repassava tudo para a temida Gestapo, a polícia secreta de Hitler.
Depois que os Estados Unidos entraram na Guerra a situação de Errol Flynn ficou muito delicada e ele procurou esconder nas sombras esse passado terrível que poderia destruir sua carreira em Hollywood. Foi uma situação muito complicada de se camuflar porque agências de inteligência do governo americano começaram a seguir os passos de Flynn que pressionado rompeu todo tipo de ligação com a Alemanha a partir de 1944 quando a guerra finalmente começava a pender em prol dos aliados dos Estados Unidos. Também pesava contra Flynn o fato de que a grande maioria dos estúdios de Hollywood pertenciam a judeus, algo que iria se virar fortemente contra ele caso tudo fosse revelado. No fim Errol Flynn conseguiu esconder seus rastros de espionagem e sobreviveu à guerra. Até hoje pairam dúvidas de como conseguiu se livrar de um julgamento por traição. Só não conseguiu superar seu alcoolismo que encurtaria sua vida em vários anos. Também não deixou mesmo de admirar ditadores em geral, haja vista que acabou se tornando um dos grandes amigos de Fidel Castro e seu regime comunista em Cuba. Essa porém é uma outra história...
Pablo Aluísio.
Errol Flynn - 10 Curiosidades sobre "As Aventuras de Robin Hood"
1. "As Aventuras de Robin Hood" foi o filme de maior sucesso de bilheteria da carreira do ator Errol Flynn que inicialmente nem queria estrelar a produção. Depois de muita insistência acabou sendo convencido pelo produtor Hall B. Wallis.
2. Para que as locações ficassem mais parecidas com a Inglaterra e sua floresta de Sherwood a Warner resolveu importar árvores inglesas para serem plantadas na Califórnia. As filmagens foram realizadas em um parque localizado na cidade de Chico, CA. O resultado, como se pode ver na tela, ficou realmente muito bom.
3. A Warner inicialmente queria que o filme fosse estrelado pelo ator James Cagney, mas Michael Curtiz, o diretor, não gostou da ideia. Cagney havia se tornado famoso interpretando gangsters nas telas e Curtiz queria trazer uma imagem mais simpática de Robin Hood. Além disso Curtiz achava que Cagney havia passado da idade certa para interpretar Robin Hood de forma adequada.
4. A produção contou com onze câmeras especiais de tecnologia Technicolor. A Warner queria transformar os filmes em cores como a nova sensação do cinema americano, que ainda considerava a novidade apenas uma moda passageira. Não era e em pouco tempo os filmes coloridos se tornaram padrão dentro da indústria.
5. O filme tinha o custo inicial de 1 milhão e oitocentos mil dólares, mas rapidamente o orçamento estourou fazendo com que os custos iniciais saldassem rapidamente para mais de dois milhões de dólares, se tornando assim o filme mais caro da história da Warner Bros até aquele momento.
6. Essa foi a terceira parceria de oito no total entre Errol Flynn e Olivia de Havilland. A Warner considerava que o casal era um dos grandes chamarizes de bilheteria do estúdio, mas Flynn tinha uma outra visão. Em sua forma de ver a situação qualquer outra atriz daria certo ao seu lado pois seu público queria ver mesmo ação e aventura em cena, sendo o lado romântico de seus filmes algo bem secundário. Essa opinião acabou obviamente irritando Olivia de Havilland.
7. Olivia de Havilland não iria realizar o filme pois já estava comprometida com outra fita que seria rodada em menos de dois meses. A atriz que iria estrelar Mariah porém ficou grávida, o que fez com que a Warner a colocasse no filme às pressas para substitui-la.
8. Durante as filmagens as relações entre Errol Flynn e Michael Curtiz começaram a ficar bem tensas, tudo por causa do relacionamento do galã Flynn com a atriz francesa Lili Damita, ex-esposa de Curtiz. Um ano depois de começar a namorar com ela, Flynn resolveu se casar também com a atriz, causando ainda mais desconforto em Curtiz.
9. Houve uma certa discussão entre os roteiristas e a Warner sobre a forma como Robin Hood deveria ser apresentado no filme. Ele deveria surgir como um alegre e fanfarrão ladrão da floresta ou como um homem violento e perigoso que era capaz de matar pessoas? No final a solução veio pelo meio termo, onde a personalidade esfuziante de Robin foi preservada, ao mesmo tempo em que ele também se revelava como uma ameaça séria para os homens do xerife. No filme Robin Hood acaba matando 16 inimigos em cena - um número que foi considerado alto demais por Hall B. Wallis, mas que acabou sendo mantido na versão final.
10. O grande diretor, ator e roteirista Orson Welles se ofereceu para interpretar o Frei Tuck, mas Michael Curtiz não o escalou para o elenco, algo que depois iria se arrepender como certa vez revelou em uma entrevista sobre o filme. Teria sido uma aquisição maravilhosa para o filme como um todo. Infelizmente, por motivos que nem Curtiz soube como explicar direito, ele disse não!
Pablo Aluísio.
2. Para que as locações ficassem mais parecidas com a Inglaterra e sua floresta de Sherwood a Warner resolveu importar árvores inglesas para serem plantadas na Califórnia. As filmagens foram realizadas em um parque localizado na cidade de Chico, CA. O resultado, como se pode ver na tela, ficou realmente muito bom.
3. A Warner inicialmente queria que o filme fosse estrelado pelo ator James Cagney, mas Michael Curtiz, o diretor, não gostou da ideia. Cagney havia se tornado famoso interpretando gangsters nas telas e Curtiz queria trazer uma imagem mais simpática de Robin Hood. Além disso Curtiz achava que Cagney havia passado da idade certa para interpretar Robin Hood de forma adequada.
4. A produção contou com onze câmeras especiais de tecnologia Technicolor. A Warner queria transformar os filmes em cores como a nova sensação do cinema americano, que ainda considerava a novidade apenas uma moda passageira. Não era e em pouco tempo os filmes coloridos se tornaram padrão dentro da indústria.
5. O filme tinha o custo inicial de 1 milhão e oitocentos mil dólares, mas rapidamente o orçamento estourou fazendo com que os custos iniciais saldassem rapidamente para mais de dois milhões de dólares, se tornando assim o filme mais caro da história da Warner Bros até aquele momento.
6. Essa foi a terceira parceria de oito no total entre Errol Flynn e Olivia de Havilland. A Warner considerava que o casal era um dos grandes chamarizes de bilheteria do estúdio, mas Flynn tinha uma outra visão. Em sua forma de ver a situação qualquer outra atriz daria certo ao seu lado pois seu público queria ver mesmo ação e aventura em cena, sendo o lado romântico de seus filmes algo bem secundário. Essa opinião acabou obviamente irritando Olivia de Havilland.
7. Olivia de Havilland não iria realizar o filme pois já estava comprometida com outra fita que seria rodada em menos de dois meses. A atriz que iria estrelar Mariah porém ficou grávida, o que fez com que a Warner a colocasse no filme às pressas para substitui-la.
8. Durante as filmagens as relações entre Errol Flynn e Michael Curtiz começaram a ficar bem tensas, tudo por causa do relacionamento do galã Flynn com a atriz francesa Lili Damita, ex-esposa de Curtiz. Um ano depois de começar a namorar com ela, Flynn resolveu se casar também com a atriz, causando ainda mais desconforto em Curtiz.
9. Houve uma certa discussão entre os roteiristas e a Warner sobre a forma como Robin Hood deveria ser apresentado no filme. Ele deveria surgir como um alegre e fanfarrão ladrão da floresta ou como um homem violento e perigoso que era capaz de matar pessoas? No final a solução veio pelo meio termo, onde a personalidade esfuziante de Robin foi preservada, ao mesmo tempo em que ele também se revelava como uma ameaça séria para os homens do xerife. No filme Robin Hood acaba matando 16 inimigos em cena - um número que foi considerado alto demais por Hall B. Wallis, mas que acabou sendo mantido na versão final.
10. O grande diretor, ator e roteirista Orson Welles se ofereceu para interpretar o Frei Tuck, mas Michael Curtiz não o escalou para o elenco, algo que depois iria se arrepender como certa vez revelou em uma entrevista sobre o filme. Teria sido uma aquisição maravilhosa para o filme como um todo. Infelizmente, por motivos que nem Curtiz soube como explicar direito, ele disse não!
Pablo Aluísio.
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Drácula (1979)
Na longa tradição de filmes sobre o famoso personagem de Bram Stoker esse Drácula de 1979 se destaca por vários motivos. Em primeiro lugar pela ótima produção. Tudo foi perfeitamente recriado, carros, cenários e direção de arte. Muito bom gosto em cada tomada. Realmente em certos momentos o requinte da produção salta aos olhos, como a abadia adquirida pelo Conde, um ótimo trabalho de ambientação. As cenas no mar, com o navio e seus tripulantes sendo atacados pelo vampiro, são primorosas. Outro grande mérito dessa versão é a estrutura do roteiro que tenta inovar na famosa estória do livro original. Aqui já pegamos o conde chegando a Londres pois o diretor optou por não contar a primeira parte do livro onde Jonathan chega na Transilvânia para vender a propriedade ao estranho nobre romeno. Foi uma decisão acertada pois deu maior agilidade ao filme como um todo.
Agora a grande qualidade de Drácula 1979 realmente é seu elenco. Frank Langella está ótimo como o personagem de Stoker. Um nobre de fala ponderada, charmoso e sedutor com as mulheres mas extremamente perigoso contra seus inimigos. E por falar neles temos o grande Laurence Olivier no papel de Van Helsing, o que alguém poderia querer mais em termos de elenco? Sua cena dentro das catacumbas é ótima, uma grande recriação do clima sombrio e gótico das primeiras produções sobre o vampiro. Enfim, gostei de praticamente tudo no filme e considero essa a segunda melhor versão que já assisti do famoso livro, só perdendo mesmo para o filme de Francis Ford Coppola. Para quem gosta de Drácula e filmes de terror assistir essa versão desse clássico é algo obrigatório.
Drácula (Drácula, Estados Unidos, 1979) Direção de John Badham / Roteiro: Hamilton Deane baseado na obra de Bram Stoker / Com Frank Langella, Laurence Olivier, Donald Pleasence / Sinopse: Conde romeno de nome Drácula (Frank Langella) chega na vitoriana Londres para adquirir uma nova propriedade na cidade. Nesse momento conhece a linda Mina, filha do renomado Dr Van Helsing e sua amiga Lucy, jovem namorada de seu procurador. A aproximação trará sérias consequências para todos.
Pablo Aluísio.
Agora a grande qualidade de Drácula 1979 realmente é seu elenco. Frank Langella está ótimo como o personagem de Stoker. Um nobre de fala ponderada, charmoso e sedutor com as mulheres mas extremamente perigoso contra seus inimigos. E por falar neles temos o grande Laurence Olivier no papel de Van Helsing, o que alguém poderia querer mais em termos de elenco? Sua cena dentro das catacumbas é ótima, uma grande recriação do clima sombrio e gótico das primeiras produções sobre o vampiro. Enfim, gostei de praticamente tudo no filme e considero essa a segunda melhor versão que já assisti do famoso livro, só perdendo mesmo para o filme de Francis Ford Coppola. Para quem gosta de Drácula e filmes de terror assistir essa versão desse clássico é algo obrigatório.
Drácula (Drácula, Estados Unidos, 1979) Direção de John Badham / Roteiro: Hamilton Deane baseado na obra de Bram Stoker / Com Frank Langella, Laurence Olivier, Donald Pleasence / Sinopse: Conde romeno de nome Drácula (Frank Langella) chega na vitoriana Londres para adquirir uma nova propriedade na cidade. Nesse momento conhece a linda Mina, filha do renomado Dr Van Helsing e sua amiga Lucy, jovem namorada de seu procurador. A aproximação trará sérias consequências para todos.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Os Duelistas
Título no Brasil: Os Duelistas
Título Original: The Duellists
Ano de Produção: 1977
País: Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Gerald Vaughan-Hughes
Elenco: Keith Carradine, Harvey Keitel, Albert Finney
Sinopse:
Baseado na obra de Joseph Conrad. Um oficial do exército francês, no período da glória de Napoleão Bonaparte, insulta um outro militar. Como era costume na época tudo deveria se resolver em duelos de espadas ou armas de fogo. Ao longo dos anos eles se encontrarão várias e várias vezes para defender sua honra. Filme vencedor do Cannes Film Festival. Também indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Fotografia.
Comentários:
Bom filme dirigido pelo talentoso Ridley Scott. É curioso que o diretor tenha se limitado a transpor para as telas, da forma mais fiel possível, o livro de Joseph Conrad. Essa obra, de apenas 100 páginas, é uma crítica velada aos valores morais do período Napoleônico. Assim o duelo, tão comum entre cavalheiros daquela época, ganha contornos de tragédia grega, com um pezinho na absurda situação de levar um duelo em frente por anos e anos. Como o conteúdo do livro é por demais simples - o enredo caberia até mesmo em um média metragem - Ridley Scott resolveu apostar na estética das cenas. Como bem se sabe o diretor veio do mercado publicitário, onde o que menos importa é o conteúdo mas sim a forma como se mostra o produto. "Os Duelistas" vai bem por esse caminho. Como não há muito o que se contar o diretor capricha nas tomadas de cenas, na fotografia em seda e no clima dos duelos que vão se sucedendo ao longo do filme. Por essa razão o resultado final se mostra muito estiloso e bonito, embora não haja um grande roteiro por trás de tudo o que se vê ao longo de sua duração.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Duellists
Ano de Produção: 1977
País: Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Gerald Vaughan-Hughes
Elenco: Keith Carradine, Harvey Keitel, Albert Finney
Sinopse:
Baseado na obra de Joseph Conrad. Um oficial do exército francês, no período da glória de Napoleão Bonaparte, insulta um outro militar. Como era costume na época tudo deveria se resolver em duelos de espadas ou armas de fogo. Ao longo dos anos eles se encontrarão várias e várias vezes para defender sua honra. Filme vencedor do Cannes Film Festival. Também indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Fotografia.
Comentários:
Bom filme dirigido pelo talentoso Ridley Scott. É curioso que o diretor tenha se limitado a transpor para as telas, da forma mais fiel possível, o livro de Joseph Conrad. Essa obra, de apenas 100 páginas, é uma crítica velada aos valores morais do período Napoleônico. Assim o duelo, tão comum entre cavalheiros daquela época, ganha contornos de tragédia grega, com um pezinho na absurda situação de levar um duelo em frente por anos e anos. Como o conteúdo do livro é por demais simples - o enredo caberia até mesmo em um média metragem - Ridley Scott resolveu apostar na estética das cenas. Como bem se sabe o diretor veio do mercado publicitário, onde o que menos importa é o conteúdo mas sim a forma como se mostra o produto. "Os Duelistas" vai bem por esse caminho. Como não há muito o que se contar o diretor capricha nas tomadas de cenas, na fotografia em seda e no clima dos duelos que vão se sucedendo ao longo do filme. Por essa razão o resultado final se mostra muito estiloso e bonito, embora não haja um grande roteiro por trás de tudo o que se vê ao longo de sua duração.
Pablo Aluísio.
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