Então chegamos na faixa "Dixieland Rock". Antes de qualquer coisa cabe a pergunta: O que é Dixieland? Dixieland é um lugar que não existe no mundo real. É como Avalon. É um símbolo, uma imagem, uma localidade no imaginário de todo norte-americano nascido no sul dos Estados Unidos. Dixieland é um lugar nenhum e ao mesmo tempo são todos os lugares. Todas as cidades do sul são Dixieland, embora nenhuma delas seja de fato Dixieland. Dixieland é o sentimento de regionalidade, de pertencer ao sul. Quando um sulista nascido nos Estados Unidos diz que nasceu em Dixieland, todos entendem. Ele nasceu no sul, não importando qual estado e cidade ele efetivamente nasceu.
New Orleans é no sul. New Orleans então está em Dixieland. Agora o interessante é que a cultura de New Orleans é tão própria que podemos dizer que se existe uma cidade sulista que seja bem diferente do resto do sul, essa seguramente é New Orleans. Aqui há forte herança da cultura negra, dos escravos que chegaram no novo mundo nas caravelas dos escravocratas das fazendas de algodão do sul. Nesse novo mundo os negros mantiveram seus costumes, sua cultura e sua música. Ao mesmo tempo eles trouxeram para si parte também da cultura francesa, pois a Louisiana pertenceu por muitos anos à coroa francesa, daí vem seu nome, a terra de Louis, rei da França.
"Dixieland Rock" é uma boa gravação de King Creole, o álbum, mas também temos que convir que com todo esse peso cultural que caiu sobre ela, as coisas se tornaram um pouco turvas. É um bom momento do disco, um momento cheio de vibração e energia, com Elvis em pleno pique. Só não vale tentar comparar com a herança cultural que o nome Dixieland evoca, até porque aí seria realmente até mesmo uma covardia. Séculos e séculos de cultura esmagariam esse música pop / rock da nascente cultura roqueira da década de 1950.
E sobre "Hard Headed Woman", que já tive oportunidade de escrever, não vejo muita salvação. O ritmo é legal, bem rock, muito positivo, pra frente, go, go, go... Só que convenhamos... a letra é realmente péssima. A própria expressão que dá título à música soaria de mau gosto nos dias de hoje. Soaria vulgar, de cultura rasteira. Aqui foi desperdiçado o bom trabalho vocal de Elvis e sua banda, além dos instrumentistas da orquestra de metais que o acompanhou. Tudo isso para chamar uma jovem senhorista de "mulher cabeça-dura"? Não, não me soa interessante. Um momento anacrônico de uma trilha sonora muito boa. Essa música assim perde muitos pontos por causa da letra, embora o ritmo seja muito bom.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 19 de abril de 2023
terça-feira, 18 de abril de 2023
Audie Murphy e o Western - Parte 8
Em 1954 o ator Audie Murphy atuou em três filmes, todos produzidos pela Universal Pictures, estúdio pelo qual havia assinado um contrato de sete anos, algo que era corriqueiro em Hollywood naqueles tempos. Seu nome havia se consolidado, tornando viável aos produtores escalar Murphy para uma série de filmes de faroeste. Embora ele fosse um herói de guerra, o que o qualificaria para estrelar filmes nessa linha, a Universal entendeu que ele estava muito bem em filmes de western. Parecia ser o mais adequado para ele naquela fase da carreira. Além disso o número das bilheterias mostrava que o caminho era esse.
"Traição Cruel" foi o primeiro filme do ano. Audie Murphy interpretava um sujeito comum, mas que sofria uma grande injustiça. Seu pai e seu irmão eram covardemente assassinados. Em busca de justiça e vingança ele então entrava para uma quadrilha de bandoleiros. Um autêntico bang-bang, esse filme B da Universal rendeu uma excelente bilheteria em sua estreia. O público também queria se divertir nos cinemas, não apenas ver profundas e complexas obras-primas da sétima arte.
"Tambores da Morte" foi o segundo filme de Audie Murphy a chegar nos cinemas nesse ano. A história mostrava uma terra em conflito no velho oeste. Colonos brancos descobriam ouro nas terras tradicionalmente ocupadas por índios. Obviamente que a ganância acabava falando mais alto. Os nativos queriam a preservação de suas terras e os colonos queriam extrair todo aquele ouro das montanhas que eram sagradas pelos índios. A guerra entre eles não demorava a acontecer.
"Antro da Perdição" fechou o ano para o ator nos cinemas. Foi lançado nas férias de fim de ano e se deu muito bem nas bilheterias. Esse western foi dirigido pelo ótimo cineasta George Marshall. A história mostrava um jovem que se tornava xerife de uma cidade do velho oeste. O problema é que a corrupção imperava naquela região. O próprio prefeito, aliado a um criminoso e bandoleiro, dominavam tudo, roubando e pilhando toda a riqueza da cidade. Ser um xerife honesto naquele meio certamente não seria fácil.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 17 de abril de 2023
Tora! Tora! Tora!
Título Original: Tora! Tora! Tora!
Ano de Lançamento: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Richard Fleischer
Roteiro: Larry Forrester
Elenco: Martin Balsam, Sô Yamamura, Jason Robards, James Whitmore, Richard Anderson, Keith Andes
Sinopse:
O filme mostra os bastidores políticos e os preparativos do Japão para o ataque surpresa que desferiu contra a esquadra dos Estados Unidos que estava ancorada no porto de Pearl Harbor, no Havaí. Esse fato histórico seria o estopim da entrada dos americanos na II Guerra Mundial. Filme vencedor do Oscar na categoria de efeitos especiais.
Comentários:
Esse filme sempre é lembrado quando se trata do ataque japonês a Pearl Harbor. Realmente o roteiro procura seguir muito de perto os eventos históricos, ser o mais fiel possível. Tecnicamente é um filme muito bem realizado, tanto que foi premiado no Oscar. Entretanto eu teria algumas observações a fazer sobre ele. Penso que o roteiro ficou em um meio termo entre ser um documentário ou um filme convencional sobre a segunda guerra. Nunca se decide completamente para ir para um lado ou para o outro. Também tem uma duração excessiva. Eu me recordo que quando foi lançado em VHS no Brasil durante os anos 80 vinha em fita dupla. E também não há nenhum grande astro de Hollywood no elenco. De qualquer forma sem dúvida é um filme essencial para quem queira conhecer melhor a história dessa guerra, tudo valorizado inclusive com algumas cenas reais do ataque que foram incorporadas ao filme.
Pablo Aluísio.
domingo, 16 de abril de 2023
Creed III
Título Original: Creed III
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Michael B. Jordan
Roteiro: Keenan Coogler, Zach Baylin
Elenco: Michael B. Jordan, Tessa Thompson, Jonathan Majors, Wood Harris, Phylicia Rashad, Mila Davis-Kent
Sinopse:
O lutador de boxe Adonis Creed (Michael B. Jordan), agora aposentado, resolve ajudar Damian Anderson (Jonathan Majors), um velho conhecido, após ele ficar anos na prisão. Na realidade Creed se sente culpado por algo que aconteceu em seu passado. Só que o novo (velho) lutador Damian decide que quer tudo, inclusive levar Creed de volta ao ringue para um último acerto de contas entre eles.
Comentários:
Esse filme ficou mais falado por causa das brigas de bastidores do que pelo próprio filme em si. Stallone brigou com os produtores e o elenco. Ele foi ignorado na produção do filme, embora seu nome ainda seja creditado como um dos produtores. Acontece que ele perdeu os direitos autorais do universo de Rocky há muitos anos. Disse que o roteiro novo não era bom, era sombrio. Dessa vez o estúdio não quis sua colaboração, o que o deixou irado. Não deveria. Esse roteiro é muito parecido com os que ele mesmo escrevia na franquia original de Rocky. Chega até mesmo a ser constrangedor de tão quadradinho e sem novas ideias. A velha história do lutador inexpressivo que desafia o campeão e se torna o novo número 1 do boxe. Essa não era a mesma história do primeiro filme Rocky dos anos 70? Pois é, nada de novo nesse front. E justamente por ser tão sem originalidade que esse filme fica sem maior interesse. Pelo menos no meu caso que já acompanho cinema há muitas décadas. Talvez para um cinéfilo novato haja algum sabor de novidade. No meu caso, lamento dizer, é tudo mais do mesmo. Já vi esse filme antes, há muitos anos e ele era bem melhor!
Pablo Aluísio.
sábado, 15 de abril de 2023
A Sniper Russa
Título Original: Bitva za Sevastopol
Ano de Lançamento: 2015
País: Rússia, Ucrânia
Estúdio: Kinorob
Direção: Sergey Mokritskiy
Roteiro: Maksim Budarin, Max Dankevich
Elenco: Yuliya Peresild, Joan Blackham, Evgeniy Tsyganov, Oleg Vasilkov, Nikita Tarasov, Vladimir Lilitskiy
Sinopse:
O filme conta a história real da sniper soviética Lyudmila Pavlichenko. Ela foi recrutada após chamar a atenção em um parque de diversões, numa competição de tiro. Depois disso foi levada para as fileiras do Exército Vermelho durante a invasão alemã ao seu país. Acabou se destacando no campo de batalha por sua destreza e mira perfeita. No filme também acompanhamos sua visita à Casa Branca, onde participou de uma campanha para que os Estados Unidos entrasse na guerra.
Comentários:
Antes de mais nada é bom salientar que o título nacional desse filme está errado! A protagonista histórica desse filme não era russa, mas sim ucraniana! Para ser mais preciso do ponto de vista histórico o filme deveria se chamar mesmo "A Sniper Soviética" porque na Segunda Guerra Mundial a Ucrânia estava sob dominação da União Soviética. Outro aspecto a se considerar é que o filme é uma produção em conjunto entre Ucrânia e Rússia. Isso, obviamente foi realizado antes dessa guerra insana que está acontecendo entre os dois países. De qualquer forma é um bom filme. Tem um roteiro quadradinho que apesar de seu convencionalismo conta bem sua história. Os personagens não são tão bem desenvolvidos, não mostram muita profundidade psicológica, mas como eu já escrevi, vale por resgatar a história dessa jovem mulher que matou no campo de batalha mais de 300 nazistas! Sem dúvida, não se pode negar, ela fez um belo serviço para a história da guerra. Como se dizia nas fileiras do Exército vermelho na época: "Lugar de fascista é numa cova rasa no solo da mãe Rússia!".
Pablo Aluísio.
Cidadão X
Título Original: Citizen X
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Chris Gerolmo
Roteiro: Robert Cullen, Chris Gerolmo
Elenco: Stephen Rea, Donald Sutherland, Max von Sydow, Jeffrey DeMunn, Joss Ackland, John Wood
Sinopse:
O filme conta a história real do serial killer Andrei Chikatilo. Durante o regime soviético ele começou a matar crianças, adolescentes e mulheres que conhecia em estações de trem por toda a União Soviética. Inicialmente sua existência era dada como um constrangimento internacional para o regime comunista que chegava a negar até mesmo a existência desse tipo de monstro em sua sociedade.
Comentários:
Filmaço! Chego inclusive a escrever que esse foi sem dúvida um dos melhores filmes de assassinos em série que assisti em minha vida. Além da história desse psicopata ser muito interessante do ponto de vista criminológico (indico inclusive para estudantes de direito), devo dizer que o cenário político e o contexto histórico onde tudo aconteceu tornou ainda mais relevante esse enredo. O psicopata Andrei Chikatilo foi um dos mais infames criminosos da história do século XX. Seus crimes eram horrendos e hediondos. Só que tudo esbarrava no próprio sistema do regime soviético, que tentava esconder tudo para não manchar a reputação da União Soviética, uma vez que a propaganda oficial dizia que esse tipo de assassino era coisa do decadente regime capitalista do Ocidente. Com isso os policiais, que eram bons profissionais, enfrentavam não apenas os desafios comuns desse tipo de investigação, como também um certo boicote oficial das autoridades soviéticas. E nesse impasse se criava uma situação surreal. Enfim, ótimo filme, com elenco acima da média e roteiro primoroso. Altamente recomendado.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 14 de abril de 2023
Alerta Lobo
Título Original: Le chant du loup
Ano de Lançamento: 2019
País: França
Estúdio: Pathé
Direção: Antonin Baudry
Roteiro: Antonin Baudry
Elenco: François Civil, Omar Sy, Mathieu Kassovitz, Reda Kateb, Jean-Yves Bertelo, Damien Bonnard
Sinopse:
Submarino nuclear da Marinha da França recebe ordens para iniciar um ataque nuclear à Rússia, depois que um míssil supostamente russo foi disparado em direção ao território francês. Após a ordem presidencial não se pode mais voltar atrás, só que na realidade se trata de um alarme falso! Como agora se impedirá esse ataque?
Comentários:
Filme muito bom. Uma das coisas que mais me surpreenderam aqui foi saber da existência de um protocolo militar de ataque nuclear que impede que uma ordem presidencial seja revogada! Como assim?! Que absurdo sem tamanho! Justifica-se tal procedimento para evitar serviços de contrainformação do inimigo. No filme bate o desespero no governo e do alto comando militar francês quando se descobre que a ordem foi dada, mas que tudo não passa de um alarme falso. Como deter um ataque que por protocolos de segurança não pode ser cancelado? No desespero da situação, a Marinha envia então um submarino convencional para atacar o submarino nuclear que vai disparar os mísseis atômicos em direção à Rússia! Situação no limite, mas que infelizmente pode vir a se tornar realidade, ainda mais nos dias atuais quando vemos as tensões internacionais aumentarem a um nível crítico entre os países ocidentais e a Rússia. O mundo certamente pode estar por um fio!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 13 de abril de 2023
Triângulo da Tristeza
Título Original: Triangle of Sadness
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Imperative Entertainment
Direção: Ruben Östlund
Roteiro: Ruben Östlund
Elenco: Woody Harrelson, Harris Dickinson, Charlbi Dean, Dolly De Leon, Vicki Berlin, Alicia Eriksson
Sinopse:
Um casal de jovens modelos ganha uma viagem de graça em um iate de luxo. Tudo para promover o turismo no barco em suas redes sociais. O resto dos passageiros é formado por gente rica e idosa, bem ao contrário deles mesmos, que são jovens e duros. E o pior acontece quando a embarcação é atacada por piratas dos nossos dias. Na ilha vão acabar testando os limites das classes sociais.
Comentários:
Mais um dos concorrentes ao Oscar na categoria de melhor filme. É o nono que assisto da lista de dez. Um exagero ter dez filmes concorrendo na principal categoria. Desvaloriza o próprio prêmio. Então o que temos aqui é praticamente uma comédia. O filme é dividido em partes (divisões mal feitas, ao meu ver). Tem uma parte inicial mostrando um casal de jovens modelos. A segunda parte mostra a viagem no iate de luxo e finalmente na parte final temos todos aqueles personagens boçais tentando sobreviver numa ilha. A minha preferida é a segunda parte, justamente a que optou mais pelo lado do humor. Tem uma cena em particular, a do jantar do capitão, que eu dei boas gargalhadas. Risos que nascem do absurdo da situação com todos aqueles idosos ricaços vomitando horrores em seus pratos finos. Nonsense puro! O ator Woody Harrelson interpreta o capitão do navio, um sujeito que vive bêbado, mas que tem que aguentar a chatice daquela gente rica e vazia. Depois que o iate é atacado por piratas (parecem ser da Somália) o filme decai. A parte da ilha é chata e tenta provar seu ponto de vista social. Melhor mesmo foi ver as cenas que apostaram no humor. São bem divertidas.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 12 de abril de 2023
Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 5
"(There'll Be) Peace in the Valley (For Me)" foi escrita e composta por Thomas Andrew Dorsey na primeira metade do século XX. Esse músico tem uma história interessante. Ele nasceu em uma família muito religiosa no chamado cinturão bíblico do sul dos Estados Unidos. Só que ele ganhava a vida mesmo cantando e tocando blues, a música do Diabo. Esse dualismo iria perdurar durante toda a sua carreira. E essa música foi um de seus maiores sucessos em vida e se tornou ainda mais conhecida depois que Elvis a gravou e a apresentou em um popular programa de TV nos anos 50, na mesma noite em que ele cantou "Don't Be Cruel" para todo o país.
"It Is No Secret (What God Can Do)" é outra canção gospel que entrou nesse disco natalino. Curiosamente a RCA Victor só decidiu colocá-la no disco no último momento, poucas horas antes do álbum começar a ser prensado nas fábricas da multinacional. O produtor Steve Sholes acreditava que ela deveria ser melhor trabalhada pois não tinha ficado contente com a gravação original. Só que na pressão e na pressa de se colocar o disco até dezembro nas lojas, para aproveitar as vendas de fim de ano, decidiu-se finalmente por inclui-la no disco.
Elvis' Christmas Album foi um grande sucesso de vendas e surpreendeu muita gente, inclusive a própria RCA Victor e Elvis. Ninguém poderia supor que iria vender tanto. No máximo acreditava-se que iria vender bem, gerar um pequeno lucro e melhorar a imagem de Elvis perante os mais velhos. Só que no final de tudo acabou se tornando o álbum mais vendido de sua carreira até aquele momento, superando as vendas do primeiro LP, do segundo e da trilha sonora de "Loving You"!
Para se ter uma ideia melhor do sucesso comercial do LP basta dizer que ele só iria ser superado em 1961 quando chegou nas lojas de discos a trilha sonora do filme "Feitiço Havaiano" (Blue Hawaii). Acompanhando o grande êxito comercial do filme, essa trilha havaiana de Elvis vendeu milhões de cópias, superando finalmente o disco natalino de 1957. Nos anos seguintes o Coronel Parker iria sempre sugerir a Elvis a gravação de um novo disco de Natal, mas ele sempre arranjava um jeito de não gravar nada nesse estilo, só concordando com o empresário em 1971 quando finalmente entraria em um estúdio para gravar seu segundo disco natalino. Só que essa é uma outra história...
Pablo Aluísio.
terça-feira, 11 de abril de 2023
10 Curiosidades sobre o filme Rio Bravo - Onde Começa o Inferno
1. John Wayne e o diretor Howard Hawks viam o filme como uma resposta ao clássico do western "Matar ou Morrer" com Gary Cooper. Eles entendiam que um verdadeiro homem da lei, um xerife do velho oeste, jamais iria pedir ajuda para a população civil, ele iria resolver tudo apenas com a ajuda de outros auxiliares da lei.
2. Gary Cooper soube das críticas de John Wayne ao seu filme e ficou bem aborrecido com elas. Após assistir a "Rio Bravo" não deixou de alfinetar o filme, dizendo a um jornalista de Hollywood que o novo filme de John Wayne tinha uma história tão falsa que ninguém iria acreditar nela. A relação entre os dois astros ficaria abalada depois disso.
3. O diretor Howard Hawks queria Elvis Presley para completar o trio principal de atores que ainda contaria com John Wayne e Dean Martin. O próprio cantor ficou entusiasmado com a ideia, mas tudo foi em vão. Seu empresário, o Coronel Tom Parker. pediu um cachê muito alto para Elvis estar no filme. Também exigiu participação nos lucros da bilheteria nos cinemas. O estúdio assim não quis assinar o contrato.
4. E no final de tudo Elvis não poderia mesmo fazer o filme pois foi convocado para servir ao exército americano dois meses antes do começo das filmagens.
5. Dean Martin queria muito fazer o filme, mas o diretor Hawks não estava muito certo disso. Então o cantor fretou um avião para trazê-lo a Las Vegas onde ele estava se apresentando em um cassino. Também fez questão que o diretor tivesse todas as suas contas pagas por ele.
6. Após alguns encontros Hawks finalmente aceitou Dean Martin no elenco do filme, principalmente depois de vê-lo bêbado nos corredores de um cassino em Las Vegas. Era o tipo perfeito para o personagem do filme que iria interpretar.
7. O diretor Howard Hawks não queria o ídolo adolescente Ricky Nelson no elenco do filme, mas como Elvis estava fora, ele acabou aceitando a sugestão do estúdio. O cineasta achava o rapaz muito jovem e muito suave para estar em um filme de western como aquele. No final admitiu que ele ajudou bastante na promoção do filme, principalmente entre o público mais jovem.
8. O filme foi um grande sucesso de público e crítica, batendo recordes de bilheteria em seu primeiro final de semana em exibição nos Estados Unidos. Todo o elenco e equipe compareceram na estreia do filme em Los Angeles.
9. John Wayne passou mal durante as filmagens. Já era um sinal de que havia algo errado com sua saúde. Anos depois ele finalmente iria procurar um médico. Estava com câncer de pulmão. Só que durante as filmagens ainda não sabia disso e continuou fumando um cigarro atrás do outro entre as cenas. Era um fumante inveterado.
10. Dean Martin foi bem convincente em seu personagem. Ele, em algumas cenas, realmente estava cansado e com grande ressaca. Bebia muito e saía de shows em Las Vegas direto para o aeroporto, viajando de noite para trabalhar no outro dia em Hollywood. Foi uma fase muito cansativa para ele, viajando praticamente todas as noites, trabalhando como cantor à noite e como ator de dia.
Pablo Aluísio.
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