quarta-feira, 13 de agosto de 2025
Confissões de um Necrófilo
Annabelle
Título no Brasil: Annabelle
Título Original: Annabelle
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard
Sinopse:
Um jovem casal americano é surpreendido por gritos na casa vizinha. Após o marido sair para averiguar acaba descobrindo que há uma chacina se desenrolando na casa ao lado. Para piorar os insanos moradores invadem sua própria casa, causando quase uma tragédia completa. Em seus últimos momentos, uma mulher, completamente insana e envolvida com rituais satânicos, se agarra na boneca que a esposa acabara de receber de presente do marido. A partir daí o estranho objeto parece ganhar vida, desencadeando eventos sobrenaturais inexplicáveis. Confuso e com medo o casal resolve então partir em busca de ajuda com o padre da paróquia católica local.
Comentários:
Na verdade "Annabelle" nada mais é do que o Prequel do filme "Invocação do Mal". A boneca inclusive já havia aparecido naquela produção de forma mais discreta. Assim o que temos aqui são os acontecimentos anteriores ao filme original. Dito isso, outra explicação é necessária. Ao invés do que anda se escrevendo bastante por aí, os eventos mostrados nesse filme não foram inteiramente baseados em fatos reais. Certamente a boneca amaldiçoada existe e está inclusive em exposição no porão do casal Warren nos Estados Unidos, mas sua história verdadeira nada tem a ver com o filme. Na verdade a boneca de pano Annabelle (que diga-se de passagem é bem diferente da que vemos nas cenas do filme) foi envolvida em eventos sobrenaturais bem diferentes, com outros jovens, durante os anos 1970. Não havia o casal que vemos nesse roteiro, nem nada parecido, sendo tudo mesmo mera ficção. Aliás nem todas es escolhas do roteiro me soaram satisfatórias.
A coisa toda de envolver Annabelle com uma seita satânica que acaba de uma forma ou outra se vinculando com a boneca me pareceu incomodamente semelhante aos filmes do Chucky (mas claro, sem a galhorfa do boneco assassino). Depois disso o roteiro consegue superar de certa forma sua falha inicial apostando em bem sucedidas sequências de suspense e terror. E é justamente aí que resulta seu grande mérito. Em termos de história em si "Invocação do Mal" é de fato um filme mais completo, mais esclarecedor, com mais informações, mas em questão de índice de medo "Annabelle" o supera. Há de fato ótimos momentos, alguns bem assustadores. A dupla de atores que interpreta o casal funciona apenas como background e escada para os sustos, pois de fato a boneca (na verdade várias delas que foram usadas ao longo do filme) é a grande estrela desse horror. O clímax, por outro lado, me pareceu muito bem bolado, com os personagens em um momento crucial de redenção e sacrifício. Um bom desfecho para um terror que realmente se revela bem acima da média do que vem sido produzido ultimamente.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 12 de agosto de 2025
Bandeirantes do Norte
Título Original: Northwest Passage
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: King Vidor
Roteiro: Laurence Stallings, Talbot Jennings
Elenco: Spencer Tracy, Robert Young, Walter Brennan, Ruth Hussey, Nat Pendleton, Louis Hector
Sinopse:
Dois cowboys se reúnem aos Texas Rangers em pleno período das guerras indígenas. Quando chegam em um forte distante, no meio do velho oeste, chamado Fort Wentworth, descobrem que não há mais ninguém, nenhum militar e nenhum nativo. Nem suprimentos para sobrevivência.
Comentários:
O filme foi vencedor de um Oscar, o de fotografia, dado para a dupla formada por Sidney Wagner e William V. Skall. O título nacional é equivocado. Bandeirantes são figuras históricas do Brasil, não dos Estados Unidos. Feito essa ressalva temos aqui um bom western, estrelado pelo sempre bom e correto Spencer Tracy, aqui sob direção do veterano diretor King Vidor. Esse cineasta sempre foi considerado um profissional de estúdio, que fazia o que os produtores determinavam. Isso não significa que tenha sido um cineasta ruim, nada disso, apenas previsível. Há boas cenas, valorizadas pela região onde o filme foi realizado. Talvez um pouco envelhecido pelo tempo, esse faroeste ainda se mantém pelo seu bom roteiro, que realmente soube manter o interesse do espectador do começo ao fim.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 11 de agosto de 2025
Vitória Amarga
Sabendo que vai morrer em breve, ela tenta assim recolocar as coisas no eixo em sua vida pessoal e profissional. Muitos médicos quando informam aos seus pacientes que seus dias estão contados geralmente dão esse tipo de conselho, usando frases como "Se eu fosse você colocaria a partir de agora as coisas em ordem!". Então Judith faz exatamente isso, tenta acertar tudo para que consiga viver seus últimos dias com a dignidade pessoal que merece. O roteiro é tocante e humano, sendo que além da indicação ao melhor filme do ano, "Vitória Amarga" ainda concorreu ao Oscar nas categorias de melhor atriz (para Bette Davis, justíssimo) e melhor música (Max Steiner). Grande drama, grande filme, merece todos os aplausos.
Vitória Amarga (Dark Victory, Estados Unidos,1939) Direção: Edmund Goulding / Roteiro: Casey Robinson, baseado na peça teatral escrita por George Emerson Brewer Jr / Elenco: Bette Davis, Humphrey Bogart, George Brent / Sinopse: O filme conta a história de uma dama da sociedade que descobre que está com um câncer incurável. Ao saber disso ela começa então a aparar e reparar as arestas de sua vida.
Pablo Aluísio.
domingo, 10 de agosto de 2025
O Caçador

Os fãs do cinema americano provavelmente vão estranhar um pouco o ritmo da produção que não tem pressa nenhuma em contar a estória. Há uso de efeitos digitais também mas eles são discretos e necessários uma vez que o tal tigre da Tasmânia está extinto mesmo e eles tiveram que recriar o animal digitalmente. O roteiro é bem escrito e redondinho e não tem pretensões de ser épico ou tentar desenvolver os personagens mais profundamente. No fundo é um misto de mensagem ecológica com cenas de cartão postal. A única crítica mais severa que faço a "The Hunter" é o seu desfecho que achei realmente imoral e indigno. Poderiam ter desenvolvido outro destino para o animal caçado - do jeito que ficou o final me deixou realmente aborrecido. De qualquer forma assistam, penso que irão gostar (principalmente os defensores da natureza).
O Caçador (The Hunter, Austrália, 2011) Direção: Daniel Nettheim / Roteiro: Alice Addison / Elenco: Sam Neill, Willem Dafoe, Frances O'Connor, Sullivan Stapleton , Dan Wyllie, Callan Mulvey, Jacek Koman, Morgana Davies / Sinopse: Martin David (Willem Dafoe) é um caçador que é contratado por uma empresa de biotecnologia para ir até distante floresta australiana com o objetivo de capturar o último tigre da Tasmânia.
Pablo Aluísio.
Sob o Domínio do Medo

O elenco é todo formado basicamente por atores de seriados o que vai ser divertido para quem gosta de acompanhar séries. O destaque vai para o ator sueco Alexander Skarsgård. que interpreta o vampiro Eric Northman em "True Blood". Certamente ele tem uma boa presença em cena que não compromete o resultado do filme embora também não surpreenda em momento algum. James Marsden, que faz o protagonista, apesar de carismático ainda não tem cacife para levar uma produção dessas para o sucesso nas bilheterias (tanto que o filme teve resultado bem ruim nesse aspecto não conseguindo sequer recuperar seu investimento). De resto, como já disse, só sobra mesmo muita violência (estupros, torturas, assassinados e mortes bizarras - inclusive uma com uma armadilha para urso, totalmente inusitada). Enfim, um remake realmente desnecessário e sem importância mas que pode até mesmo servir para aliviar o tédio em uma tarde chuvosa se você não exigir muito.
Sob o Domínio do Medo (Straw Dogs, Estados Unidos, 2011) Direção: Rod Lurie / Roteiro: Rod Lurie, David Zelag Goodman baseados na obra "The Siege of Trencher's Farm" de Gordon Williams / Elenco: James Marsden, Kate Bosworth, Alexander Skarsgår / Sinopse: Casal vai morar em uma pequena cidade do sul dos EUA e lá começa a sofrer hostilidades dos moradores locais. A esposa é nascida na cidade e conhece as manias dos habitantes mas o maridão é do tipo nerd, roteirista e escritor de Hollywood que logo é tachado de "otário" pelos valentões e beberrões do local. Além disso ela foi namorada no passado de um dos trabalhadores locais que vai até sua casa para realizar reformas em um dos telhados do imóvel. A tensão decorrente dessa situação logo se impõe.
Pablo Aluísio.
sábado, 9 de agosto de 2025
Rita Lee - Lança Perfume
Raul Seixas - Gita
De qualquer forma, olhando-se apenas para o que importa (a música) temos aqui alguns dos maiores clássicos do cantor e compositor. Os destaques vão para "Medo da Chuva", que tem uma letra simplesmente maravilhosa, muito impactante; para a canção título "Gita", toda baseada na obra do bruxo inglês Aleister Crowley, auto intitulado "A Besta do Apocalipse" e finalmente para "O Trem das 7", mostrando todo o lado sertanejo e brejeto do roqueiro baiano. "Loteria da Babilônia", com seu jogo de palavras sempre me lembrou de Bob Dylan. Então é isso, "Gita" é o exemplo do grande talento desse tal de Raulzito.
Raul Seixas - Gita (1974)
1. Super-Heróis
2. Medo da Chuva
3. As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor
4. Água Viva
5. Moleque Maravilhoso
6. Sessão das 10
7. Sociedade Alternativa
8. O Trem das 7
9. S.O.S.
10. Prelúdio
11. Loteria da Babilônia
12. Gîta
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de agosto de 2025
O Apostador
Assim ele acerta novamente ao atuar nessa nova produção. O enredo é muito bom, envolvente até, mostrando uma pessoa que não consegue controlar seu vício em apostas. Embora seja um jogador talentoso, daqueles que conseguem ganhar altas somas em apenas algumas horas, ele tem um sério problema pois simplesmente não consegue parar na hora certa. Viciado em adrenalina também comete grandes loucuras ao apostar fortunas em apenas uma jogada decisiva. Com atitudes assim não é de se admirar que acabe invariavelmente arruinado no fim da noite. Sua salvação parece vir de onde menos se espera. Ele se surpreende pelo talento literário de uma nova aluna, Amy Phillips (interpretada pelo bonita e carismática Brie Larson), que pode ser o caminho para um recomeço em sua vida. O elenco de apoio é de primeira, a começar pela oscarizada Jessica Lange. Ela interpreta sua mãe, uma mulher que precisa salvar de tempos em tempos o seu pescoço, justamente por ele quase sempre ser ameaçado de morte por dívidas com gangsters. Lange poderia ter sido melhor aproveitada pelo roteiro, mas sua pequena presença já vale o ingresso. Outro boa participação vem com o ator John Goodman. Sempre visto como bom comediante, Goodman surpreende ao interpretar um agiota que acaba tendo os melhores diálogos de todo o filme. Sua explicação sobre o momento em que todos ganham o direito de usar a palavra "dane-se" é muito bem bolada. Então é isso, o que temos aqui é um bom filme, apoiado em um roteiro bem escrito, excelente trilha sonora com várias canções dos anos 70 e atuações inspiradas.
O Apostador (The Gambler, Estados Unidos, 2014) Direção: Rupert Wyatt / Roteiro: William Monahan, James Toback / Elenco: Mark Wahlberg, Jessica Lange, John Goodman, Michael Kenneth Williams, George Kennedy. Indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Michael Kenneth Williams).
Pablo Aluísio.
Tomb Raider: A Origem
Juntando as pistas ela resolve então ir na ilha perdida no mar do Japão onde seu pai desapareceu. Ele estava em busca de uma tumba de uma suposta deusa da morte. Dizia-se que ela espalhava a destruição e a morte em tudo que tocasse. Se ela voltasse do mundo dos mortos seria a destruição completa da humanidade. Com uma lenda dessas, acabou atraindo o interesse também de pessoas inescrupulosas. Assim Lara precisa não apenas encontrar seu pai como também sobreviver a todos os perigos e vilões nessa expedição.
Eu gostei desse filme. A influência dos filmes de Indiana Jones é quase completa, até porque a própria personagem dos games é uma espécie de versão feminina do arqueólogo mais famoso do cinema. Mesmo assim é algo que funciona. O filme se mostra menos ansioso do que os anteriores, o que significa que as coisas vão acontecendo com mais calma, com melhor desenvolvimento da história. De maneira em geral é um bom produto pipoca de pura diversão. Além disso não vai aborrecer os fãs de games. Ficou tudo dentro das expectativas.
Tomb Raider: A Origem (Tomb Raider, Estados Unidos, 2018) Direção: Roar Uthaug / Roteiro: Geneva Robertson-Dworet, Alastair Siddons / Elenco: Alicia Vikander, Dominic West, Walton Goggins / Sinopse: A jovem Lara Croft (Alicia Vikander) decide ir atrás do pai, desaparecido há sete anos numa ilha pouco conhecida dos mares do Japão. Ele estava em busca da tumba de uma antiga divindade japonesa antiga, a deusa da morte e da destruição.
Pablo Aluísio.