O czar russo Alexandre I conseguiu vencer Napoleão Bonaparte. Ele teve o bom senso de entregar toda a estratégia aos seus generais, quando o imperador francês invadiu a Rússia. A tática usada ficou conhecida como "Terra arrasada", ou seja, não deixar nada para as tropas francesas. Nem comida, nem plantações, nem casas. Tudo destruído. Deu certo. Os franceses ficaram à mercê da natureza e foram duramente castigados quando se retiraram, em pleno inverno russo, sem comida, mantimentos e nem roupas adequadas. Milhares de soldados franceses morreram. Napoleão fora derrotado na Mãe Rússia, mostrando que ele não era invencível.
Depois disso as tropas russas tomaram a ofensiva e só pararam quando chegaram em Paris. Alexandre I acompanhou seus homens até a capital francesa. Uma vez lá sentiu-se como o dono do mundo. Um imperador que havia destruído Napoleão, não era realmente pouca coisa. Imediatamente o Czar propôs uma aliança de nações ao qual chamou de "Santa Aliança", uma maneira de impedir que novos líderes como Napoleão surgissem. Durante as negociações também foi decidido que Napoleão seria enviado para uma ilha distante, longe do continente europeu. Ele deveria ficar lá até sua morte. A intenção era não transformar o imperador francês em um mártir.
Depois da vitória o Czar Alexandre I aproveitou tudo o que podia da capital francesa. Promoveu bailes da vitória, se envolveu com mulheres lindas da corte, dançou, festejou, até não poder mais. A despeito de toda a farra havia também uma dualidade em sua alma. Fraco aos prazeres mundanos, o Czar começou a desenvolver uma mentalidade mística, se considerando um enviado de Deus ao mundo para destruir o diabólico Napoleão Bonaparte. A crise existencial entre aproveitar os prazeres da vida e o sentimento religioso iriam seguir com ele até sua morte.
De volta para a Rússia, Alexandre seguiu seu reinado, mas ele não viveu por muito tempo após a vitória sobre Napoleão. O imperador morreu aos 47 anos de idade, em dezembro de 1825, após apresentar uma estranha febre. A causa de sua morte segue sendo incerta. Para alguns ele morreu de febre tifoide, para outros malária que teria contraído no campo de batalha. Ele também faleceu longe de seu querido palácio, pois estava de viagem. Não foi uma morte feliz e nem tranquila. O imperador tinha ainda muitos planos para a Rússia. Ele achava que viveria muitos anos ainda, porém seu destino era morrer cedo, cedo demais segundo alguns historiadores. De uma forma ou outra o Czar resolveu fazer de seu irmão, Nicolau, o seu sucessor. Na linha de sucessão o trono deveria ter sido passado para Constantino, mas esse já havia dito a Alexandre que não queria se tornar o imperador da Rússia. Assim Alexandre resolveu fazer de seu irmão mais jovem o próximo czar de todas as Rússias. Ele se tornaria o czar Nicolau I.
Pablo Aluísio.