quarta-feira, 1 de abril de 2020
Star Wars: A Ascensão Skywalker
A grande novidade desse filme é a volta do imperador Palpatine. Ué, mas ele não estava morto desde a primeira trilogia? Não tinha sido destruído literalmente? Tinha, mas é a tal coisa... na falta de novos vilões interessantes os roteiristas preguiçosos apelaram para o passado, trazendo o velho imperador de volta. Não espere maiores explicações sobre isso. Ele voltou porque o lado negro da força tem esse poder. E é apenas isso que será explicado para você, pobre público pagador de ingresso. Claro, foi uma tremenda apelação, mas no final das contas, em um filme tão mais ou menos, até que serviu para manter o interesse no que é mostrado na tela.
E a busca por muletas narrativas do passado não pararam por aí. Essa equipe de roteiristas (que deve ser uma das mais preguiçosas de Hollywood), também resolveu copiar os filmes originais, criando uma grande surpresa sobre a filiação de um dos personagens. Do jeito que as coisas vão todo mundo é neto ou filho de alguém, me fazendo lembrar até mesmo das novelas da Globo dos anos 80. Também criaram do nada novos poderes para os Jedi, inclusive um que não existia nos filmes anteriores, nem nos livros e nos quadrinhos. Agora um Jedi tem o poder da cura. Se você for atravessado por um sabre de luz não precisa se preocupar. Basta que um Jedi coloque as mãos em cima do ferimento que tudo estará resolvido. Ficou estranho e bizarro.
Mas afinal de contas o que há de bom aqui? Em termos de produção nada a reclamar. Os 100 milhões de dólares gastos na produção estão em cada cena, em cada efeito especial. A busca por um enredo simples, do tipo jornada do herói em busca de um totem, também valeu a pena. Não adianta complicar o que deve ser apenas um bom filme pipoca. A volta do imperador Palpatine, como eu já escrevi, foi uma apelação, mas ele é um vilão bacana, então está tudo bem. A morte de Leia foi bem produzida, usando inclusive de cenas antigas, já que a atriz Carrie Fisher morreu no meio das filmagens. Poderiam ter caprichado um pouco mais nesse momento, mas diante das circunstâncias até que não ficou ruim. E o mais importante de tudo é que o ciclo da história se fecha, sem deixar arestas soltas. Quanto mais simples e conclusivo melhor. Só não espere por muita originalidade. Haverá novos filmes? Depende da Disney. Espero que os próximos filmes, caso venham a existir, sejam mais originais, rompendo de vez com o passado da franquia. Repetir uma fórmula por décadas e décadas satura qualquer franquia de filmes.
Star Wars: A Ascensão Skywalker (Star Wars: Episode IX - The Rise of Skywalker, Estados Unidos, 2019) Direção: J.J. Abrams / Roteiro: Chris Terrio, J.J. Abrams / Elenco: Daisy Ridley, Adam Driver, Carrie Fisher, Mark Hamill, John Boyega, Harrison Ford, Ian McDiarmid / Sinopse: O imperador Palpatine está de volta! Ele reorganiza o império e comanda uma grande frota de naves espaciais de guerra. O objetivo é conquistar o universo, só que Ray e os membros da resistência decidem encontrar a exata localização da frota imperial, para destrui-la, antes que avance sobre os planetas da rebelião. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música Original (John Williams), Melhores Efeitos Especiais e Melhor Edição de Som.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 1 de março de 2019
Star Wars: O Despertar da Força
Esse novo filme da franquia "Star Wars" que chegou aos cinemas em 2016 certamente fez muito sucesso comercial, rendeu ótimas bilheterias, porém me deixou com aquela sensação amarga de que eu estava assistindo a uma reprise de um filme que já havia assistido antes. Se formos pensar bem foi exatamente isso que aconteceu. A trama é extremamente parecida com a do primeiro filme, "Guerra nas Estrelas" de 1977. Com isso não estou querendo dizer que os velhos personagens que ressurgem aqui perderam o interesse, nada disso, mas sim chamando a atenção para o fato de que até os novos personagens são cópias rudimentares daqueles que vimos no filme original. A palavra originalidade inclusive é o grande problema desse sétimo filme. Os fãs podem fazer malabarismos de todos os tipos, mas não conseguem fugir de uma constatação óbvia: esse novo roteiro não tem originalidade nenhuma. Apenas pegaram o roteiro do primeiro filme, fizeram algumas adaptações, trouxeram algumas pequenas novidades, levaram ao forno esse prato requentado e jogaram para o público consumir. Como deu certo provavelmente veremos outra cópia disfarçada no próximo film
Essa falta de originalidade inclusive se estende a praticamente todos os personagens e não apenas aos protagonistas. O vilão desse novo filme nada mais é do que uma versão (um tanto sem graça, devo dizer) de Darth Vader, aquele sim um dos melhores personagens da saga. Pois é, nem o lado negro da força escapou do plágio. Como "Star Wars" agora pertence ao império Disney não espere por algo diferente. Tudo continuará no controle remoto para agradar os velhos fãs e a nova geração, já que essa é a verdadeira fonte de renda desse universo. Afinal quem vai comprar os brinquedos e bonequinhos com a marca Star Wars? Claro que a garotada. Tudo é marketing, tudo é vendas. Alguém realmente pensou que havia algo diferente disso? Claro que não. Eu provavelmente irei conferir o oitavo filme. Tanto por ser um pouco masoquista como por curiosidade. Quero ver até onde essa "estratégia" vai chegar! Se o segundo filme dessa fase do Pateta for pelo menos uma cópia de "O Império Contra-ataca" até que não vai ser tão ruim, já que esse foi o melhor filme de todos. Só não quero me deparar com outra revelação do tipo "Luke eu sou seu pai!" porque ai meu caro, seria forçar a barra demais...
Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: Episode VII - The Force Awakens, Estados Unidos, 2015) Direção: J.J. Abrams / Roteiro: Lawrence Kasdan, J.J. Abrams / Elenco: Daisy Ridley, Carrie Fisher, Harrison Ford, Mark Hamill, Andy Serkis, Max von Sydow, John Boyega, Oscar Isaac / Sinopse: Uma jovem entra em contato com o poder da força. Agora, ela poderá se tornar a nova arma dos Jedi contra o império do mal. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor edição, mixagem de som, edição de som, efeitos especiais e música.
Pablo Aluísio.