sábado, 18 de junho de 2022
Elvis Presley (1956) - Parte 4
Outra canção que foi resgatada dos anos na Sun Records foi a balada "I'll Never Let You Go (Lil' Darlin')" de autoria de Jimmy Wakely. Esse foi um cantor e compositor popular no sul dos Estados Unidos durante as décadas de 1930 e 1940. Vestido de cowboy ele ganhou fama se apresentando no palco do Grand Ole Opry. Seguindo os passos de artistas como Gene Autry ele foi abrindo seu caminho, chegando até mesmo a compor para trilhas sonoras de filmes B de faroeste. Como Elvis sempre foi louco por cinema não era surpresa ele ter escolhido músicas do repertório de Wakely para gravar. A intenção era ter uma boa seleção musical country para tocar nos pequenos festivais que contratavam Elvis nessa fase de sua vida. Afinal cantar em feiras de gado e eventos desse tipo exigia mesmo um repertório bem popular, country, de acordo com o gosto das pessoas que frequentavam esses festivais.
"I'm Counting on You" havia sido composta por Don Robertson. Compositor de classe, excelente pianista, esse californiano iria cair nas graças de Elvis que por anos iria gravar inúmeras músicas criadas por ele. Basta lembrar das excelentes baladas românticas "Anything That's Part Of You", "I Met Her Today", "There's Always Me", "No More" e tantas outras lindas canções que trouxeram muita qualidade musical para diversos discos de Elvis ao longo dos anos. Coisa fina. É importante chamar a atenção que quando Elvis a gravou ainda não tinha à disposição uma banda maior, com mais instrumentistas, algo que iria enriquecer muito suas gravações no futuro.
Em minha opinião a gravação de Elvis é de certo modo ofuscada um pouco por causa dessa falta de diversidade de arranjos. Provavelmente se Elvis a tivesse gravada em 1960 teríamos uma grande faixa, com orquestra ao fundo, mais qualidade em termos de grupo de apoio. De qualquer forma mesmo contando com uma pequena banda de apoio Elvis ainda conseguiu realizar um bom trabalho. Sua performance vocal era o grande diferencial, algo que conseguia se sobressair a todas as limitações técnicas da época.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley (1956) - Parte 3
Essa música também foi uma das que a RCA Victor aproveitou do período em que Elvis gravava na Sun Records, um ano antes. O produtor Steve Sholes ouviu todo o material que Sam Phillips enviou para Nova Iorque e escolheu entre as gravações aquelas que poderiam ser aproveitadas no disco de estreia de Elvis na RCA. Foi uma boa escolha do produtor. A gravação é realmente muito bem realizada por Elvis e banda.
"Money Honey" teve sua gravação original feita em 1953 por Clyde McPhatter que estava tentando emplacar uma carreira solo longe de seu grupo The Drifters. Essa primeira versão não teve muito sucesso. Depois ela foi regravada por Billy Ward and the Dominoes, onde finalmente se tornou um hit nas paradas, chegando a vender a incrível marca de um milhão de cópias. A versão de Elvis ficou muito bem executada, com aceleração de seu ritmo original, até porque agora a música era puro rock ´n´ roll na voz de Presley. O curioso é que a versão de Elvis acabou inspirando outro roqueiro famoso da época, Eddie Cochran, que também registrou sua própria interpretação na música pelo selo London em 1959, justamente quando Elvis estava bem distante, servindo o exército americano na Alemanha.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 17 de junho de 2022
A Revolta dos Apaches
Título Original: The Last Outpost
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lewis R. Foster
Roteiro: David Lang, Daniel Mainwaring
Elenco: Ronald Reagan, Rhonda Fleming, Bruce Bennett
Sinopse:
Dois irmãos, o Coronel Jeb Britton (Bruce Bennett) e o Capitão Vance Britten (Ronald Reagan), que nunca se deram muito bem e até lutaram em lados opostos durante a guerra civil americana, precisam deixar todas as diferença de lado para repelir e combater um ataque de índios contra as tropas da cavalaria de que fazem parte. Filme inspirado em fatos reais, registrados em cartas escritas pelo Capitão Vance Britten.
Comentários:
Um bom filme de western enfocando novamente eventos ocorridos durante as chamadas guerras indígenas, que foram muito frequentes na história do velho oeste americano. A presença e ocupação do homem branco em terras tradicionalmente ocupadas por nações nativas criavam focos de tensão e conflito que se alastraram por décadas durante os séculos XVIII e XIX. É uma produção bem realizada, tipicamente dos anos 50 e que traz como atrativo extra o fato de ter sido estrelada pelo futuro presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan. Ele nunca foi um astro de primeira grandeza em Hollywood, temos que admitir, mas era um talentoso político nos bastidores, a ponto de se tornar presidente do sindicato dos atores e depois presidente da própria Academia, função que lhe abriu as portas para a política convencional, onde se tornaria governador da Califórnia e depois Presidente do país durante os anos 80. Rever um personagem histórico dessa magnitude matando Apaches rebeldes em filmes de bangue-bangue certamente não tem preço. Assista, conheça o Reagan ator e se divirta com as ironias da história.
Pablo Aluísio.
Os Violentos Vão Para O Inferno
Título Original: Il mercenario
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: Produzioni Europee Associati (PEA)
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: Giorgio Arlorio, Adriano Bolzoni
Elenco: Franco Nero, Jack Palance, Tony Musante
Sinopse:
Na fronteira entre Texas e México domina um poder corrupto e opressor, principalmente em relação aos mexicanos, tratados como cidadãos de segunda classe, sem quaisquer direitos. Diante dessa situação um líder revolucionário, saído do meio da classe mineradora, Paco (Tony Musante), resolve contratar um mercenário europeu violento, Sergei (Franco Nero). Para combater o levante popular um pistoleiro assassino também é contratado, o cruel Curly (Jack Palance).
Comentários:
Sergio Corbucci foi um dos mais importantes e influentes cineastas do auge do chamado Western Spaghetti. Aqui está aquele que é considerado um de seus melhores filmes. Os destaques começam logo no elenco, ótimo por sinal, liderado pelos carismáticos Franco Nero (o eterno Django) e Jack Palance (dando um tempo em Hollywood para trabalhar no cinema europeu). O roteiro é clássico, com dois personagens centrais que passam o enredo todo se provocando para finalmente acertarem contas em um duelo ao velho estilo. No meio de tudo há o contexto histórico da revolução mexicana, muito bem retratada e mostrada na película. Some-se a isso o estilo spaghetti, com todos os seus elementos mais importantes e característicos em cena e você terá uma diversão e tanto - um filme que apesar dos anos ainda não envelheceu.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 16 de junho de 2022
O Mundo da Fantasia
Título Original: There's No Business Like Show Business
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Walter Lang
Roteiro: Phoebe Ephron, Henry Ephron
Elenco: Ethel Merman, Marilyn Monroe, Donald O'Connor, Dan Dailey, Johnnue Ray, Richard Eastham
Sinopse:
O filme conta a história de uma família de artistas, que vivem e se apresentam nas melhores peças musicais de seu tempo. E uma jovem aspirante à atriz também sonha em um dia se tornar uma grande estrela dos musicais da Broadway. Trilha sonora musical de Irving Berlin.
Comentários:
Eu fico surpreso ainda hoje ao perceber como esse ótimo "O Mundo da Fantasia" é pouco comentado, pouco conhecido. E até mesmo entre os fãs de Marilyn Monroe ele não é muito citado. Uma injustiça. Poucas vezes Marilyn esteve tão talentosa e brilhante em cena como nesse musical. É um filme com linda direção de arte, primorosos números musicais, onde a futura estrela loira pode esbanjar tudo aquilo que aprendeu em Hollywood. Ela dança, canta, encanta com seu talento para comédias musicais românticas. O filme inclusive pode ser encarado como um dos últimos suspiros da era de ouro dos musicais clássicos, pois já década de 1950 eles começaram a ser deixados para trás pelos grandes estúdios. Não alcançavam mais grandes bilheterias como nos tempos de Fred Astaire e Ginger Rogers. Então é isso. Um filme maravilhoso, cheio de plumas e paetês, além do carisma fenomenal de uma ainda jovem Marilyn Monroe, prestes a se tornar a maior estrela de cinema do mundo.
Pablo Aluísio.
Romeu e Julieta
Esse filme, como todos sabemos, foi inspirado em uma das peças mais populares de William Shakespeare. Penso até que seja de fato sua obra mais conhecida realmente. O interessante dessa versão assinada pelo cineasta Franco Zeffirelli é que se optou por uma ambientação bem mais de acordo com o contexto histórico onde se passa mesmo o romance desses dois jovens, que pertencentes a famílias rivais, se unem contra todas as adversidades. Obviamente Shakespeare queria explorar em seu texto original a força do amor. Muitas outras opções foram bem escolhidas. Esse clima bem medieval, mostrando figurinos e cenários mais realistas, em tom sóbrio, traz uma veracidade completa ao filme.
O interessante é que muitos anos depois o próprio Franco Zeffirelli iria declarar em uma entrevista que, embora tenha gostado do resultado do filme, errou um pouco ao optar por uma ambientação mais crua e até mesmo realista demais. Em sua opinião um texto tão romântico e lírico como "Romeu e Julieta" pedia um pouco mais de suavidade, mais cores, mais ameno. O filme, em sua visão tardia, havia ficado "cinza demais". De qualquer forma um filme, uma vez produzido e dirigido, ao ser finalizado ganha vida própria. Em meu ponto de vista esse filme é um dos melhores já feitos em cima do imortal texto escrito por William Shakespeare.
Romeu e Julieta (Romeo and Juliet, Inglaterra, Itália, 1968) Direção: Franco Zeffirelli / Roteiro: Franco Brusati, Masolino D'Amico, baseados na peça escrita por William Shakespeare / Elenco: Leonard Whiting, Olivia Hussey, John McEnery / Sinopse: Romeu e Julieta se apaixonam. O problema é que eles pertencem a duas famílias que se odeiam há gerações. Poderá esse amor resistir ao conflito envolvendo seus familiares há séculos? Filme premiado pelo Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia (Pasqualino De Santis) e melhor figurino (Danilo Donati).
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de junho de 2022
Guia de Episódios - Edição 5
Kurt aliás se safa das acusações, uma vez que encontraram seu DNA na caverna onde uma ossada humana foi descoberta. Ele alega que o verdadeiro assassino da jovem havia sido seu pai morto muitos anos antes. Dexter também tem problemas dentro de casa, seu filho tem demonstrado em várias ocasiones que carrega o mesmo problema do pai, ou seja, trata se de um jovem psicopata. E a série assim segue cada dia mais interessante, pena que vai acabar daqui 3 episódios.
Para alegria dos fãs de Star Wars, Obi-Wan Kenobi está de volta. Ele desenterra seu sabre de luz no meio do deserto, daquele planeta inóspito. Seu objetivo passa a ser recuperar a jovem Princesa Lea, que foi raptada por mercenários a mando do Império. Claro tudo foi orquestrado e planejado com o objetivo mesmo de atrair Obi-Wan Kenobi, pois assim ele sairia do esconderijo onde se encontrava.
Nesse episódio há um momento interessante muito curioso para os fãs dessa saga, que começou no cinema e agora está tomando o mundo das séries. Acontece quando Kenobi descobre que Anakin Skywalker está vivo, agora respondendo pelo nome de Darth Vader. Um vilão completamente entregue para o lado negro da força. O próprio Obi-Wan Kenobi sente na pele, pois é uma derrota pessoal uma vez que ele treinou Anakin no passado. Algo que ele sente profundamente.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de junho de 2022
segunda-feira, 13 de junho de 2022
Crônicas de um Cinéfilo - Parte 5
Então eu vi os horários e percebi que conseguiria ir para a aula de educação física do Marista e depois correr para pegar a sessão das quatro e meia da tarde. Só que meus planos deram errado quando o porteiro me impediu de entrar no cinema! A razão? Eu estava com roupa de educação física, de shorts e tênis. Aquele era o cinema Municipal. Apesar de decadente ainda havia uma política de vestimenta para entrar. Só que eu não sabia disso!
Voltei correndo para casa e vesti uma roupa melhor. Entrei no meio da sessão (uma coisa péssima, não recomendo). Peguei o filme pela metade, não entendi direito o que rolava na tela e o filme acabou se revelando ruim para mim - pelo menos até eu voltar a vê-lo, dessa vez na TV e de forma completa.
Outra vez eu fui expulso com meus amigos do cinema por causa de bagunça. Ora, eu era um jovem colegial, que vivia no meio de muitas risadas e diversões. Era um tempo maravilhoso que sinto falta. O filme era péssimo, um terror classe Z, acho que era "O Fantasma de Alcatraz" ou algo assim. Como era muito ruim a gente começou a zoar demais, além da conta. Acabamos no lado de fora do cinema. Lembranças divertidas de um tempo muito bom da minha vida.
Pablo Aluísio.
domingo, 12 de junho de 2022
Mães Paralelas
Esse é o novo filme de Pedro Almodóvar, diretor que andava meio sumido do cinema, mas que retornou em grande estilo, inclusive com indicações ao Oscar de 2022. Quando o filme começou, eu fiquei um pouco surpreso por ser muito convencional, algo que surpreende ao se tratar de Pedro Almodóvar. Só que a realidade era outra, pois ele havia deixado as maiores surpresas para a segunda parte de sua história. O filme assim abre janelas para temas relevantes como a descoberta tardia da bissexualidade, o problema dos desaparecidos políticos na Espanha durante a ditadura e outras leituras subliminares que esse roteiro deixa no ar, na mente do espectador. Temos um bom filme sem dúvida, embora o tema da maternidade trocada não seja assim uma grande novidade, nem no mundo do cinema, nem mesmo no universo das telenovelas. Nesse aspecto Pedro Almodóvar quase fez uma novela cinematográfica, mais felizmente isso não aconteceu pois o filme tem suas surpresas.
Mães Paralelas (Madres paralelas, Espanha, 2021) Direção: Pedro Almodóvar / Roteiro: Pedro Almodóvar / Elenco: Penélope Cruz, Milena Smit, Israel Elejalde / Sinopse: Duas mães passam por uma situação delicada quando seus filhos são trocados na maternidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor música original e melhor atriz (Penélope Cruz).
Pablo Aluísio.