Como todos sabemos a atriz Carrie Fisher morreu ontem em Los Angeles após lutar alguns dias pela vida no hospital, onde ela estava em estado crítico em decorrência de uma parada cardíaca que sofreu quando estava voltando de avião de Londres. A imprensa mundial obviamente ressaltou sua presença na saga "Star Wars", até porque Carrie sempre será lembrada como a Princesa Leia. Ela porém foi bem mais versátil como atriz e escritora do que muitos pensam. Na verdade Carrie já nasceu com os holofotes sobre si. Ela era uma genuína filha da aristocracia de Hollywood, pois era filha de outra atriz muito famosa, Debbie Reynolds e de um cantor também de sucesso, Eddie Fisher. Aliás desde a infância Carrie Fisher foi alvo da imprensa sensacionalista pois seu pai acabou o casamento para ir viver com Elizabeth Taylor, naquele que foi um dos casos mais falados na imprensa na época. Um escândalo que repercutiu por muito anos. Carrie jamais superou isso e em diversas ocasiões, de forma bem sarcástica (uma das qualidades mais marcantes de sua personalidade), comentou sobre a canalhice do próprio pai. "Quando você mistura duas pessoas famosas de Hollywood o resultado é uma pessoa como eu!" - costumava dizer com ironia.
Como não poderia deixar de ser sua estreia como atriz veio pelas mãos de sua mãe, no telefilme "Debbie Reynolds and the Sound of Children", um musical meio bobinho que serviu para que Carrie experimentasse pela primeira vez o gostinho de representar. Em 1975 ela então apareceu em seu primeiro filme no cinema, na comédia "Shampoo". Era uma crônica de época, estrelada pelo galã Warren Beatty. Um bom filme que abriu as portas para o convite para atuar em um novo filme de George Lucas chamado "Star Wars". É curioso porque todo o elenco achava o roteiro meio idiota e eles tinham sérias dúvidas se aquele filme sobre vilões e mocinhos espaciais iria dar certo. A própria Carrie achava que estava atuando em um legítimo filme trash durante as filmagens. Ela estava enganada. Desnecessário dizer que o filme foi um dos maiores sucessos de bilheteria de todos os tempos.
Carrie assim ficou muito marcada como a Princesa Leia já em seu segundo filme para o cinema, algo perigoso para qualquer ator ou atriz pois corre-se o risco de ficar marcado para sempre por apenas um papel. E ela bem sabia disso e até que se saiu muito bem ao procurar por personagens diferentes. Atuou em "Os Irmãos Cara de Pau" (outro clássico dos anos 80), no filme "Hannah e suas Irmãs" (sendo dirigida por Woody Allen) e em "Harry & Sally" (um dos grandes sucessos da comédia romântica da década de 80). Talvez Carrie só não tenha tido uma carreira melhor por causa de problemas pessoais bem sérios que enfrentou.
A atriz foi dependente química desde muito jovem. Na "realeza" de Hollywood conheceu as drogas e a vida sem freios. Como ela própria confessou em um de seus livros, o fato de você pertencer a esse seleto grupo abria todas as portas, inclusive a de festas regadas a muitas drogas. O vício foi decorrência desse estilo de vida. Assim Carrie lutou por muitos anos para superar esse problema. Para se entender melhor também começou a escrever e fazer análise. Descobriu que sofria de transtorno bipolar, o que explicava muitos aspectos obscuros de sua personalidade. O fim do casamento também demonstrou que ela precisava encontrar equilíbrio em sua vida, algo que alcançou em seus últimos anos. Uma das obras mais indicadas para entender a pessoa Carrie Fisher é "Lembranças de Hollywood", filme cujo roteiro foi inspirado em um dos livros autobiográficos escritos pela atriz. Lá você poderá entender em parte as pressões e as angústias pelas quais passou. Um retrato muito sincero de uma princesa de Hollywood que precisou enfrentar desde muito cedo grandes traumas e fantasmas em sua vida pessoal.
Morre Carrie Fisher (1956 - 2016)
Os
familiares da atriz Carrie Fisher divulgaram nota informando a morte
da atriz hoje (27/12) em Los Angeles. Carrie Fisher, que se tornou
mundialmente famosa como a Princesa Leia da saga Star Wars, tinha 60
anos de idade e não suportou os efeitos de um ataque cardíaco que
sofreu durante viagem entre Londres e a costa oeste dos Estados Unidos.
Em nota a mãe de Carrie, a também atriz Debbie Reynolds, lamentou: "É
com profundo pesar que informamos a morte de Carrie Fisher. Ela faleceu
hoje pela manhã às 8:55hs. Ela que sempre amou a todos, deixará
saudades eternas e tristeza profunda com quem compartilhou sua vida!".
A notícia do ataque cardíaco:
A
atriz Carrie Fisher sofreu uma parada cardíaca no fim de semana durante
um voo em direção a Los Angeles. A atriz teve a parada no coração
durante a viagem que vinha de Londres, o que dificultou enormemente a
ajuda médica. Aos 60 anos de idade a situação da atriz é bastante
complicada segundo a equipe médica que a atendeu. Assim que o avião
pousou no aeroporto da cidade americana a atriz foi levada às pressas
até o hospital para pronto atendimento.
A empresa
United Airlines, proprietária do avião em que Carrie viajava informou
por meio de uma nota de imprensa que Carrie sofreu uma parada cardíaca
no meio da viagem e que apesar de todos os esforços da tripulação não
conseguiu reagir ou mostrar reação. Seu estado de saúde é considerado
crítico. A atriz tem um longo histórico de problemas de saúde
principalmente por causa de um sério vício de cocaína que quase causou
sua morte há pouco mais de 10 anos. Agora resta aguardar por novas
informações.
Confirmação da morte - Os familiares da
atriz Carrie Fisher divulgaram nota informando a morte da atriz hoje em
Los Angeles. Carrie Fisher, que se tornou mundialmente famosa como a
Princesa Leia da saga Star Wars, tinha 60 anos de idade e não suportou
os efeitos de um ataque cardíaco que sofreu durante viagem entre
Londres e a costa oeste dos Estados Unidos. Em nota a mãe de Carrie, a
também atriz Debbie Reynolds, lamentou: "É com profundo pesar que
informamos a morte de Carrie Fisher. Ela faleceu hoje pela manhã às
8:55hs. Ela que sempre amou a todos, deixará saudades eternas e tristeza
profunda com quem compartilhou sua vida!".
Pablo Aluísio.
domingo, 15 de abril de 2018
Jennifer Aniston
Ontem a atriz Jennifer Aniston escreveu um texto que teve grande repercussão na internet e na imprensa em geral. Eu particularmente gostei bastante do que ela disse em poucas, mas bem escritas linhas. Ela resolveu se manifestar depois que um tabloide publicou fotos suas de férias na praia, com o companheiro. Por estar um pouco fora dos padrões de beleza nas fotos tiradas em trajes de verão, o jornaleco logo anunciou que ela estaria grávida! Claro que se tratava de uma invasão de privacidade da atriz, uma coisa bem ofensiva, um verdadeiro assédio de natureza sensacionalista. Assim, depois de anos de silêncio, Aniston resolveu se manifestar. Ela esclareceu que não estava grávida, mas farta de tanta invasão em sua vida privada. Também fez uma bem elaborada análise sobre a forma preconceituosa que as mulheres em geral são tratadas e rotuladas pela sociedade de acordo com seu status civil, julgadas de acordo com visões ultrapassadas e anacrônicas de um passado que não faz mais sentido. Obviamente Aniston se sentiu incomodada pelo fato de não ter filhos, não ter optado por ser mãe e ser julgada por isso.
Em certo trecho ela escreveu: "A forma como sou retratada pela mídia é simplesmente um reflexo de como nós vemos e retratamos as mulheres em geral, todas medidas por um padrão de beleza torto. O mês passado em particular me trouxe luz sobre o quanto a gente define uma mulher com base em seu status matrimonial ou maternal. Somos completas com ou sem um companheiro, com ou sem filhos. Somos nós quem temos que decidir, por nós mesmas, o que é bonito quando o assunto é nosso corpo. A decisão é nossa, e só nossa. Vamos tomar essa decisão por nós mesmas e pela jovens mulheres neste mundo que nós veem como exemplo. Não precisamos ser casadas ou mães para ser completas. Nós que determinamos nosso próprio 'felizes para sempre".
A sociedade em que vivemos ainda é muito atrasada, sob qualquer ponto de vista. As mulheres solteiras sofrem enorme estigma social apenas pelo fato de terem optado por uma vida sem filhos e sem companheiros. Aquelas frases do tipo "Ficou para titia" são extremamente cruéis e imbecis se formos pensar bem. Cada um é dono de si e do seu futuro. Ninguém precisa se acomodar em padrões pré-estabelecidos. Além disso é inegável o fato de que uma mulher ser casada e ter filhos não significa necessariamente que ela seja feliz e realizada. Muitas vezes é justamente o contrário disso.
Como advogado já presenciei divórcios de casamentos simplesmente desastrosos. Casais que na verdade se odiavam e só levaram um casamento em ruínas em frente por causa de dinheiro ou dos filhos. Muitos desses casamentos só se fundaram em interesses econômicos. São uniões matrimoniais que nasceram pelos motivos errados. Quando se vê esses casamentos de perto se encontra de tudo, menos amor verdadeiro ou felicidade. Ter filhos também é uma decisão muito séria. Só tenha filhos quem realmente tiver aptidão para isso. Filhos são caros, problemáticos e se tornam uma obrigação para toda a vida. O mundo já está cheio, não temos problema de população! Não ter filhos é um favor para a sociedade nos dias de hoje! Pessoas que não possuem e nem querem esse tipo de obrigação fariam um bem para a sociedade simplesmente não tendo filhos. Os casos de casais que se enchem de filhos e depois os jogam para a sociedade é uma triste realidade do nosso mundo.
Dessa maneira o desabafo da Jennifer Aniston foi muito pertinente e relevante. Cada um é feliz ao seu próprio modo. Para alguns o casamento seria a felicidade, para outros não. Casais podem viver felizes por longos anos sem nunca terem se casado. São namorados eternos e são mais felizes do que muitos casais com papel passado. Não há nada de errado sobre isso. A visão preconceituosa de que as pessoas solteiras são infelizes, possuem algum tipo de problema e nunca se realizaram na vida é de um primitivismo burro absurdo. Como a Aniston deixou claro em seu texto a definição de "Felizes para sempre" cabe a cada um de nós, sem amarras ou preconceitos.
Pablo Aluísio.
Em certo trecho ela escreveu: "A forma como sou retratada pela mídia é simplesmente um reflexo de como nós vemos e retratamos as mulheres em geral, todas medidas por um padrão de beleza torto. O mês passado em particular me trouxe luz sobre o quanto a gente define uma mulher com base em seu status matrimonial ou maternal. Somos completas com ou sem um companheiro, com ou sem filhos. Somos nós quem temos que decidir, por nós mesmas, o que é bonito quando o assunto é nosso corpo. A decisão é nossa, e só nossa. Vamos tomar essa decisão por nós mesmas e pela jovens mulheres neste mundo que nós veem como exemplo. Não precisamos ser casadas ou mães para ser completas. Nós que determinamos nosso próprio 'felizes para sempre".
A sociedade em que vivemos ainda é muito atrasada, sob qualquer ponto de vista. As mulheres solteiras sofrem enorme estigma social apenas pelo fato de terem optado por uma vida sem filhos e sem companheiros. Aquelas frases do tipo "Ficou para titia" são extremamente cruéis e imbecis se formos pensar bem. Cada um é dono de si e do seu futuro. Ninguém precisa se acomodar em padrões pré-estabelecidos. Além disso é inegável o fato de que uma mulher ser casada e ter filhos não significa necessariamente que ela seja feliz e realizada. Muitas vezes é justamente o contrário disso.
Como advogado já presenciei divórcios de casamentos simplesmente desastrosos. Casais que na verdade se odiavam e só levaram um casamento em ruínas em frente por causa de dinheiro ou dos filhos. Muitos desses casamentos só se fundaram em interesses econômicos. São uniões matrimoniais que nasceram pelos motivos errados. Quando se vê esses casamentos de perto se encontra de tudo, menos amor verdadeiro ou felicidade. Ter filhos também é uma decisão muito séria. Só tenha filhos quem realmente tiver aptidão para isso. Filhos são caros, problemáticos e se tornam uma obrigação para toda a vida. O mundo já está cheio, não temos problema de população! Não ter filhos é um favor para a sociedade nos dias de hoje! Pessoas que não possuem e nem querem esse tipo de obrigação fariam um bem para a sociedade simplesmente não tendo filhos. Os casos de casais que se enchem de filhos e depois os jogam para a sociedade é uma triste realidade do nosso mundo.
Dessa maneira o desabafo da Jennifer Aniston foi muito pertinente e relevante. Cada um é feliz ao seu próprio modo. Para alguns o casamento seria a felicidade, para outros não. Casais podem viver felizes por longos anos sem nunca terem se casado. São namorados eternos e são mais felizes do que muitos casais com papel passado. Não há nada de errado sobre isso. A visão preconceituosa de que as pessoas solteiras são infelizes, possuem algum tipo de problema e nunca se realizaram na vida é de um primitivismo burro absurdo. Como a Aniston deixou claro em seu texto a definição de "Felizes para sempre" cabe a cada um de nós, sem amarras ou preconceitos.
Pablo Aluísio.
sábado, 14 de abril de 2018
Jason Statham - Chaos
O filme se chama "Chaos" (no Brasil "Caos"). Foi produzido em 2005, mas eu nunca havia assistido. Como achei o elenco interessante e como se trata de uma produção britânica resolvi conferir. Aliás aqui vai uma dica que é (quase) certeira: qualquer filme policial inglês com Jason Statham é no mínimo bom. Todos sabem que Jason é bem irregular na carreira, alternando bons filmes com porcarias, porém quando ele acerta a coisa toda funciona muito bem. E sabe-se lá o porquê o fato é que sempre quando trabalha no cinema inglês a coisa dá certo.
Veja o caso desse filme policial. É fato que qualquer filme sobre roubo de bancos agrada. É muito difícil errar a mão nesse tipo de roteiro. Agora imagine colocar como vilão do enredo o ator Wesley Snipes. Ele passou um tempo na prisão por sonegação de impostos, mas conseguiu dar a volta por cima. Não cometeria o absurdo de dizer que Snipes é um grande ator, porém dentro do tipo de filme que ele se propôs a estrelar se sai muito bem. Pois bem, aqui está Snipes no comando de um grande roubo a banco. Sua quadrilha tem entre 10 a 12 homens. Todos fortemente armados. Como era hora de pico, de movimento, o banco estava lotado quando a quadrilha chega. Assim rapidamente são feitos de reféns mais de 40 pessoas. E agora como negociar com uma situação de tensão como essa?
Para surpresa da polícia o personagem de Snipes, que usa o codinome de Lorenz (o nome do criador da chamada teoria do caos, cujo roteiro irá explicar lá pelo final), só pede uma exigência: Que seja trazido para as negociações o detetive Quentin Conners (Jason Statham), O veterano policial vive seu inferno astral. Ele participou de uma outra ação com refém onde deu tudo errado. A vítima indefesa foi atingida em cheio pela própria polícia. Julgado, conseguiu escapar de ser expulso da corporação, mas acabou pegando uma suspensão pesada. Agora, no ostracismo, ele precisa voltar para negociar com Lorenz e sua quadrilha. Uma situação ruim que pode terminar muito mal (novamente).
Esse filme me agradou por vários aspectos. Não foi pela presença de Ryan Phillippe, que sempre considerei fraco e nem tampouco por causa de Snipes. Em minha forma de ver o que melhor funciona em "Chaos" é o seu roteiro. A trama dá uma guinada e tanto e de repente somos surpreendidos por algo que era realmente inesperado. Eu sou até muito bom em desvendar "pegadinhas cinematográficas", mas aqui confesso que não matei a charada. Sem querer estragar a diversão de ninguém o fato é que o espectador deve ficar de olho aberto em relação aos personagens de Snipes e Statham. Eles definitivamente não são o que aparentam ser... Mas enfim, vou ficando por aqui. Deixo assim a dica desse "Chaos". Filmes policiais andam tão banalizados, mas esse aqui certamente vale a pena (e a diversão).
Caos (Chaos, Inglaterra, 2005) Direção: Tony Giglio / Roteiro: Tony Giglio / Elenco: Jason Statham, Ryan Phillippe, Wesley Snipes / Sinopse: O veterano policial Quentin Conners (Jason Statham) é suspenso da corporação após a morte de uma refém durante uma situação de sequestro. Agora ele terá que voltar rapidamente à ativa pois o líder de uma quadrilha de assaltantes de bancos, conhecido como Lorenz (Snipes) exige sua presença numa cena de crime onde mais de 40 pessoas inocentes também estão feitas de reféns.
Pablo Aluísio.
Veja o caso desse filme policial. É fato que qualquer filme sobre roubo de bancos agrada. É muito difícil errar a mão nesse tipo de roteiro. Agora imagine colocar como vilão do enredo o ator Wesley Snipes. Ele passou um tempo na prisão por sonegação de impostos, mas conseguiu dar a volta por cima. Não cometeria o absurdo de dizer que Snipes é um grande ator, porém dentro do tipo de filme que ele se propôs a estrelar se sai muito bem. Pois bem, aqui está Snipes no comando de um grande roubo a banco. Sua quadrilha tem entre 10 a 12 homens. Todos fortemente armados. Como era hora de pico, de movimento, o banco estava lotado quando a quadrilha chega. Assim rapidamente são feitos de reféns mais de 40 pessoas. E agora como negociar com uma situação de tensão como essa?
Para surpresa da polícia o personagem de Snipes, que usa o codinome de Lorenz (o nome do criador da chamada teoria do caos, cujo roteiro irá explicar lá pelo final), só pede uma exigência: Que seja trazido para as negociações o detetive Quentin Conners (Jason Statham), O veterano policial vive seu inferno astral. Ele participou de uma outra ação com refém onde deu tudo errado. A vítima indefesa foi atingida em cheio pela própria polícia. Julgado, conseguiu escapar de ser expulso da corporação, mas acabou pegando uma suspensão pesada. Agora, no ostracismo, ele precisa voltar para negociar com Lorenz e sua quadrilha. Uma situação ruim que pode terminar muito mal (novamente).
Esse filme me agradou por vários aspectos. Não foi pela presença de Ryan Phillippe, que sempre considerei fraco e nem tampouco por causa de Snipes. Em minha forma de ver o que melhor funciona em "Chaos" é o seu roteiro. A trama dá uma guinada e tanto e de repente somos surpreendidos por algo que era realmente inesperado. Eu sou até muito bom em desvendar "pegadinhas cinematográficas", mas aqui confesso que não matei a charada. Sem querer estragar a diversão de ninguém o fato é que o espectador deve ficar de olho aberto em relação aos personagens de Snipes e Statham. Eles definitivamente não são o que aparentam ser... Mas enfim, vou ficando por aqui. Deixo assim a dica desse "Chaos". Filmes policiais andam tão banalizados, mas esse aqui certamente vale a pena (e a diversão).
Caos (Chaos, Inglaterra, 2005) Direção: Tony Giglio / Roteiro: Tony Giglio / Elenco: Jason Statham, Ryan Phillippe, Wesley Snipes / Sinopse: O veterano policial Quentin Conners (Jason Statham) é suspenso da corporação após a morte de uma refém durante uma situação de sequestro. Agora ele terá que voltar rapidamente à ativa pois o líder de uma quadrilha de assaltantes de bancos, conhecido como Lorenz (Snipes) exige sua presença numa cena de crime onde mais de 40 pessoas inocentes também estão feitas de reféns.
Pablo Aluísio.
Jack Nicholson - A Few Good Men
Quando o diretor Rob Reiner entrou em contato com Jack levou um susto pelo cachê que ele esperava receber. Nicholson pediu meio milhão de dólares por dia trabalhado. Ele tinha apenas quatro cenas no filme, mas isso significaria um risco para o estúdio já que Jack poderia levar muitos dias para terminar sua parte. Mesmo com relutância os produtores aceitaram o valor. Esperava-se que Jack terminasse sua parte em 10 dias, o que significaria 5 milhões de dólares para ter a honra de estampar seu nome no cartaz do filme. Com tudo certo, Jack começou seu trabalho, indo ao figurino, debatendo partes do roteiro com o diretor, etc.
A produção também contava com o astro Tom Cruise. Logo no começo dos trabalhos Jack criou uma antipatia natural com Tom. Eles vinham de escolas diferentes de atuação. Jack era um veterano, havia estrelado excelentes filmes, clássicos, enquanto Cruise era o típico astro de Hollywood. Além disso ele seguia uma religião estranha, a Cientologia, que Jack dizia publicamente ser um "monte de besteiras". O clima entre eles nunca foi bom. Para o diretor Rob Reiner isso não era necessariamente um problema, já que os personagens deles se antagonizavam no filme. Assim era até bom que eles não se gostassem também fora das telas.
Enquanto as filmagens avançavam Jack amargou um fracasso comercial. O filme "O Cão de Guarda" estreou nas telas de cinema e conseguiu faturar apenas 4 milhões de dólares. Um desastre. Jack chegou a comentar com amigos: "Esse filme não é bom, o roteiro é fraco. Fiz pela minha amizade a Bob Rafelson. Eu devo favores a ele." Jack sabia que Rafelson já havia fracassado antes e por isso decidiu que queria dar uma força ao amigo fazendo esse filme, mas sabia também que muito provavelmente as coisas não iriam sair bem. Jack não se abalou. Ele sabia que "Questão de Honra" tinha potencial, que havia chances até mesmo dele concorrer a um Oscar. Tudo era possível.
Jack acabou acertando. Assim que o filme chegou nos cinemas a recepção da crítica americana foi a melhor possível. O ator recebeu muitos elogios pelo seu trabalho e o filme recebeu quatro indicações ao Oscar, inclusive uma de melhor ator coadjuvante para o próprio Jack. Na vida pessoal as coisas também iam muito bem. Ele havia se tornado pai de novo e apesar da felicidade da paternidade decidiu que iria continuar a morar sozinho. Perguntado sobre isso, o ator respondeu com sinceridade: "Ao longo da minha vida morei com muitas mulheres. Já fiz minha parte. Depois de tantas experiências descobri que prefiro morar sozinho. Ela fica na sua casa e eu na minha. Ninguém enche o saco de ninguém e todos são felizes".
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 13 de abril de 2018
O Exorcista - Segunda Temporada
Ontem terminei de assistir a segunda temporada da série "O Exorcista". Como já escrevi antes essa temporada foi bem melhor do que a primeira, até porque os primeiros episódios da série nunca conseguiram acertar direito. Na segunda temporada vários personagens foram cortados, ficando basicamente apenas os padres Tomas e Marcus. Esse foi um acerto grande dos roteiristas. Tiraram aquele núcleo familiar insuportável de Geena Davis e focaram apenas nos dois padres exorcistas, agora andarilhos, viajando pelo interior dos Estados Unidos. Numa dessas jornadas eles encontram um orfanato, ou melhor dizendo, uma família que acolhe órfãos.
No lugar já havia acontecido uma chacina ao estilo Amityville, assim era de se supor que alguma manifestação demoníaca estivesse agindo naqueles bosques. E realmente era verdade. O roteiro dos primeiros episódios da segunda temporada são muito bons, tanto que consigo até mesmo dizer que é melhor ignorar a primeira temporada e partir logo para essa. Aos poucos a qualidade vai decaindo um pouco, mas nada muito grave. Por isso de maneira em geral acabei gostando dessa segunda season. No episódio final chega-se até a pensar que o padre Marcus vai embora, abandonado a série (o que seria um erro absurdo), mas a última cena deixa tudo em aberto. Gostei também da ideia de colocar o padre Tomas dentro da mente dos possuídos, enfrentando o diabo praticamente face a face. Com efeitos especiais muito bons - para uma série de TV - o desfecho me deixou satisfeito. Assim vou continuar assistindo, caso haja uma terceira temporada e olha que quase larguei tudo no episódio piloto.
O Exorcista - Segunda Temporada (The Exorcist, Estados Unidos, 2018) Direção: Jeremy Slater, entre outros / Roteiro: Jeremy Slater, entre outros / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Kurt Egyiawan / Sinopse: Nessa segunda temporada dois padres exorcistas chegam numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos, numa região onde aconteceu um crime terrível no passado. Pelas circunstâncias tudo leva a crer que o demônio ainda age no lugar, colocando em risco a vida de um grupo de adolescentes que vive em uma casa orfanato.
Episódios Comentados:
O Exorcista - 2.03 - Unclean
Nesse episódio o Padre Tomas Ortega (Alfonso Herrera) e seu fiel parceiro de exorcismos o ex-Padre Marcus Keane (Ben Daniels) chegam em Seattle para atender um pedido de socorro de uma mãe que diz que sua filha está possuída. Assim que entram na casa Marcus desconfia do que está realmente acontecendo. A garota não demonstra os sinais claros de possessão. Pelo contrário, ela parece ter sido induzida naquele estado por sua mãe, que leu vários livros sobre exorcismos e ficou obcecada com o assunto. Marcus assim nega que seja realizado o ritual, mas Tomas pensa diferente, que a garota precisa sim de um exorcismo, criando um clima bem ruim entre os dois. Enquanto eles não chegam em um acordo uma revoada de corvos se dirige para uma casa que serve como orfanato para crianças e adolescentes abandonados. Os pássaros acabam atingindo a casa com violência, demonstrando que algo sobrenatural está prestes a acontecer. Bom episódio de uma série que em minha opinião ainda não se encontrou completamente./ O Exorcista - 2.03 - Unclean (EUA, 2016) Direção: Ti West / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Zuleikha Robinson, Kurt Egyiawan, Li Jun Li, Brianna Hildebrand.
O Exorcista 2.04 - One For Sorrow
A primeira temporada de "O Exorcista" não foi grande coisa. Presos em certos personagens, tirados do filme clássico, a coisa não fluiu muito bem. Percebi porém que essa era aquele tipo de série que deveria se persistir assistindo, mesmo com os episódios fracos iniciais. Nessa segunda temporada já temos outro plot, que está muito interessante mesmo. Desde os primeiros episódios, ainda lá na primeira temporada, eu percebi que a melhor coisa dessa série era a dupla formada pelo padre Tomas Ortega e o ex-sacerdote (agora excomungado) Marcus Keane! E minhas impressões iniciais só se confirmaram com o tempo. Os roteiristas tiveram a ótima ideia de tirar eles da cidade grande, os fazendo andar por pequenas cidadezinhas do interior, onde acabam encontrando novos casos para exorcizar. Os três primeiros episódios dessa segunda temporada já foram muito bons, que agora ficam melhores com a chegada dos dois padres em um orfanato que está sendo acuado por diversas manifestações sobrenaturais. Aviso de spoler! A cena final desse episódio quando se descobre que a garotinha Grace já não mais pertence a esse mundo é de arrepiar! Simplesmente imperdível!/ O Exorcista 2.04 - One For Sorrow (EUA, 2016) Direção: So Yong Kim / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Zuleikha Robinson, Kurt Egyiawan, Li Jun Li, Brianna Hildebrand
Pablo Aluísio.
No lugar já havia acontecido uma chacina ao estilo Amityville, assim era de se supor que alguma manifestação demoníaca estivesse agindo naqueles bosques. E realmente era verdade. O roteiro dos primeiros episódios da segunda temporada são muito bons, tanto que consigo até mesmo dizer que é melhor ignorar a primeira temporada e partir logo para essa. Aos poucos a qualidade vai decaindo um pouco, mas nada muito grave. Por isso de maneira em geral acabei gostando dessa segunda season. No episódio final chega-se até a pensar que o padre Marcus vai embora, abandonado a série (o que seria um erro absurdo), mas a última cena deixa tudo em aberto. Gostei também da ideia de colocar o padre Tomas dentro da mente dos possuídos, enfrentando o diabo praticamente face a face. Com efeitos especiais muito bons - para uma série de TV - o desfecho me deixou satisfeito. Assim vou continuar assistindo, caso haja uma terceira temporada e olha que quase larguei tudo no episódio piloto.
O Exorcista - Segunda Temporada (The Exorcist, Estados Unidos, 2018) Direção: Jeremy Slater, entre outros / Roteiro: Jeremy Slater, entre outros / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Kurt Egyiawan / Sinopse: Nessa segunda temporada dois padres exorcistas chegam numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos, numa região onde aconteceu um crime terrível no passado. Pelas circunstâncias tudo leva a crer que o demônio ainda age no lugar, colocando em risco a vida de um grupo de adolescentes que vive em uma casa orfanato.
Episódios Comentados:
O Exorcista - 2.03 - Unclean
Nesse episódio o Padre Tomas Ortega (Alfonso Herrera) e seu fiel parceiro de exorcismos o ex-Padre Marcus Keane (Ben Daniels) chegam em Seattle para atender um pedido de socorro de uma mãe que diz que sua filha está possuída. Assim que entram na casa Marcus desconfia do que está realmente acontecendo. A garota não demonstra os sinais claros de possessão. Pelo contrário, ela parece ter sido induzida naquele estado por sua mãe, que leu vários livros sobre exorcismos e ficou obcecada com o assunto. Marcus assim nega que seja realizado o ritual, mas Tomas pensa diferente, que a garota precisa sim de um exorcismo, criando um clima bem ruim entre os dois. Enquanto eles não chegam em um acordo uma revoada de corvos se dirige para uma casa que serve como orfanato para crianças e adolescentes abandonados. Os pássaros acabam atingindo a casa com violência, demonstrando que algo sobrenatural está prestes a acontecer. Bom episódio de uma série que em minha opinião ainda não se encontrou completamente./ O Exorcista - 2.03 - Unclean (EUA, 2016) Direção: Ti West / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Zuleikha Robinson, Kurt Egyiawan, Li Jun Li, Brianna Hildebrand.
O Exorcista 2.04 - One For Sorrow
A primeira temporada de "O Exorcista" não foi grande coisa. Presos em certos personagens, tirados do filme clássico, a coisa não fluiu muito bem. Percebi porém que essa era aquele tipo de série que deveria se persistir assistindo, mesmo com os episódios fracos iniciais. Nessa segunda temporada já temos outro plot, que está muito interessante mesmo. Desde os primeiros episódios, ainda lá na primeira temporada, eu percebi que a melhor coisa dessa série era a dupla formada pelo padre Tomas Ortega e o ex-sacerdote (agora excomungado) Marcus Keane! E minhas impressões iniciais só se confirmaram com o tempo. Os roteiristas tiveram a ótima ideia de tirar eles da cidade grande, os fazendo andar por pequenas cidadezinhas do interior, onde acabam encontrando novos casos para exorcizar. Os três primeiros episódios dessa segunda temporada já foram muito bons, que agora ficam melhores com a chegada dos dois padres em um orfanato que está sendo acuado por diversas manifestações sobrenaturais. Aviso de spoler! A cena final desse episódio quando se descobre que a garotinha Grace já não mais pertence a esse mundo é de arrepiar! Simplesmente imperdível!/ O Exorcista 2.04 - One For Sorrow (EUA, 2016) Direção: So Yong Kim / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Zuleikha Robinson, Kurt Egyiawan, Li Jun Li, Brianna Hildebrand
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 12 de abril de 2018
Perdidos no Espaço
Finalmente depois de um tempo assisti a essa nova versão de "Perdidos no Espaço". Não, não é um filme novo, mas sim uma série da Netflix. Confesso que minhas expectativas não estavam muito altas, principalmente depois de ver cenas avulsas do episódio piloto. Havia modificações ali que me deixaram um pouco de sobreaviso. Só que após conferir o primeiro episódio pude constatar que a série - pelo menos tirando em média nesse primeiro programa - está realmente boa, diria até acima do que eu esperava. A trama segue basicamente sendo a mesma: uma família de astronautas perde o rumo após sua nave, a Jupiter 2, sofrer um acidente. Eles vão parar em um planeta desconhecido, fora do nosso sistema solar. Após se recuperarem do pouso forçado começam os problemas. A nave afunda numa fenda de gelo. As temperaturas são congelantes e eles precisam achar um jeito de ir embora dali.
A Judy também fica presa no gelo congelado ao mergulhar na fenda onde está a Jupiter 2. Antes dela conseguir sair da água essa congela completamente. Bom, se você alguma vez assistiu na vida ao seriado clássico vai saber que três personagens sempre dominaram todas as atenções: o garoto Will Robinson (aqui menos cerebral e gênio do que o primeiro), o Robô (que estava sempre soltando a expressão "Perigo! Perigo!) e é claro o Dr. Smith, alívio cômico e grande vilão (embora querido) da série original. Os três estão de volta. O Robô agora não é a velha "lata de sardinhas" dos tempos passados, mas sim uma criatura high-tech que inclusive consegue mudar o formato de seu corpo, se tornando ora mais aracnídeo, ora humanoide! Em relação ao Dr. Smith temos uma surpresa e tanto. Não é mais um senhor já idoso, mas sim uma mulher. Bom, em termos. Na verdade a personagem que vai ser a nova Dra. Smith é apenas uma fugitiva que rouba um casaco de um engenheiro chamado... Dr. Smith! Estou realmente curioso para ver como isso vai se desenvolver. Então é isso. Ainda só vi até o momento o primeiro episódio, mas posso antecipar que gostei do que assisti. Espero que mantenha o bom nível nos próximos episódios.
Perdidos no Espaço (Lost in Space, Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam, Neil Marshall, Stephen Surjik, Deborah Chow / Roteiro: Vivian Lee, Kari Drake, Katherine Collins, baseados na série original criada por Irwin Allen, Matt Sazama e Burk Sharpless / Elenco: Maxwell Jenkins (Will Robinson), Parker Posey (Dra. Smith), Brian Steele (O Robô), Toby Stephens (John Robinson), Molly Parker (Maureen Robinson), Taylor Russell (Judy Robinson), Mina Sundwall (Penny Robinson), Ignacio Serricchio (Don West) / Sinopse: A nave Jupiter 2 sofre um acidente e vai parar em um planeta desconhecido, onde a tripulação, formada pela família Robinson, terá que sobreviver a todos os perigos desse novo universo.
Pablo Aluísio.
A Judy também fica presa no gelo congelado ao mergulhar na fenda onde está a Jupiter 2. Antes dela conseguir sair da água essa congela completamente. Bom, se você alguma vez assistiu na vida ao seriado clássico vai saber que três personagens sempre dominaram todas as atenções: o garoto Will Robinson (aqui menos cerebral e gênio do que o primeiro), o Robô (que estava sempre soltando a expressão "Perigo! Perigo!) e é claro o Dr. Smith, alívio cômico e grande vilão (embora querido) da série original. Os três estão de volta. O Robô agora não é a velha "lata de sardinhas" dos tempos passados, mas sim uma criatura high-tech que inclusive consegue mudar o formato de seu corpo, se tornando ora mais aracnídeo, ora humanoide! Em relação ao Dr. Smith temos uma surpresa e tanto. Não é mais um senhor já idoso, mas sim uma mulher. Bom, em termos. Na verdade a personagem que vai ser a nova Dra. Smith é apenas uma fugitiva que rouba um casaco de um engenheiro chamado... Dr. Smith! Estou realmente curioso para ver como isso vai se desenvolver. Então é isso. Ainda só vi até o momento o primeiro episódio, mas posso antecipar que gostei do que assisti. Espero que mantenha o bom nível nos próximos episódios.
Perdidos no Espaço (Lost in Space, Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam, Neil Marshall, Stephen Surjik, Deborah Chow / Roteiro: Vivian Lee, Kari Drake, Katherine Collins, baseados na série original criada por Irwin Allen, Matt Sazama e Burk Sharpless / Elenco: Maxwell Jenkins (Will Robinson), Parker Posey (Dra. Smith), Brian Steele (O Robô), Toby Stephens (John Robinson), Molly Parker (Maureen Robinson), Taylor Russell (Judy Robinson), Mina Sundwall (Penny Robinson), Ignacio Serricchio (Don West) / Sinopse: A nave Jupiter 2 sofre um acidente e vai parar em um planeta desconhecido, onde a tripulação, formada pela família Robinson, terá que sobreviver a todos os perigos desse novo universo.
Pablo Aluísio.
The Terror
Nova série da produtora AMC (uma das minhas preferidas nesse ramo). Aqui voltamos ao passado. O ano é 1847. A Marinha Real Inglesa envia dois navios para explorar o Círculo Polar Ártico. Não é uma viagem comum ou simples de realizar. A região é extremamente perigosa, não apenas pelos mares congelados, mas também pelo clima extremo a que são submetidos todos os homens da tripulação. Ambas as embarcações estão sob o comando de um capitão que almeja mais a glória da conquista e da aventura, do que propriamente em navegar com segurança. Assim ele resolve ignorar os conselhos de seu imediato, avançando rumo ao norte mesmo com a aproximação de um inverno absurdamente rigoroso.
A produção é ótima. Logo nas primeiras cenas do episódio piloto já percebemos que vem coisa por aí. Aliás boas séries são assim, elas conquistam o espectador desde o primeiro episódio, caso contrário não valem mesmo a pena. Aqui temos um roteiro inteligente, seguindo as linhas históricas com precisão. O Ártico, uma imensa massa de oceanos congelados, não forma um continente como a Antártida. Isso porém era desconhecido por esse pioneiros que acabaram se dando mal por causa das condições climáticas da região. Nem as bússolas conseguiam parar no lugar por causa do eixo magnético da Terra. Então é isso. Por enquanto só vi o primeiro episódio chamado "Go For Broke", mas já posso adiantar que a série é coisa fina. Em tempo: nessa primeira temporada são previstos dez episódios. Espero acompanhar todos eles.
The Terror (Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Mielants, Edward Berger. Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: David Kajganich, Andres Fischer-Centeno / Elenco: Jared Harris, Ciarán Hinds, Tobias Menzies, Ian Hart / Sinopse: Dois navios da Marinha Real Britânica partem rumo ao Círculo Polar Ártico para explorar a região, sem saber das imensas dificuldades que encontrarão pela frente.
Pablo Aluísio.
A produção é ótima. Logo nas primeiras cenas do episódio piloto já percebemos que vem coisa por aí. Aliás boas séries são assim, elas conquistam o espectador desde o primeiro episódio, caso contrário não valem mesmo a pena. Aqui temos um roteiro inteligente, seguindo as linhas históricas com precisão. O Ártico, uma imensa massa de oceanos congelados, não forma um continente como a Antártida. Isso porém era desconhecido por esse pioneiros que acabaram se dando mal por causa das condições climáticas da região. Nem as bússolas conseguiam parar no lugar por causa do eixo magnético da Terra. Então é isso. Por enquanto só vi o primeiro episódio chamado "Go For Broke", mas já posso adiantar que a série é coisa fina. Em tempo: nessa primeira temporada são previstos dez episódios. Espero acompanhar todos eles.
The Terror (Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Mielants, Edward Berger. Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: David Kajganich, Andres Fischer-Centeno / Elenco: Jared Harris, Ciarán Hinds, Tobias Menzies, Ian Hart / Sinopse: Dois navios da Marinha Real Britânica partem rumo ao Círculo Polar Ártico para explorar a região, sem saber das imensas dificuldades que encontrarão pela frente.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 11 de abril de 2018
Hostis
Um faroeste estrelado pelo ator Christian Bale? Taí algo que chama a atenção desde a primeira vez que você ouve falar desse filme! É uma combinação que me fez assistir a esse western assim que tive oportunidade. E logo no começo percebemos que vem coisa boa. A primeira cena é brutal. Temos um rancho onde vive um casal e suas duas pequenas filhas. O homem está cortando madeira quando percebe um grupo de índios Cheyenne se aproximando. O massacre se torna inevitável. Naqueles tempos pioneiros a lei que prevalecia no velho oeste era a do mais forte. É triste ver crianças sendo mortas, mas é através dessa primeira cena que as coisas começam a tomar rumo no roteiro.
Em um forte próximo o Capitão da cavalaria Joseph J. Blocker (Christian Bale) é designado para uma nova missão. E isso envolve a escolta de um antigo chefe tribal. Ele odeia índios. Passou a vida inteira matando nativos em guerras sangrentas, de pura barbárie na fronteira. Por isso fica indignado quando é designado para levar o velho indígena para o território mais ao norte, onde ele poderá reencontrar seu antigo lar. O antigo chefe tribal é conhecido do capitão. No passado eles estiveram em linhas diferentes no campo de batalha. O militar da cavalaria o considera apenas um assassino cruel. Seguindo ordens - com ameaças de ir para a corte marcial - ele finalmente obedece às ordens. Forma uma pequena tropa e começa a seguir viagem pelo oeste. O caminho está cheio de guerreiros ávidos em derramar sangue dos "jaquetas azuis", os soldados da cavalaria. O pior é que ele terá que manter a vida do chefe a salvo, custe o que custar. Claro que no meio da jornada o destino do capitão se cruza com a da mulher do rancheiro assassinado na primeira cena do filme, a única sobrevivente do massacre envolvendo toda a sua família. Esse encontro será a espinha dorsal de toda a história do filme.
De maneira em geral gostei bastante desse novo western. Ele tem o que poderíamos chamar de velho charme dos faroestes do passado. Claro que há também um desenvolvimento maior da parte psicológica de todos os personagens, em especial do capitão de Bale. É um homem forjado pela guerra e pela violência que não consegue viver de outra forma. O filme é um pouco mais longo do que o habitual, com mais de duas horas de duração, mas não senti o tempo passar. Roteiro, reconstituição de época, figurinos, tudo muito bem realizado. A produção é ótima, com belas paisagens do velho oeste. Por fim uma pequena ressalva. O ator Ben Foster interpreta um militar que está sendo enviado para a forca após cometer crimes de guerra. Ele obviamente tem uma personalidade psicopata o que cria uma certa afinidade com o capitão interpretado por Bale. Afinal ambos fizeram parte de grandes carnificinas no passado. Esse personagem poderia render muito mais, até porque Foster é um dos melhores atores de sua geração. Porém infelizmente ele não tem o potencial aproveitado. Um pequeno deslize de um filme realmente muito bom que vai agradar aos fãs do bom e velho western americano.
Hostis (Hostiles, Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Scott Cooper, Donald E. Stewart / Elenco: Christian Bale, Rosamund Pike, Ben Foster, Scott Shepherd, Jonathan Majors / Sinopse: Capitão da cavalaria é designado para levar um velho e doente chefe indígena e sua família para uma reserva no Colorado. Ele odeia isso, simplesmente por odiar nativos em geral. Para ele servir de escolta para o inimigo seria o maior dos absurdos, Porém, ordens são ordens, e ele parte em sua jornada rumo ao destino final. No caminho acaba encontrando guerreiros cheyennes, fazendeiros armados e clima hostil.
Pablo Aluísio.
Em um forte próximo o Capitão da cavalaria Joseph J. Blocker (Christian Bale) é designado para uma nova missão. E isso envolve a escolta de um antigo chefe tribal. Ele odeia índios. Passou a vida inteira matando nativos em guerras sangrentas, de pura barbárie na fronteira. Por isso fica indignado quando é designado para levar o velho indígena para o território mais ao norte, onde ele poderá reencontrar seu antigo lar. O antigo chefe tribal é conhecido do capitão. No passado eles estiveram em linhas diferentes no campo de batalha. O militar da cavalaria o considera apenas um assassino cruel. Seguindo ordens - com ameaças de ir para a corte marcial - ele finalmente obedece às ordens. Forma uma pequena tropa e começa a seguir viagem pelo oeste. O caminho está cheio de guerreiros ávidos em derramar sangue dos "jaquetas azuis", os soldados da cavalaria. O pior é que ele terá que manter a vida do chefe a salvo, custe o que custar. Claro que no meio da jornada o destino do capitão se cruza com a da mulher do rancheiro assassinado na primeira cena do filme, a única sobrevivente do massacre envolvendo toda a sua família. Esse encontro será a espinha dorsal de toda a história do filme.
De maneira em geral gostei bastante desse novo western. Ele tem o que poderíamos chamar de velho charme dos faroestes do passado. Claro que há também um desenvolvimento maior da parte psicológica de todos os personagens, em especial do capitão de Bale. É um homem forjado pela guerra e pela violência que não consegue viver de outra forma. O filme é um pouco mais longo do que o habitual, com mais de duas horas de duração, mas não senti o tempo passar. Roteiro, reconstituição de época, figurinos, tudo muito bem realizado. A produção é ótima, com belas paisagens do velho oeste. Por fim uma pequena ressalva. O ator Ben Foster interpreta um militar que está sendo enviado para a forca após cometer crimes de guerra. Ele obviamente tem uma personalidade psicopata o que cria uma certa afinidade com o capitão interpretado por Bale. Afinal ambos fizeram parte de grandes carnificinas no passado. Esse personagem poderia render muito mais, até porque Foster é um dos melhores atores de sua geração. Porém infelizmente ele não tem o potencial aproveitado. Um pequeno deslize de um filme realmente muito bom que vai agradar aos fãs do bom e velho western americano.
Hostis (Hostiles, Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Scott Cooper, Donald E. Stewart / Elenco: Christian Bale, Rosamund Pike, Ben Foster, Scott Shepherd, Jonathan Majors / Sinopse: Capitão da cavalaria é designado para levar um velho e doente chefe indígena e sua família para uma reserva no Colorado. Ele odeia isso, simplesmente por odiar nativos em geral. Para ele servir de escolta para o inimigo seria o maior dos absurdos, Porém, ordens são ordens, e ele parte em sua jornada rumo ao destino final. No caminho acaba encontrando guerreiros cheyennes, fazendeiros armados e clima hostil.
Pablo Aluísio.
Submersão
Wim Wenders é um diretor cultuado pelos cinéfilos. Alguns de seus filmes são considerados obras primas da sétima arte. Aqui porém ele decidiu trilhar caminhos mais convencionais. O roteiro divide a sua história em dois momentos bem definidos. No primeiro temos o encontro entre Danielle Flinders (Alicia Vikander) e James More (James McAvoy); Eles estão no mesmo hotel, curtindo férias. Depois de um breve encontro na praia, onde rápidas apresentações são feitas, começam a namorar. Ela é uma cientista, no momento fazendo um estudo sobre a vida em regiões escuras e desconhecidas dos oceanos. Ele se diz engenheiro especializado em recursos hídricos. Conforme o filme avança vamos descobrindo que ele está obviamente mentindo para ela.
No segundo momento, após eles se separarem com promessas de reencontro, o filme fica bem melhor. Danielle embarca em uma missão de estudo, fazendo parte da equipe de um submarino de submersão em grandes profundezas. Como se trata de um mergulho muito profundo nas fossas oceânicas muita coisa pode dar errada. Já James vai para a Somália, região situada no chamado chifre da África, em constante guerra civil. Novamente usando o disfarce de engenheiro de águas ele entra no país, mas é sequestrado no aeroporto da capital por terroristas. Afinal, há suspeitas que ele é um agente do serviço secreto britânico. Embora Wim Wenders tenha feito seu filme mais convencional, uma produção conjunta entre produtores alemães e franceses, seu estilo de cinema ainda pode ser percebido em diferentes momentos do filme, principalmente quando os protagonistas estão em algum tipo de crise existencial. No geral é uma produção que funciona melhor como tensão (com a descida ao fundo do oceano) e violência (com o sequestro dos terroristas) do que como filme romântico. Winders parece ter atirado para dois alvos, não acertando direito nenhum deles.
Submersão (Submergence, França, Alemanha, 2017) Direção: Wim Wenders / Roteiro: Erin Dignam, baseado no romance de J.M. Ledgard / Elenco: Alicia Vikander, James McAvoy, Alexander Siddig / Sinopse: O filme narra a história do romance entre Danielle (Alicia Vikander) e James (James McAvoy); que se conhecem em um hotel à beira-mar. Depois de um breve namoro eles precisam se separar, pois cada um tem seus compromissos profissionais. Ela vai para uma missão nas profundezas do oceano e ele parte para a Somália, um país em guerra civil, infestado por terroristas islâmicos. Filme indicado no San Sebastián International Film Festival na categoria de Melhor Filme europeu do ano.
Pablo Aluísio.
No segundo momento, após eles se separarem com promessas de reencontro, o filme fica bem melhor. Danielle embarca em uma missão de estudo, fazendo parte da equipe de um submarino de submersão em grandes profundezas. Como se trata de um mergulho muito profundo nas fossas oceânicas muita coisa pode dar errada. Já James vai para a Somália, região situada no chamado chifre da África, em constante guerra civil. Novamente usando o disfarce de engenheiro de águas ele entra no país, mas é sequestrado no aeroporto da capital por terroristas. Afinal, há suspeitas que ele é um agente do serviço secreto britânico. Embora Wim Wenders tenha feito seu filme mais convencional, uma produção conjunta entre produtores alemães e franceses, seu estilo de cinema ainda pode ser percebido em diferentes momentos do filme, principalmente quando os protagonistas estão em algum tipo de crise existencial. No geral é uma produção que funciona melhor como tensão (com a descida ao fundo do oceano) e violência (com o sequestro dos terroristas) do que como filme romântico. Winders parece ter atirado para dois alvos, não acertando direito nenhum deles.
Submersão (Submergence, França, Alemanha, 2017) Direção: Wim Wenders / Roteiro: Erin Dignam, baseado no romance de J.M. Ledgard / Elenco: Alicia Vikander, James McAvoy, Alexander Siddig / Sinopse: O filme narra a história do romance entre Danielle (Alicia Vikander) e James (James McAvoy); que se conhecem em um hotel à beira-mar. Depois de um breve namoro eles precisam se separar, pois cada um tem seus compromissos profissionais. Ela vai para uma missão nas profundezas do oceano e ele parte para a Somália, um país em guerra civil, infestado por terroristas islâmicos. Filme indicado no San Sebastián International Film Festival na categoria de Melhor Filme europeu do ano.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 10 de abril de 2018
Você Nunca Esteve Aqui
Não adianta esperar que o ator Joaquin Phoenix venha a interpretar uma pessoa normal. Isso está fora de seus planos há anos. Assim quando o vejo na lista de qualquer elenco já espero de antemão que venha personagens bizarros e estranhos pela frente. É justamente o que ocorre nesse seu novo filme. Phoenix interpreta um sujeito bem esquisito. Com barba messiânica, ao estilo profeta do velho testamento, ele mora com a mãe idosa em um pequeno apartamento. Vida dura. Aos poucos descobrimos que ele faz pequenos "serviços" para sobreviver. Entenda-se serviços sujos no submundo. Também fica claro desde o começo que ele tem muitos problemas psicológicos. Na verdade é um suicida em potencial. Seu novo serviço consiste em localizar uma garota menor de idade que está em um prostíbulo frequentado por pedófilos. Mais barra pesada impossível.
O sujeito não usa armas, para isso prefere martelos, daqueles de construção civil. Um único golpe na cabeça de seu opositor já resolve a questão. Claro que nas brigas ele também acaba se ferindo, mas isso não é problema. Ele consegue arrancar seus dentes quebrados com um alicate! Com a boca cheia de sangue dá um sorriso psicótico. Pois bem, o que parecia ser mais um servicinho sujo acaba trilhando outros caminhos. Figurões políticos pedófilos estão no meio de seu caminho e até mesmo os tiras parecem encobrir os crimes desses figurões. Perceba que a imagem de políticos em geral não é péssima apenas no Brasil, mas no mundo todo. Aqui eles são retratados como vermes imundos. O filme é pesado, sombrio e não abre margem para muitos clichês desse tipo de produção. Não é um filme de ação, está mais para drama existencial com cenas brutais. Se for o que estiver procurando é uma das melhores opções de Menu à disposição.
Você Nunca Esteve Aqui (You Were Never Really Here, Estados Unidos, 2017) Direção: Lynne Ramsay / Roteiro: Lynne Ramsay, baseado no romance escrito por Jonathan Ames / Elenco: Joaquin Phoenix, Judith Roberts, Ekaterina Samsonov / Sinopse: Veterano na guerra do Afeganistão, Joe (Phoenix) ganha a vida agora fazendo pequenos e grandes serviços sujos. Um sujeito brutal que usa martelos de construção civil para esmagar os crânios daqueles que ficam em seu caminho. Agora ele é contratado para localizar uma garota menor de idade que está semi escravizada em um prostíbulo para pedófilos. Entre os envolvidos estão figurões do mundo político, entre eles o próprio governador do estado. Filme premiado no Cannes Film Festival nas categorias de Melhor Ator (Phoenix) e Melhor Roteiro.
Pablo Aluísio.
O sujeito não usa armas, para isso prefere martelos, daqueles de construção civil. Um único golpe na cabeça de seu opositor já resolve a questão. Claro que nas brigas ele também acaba se ferindo, mas isso não é problema. Ele consegue arrancar seus dentes quebrados com um alicate! Com a boca cheia de sangue dá um sorriso psicótico. Pois bem, o que parecia ser mais um servicinho sujo acaba trilhando outros caminhos. Figurões políticos pedófilos estão no meio de seu caminho e até mesmo os tiras parecem encobrir os crimes desses figurões. Perceba que a imagem de políticos em geral não é péssima apenas no Brasil, mas no mundo todo. Aqui eles são retratados como vermes imundos. O filme é pesado, sombrio e não abre margem para muitos clichês desse tipo de produção. Não é um filme de ação, está mais para drama existencial com cenas brutais. Se for o que estiver procurando é uma das melhores opções de Menu à disposição.
Você Nunca Esteve Aqui (You Were Never Really Here, Estados Unidos, 2017) Direção: Lynne Ramsay / Roteiro: Lynne Ramsay, baseado no romance escrito por Jonathan Ames / Elenco: Joaquin Phoenix, Judith Roberts, Ekaterina Samsonov / Sinopse: Veterano na guerra do Afeganistão, Joe (Phoenix) ganha a vida agora fazendo pequenos e grandes serviços sujos. Um sujeito brutal que usa martelos de construção civil para esmagar os crânios daqueles que ficam em seu caminho. Agora ele é contratado para localizar uma garota menor de idade que está semi escravizada em um prostíbulo para pedófilos. Entre os envolvidos estão figurões do mundo político, entre eles o próprio governador do estado. Filme premiado no Cannes Film Festival nas categorias de Melhor Ator (Phoenix) e Melhor Roteiro.
Pablo Aluísio.
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