segunda-feira, 22 de novembro de 2021
O Diário de Anne Frank
Além da importância histórica o filme também serve para mostrar a genialidade do cineasta George Stevens. Grande diretor, ele convenceu a Twentieth Century Fox a construir um enorme cenário dentro do estúdio que recriava o prédio onde Anne viveu seus últimos anos de vida. A construção era realmente um primor, com três andares e tudo o que havia no lugar original onde Anne escreveu seu famoso diário. Para gravar nos andares mais altos Stevens usava enormes gruas de filmagens que deram um toque muito realista a cada momento. O resultado de tanto empenho é uma obra-prima da sétima arte, onde em duas horas e cinquenta minutos de duração, Stevens conta todos os momentos mais importantes narrados por Anne Frank em seus escritos. Estão lá suas impressões sobre os demais moradores do anexo secreto, seus sentimentos, suas paixões e sua esperança de um dia ver a paz reinar novamente naquela região devastada pela guerra. Como todos sabemos essa não é uma história com final feliz, com desfecho ttágico no campo de concentração de Bergen-Belsen. Anne Frank foi apenas uma entre mais de 1 milhão de crianças e adolescentes mortas pela doutrina nazista durante aquele período terrível da história. Sua obra porém será para sempre imortal.
O Diário de Anne Frank (The Diary of Anne Frank, Estados Unidos, 1959) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: George Stevens / Roteiro: Frances Goodrich, Albert Hackett / Elenco: Millie Perkins, Shelley Winters, Joseph Schildkraut, Richard Beymer, Gusti Huber, Lou Jacobi, Diane Baker, Douglas Spencer, Ed Wynn / Sinopse: O filme conta a história real da jovem Anne Frank, que se escondeu ao lado de seus familiares em um pequeno anexo durante a barbárie a perseguição nazista aos judeus na Europa, durante a II Guerra Mundial. Filme indicado a oito Oscars, sendo vencedor nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Shelley Winters), Melhor Fotografia (William C. Mellor) e Melhor Direção de Arte. Filme também indicado ao Globo de Ouro em cinco categorias e à Palma de Ouro no Cannes Film Festival.
Pablo Aluísio.
James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 16
Já Brando percebeu algumas coisas em Dean desde a primeira vez que o viu. Achou que Dean ainda mantinha a velha forma de agir dos americanos do meio oeste, um misto de medo e encantamento com a cidade grande. Como Brando também vinha de um estado rural do meio oeste, entendeu que isso gerou uma familiaridade até nostálgica entre ambos. Simpático em um primeiro momento com Dean, abriu uma conversa amigável com o colega de profissão. James Dean não deixou passar em branco e disse a Brando que o admirava muito e que em sua vida pessoal procurava seguir os passos do grande ator.
Brando por outro lado resolveu lhe dar alguns conselhos. Disse a Dean que ele não deveria seguir por esse caminho, procurando ser igual ao seu ídolo, pois todos deviam trilhar sua própria carreira e trazer aspectos de suas personalidades para obter êxito em Hollywood. Em palavras educadas Marlon Brando estava aconselhando James Dean a não ser uma mera imitação dele mesmo. Dean havia dito que admirava Brando por ele ser um tipo fora dos padrões, rebelde, que saia de moto pelas madrugadas. Aquilo deixou Brando surpreso. Em sua opinião Dean procurava por um tipo de aprovação - como se estivesse pedindo sua bênção por seu comportamento.
Depois desse encontro e dessa conversa mais do que interessante eles poucos se encontraram novamente. Para Brando foi uma gratificação saber que James Dean havia ouvido seus conselhos e os estava seguindo. Segundo Brando seu colega ainda não tinha personalidade própria até o advento do filme "Assim Caminha a Humanidade" quando, na visão de Brando, James Dean havia finalmente encontrado seu próprio caminho. Infelizmente assim que chegou em seu objetivo na profissão, Dean encontrou também a morte de forma prematura em um acidente de carro. Para Brando o jovem James Dean acabou sendo enterrado em seu próprio mito. Uma infelicidade trágica do destino.
Pablo Aluísio.
domingo, 21 de novembro de 2021
O Rei Leão
É curioso porque os animadores resolveram mudar o método de trabalho, preferindo filmar antes os atores em estúdio declamando suas falas para só a partir daí criarem os desenhos que seriam usados no filme. De certa maneira "O Rei Leão" é a última grande animação ao estilo tradicional dos estúdios Disney. Marcou merecidamente toda uma geração de crianças (e até mesmo adultos). Na minha opinião é realmente o grande filme da Disney em sua retomada rumo ao sucesso absoluto de crítica e público.
O Rei Leão (The Lion King, Estados Unidos, 1994) Direção: Roger Allers, Rob Minkoff / Roteiro: Irene Mecchi, Jonathan Roberts, entre outros / Elenco: Matthew Broderick, James Earl Jones, Jeremy Irons, Nathan Lane, Whoopi Goldberg, Rowan Atkinson, Jonathan Taylor Thomas / Sinopse: A história de um leão e seu filho que no futuro deverá honrar sua família. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Música Original ("Can You Feel the Love Tonight" de Elton John) e Melhor Trilha Sonora. Também vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Comédia ou Musical.
Pablo Aluísio.
Pocahontas
O resultado, apesar de ser tecnicamente perfeito, deixou um pouco a desejar. Provavelmente a grande expectativa criada em torno do filme que sucederia "O Rei Leão" nos cinemas tenha sido responsável por grande parte disso. A animação nunca chega a ser marcante e foi de certa forma destruída pela crítica que não deixou barato, sempre procurando comparar o filme com a verdade histórica, o que sempre achei um exagero. "Pocahontas" nunca se propôs a ser um tratado de história da colonização americana, mas apenas uma animação divertida e romântica. Nesse caso quem errou feio foram os críticos, sempre tão pedantes e arrogantes. Não captaram a essência do filme e nem suas reais intenções.
Pocahontas (Pocahontas, Estadps Unidos, 1995) Direção: Mike Gabriel, Eric Goldberg / Roteiro: Carl Binder, Susannah Grant e Philip LaZebnik / Elenco: Mel Gibson, Christian Bale, Linda Hunt / Sinopse: A história de amor de um colonzador e uma nativa chamada Pocahontas, nos primórdios da América. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Música Original ("Colors of the Wind" de Alan Menken e Stephen Schwartz). Também vencedor do Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora.
Pablo Aluísio.
sábado, 20 de novembro de 2021
Elvis Presley - I Got Lucky
1. I Got Lucky (Dolores Fuller / Ben Weisman / Fred Wise) - A música que deu título a esse disco, "I Got Lucky", foi retirada da trilha sonora do filme "Talhado Para Campeão" (Kid Galahad). Filme menor, que não fez muito sucesso, mas que tinha um repertório (não canso de escrever isso) muito agradável de se ouvir. Nenhuma das músicas fez sucesso ou se tornou um hit, mas fizeram parte de uma seleção muito boa dessa fase de sua carreira. Essa canção em particular é apenas OK, nada demais. Não tenho a menor ideia dos critérios que a RCA levou em conta para dar título ao disco.
2. What a Wonderful Life (Jerry Livingston / Sid Wayne) - A música "What a Wonderful Life" era da trilha sonora de "Follow That Dream", filme que no Brasil se chamou "Em Cada Sonho um Amor". Nessa produção Elvis apareceu com os cabelos loiros, queimados pelo sol da Flórida. Seu personagem fazia parte de uma família de caipiras que lutavam por terras contra o governo. Tudo muito leve e relax, mero pretexto para Elvis ir cantando uma canção entre uma cena e outra. De calças jeans (de que ele não gostava), o cantor mais parecia um surfista de praia, jovial e esbanjando saúde. A música era boa, nada demais em termos de letra e melodia, mas que acabava funcionando bem dentro do contexto do roteiro do filme. Pura diversão descompromissada.
3. I Need Somebody to Lean On (Doc Pomus / Mort Shuman) - Uma das faixas a se destacar nesse grupo era a bela balada romântica "I Need Somebody to Lean On". Essa música fez parte da trilha sonora de "Viva Las Vegas" (Amor a toda velocidade, no Brasil). Esse filme foi considerado por muitos como o último de grande qualidade de Elvis em Hollywood. Sucesso de público (faturou mais que "Feitiço Havaiano") e crítica, trazia ainda a melhor parceira de cena que Elvis teve no cinema, a maravilhosa Ann-Margret. Aliás sou da opinião de que Elvis deveria ter se casado com ela. Era uma mulher inteligente, independente, que certamente confrontaria Elvis em seus problemas pessoais, o colocando no rumo certo quando fosse necessário. Uma pena que isso não aconteceu.
4. Yoga Is as Yoga Does (Gerald Nelson / Fred Burch) - Outra canção da trilha sonora do filme "Easy Come, Easy Go" (Meu Tesouro é Você, no Brasil) foi essa esquisita "Yoga Is as Yoga Does", sempre presente em listas do tipo "As piores músicas cantadas por Elvis Presley". OK, temos que admitir que a música é meio fora do tom, nada condizente com a estatura de um cantor fenomenal como Elvis, porém temos também que avaliar que com o passar dos anos ela até que foi se tornando palatável. Como é muito ruim, se tornou divertida! Um paradoxo, eu sei, mas que no final das contas a salva da lata de lixo musical da história. É como aquele filme B, trash, que com os anos foi ganhando status de cult! Como Elvis sempre dizia "Era um trabalho para se viver". Ele foi lá e jogou a sorte. Como era Elvis, quase sempre dava certo!
5. Riding the Rainbow (Ben Weisman / Fred Wise) - Da mesma trilha sonora de Kid Galahad a RCA Victor ainda encaixou "Riding the Rainbow", Uma canção com menos qualidade, mas igualmente agradável, como todas as outras faixas dessa trilha. Tudo soa bem relaxante, com sol brilhando e um céu azul pairando sobre todos os personagens. Era 1961, Elvis vinha de sucessos de bilheteria (Feitiço Havaiano e Saudades de um Pracinha) e tudo parecia correr bem sua carreira. Isso talvez tenha influenciado o sentimento de alto astral dessas faixas. A composição era da infalível dupla formada por Ben Weisman e Fred Wise. Eles fizeram inúmeras músicas para Elvis em sua fase Hollywood. Existe inclusive uma foto bem interessante com o cantor ao lado do compositor lhe oferecendo uma placa de agradecimento. Pela quantidade de canções feitas por ele, isso foi mesmo merecido.
6. Fools Fall in Love (Jerry Leiber / Mike Stoller) - De Leiber e Stoller havia ainda "Fools Fall in Love". Essa faixa havia sido gravada em 1966 e não fez qualquer sucesso na carreira de Elvis. Tinha um refrão que considero dos mais pegajosos que já ouvi em minha vida, mas mesmo assim não conseguiu se destacar nas paradas. Para muitos fãs que compraram o disco na época soava como algo inédito de tão desconhecida. Na verdade já havia sido lançada antes em um obscuro single com "Indescribably Blue". A versão original era de 1957 e havia sido lançada pelo grupo The Drifters no selo Atlantic Records. Com Elvis porém não conseguiu chamar a atenção de ninguém.
7. The Love Machine (Fred Burch / Gerald Nelson / Chuck Taylor) - Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. "The Love Machine" fez parte da trilha sonora do último filme de Elvis na Paramount Pictures, o simpático "Meu Tesouro é Você" (Easy Come, Easy Go). O curioso dessa pequena trilha é que todas as canções possuem uma melodia agradável ao ouvinte. As letras obviamente são ao estilo plastificado made in Hollywood dos anos 60, mas mesmo assim agradam. Nesse filme Elvis interpretava um marinheiro que estava em busca de um tesouro perdido no mar. Entre uma música e outra ele dava longos mergulhos em busca da fortuna cobiçada. Essa música era apresentada em um night club onde Elvis girava uma roleta com fotos de garotas. Hoje em dias de politicamente correto isso daria arrepios nas feministas, mas nos anos 60 tudo era encarado com bom humor (como deve ser mesmo). Boa música, sempre me agradou.
8. Home Is Where the Heart Is (Hal David / Sherman Edwards / Donald Meyer) - Outra mini trilha sonora (aquelas que tinham apenas cinco ou seis músicas) foi a do filme "Talhado Para Campeão" (Kid Galahad). Esse filme era na realidade um remake de um clássico com Humphrey Bogart. O que era drama no filme original virou com Elvis um musical com leves toques esportivos e bastante romance. Para os cinéfilos o filme trazia no elenco um jovem Charles Bronson, antes dele virar um astro de filmes de faroeste e fitas de ação. Pois bem, entre uma luta de boxe e outra Elvis ia cantando as músicas do filme. Uma delas foi resgatada nesse disco e se chama "Home Is Where the Heart Is". A considero mais uma das músicas leves e agradáveis de Elvis nos anos 60. Pouca gente conhece, mas vale a pena ouvir. O estilo de Elvis cantar nessa época se sobressaía, mesmo quando a música não era grande coisa. Enfim, uma canção leve e divertida, bem característica de seus filmes em Hollywood nos anos 60.
9. You Gotta Stop (Bernie Baum / Bill Giant / Florence Kaye) - A direção musical desse filme foi do Gerald Nelson, maestro que tinha até bastante prestígio na Costa Oeste dos Estados Unidos. Não se sabe bem a razão, mas em determinado momento de sua carreira ele meio que deixou de lado o circuito mais clássico e partiu para trabalhar para estúdios de cinema. Acabou indo parar em "Kissin Cousins" (Com Caipira Não se Brinca, no Brasil). Depois ocasionalmente voltava a trabalhar em alguma trilha sonora de Elvis. Pena que nenhuma delas de alto nível. Quase sempre também contava com material composto pelo trio calafrio formado por Bernie Baum, Bill Giant e Florence Kaye, que inclusive, é bom lembrar, compôs quase todo o disco Kissin Cousins. Pois bem, aqui a dobradinha se repetiu. Eles voltaram a trabalhar juntos, dessa vez numa faixa intitulada "You Gotta Stop". Gravada em setembro de 1966 era outra marmelada que Elvis tornava ao menos interessante. É incrível o talento de Elvis em tirar sabor musical de canções que eram fracas e derivativas. Só isso já bastava para justificar seu título de "Rei", aqui não mais Rei do Rock, mas certamente Rei do Pop Made in Hollywood. Algo mais de acordo com o trabalho que ele vinha desenvolvendo.
10. If You Think I Don't Need You (Gary Joe Cooper / Red West) - Esse álbum "I Got Lucky" fechava as cortinas com a bela balada "If You Think I Don't Need You". Essa música foi lançada originalmente em 1964, como parte da excelente e maravilhosa trilha sonora do musical "Viva Las Vegas". É impossível entender como a RCA Victor tendo tantas boas canções em mãos na época não lançou um álbum completo com as músicas do filme. Um LP seria mais do que necessário, porém a gravadora, numa das maiores barbeiragens da discografia de Elvis desperdiçou tudo em um EP (compacto duplo) sem maiores esforços de promoção. Chega a ser bizarro! De qualquer maneira nunca é tarde para conhecer uma música romântica tão lindamente cantada por Elvis Presley.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 19 de novembro de 2021
Dívida de Honra
O elenco tem excelentes atores que interpretam pessoas que Briggs (Tommy Lee Jones) e Mary Bee (Hilary Swank) vão encontrando pelo caminho. James Spader, por exemplo, dá vida a um dono de hotel grã-fino que impede a entrada de Briggs e as mulheres em seu estabelecimento. A recusa não acaba muito bem. Não deixa de ser muito divertido encontrar Spader usando uma chamativa peruca ruiva, com jeito de irlandês, em um trabalho bem diferente que vem desenvolvendo na TV na série "The Blacklist". Já a premiada Meryl Streep tem uma pequena, mas importante participação, só surgindo na parte final do filme, como a esposa do pastor e reverendo que recebe as pobres mulheres para internamento no hospicio da região. Bem envelhecida, ela provavelmente só aceitou o papel em consideração ao amigo Tommy Lee Jones, até porque recentemente trabalharam juntos no delicado drama de relacionamentos "Um Divã para Dois". No final de tudo quem acaba roubando mesmo o show é a atriz Hilary Swank. Sua personagem é uma balzaquiana desesperada para se casar que não consegue encontrar o homem de sua vida. Com isso ela vai vivendo de decepção em decepção até chegar ao seu limite. O destino de sua personagem me deixou um pouco perplexo e surpreso, confesso, mas ela consegue trazer uma grande carga humana para seu trabalho. Em suma é isso, no geral não há nada de errado na direção de Jones, talvez o filme devesse ter uns vinte minutos a menos para ser mais fluente, dando mais agilidade aos acontecimentos, quem sabe. Provavelmente esse seria o corte ideal, mas enfim. De qualquer forma esse é apenas um detalhe que não compromete o espetáculo. "The Homesman" é assim um bom western, um pouco diferente, é verdade, mas mesmo assim cativante ao seu próprio modo.
Dívida de Honra (The Homesman, Estados Unidos, 2014) Direção: Tommy Lee Jones / Roteiro: Tommy Lee Jones, Kieran Fitzgerald / Elenco: Tommy Lee Jones, Hilary Swank, John Lithgow, James Spader, Meryl Streep / Estúdio: EuropaCorp, Javelina Film Company / Sinopse: Um pastor resolve internar três mulheres com problemas mentais. O problema é que a instituição em que elas poderiam ser internadas fica longe, sendo necessário realizar uma longa viagem até lá, um desafio aceito pela valente Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) que irá contar também com o apoio do velho cowboy George Briggs (Tommy Lee Jones).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
A Salvação
O roteiro segue o tema básico da vingança pessoal. Isso, apesar de estar um pouco saturado, acaba funcionando muito bem no filme. O roteiro é bem arquitetado e no final todas as peças se encaixam perfeitamente. O filme apresenta também uma boa produção, mas certamente o seu grande atrativo é o elenco. Quem gosta de séries então vai gostar ainda mais. O protagonista é interpretado pelo ator Mads Mikkelsen, que dá vida ao Dr. Hannibal Lecter da série "Hannibal". Ele é um sujeito honesto e íntegro que no fundo quer apenas levar sua vida em frente, criando seu filho, vivendo ao lado da esposa amada. Ele sonha com um futuro baseado no trabalho e na dignidade, mas como alcançar isso em uma terra sem lei, dominada por facínoras sem escrúpulos? O vilão - um dos mais odiosos dos últimos tempos - é interpretado por Jeffrey Dean Morgan da série "The Walking Dead". O sujeito é completamente desprezível. O roteiro insinua que no passado ele teria sido um bom homem, mas que teria sido destruído interiormente após passar longos anos na cavalaria, matando índios nas reservas do velho oeste. Por fim outro grande destaque vem com a presença da elogiada Eva Green, a Vanessa Ives de "Penny Dreadful". Sua personagem teve a língua cortada por selvagens e ela não tem nenhuma fala no filme. Muda, se expressa apenas com olhares e expressões faciais. Excelente atuação. Em suma é isso. Não deixe de assistir a esse faroeste contemporâneo, um filme acima da média que seguramente se tornará um bom programa para o fim de sua noite.
A Salvação (The Salvation, Estados Unidos, 2014) Direção: Kristian Levring / Roteiro: Anders Thomas Jensen, Kristian Levring / Elenco: Mads Mikkelsen, Eva Green, Jeffrey Dean Morgan, Michael Raymond-James, Eric Cantona / Sinopse: Jon Jensen (Mads Mikkelsen) é um imigrante estrangeiro que tenta vencer na vida em um rancho nos Estados Unidos. Depois de sete anos ele finalmente consegue trazer para a América sua esposa e seu pequeno filho. Durante a viagem numa diligência eles caem nas mãos de um bandido que acaba de sair da prisão. Ele domina Jensen, mata seu filho e estupra sua esposa. Depois é morto quando finalmente Jensen o reencontra. O assassinato enfurece seu irmão, Henry Delarue (Jeffrey Dean Morgan), que promete caçar e liquidar com Jensen, dando origem a um jogo de vida e morte entre eles.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
Céu Azul
Assim o roteiro explora esse lado pouco conhecido da vida de muitas mulheres mundo afora que acabam encontrando em seus casamentos não a felicidade ou a realização emocional, mas sim muitas obrigações, deveres e até mesmo opressão. Nesse quadro o verdadeiro amor acaba sendo soterrado pela servidão do cotidiano, do dia a dia massacrante. O fato curioso é que a opressão social não parte apenas do marido, mas da sociedade em geral também, com seus valores morais travestidos de pura hipocrisia. Nesse processo as mulheres acabam se tornando profundamente infelizes com suas vidas. Como não poderia deixar de ser o destaque desse filme vai todo para a atriz Jessica Lange. Ela encontrou um presente nesse texto e não deixou por menos, realizando uma das melhores atuações de toda a sua carreira. Um momento realmente magistral que lhe valeu uma série de premiações e indicações em diversos festivais de cinema. E o Oscar que ela levou para casa foi mais do que merecido.
Céu Azul (Blue Sky, Estados Unidos, 1994) Direção: Tony Richardson / Roteiro: Rama Laurie Stagner / Elenco: Jessica Lange, Tommy Lee Jones, Powers Boothe / Sinopse: A vida de um casal infeliz, tentando superar todas as adversidades. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Jessica Lange). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na mesma categoria.
Pablo Aluísio.
Adoráveis Mulheres
Pablo Aluísio.
terça-feira, 16 de novembro de 2021
Caminhando nas Nuvens
Pablo Aluísio.