segunda-feira, 4 de março de 2019
Vice
O curioso é que apesar de tudo isso se trata de um bom filme. Veja, não é fácil tornar interessante um filme sobre um político burocrata que no final das contas sempre teve zero de carisma pessoal. Como manter a atenção do espectador nesse tipo de filme? Ora, tirando sarro e satirizando o vice presidente de George W. Bush. E o fizeram muito bem. Cheney sempre foi aquele tipo de homem que subiu os degraus do poder apenas por relações pessoais. Basicamente ele apertou as mãos certas dos políticos poderosos que depois o ajudaram a subir. Sem mérito pessoal, sem ter passado por nenhum tipo de prova que colocasse em perspectiva sua capacidade real de ocupar os cargos que ocupou ao longo da vida.
O filme começa a contar a história dele desde os tempos da universidade quando jogou uma carreira estudantil promissora para se entregar a bebedeiras sem fim. Valentão, gostava de puxar brigas em bares. Acabou sendo ajudado da esposa, que era influente e inteligente, deixando empregos menores (como eletricista de postes) para ir aos poucos servindo como assessor político de figurões. Claro que os republicanos são retratados todos como sujeitos indigestos, nada éticos. Como eu disse o roteiro tem um viés bem forte, alinhado ao partido democrata. No meio de tanta propaganda política se sobressai mesmo o ator Christian Bale. Aliás a pergunta que surge quando o filme acaba é: Onde está Bale? Sim, debaixo de uma pesada maquiagem ele simplesmente desaparece na pele de sua personagem, algo que apenas grandes atores conseguem fazer. Merecia o Oscar, certamente.
Vice (Estados Unidos, 2018) Direçao: Adam McKay / Roteiro: Adam McKay / Elenco: Christian Bale, Amy Adams, Steve Carell, Sam Rockwell, Alison Pill / Sinopse: O filme conta, de forma irônica, a história do vice presidente Dick Cheney. Político sem brilho ou carisma, acabou subindo na carreira por causa das relações pessoais com homens poderosos. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Maquiagem (Greg Cannom, Kate Biscoe e Patricia Dehaney). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Christian Bale), Roteiro e Direção (Adam McKay).
Pablo Aluísio.
Um Tira Acima da Lei
Sigourney Weaver interpreta a chefe da divisão jurídica do departamento de polícia que quer sua demissão. Ben Foster (um baita ator) é o cadeirante que vive nas ruas da cidade, ora servindo de informante para o tira, ora pedindo pequenos favores a ele em troca de informações mais atualizadas. O mundo do policial assim vai desmoronando, ao mesmo tempo em que ele também precisa cuidar da sua família disfuncional (duas filhas e duas ex-mulheres que o detestam). Em meio ao caos o veterano policial, da banda podre da polícia, vai tentando sobreviver um dia de cada vez. Eu particularmente gostei desse filme. Muita gente reclamou por ter achado o final inconclusivo e abrupto, mas creio que foi essa mesma a intenção do diretor israelense Oren Moverman. Ele queria mesmo um desfecho tão cru e sem sentido como as próprias ruas de Los Angeles, com sua criminalidade fora de controle e a lei da selva imperando entre todos.
Um Tira Acima da Lei (Rampart, Estados Unidos, 2011) Direção: Oren Moverman / Roteiro: James Ellroy, Oren Moverman / Elenco: Woody Harrelson, Ben Foster, Sigourney Weaver, Anne Heche, Steve Buscemi, Robin Wright / Sinopse: Tira veterano das ruas de Los Angeles vê sua vida desmoronar após uma série de acusações de brutalidade policial e duplo homicídio injustificado. Agora ele precisa controlar essa crise, ao mesmo tempo em que tenta reconstruir seu relacionamento com suas filhas e suas ex-esposas.
Pablo Aluísio.
domingo, 3 de março de 2019
Hellion
Uma decisão certa para a educação do garoto, mas devastadora para aquela família completamente disfuncional e problemática. Logo um conflito se instala entre os parentes. Para piorar Hollis tem problemas com bebidas e sua depressão vai ficando cada vez maior conforme os problemas vão surgindo em cascata na sua vida. O clima ruim e de falta de esperanças acaba se tornado cada vez pior até que Jacob (sempre ele) resolve tomar uma decisão totalmente impensada e inconsequente, o que mudará o destino de todos para sempre. "Hellion" é um drama social acima da média mostrando uma realidade que infelizmente é bem comum dentro da sociedade. Cresce cada vez mais o número de famílias desestruturadas, sem condições de dar as mínimas condições de vida para a criação de seus filhos. O reflexo disso acaba sendo sentido dentro da comunidade em geral, com aumento da violência e destruição dos valores tradicionais. Esse filme abre margem para uma reflexão maior sobre o tema. Está mais do que recomendado.
Hellion (Hellion, Estados Unidos, 2014) Direção: Kat Candler / Roteiro: Kat Candler / Elenco: Aaron Paul, Juliette Lewis, Josh Wiggins, Deke Garner / Sinopse: Viúvo tenta criar seus dois filhos da melhor maneira que lhe é possível. Depois que seu filho mais velho comete um pequeno delito ao queimar um carro ele precisa lutar pela custódia do garoto que lhe tirado pelo Estado. Filme indicado ao Sundance Film Festival na categoria de Melhor Filme - Drama.
Pablo Aluísio.
Na Batida do Coração
Título Original: Let It Shine
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Television
Direção: Paul Hoen
Roteiro: Eric Daniel, Don D. Scott
Elenco: Tyler James Williams, Coco Jones, Trevor Jackson
Sinopse:
Tudo o que Cyrus DeBarge (Tyler James Williams) sempre sonhou foi fazer sucesso com sua música. Sua personalidade porém não ajuda muito pois ele é tímido e retraído. Assim como não consegue se declarar para o amor de sua vida, como também não consegue subir em um palco para se apresentar ao vivo. Assim ele deixa seu amigo cantar e fazer sucesso por ele, algo que o deixa ao mesmo tempo orgulhoso e arrasado por não ter o reconhecimento merecido. Roteiro baseado na famosa peça Cyrano de Bergerac.
Comentários:
Comédia romântica simpática estrelada pelo ator Tyler James Williams que no Brasil ficou muito conhecido justamente por causa de seu papel na série "Todo Mundo Odeia o Chris" (Everybody Hates Chris) que fez bastante sucesso, com quatro temporadas exibidas entre 2005 a 2009. Um fato curioso marcou esse ator em relação aos brasileiros. Seus fãs do Brasil fazem tanta zoeira em seus perfis nas redes sociais que ele precisou pedir que se comportassem, pois caso contrário iria expulsar todos os que continuassem a fazer bagunça. Claro que algo como isso só serviu para inflamar ainda mais a galera, transformando a vida virtual de Tyler em uma verdadeira zona. Já em relação a esse filme aqui não há nada demais a não ser a tentativa de adaptar "Cyrano de Bergerac" para o público mais jovem, teen. Produzido pelo braço televisivo da Disney o filme tenta pegar carona na fama de Tyler, apostando em um roteiro que mistura música, romance e pequenos toques dramáticos. Nada muito sério, apenas uma maneira de parecer algo com mais conteúdo. De qualquer forma não precisa se preocupar, relaxe e curta o filme pelo que ele é: uma diversão bem despretensiosa.
Pablo Aluísio.
sábado, 2 de março de 2019
O Orfanato
O que me levou a conferir esse terror foi o nome do diretor Guillermo del Toro na produção do filme. Sua presença já garante no mínimo uma fita bem produzida, com roteiro interessante e direção de arte de encher os olhos. Nesses aspectos realmente não me decepcionei. A produção recria um velho orfanato espanhol, com seus ambientes escuros, lugares inóspitos e cheios de suspense. O uso das aparições de fantasmas jamais caem no gratuito, no sensacionalismo. Longe disso, tudo é muito bem desenvolvido. A trama aos poucos vai sendo desvendada, em um roteiro até mesmo sutil. O texto é inteligente e jamais apela para sustos fáceis e banais. Na realidade o tema central é não apenas a nostalgia que jamais deixa o passado ir embora para sempre como também a força do amor maternal que não recua diante de nada, nem mesmo dos inúmeros mistérios que envolvem o sobrenatural.
O elenco, inclusive as crianças que atuam no filme, é realmente muito bom, com destaque para a atriz Belén Rueda que interpreta Laura. Intercalando momentos de desespero e coragem, ela resolve ir a fundo sobre tudo o que está acontecendo, enfrentando a tudo e a todos para reencontrar seu filho desaparecido. O final do filme provavelmente vá chocar aos mais sensíveis, pois apesar da suposta ternura que envolve a decisão final de Laura, o fato é que o espectador é colocado frente a frente com um ato de dar fim a própria existência, algo realmente definitivo e diria até mesmo avassalador. O diretor J.A. Bayona (que também trabalha na série Penny Dreadful) optou de forma acertada por envolver tudo em um clima que nos remete até mesmo a um certo sentimento de fábula. A cena final retrata muito bem toda essa sua intenção. Enfim, "O Orfanato" é realmente um ótimo exemplar do excelente momento em que passa o cinema espanhol nessa linha de filmes de terror. Cada vez mais as produções ibéricas surpreendem. Por isso fique sempre de olho no que está sendo produzido nesse país. Para o fã do gênero terror não poderia haver nada melhor do que fugir um pouco das já saturadas produções americanas. Aproveite e não deixe passar esse excelente terror espanhol em branco.
O Orfanato (El Orfanato, Estados Unidos, Espanha, 2007) Estúdio: Warner Bros, Canal + / Direção: J.A. Bayona / Roteiro: Sergio G. Sánchez / Elenco: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep / Sinopse: Uma mulher adulta e mãe, decide voltar para rever o antigo orfanato onde viveu quando era criança. Acaba descobrindo uma terrível ligação entre o passado e o presente, agora envolvendo seu filho.
Pablo Aluísio.
Rain Man
Assim Charlie (Cruise) vai até lá e acaba conhecendo o irmão Raymond (Hoffman) que como todo autista é capaz de fazer coisas incríveis com seu cérebro (como fazer cálculos complicados) ao mesmo tempo em que não consegue cuidar de si mesmo, fazer as coisas mais simples, como cuidar de sua alimentação, suas roupas, e agir de forma normal. Claro que com suas limitações ele também não consegue se relacionar normalmente com outras pessoas. O choque entre o irmão yuppie estressadinho, que só pensa em dinheiro e o irmão autista, com todos esses problemas, embora tendo um bom coração, é o grande atrativo do roteiro desse filme.
Tudo é desenvolvido com muita sutileza, mas também usando de momentos pontuais de bom humor. Um tipo de roteiro bem balanceado, algo raro hoje em dia. "Rain Man" (nome do amigo imaginário da infância do personagem de Cruise) rendeu uma excelente bilheteria e foi premiado com o Oscar de melhor filme naquele ano. O ator Dustin Hoffman também foi premiado (justamente) e o diretor Barry Levinson também levou a estatueta para casa. Só Tom Cruise ficou de mãos abanando! Nessa época ele procurava por seu tão cobiçado Oscar, mas parece que depois de um tempo desistiu dessa busca. Hoje se limita a fazer filmes populares de ação, como a franquia "Missão Impossível" pelos quais, obviamente, nunca, jamais, será premiado. Ossos do ofício.
Rain Man (Estados Unidos, 1988) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Barry Morrow, Ronald Bass / Elenco: Tom Cruise, Dustin Hoffman, Valeria Golino, Gerald R. Molen / Sinopse: Após a morte do pai, Charlie (Tom Cruise) descobre que ficou sem nada, que seu pai não lhe deixou nada de valioso. Todo o dinheiro - uma pequena fortuna de 3 milhões de dólares - acabou indo parar nas mãos de um irmão que ele desconhecia até então, um homem chamado Raymond (Hoffman), portador da síndrome do autismo.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 1 de março de 2019
Assim na Terra Como no Inferno
O enredo desse filme também não ajuda muito, uma salada indigesta que mistura elementos de produções como "O Código Da Vinci", passando por momentos que copiam a franquia Indiana Jones (com direito até a um cavaleiro templário com corpo incorrupto), chegando até as raias do puro trash. A trama é uma bobagem e mistura um monte de lendas históricas diferentes sem nenhum critério. Assim que os jovens exploradores entram nas catacumbas de Paris o filme se torna simplesmente insuportável com tantos clichês e ideias batidas. Em vista disso você pode esquecer a vontade de sentir medo de verdade com o filme, pois só irá se amedrontar com o que se passa se for muito ingênuo ou impressionável. Além disso se você odeia ambientes fechados ou sofre de algum tipo de claustrofobia é melhor desistir, pois praticamente 80% da fita se passa em lugares cavernosos, com pouca ou nenhum luz. Resumindo tudo, poderia encerrar essa breve resenha dizendo que "As Above, So Below" é simplesmente chato, cansativo e enjoativo. Não vá perder seu tempo com esse terrorzinho B pois vai se arrepender.
Assim na Terra Como no Inferno (As Above, So Below, Estados Unidos, 2014) Estúdio: Legendary Pictures / Direção: John Erick Dowdle / Roteiro: Drew Dowdle, John Erick Dowdle
Elenco: Perdita Weeks, Ben Feldman, Edwin Hodge, François Civil / Sinopse: Jovem procura por um artefato que pertenceu a um famoso alquimista do passado, mas só acaba encontrando desespero, morte e terror por onde passa.
Pablo Aluísio.
Star Wars: O Despertar da Força
Esse novo filme da franquia "Star Wars" que chegou aos cinemas em 2016 certamente fez muito sucesso comercial, rendeu ótimas bilheterias, porém me deixou com aquela sensação amarga de que eu estava assistindo a uma reprise de um filme que já havia assistido antes. Se formos pensar bem foi exatamente isso que aconteceu. A trama é extremamente parecida com a do primeiro filme, "Guerra nas Estrelas" de 1977. Com isso não estou querendo dizer que os velhos personagens que ressurgem aqui perderam o interesse, nada disso, mas sim chamando a atenção para o fato de que até os novos personagens são cópias rudimentares daqueles que vimos no filme original. A palavra originalidade inclusive é o grande problema desse sétimo filme. Os fãs podem fazer malabarismos de todos os tipos, mas não conseguem fugir de uma constatação óbvia: esse novo roteiro não tem originalidade nenhuma. Apenas pegaram o roteiro do primeiro filme, fizeram algumas adaptações, trouxeram algumas pequenas novidades, levaram ao forno esse prato requentado e jogaram para o público consumir. Como deu certo provavelmente veremos outra cópia disfarçada no próximo film
Essa falta de originalidade inclusive se estende a praticamente todos os personagens e não apenas aos protagonistas. O vilão desse novo filme nada mais é do que uma versão (um tanto sem graça, devo dizer) de Darth Vader, aquele sim um dos melhores personagens da saga. Pois é, nem o lado negro da força escapou do plágio. Como "Star Wars" agora pertence ao império Disney não espere por algo diferente. Tudo continuará no controle remoto para agradar os velhos fãs e a nova geração, já que essa é a verdadeira fonte de renda desse universo. Afinal quem vai comprar os brinquedos e bonequinhos com a marca Star Wars? Claro que a garotada. Tudo é marketing, tudo é vendas. Alguém realmente pensou que havia algo diferente disso? Claro que não. Eu provavelmente irei conferir o oitavo filme. Tanto por ser um pouco masoquista como por curiosidade. Quero ver até onde essa "estratégia" vai chegar! Se o segundo filme dessa fase do Pateta for pelo menos uma cópia de "O Império Contra-ataca" até que não vai ser tão ruim, já que esse foi o melhor filme de todos. Só não quero me deparar com outra revelação do tipo "Luke eu sou seu pai!" porque ai meu caro, seria forçar a barra demais...
Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: Episode VII - The Force Awakens, Estados Unidos, 2015) Direção: J.J. Abrams / Roteiro: Lawrence Kasdan, J.J. Abrams / Elenco: Daisy Ridley, Carrie Fisher, Harrison Ford, Mark Hamill, Andy Serkis, Max von Sydow, John Boyega, Oscar Isaac / Sinopse: Uma jovem entra em contato com o poder da força. Agora, ela poderá se tornar a nova arma dos Jedi contra o império do mal. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor edição, mixagem de som, edição de som, efeitos especiais e música.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
Suplício de uma Saudade
"Suplício de uma Saudade" é um dos grandes clássicos românticos do cinema americano. Baseado em um romance autobiográfico escrito pela médica Han Suyin, a história narra seu breve, mas marcante romance, com um jornalista norte-americano, às portas de dois eventos históricos, a revolução comunista na China e a Guerra da Coreia. O cenário não poderia ser mais inspirador, com as colinas de Hong Kong servindo de cartão postal para os apaixonados encontros entre eles. A música vencedora do Oscar "Love Is a Many-Splendored Thing" está presente em praticamente todas as cenas mais românticas, seja em sua versão tradicional, seja em adaptações incidentais. É uma bela música, sempre muito lembrada e uma das marcas registradas mais conhecidas do filme como um todo.
A atriz Jennifer Jones interpreta a doutora Han Suyin. Ela é uma eurasiana, filha de um inglês com uma chinesa. Por ter essa origem de dupla nacionalidade ele quase sempre se vê dividida entre os valores da cultura ocidental e oriental. Do lado ocidental herdou a ética profissional e a seriedade com a qual trata todos os seus pacientes, que na maioria das vezes pertencem às camadas mais humildes da população. Do lado oriental procurou manter as tradições chinesas, inclusive familiares, mesmo sendo uma mulher independente e dona de seu próprio destino. Já William Holden dá vida ao jornalista Mark Elliott, um bom sujeito, bem intencionado, mas que precisa resolver sua vida pessoal pois já é casado e não poderia seguir em frente com seu romance sem antes acertar todos os problemas legais decorrentes de seu estado civil. Sua esposa porém não está disposta a lhe conceder o divórcio para que ele se case com seu novo amor.
Seu destino muda drasticamente quando explode a Guerra da Coreia e ele é enviado até o front do conflito para cobrir mais essa intervenção americana no exterior. Nos tempos cínicos e muitas vezes insensíveis em que vivemos atualmente, o filme, que poderia ser caracterizado como ultraromântico, perde um pouco de sua força original. Mesmo assim é um belo trabalho cinematográfico, com excelente fotografia e direção de arte. Um retrato de uma época em que o verdadeiro amor tinha que lutar contra todas as diversas convenções sociais para se concretizar plenamente.
Suplício de uma Saudade (Love Is a Many-Splendored Thing, Estados Unidos, 1955) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Henry King / Roteiro: John Patrick, baseado no livro de Han Suyin / Elenco: William Holden, Jennifer Jones, Torin Thatcher / Sinopse: O filme conta uma história de amor em tempos de guerra e destruição no Oriente. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Canção Original ("Love Is a Many-Splendored Thing" de Paul Francis Webster e Sammy Fain), Melhor Figurino e Melhor Música (Alfred Newman). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Atriz (Jennifer Jones), Fotografia, Direção de Arte e Som.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
Rachel, Rachel
Drama humano e sensível que foi dirigido com uma grande sensibilidade pelo astro Paul Newman. A estrela de "Rachel, Rachel" foi sua esposa, a talentosa Joanne Woodward. O casal realizou um belo filme. O roteiro, baseado na novela escrita por Margaret Laurence valoriza o mundo interior da protagonista. O espectador é convidado várias vezes a entrar em seus pensamentos, sua vida interior. Isso cria uma intimidade muito próxima com quem assiste ao filme. É interessante que Rachel tem medo de morrer sozinha, cuidando da mãe, que muitas vezes age de forma egoísta, não pensando na felicidade da filha, mas mesmo assim tenta trazer uma certa normalidade para a sua vida cotidiana. Joanne, pelo ótima atuação, acabou sendo indicada ao Oscar, mas infelizmente não venceu. Ela havia sido premiada dez anos antes com outro drama em que atuou magistralmente bem, "As três Faces de Eva". Não faz mal, o que importa é que o público acabou sendo presenteado com outro de seus grandes momentos. Um primor de atuação.
Rachel, Rachel (Rachel, Rachel, Estados Unidos, 1968) Direção: Paul Newman / Roteiro: Stewart Stern, baseado na novela de Margaret Laurence / Elenco: Joanne Woodward, James Olson, Kate Harrington, Estelle Parsons, Frank Corsaro / Sinopse: Rachel (Woodward) é uma professora de crianças que começa a sofrer uma crise existencial com a chegada da idade. Solteira e solitária, ela ainda tem esperanças de encontrar o homem que a fará feliz pelo resto de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Joanne Woodward), Melhor Atriz Coadjuvante (Estelle Parsons) e Melhor Roteiro Adaptado (Stewart Stern).
Pablo Aluísio.