quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Fúria Cannabis

Título no Brasil: Fúria Cannabis
Título Original: The World Made Straight
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreambridge Films
Direção: David Burris
Roteiro: Shane Danielsen
Elenco: Noah Wyle, Jeremy Irvine, Minka Kelly, Adelaide Clemens, Haley Joel Osment, Marcus Hester
  
Sinopse:
Travis (Jeremy Irvine) é um jovem sulista desempregado que resolve roubar maconha nas terras pertencentes a um violento traficante de sua cidade. Ele corta um pequeno arbusto da erva e a leva para vender ao professor Leonard (Noah Wyle). Esse vive da venda de drogas desde que perdeu seu emprego na escola da região. Morando em um trailer, pobre e em dificuldades financeiras, ele procura um novo sentido para sua vida.

Comentários:
O título nacional pode enganar. "Fúria Cannabis" certamente dará a impressão que se trata de um filme com muita violência e ação, tudo se passando no meio da guerra contra as drogas. Não é bem isso. Na verdade o filme aposta mais no drama, mostrando duas pessoas comuns que acabam se envolvendo com o tráfico de maconha por não ter muitas opções. O sul dos Estados Unidos é a região mais atrasada daquela nação. As pequenas cidades não possuem economias robustas e nem parque industrial. Assim os mais jovens, geralmente sem emprego, procuram por algum tipo de trabalho ou renda no que encontram pela frente. O protagonista desse filme é um desses jovens. Trabalhando em um emprego sem futuro, em um mercadinho, ele acaba sendo demitido e fica no limbo. Para piorar não se dá bem com o pai, que é um daqueles caipiras mal encarados. Sem grana e sem perspectivas ele acaba encontrando apoio e amizade em um professor que vive em um trailer vendendo drogas para a matutada local. O sujeito é inteligente, mas foi alvo de um incidente infeliz em seu passado que enterrou sua carreira no mundo acadêmico. O ator Noah Wyle que interpreta esse personagem é uma das boas coisas do filme. Ele tem muito interesse por história e durante uma viagem ao interior acaba descobrindo que os parentes de seu pupilo Travis foram assassinados durante uma chacina ocorrida na Guerra Civil. Do elenco de apoio eu destaco a bela Minka Kelly e a aparição do antigo astro mirim Haley Joel Osment. Pois é, ele cresceu, não é mais uma criança e pouco lembra do garotinho que via almas penadas em "O Sexto Sentido". De forma em geral é um bom drama mostrando o lado mais pobre e sem perspectivas de uma América que parece ter perdido o brilho e o futuro.

Pablo Aluísio.

Morcegos

Título no Brasil: Morcegos
Título Original: Bats
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Destination Films
Direção: Louis Morneau
Roteiro: John Logan
Elenco: Lou Diamond Phillips, Dina Meyer, Bob Gunton, Carlos Jacott, Marcia Dangerfield, George Gerdes
  
Sinopse:
Cientista cria uma nova raça superior de morcegos, bem mais fortes, inteligentes e sanguinários. Após uma série de mortes inexplicáveis em uma pequena cidade do oeste, o xerife local, Emmett Kimsey (Lou Diamond Phillips), começa a investigar o que de fato estaria acontecendo. Ao lado de uma jovem bióloga, a Dra. Sheila Casper (Dina Meyer), ele descobre que o problema pode ser bem mais sério do que todos pensavam.

Comentários:

Que tal assistir a um filme com roteiro que lembra os filmes trash de antigamente, só que acompanhado de uma boa produção? Pois é basicamente essa a proposta desse filme. Bom, não é novidade para ninguém esse tipo de argumento colocando seres humanos versus a natureza. A novidade aqui é trazida por uma boa seleção de efeitos digitais de última geração que recriam as criaturas da noite, os morcegos, com grande realismo. Depois que a computação gráfica entrou de vez no cinema realmente não há mais qualquer limite para se recriar o que se deseja em cena. O elenco é liderado por Lou Diamond Phillips, ator especializado em interpretar personagens chicanos. Todos se lembram ainda de seu trabalho como o roqueiro Ritchie Valens no ótimo drama musical "La Bamba". Pois é, aqui ele dá uma de herói, sem convencer muito, temos que admitir. Mesmo assim, com algumas limitações, até que "Bats" não é ruim. Diverte e nos faz lembrar dos tempos em que o cinema não se levava muito à sério, criando ótimos filmes de monstros, fossem eles reais ou imaginários. Vale a pena conferir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Um Canto de Esperança

Título no Brasil: Um Canto de Esperança
Título Original: Paradise Road
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Village Roadshow Pictures
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: David Giles, Martin Meader
Elenco: Glenn Close, Frances McDormand, Pauline Collins, Cate Blanchett, Julianna Margulies, Pamela Rabe
  
Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Durante a II Guerra Mundial um grupo de mulheres americanas e europeias são aprisionadas por tropas japonesas na distante e isolada ilha de Sumatra. Para suportar a prisão - completamente injusta e sem razão de ser - elas usam a música para tornar seus dias menos miseráveis e torturantes. Filme premiado pela  Australian Cinematographers Society e Film Critics Circle of Australia Awards.

Comentários:
A II Guerra Mundial não foi apenas a guerra dos grandes acontecimentos, das grandes batalhas épicas. A guerra destruiu também a vida de milhões de pessoas comuns, que nada tinham a ver com o conflito armado. Um exemplo podemos conferir nesse filme onde várias mulheres são enviadas para uma prisão apenas por causa de suas nacionalidades. Os japoneses as aprisionam sem razão de ser, apenas por serem estrangeiras. As atrocidades japonesas durante a guerra impressionam, na China ocupada, por exemplo, as tropas japonesas promoviam estupros coletivos, massacres e chegavam ao requinte da crueldade de enterrar pessoas vivas, fora a tortura que era algo muito comum no cotidiano daqueles militares. Assim o roteiro dessa produção explora mais um crime de guerra dos japoneses, porém de uma forma mais sutil e com uma certa dose de diplomacia. Penso inclusive que o fato histórico real foi bem mais brutal do que vemos. De qualquer forma o ótimo elenco e a delicadeza de sua mensagem valem qualquer esforço. Um momento da II Guerra Mundial que segue esquecido, infelizmente.

Pablo Aluísio.

O Regresso

Título no Brasil: O Regresso
Título Original: The Revenant
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Regency Enterprises
Direção: Alejandro G. Iñárritu
Roteiro: Mark L. Smith, Alejandro G. Iñárritu
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter, Domhnall Gleeson, Forrest Goodluck, Paul Anderson
  
Sinopse:
O caçador de peles Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) vê seu grupo ser atacado por nativos selvagens em uma região remota do velho oeste. Eles quase não conseguem sair vivos da brutalidade dos indígenas. Precisando encontrar o caminho de volta para sua base ele acaba sendo atacado de forma violenta por um urso cinzento. Praticamente dado como morto, vira alvo do caçador John Fitzgerald (Tom Hardy) que quer deixá-lo para trás. O instinto de sobrevivência de Glass porém falará muito mais alto. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Leonardo DiCaprio), Melhor Fotografia (Emmanuel Lubezki) e Melhor Direção (Alejandro G. Iñárritu). Também vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator - Drama (Leonardo DiCaprio) e Melhor Direção - Drama (Alejandro G. Iñárritu).

Comentários:
"O Regresso" é um filme brutal. Não há outra definição. Também traz a interpretação mais visceral da carreira do ator Leonardo DiCaprio. Praticamente não há quase diálogos para declamar, mas apenas a fúria da luta entre o homem e a natureza. O realismo das cenas impactam desde o começo. É curioso como há um contraste muito presente entre a beleza do lugar onde a estória se passa e a brutalidade inerente da natureza humana entre brancos e nativos. O discurso politicamente correto também não resiste em nenhum momento. A velha ladainha do choque de civilizações não encontra eco nessa batalha pela sobrevivência. E por falar em sobreviver a qualquer custo a cena mais lembrada da produção (o ataque do urso selvagem contra Glass) resume muito bem a essência desse roteiro. Nesse mundo primitivo não há espaço para o Éden, mas apenas para a guerra em se manter vivo. "The Revenant" assim se revela uma obra prima. O cineasta mexicano Alejandro G. Iñárritu é certamente o diretor mais promissor de sua geração. Confesso que ele nunca havia me impressionado tanto como agora. Não há qualquer dúvida de que "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" é uma obra prima do cinema, porém com esse novo filme ele alcançou um novo pico em sua filmografia, algo que poucos esperavam. Certa vez o lendário xerife Wyatt Earp foi perguntado sobre o que achava dos filmes de western que estavam sendo lançados no cinema. Ele disse que o velho oeste americano era muito mais brutal do que aquilo que se via nas telas. Provavelmente se tivesse tido a oportunidade de assistir "O Regresso" o velho homem da lei teria se sentido muito mais familiarizado. O filme é isso, um retrato extremamente bem feito de um tempo onde apenas os mais fortes conseguiam sobreviver. É brutal, mas também é maravilhoso em todos os aspectos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O Exorcista - Primeira Temporada

Título no Brasil: O Exorcista
Título Original: The Exorcist
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox Television
Direção: Michael Nankin, Jason Ensler, Jennifer Phang
Roteiro: Jeremy Slater, Heather Bellson
Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Hannah Kasulka, Brianne Howey, Geena Davis, Alan Ruck
  
Sinopse:
Série baseada no famoso livro "O Exorcista" escrito por William Peter Blatty. No enredo um jovem padre chamado Tomas Ortega (Alfonso Herrera) acaba se deparando com uma possessão demoníaca envolvendo uma jovem de sua paróquia. Por não ser um exorcista de formação ele resolve procurar pela ajuda de um padre exorcista veterano, Marcus Keane (Ben Daniels), que acabou de chegar do México onde se envolveu em um exorcismo de um garoto que não terminou bem. História baseada em fatos reais.

Episódios Comentados:

The Exorcist 1.01 - Chapter One: And Let My Cry Come Unto Thee 
Primeiro episódio da série. Como se trata de um remake de um dos maiores clássicos do cinema, sempre se fica com receios de que tudo se torne bem decepcionante, afinal de contas remakes em geral costumam ser bem ruins. Felizmente não é o caso dessa nova série. Por esse primeiro episódio já podemos perceber que teremos um bom programa pela frente. No começo somos apresentados a esse jovem padre Tomas, ainda pouco experiente, tentando dar o melhor de si em sua paróquia. Ele se enrola um pouco no sermão dominical, procura pelas palavras certas e tenta manter a atenção de seu rebanho, corrigindo suas falhas. Além da falta de experiência outra coisa começa a perturbar sua vida. Ele tem visões estranhas, envolvendo um outro sacerdote, em pleno ritual de exorcismo. Com o tempo ele descobrirá que o padre de suas alucinações realmente existe e é um exorcista veterano chamado Marcus Keane. Ambos terão os destinos traçados por algo que acontece com uma jovem da paróquia. Filha de Angela Rance (Davis), a adolescente Casey (Hannah Kasulka) começa a apresentar um comportamento estranho, atingindo todos os membros de sua família. É interessante porque de início sua irmã Kat (Brianne Howey) aparenta ter problemas, porém quando o padre vai visitar a família logo descobre que Casey é realmente a jovem atingida pelas forças do mal. Esse primeiro episódio joga bastante com o suspense e a tensão. Nada é muito explicitamente explorado, a não ser no encontro do padre com Casey no sotão, onde tudo se torna bem claro. O uso excessivo de efeitos digitais pode vir a se tornar um problema nos episódios seguintes, mas pelo menos nesse primeiro aqui tudo soa bem interessante, nada exagerado, como tem que ser. O roteiro me pareceu bem acima da média, procurando seguir os passos do livro original. É uma série que realmente promete e que vale muito a pena acompanhar. Em breve publicaremos aqui nessa mesma postagem comentários sobre todos os demais episódios. Aguardem. /  The Exorcist 1.01 - Chapter One: And Let My Cry Come Unto Thee (EUA, 2016) Direção: Rupert Wyatt / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco:  Alfonso Herrera, Ben Daniels, Hannah Kasulka, Brianne Howey, Geena Davis, Alan Ruck.

The Exorcist 1.02 - Chapter Two: Lupus in Fabula  
O título desse episódio provém de um antigo brocardo em latim que significa "Chame o demônio que ele virá!". Nada mais providencial. Diante dos ataques estranhos que sua filha Casey vai sofrendo sua mãe volta a procurar o padre Tomas em busca de ajuda. Ele vai até o bispo e esse lhe diz que rituais de exorcismos não são facilmente aprovados pela Igreja. Ainda mais agora que todos estão esperando pela chegada do Papa a Nova Iorque (uma clara referência à visita do Papa Francisco aos Estados Unidos). Assim Tomas diz para a mãe de Casey que a garota precisará passar antes por uma avaliação psicológica, para só depois se pensar em rituais de exorcismo. Para o Padre Marcus porém tudo isso é uma burocracia que deve ser deixada de lado. Ele dá discretamente para a mãe de Casey um pouco de água benta e diz para ela dar para a filha beber durante o jantar. O resultado é devastador, a garota passa mal e coloca para fora uma lacraia venenosa enorme! Insetos peçonhentos são sinais da presença de Satã e seus vassalos. Para o Padre Marcus não restam mais dúvidas, ainda mais quando ele encontra uma sem teto possuída que o enfrenta, debochando do esvaziamento de sua fé. Somos mesmo tentados todos os dias! Gostei desse episódio. A série caminha cada vez mais para o sucesso, tanto do ponto de vista de audiência como de qualidade. O confronto entre o bem e o mal vai assim se formando no horizonte! / The Exorcist 1.02 - Chapter Two: Lupus in Fabula (Estados Unidos, 2016) Direção: Michael Nankin / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Hannah Kasulka, Geena Davis, Alan Ruck.

The Exorcist 1.03 - Chapter Three: Let 'Em In
Nesse episódio o Padre Marcus resolve entrar de vez no caso da garota Casey, mas para surpresa descobre que foi excomungado por Roma. Entre as acusações estão o exorcismo onde o menino Gabriel morreu e o colapso emocional que ele teve, culminando no absurdo de apontar uma arma para outro padre da igreja. Enquanto Marcus se defende dentro da Igreja a jovem Casey vai piorando. Nesse episódio ela é possuída dentro do vagão do metrô. Um carinha, daqueles bem idiotas, começa a assediar ela, enquanto seu pai passa mal. O sujeitinho quase a estupra na frente de todos. Com o diabo no corpo literalmente ela parte para a briga - e vira uma entidade do mal, com a força de jogar as pessoas ao redor apenas com seu olhar, terminando tudo em clima de insanidade completa, urinando na frente de todos. Achei essa sequência um tanto absurda e gratuita também. Pelo visto a Fox parece estar disposta a abraçar o sensacionalismo barato ao invés de investir no suspense, no clima adequado. Será que isso será um padrão ruim daqui para frente? Só nos resta aguardar, esperando pelos novos episódios. / The Exorcist 1.03 - Chapter Three: Let 'Em In (Estados Unidos, 2016) Direção: Michael Nankin / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Hannah Kasulka.

The Exorcist 1.04 - Chapter Four: The Moveable Feast
Estou assistindo a essa nova série The Exorcist, mas sinceramente falando o programa ainda não me convenceu completamente. O fato é que levar esse nome, de um dos maiores clássicos de terror da história do cinema, pode ser um peso e tanto. De qualquer maneira nesse quarto episódio chamado "Chapter Four: The Moveable Feast" as coisas vão se encaixando melhor. Aqui o Padre Marcus Keane (Ben Daniels) vai até um convento e descobre que lá também são realizados exorcismos, só que ao contrário do ritual tradicional aqui as religiosas usam de um método diferente, baseado na misericórdia de Deus. Achei extremamente intrigante o ritual. Enquanto isso, na outra linha narrativa, a garota protagonista da série vai para o hospital, só que os médicos não conseguem achar uma cura. A mãe dela (interpretada pela atriz Geena Davis) quer que um exorcismo seja feito, mas sem autorização do Vaticano as coisas não vão para frente. Na última cena o Padre Marcus e o Padre Tomas Ortega (Alfonso Herrera) decidem unir forças para expulsar o demônio. Eles arrumam um lugar no sótão para começar os rituais... / The Exorcist 1.04 - Chapter Four: The Moveable Feast (Estados Unidos, 2016) Direção: Craig Zisk / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Hannah Kasulka.

The Exorcist 1.05 - Chapter Five: Through My Most Grievous Fault
Finalmente começa o exorcismo de Casey. O demônio que toma seu corpo começa a enganar a todos, inclusive os próprios padres, trazendo lembranças, sonhos e visões de pessoas mortas de seu passado. Além de usar a tentação para destrui-los espiritualmente. O primeiro a cair é o Padre Tomas Ortega. Ele tem uma paixão secreta por uma jovem mulher, uma latina muito sensual. Ela é casada, mas o padre acaba caindo mesmo em tentação. A aproximação com o diabo despertou a luxúria em seu corpo. Já o Padre  Marcus Keane é bem mais experiente. Exorcista há anos ele conhece as artimanhas de Lúcifer. Na sua alucinação ele vê sua mãe falecida, uma pessoa muito querida de seu passado. A batalha assim se torna muito mais penosa de resistir. A situação aos poucos vai fugindo ao controle e a polícia chega no local. A irmã de Casey não aguenta a pressão psicológica de ver o sofrimento de sua irmã e chama os policiais. Casey é então levada, em uma ambulância para o hospital, mas antes de chegar lá resolve destruir tudo, matando os paramédicos. A coisa mais interessante desse episódio vem da revelação de que a personagem de Geena Davis (a mãe de Casey) é na verdade Regan MacNeil, a menina possuída do filme "O Exorcista", fazendo assim a ligação da série com o clássico filme de terror. Oportunismo barato do roteiro? Pode ser. Foi a forma encontrada pelos roteiristas de ligar as duas estórias diretamente. De maneira em geral essa série ainda não convenceu completamente e nem pode sequer ser comparada ao filme clássico que lhe deu origem. Porém desperta curiosidade e mantém o interesse. Por isso é interessante terminar de assistir ao menos essa primeira temporada. / The Exorcist - Chapter Five: Through My Most Grievous Fault (Estados Unidos, 2016) Estúdio: Morgan Creek Productions / Direção: Jason Ensler / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Hannah Kasulka, Kurt Egyiawan, Geena Davis, Alan Ruck.

The Exorcist 1.06 - Chapter Six: Star of the Morning
O nome desse episódio, "A estrela do amanhã" é um dos nomes atribuídos ao anjo caído Satã. Pois é justamente ele, o diabo, que toma conta do corpo da garota Casey Rance (Hannah Kasulka). Completamente possuída pelas forças do mal ela foge e ganha as ruas. O padre Marcus Keane (Ben Daniels) vai atrás e encontra pistas de seu paradeiro no meio do lixo dos mendingos, dos sem-teto e dos miseráveis que vivem escondidos em lugares úmidos e imundos! Esse episódio tem uma cena muito boa, bem forte, quando o padre leva a garota até o mar e transforma toda a água ao redor em água benta! Uma explosão de naturezas divinas e satânicas entrando em confronto mata até mesmo os peixes do oceano! Por fim temos uma reunião de ricos e poderosos evocando o próprio demônio. Entre eles se encontra até mesmo uma autoridade da igreja! É mesmo o fim do mundo anunciado! Saldo final: temos mais um bom episódio da série aqui! Aprovado! / The Exorcist 1.06 - Chapter Six: Star of the Morning (Estados Unidos, 2016) Direção: Jennifer Phang / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Hannah Kasulka.

The Exorcist 1.07 - Chapter Seven: Father of Lies  
A jovem possuída pelo diabo, Casey Rance (Hannah Kasulka), é capturada e levada para um convento de freiras. Essas religiosas já tinham aparecido em um episódio anterior, quando elas ensinaram ao padre Marcus um novo meio de exorcizar pessoas, usando para isso a misericórdia de Deus. Pois bem, as freiras tentam recuperar a jovem, a colocando confortável, dando um banho nele, servindo algumas taças de chá. Marcus porém não está certo se isso é uma boa estratégia. Ele quer algo mais incisivo. Enquanto isso o Padre Tomas Ortega (Alfonso Herrera) entra em contato com a mãe de Casey, Angela Rance (Geena Davis), e lhe diz onde ela se encontra! A cena final mostra a satisfação do demônio em saber que Angela está por perto (ela é na realidade a garotinha que foi possuída no filme original, "O Exorcista", por isso não vá se perder no meio do enredo). Será que o autor  William Peter Blatty iria gostar desse tipo de roteiro? Há dúvidas sobre isso... / The Exorcist 1.07 - Chapter Seven: Father of Lies (Estados Unidos, 2016) Direção: Tinge Krishnan / Roteiro:Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Hannah Kasulka.

The Exorcist 1.08 - Chapter Eight: The Griefbearers  
Depois de um longo exorcismo, finalmente a garota Casey Rance (Hannah Kasulka) é exorcizada. Ela está um trapo, toda suja, arranhada, com péssima aparência, porém o diabo parece mesmo ter ido embora. Enquanto Casey respira aliviada, sua mãe Angela Rance (Geena Davis) parece estar entrando no inferno novamente. Ela tem um flash de suas lembranças, que a levam ao passado, quando ela usou pela primeira vez o tabuleiro Ouija, o instrumento que o diabo usou até chegar a ela! É uma lembrança que ela queria apagar de sua mente. Infelizmente as notícias não são boas, pois tudo o que ela sente e vê é apenas o começo de sua própria possessão. Pois é, o diabo não ficou satisfeito de ter sido exorcizado de seu corpo, por isso fez de tudo para voltar. Com o demônio controlando sua mente e sua alma, Angela acaba cometendo um crime, matando sua própria mãe, que após ter seu pescoço quebrado, desce escada abaixo, em direção aos braços da morte! / The Exorcist 1.08 - Chapter Eight: The Griefbearers / (Estados Unidos, 2016) Direção: Louis Shaw Milito / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Hannah Kasulka.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Outcast

Título no Brasil: Outcast
Título Original: Outcast
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox International Studios
Direção: Loni Peristere, Howard Deutch
Roteiro: Robert Kirkman, Paul Azaceta 
Elenco: Patrick Fugit, Philip Glenister, Wrenn Schmidt, Callie Brook McClincy, David Denman, Brent Spiner
  
Sinopse:
A vida não tem sido fácil para Kyle Barnes (Patrick Fugit). Anos atrás ele foi acusado de ter atacado sua própria filha em um caso que nunca ficou devidamente esclarecido. No passado ele ficou convencido que sua mãe e sua esposa tinham sofrido algum tipo de possessão que nem ele soube explicar muito bem. Isso o estigmatizou pelo resto de sua vida. Agora, ao lado do reverendo Anderson (Philip Glenister) ele tenta ajudar pessoas que estão passando pelo mesmo tormento.

Episódios Comentados:

Outcast 1.01 - A Darkness Surrounds Him
Kyle Barnes (Fugit) tenta deixar o passado para trás. Ele vive isolado, procurando não ter contato com outras pessoas. Deprimido e sentindo-se culpado pelo que aconteceu anos atrás ele acaba encontrando novamente o reverendo local para que juntos possam investigar o estranho caso envolvendo um garoto. Sua família está apavorada pelo estranho comportamento do menino. Ele parece estar possuído, comendo insetos, falando com vozes estranhas, se contorcendo e praticando estranhos rituais que lembram o satanismo e a magia negra. Esse primeiro episódio dessa nova série Outcast é muito bom. Valorizando um clima de terror e suspense os roteiristas acertaram em cheio no objetivo de causar medo nos espectadores. É curioso porque temos duas novas séries sobre possessões, essa Outcast e a transposição para a TV do famoso filme "O Exorcista". Pelo visto para quem gosta desse estilo de programa o menu estará bem variado nos próximos meses. Essa série aqui foi criada pelo mesmo criador do grande sucesso "The Walking Dead", usando como material original uma estória de quadrinhos de sucesso. As séries de terror, que há muito estavam esquecidas, parecem que voltaram com tudo para a programação das emissoras. Uma ótima notícia para os fãs do gênero. / Outcast 1.01 - A Darkness Surrounds Him (Estados Unidos, 2016) Direção: Adam Wingard / Roteiro: Robert Kirkman, Paul Azaceta / Elenco: Patrick Fugit, Philip Glenister, Wrenn Schmidt.

Outcast 1.02 - (I Remember) When She Loved Me
O segundo episódio começa com o reverendo  Anderson (Glenister) completamente decepcionado e indignado com a baixa frequência em seu culto de domingo. Os fiéis parecem ter desaparecido. Ele então resolve relembrar aos poucos presentes como é importante ir à igreja. Em momento de sinceridade até mesmo confessa que baixou a guarda nos últimos anos o que talvez explique o caso do garoto Joshua que foi recentemente possuído por forças das trevas. Enquanto isso Kyle (Fugit) tenta recompor os pedaços de sua vida. Ele vai visitar sua mãe e descobre que seu quarto está em mal estado. Há muitos anos ela vive em estado catatônico em uma casa de repouso. Ela não fala, mal se alimenta e não reage a fatores externos. Kyle então resolveu levá-la para casa o que se revela ser uma péssima ideia pois ele não tem condições de cuidar adequadamente de uma mulher doente naquele estado. Já o xerife Giles (Reg E. Cathey) resolve investigar a floresta pois recebeu uma denúncia de coisas estranhas vindas de lá. Ao adentrar o lugar acaba encontrando uma série de bichos pregados na árvores como se estivessem crucificados - obviamente algum ritual de magia negra que ele desconhece completamente. Por fim surge na série pela primeira vez o ator Brent Spiner! Não lembra dele? Ele foi por muitos anos o andróide Data da série "Star Trek - A Nova Geração". Aqui ele aparece como um personagem misterioso e sinistro. De roupas escuras, chapéu e sobretudo, ele entra no quarto da mãe de Kyle para lhe dirigir algumas palavras enigmáticas. Sua verdadeira identidade será revelada nos próximos episódios, vamos aguardar. / Outcast 1.02 - (I Remember) When She Loved Me (Estados Unidos, 2016) Direção: Howard Deutch / Roteiro: Paul Azaceta / Elenco: Patrick Fugit, Philip Glenister, Wrenn Schmidt, Brent Spiner.

Outcast 1.03 - All Alone Now  
Todos sozinhos agora! Porém nem tanto. O reverendo Anderson e seu "assistente" Kyle acabam se envolvendo em um novo caso. O possuído era um sujeito normal até o dia em que perde os sentidos, espanca, tortura, estupra e esquarteja a esposa do seu melhor amigo. Obviamente condenado e preso é enviado para um manicômio judiciário. Acontece que todos os sintomas indicam que ele está sob a possessão de algum demônio. Assim Anderson e Kyle vão até lá para um exorcismo. As coisas porém parecem mais sérias do que eles pensavam. A tal entidade parece ter grande poder a ponto inclusive de zombar e escarnecer os símbolos cristãos como o crucifixo e a bíblia. Pior do que isso, ele começa a jogar mentalmente com seus algozes, fazendo o reverendo duvidar de sua própria fé e Kyle pedir por esclarecimentos sobre seus supostos "poderes" sobrenaturais. O diabo então lhe informa que ele é um "Outcast"! O que exatamente significa isso? Bom, essa é uma resposta para os próximos episódios. Como destaque aqui chamo a atenção para o ótimo trabalho do ator Lee Tergesen como o criminoso sob possessão de Satã. Ele está ótimo, grande atuação. / Outcast 1.03 - All Alone Now (Estados Unidos, 2016) Direção: Howard Deutch / Roteiro: Robert Kirkman, Paul Azaceta / Elenco: Patrick Fugit, Philip Glenister, Wrenn Schmidt, Lee Tergesen.

Outcast 1.04 - A Wrath Unseen  
Essa série ainda não me pegou. Esse tema envolvendo exorcismo tem que ser muito bem trabalhado, caso contrário cai no ridículo. "Outcast" ainda não chegou nesse ponto, mas olha, devo confessar que alguns episódios deixam bem a desejar. Essa série está quase no meu cancelamento pessoal. Sim, estou pensando seriamente em abandonar pelo meio do caminho. Enquanto isso ainda não acontece aqui vai um breve resumo do que você verá nesse quarto episódio. Um sujeito que estuprou a esposa de um policial muitos anos atrás retorna e o encontra casualmente durante um jantar. Claro que o constrangimento é generalizado. Pior acontece depois quando o policial descobre tudo. Ele nem pensa duas vezes e resolve espancar o tal sujeito. Enquanto isso o pastor John Anderson (Philip Glenister) desconfia que uma velha senhora que ele fez exorcismo há algum tempo não está ainda liberada das forças satânicas. E ele está completamente certo sobre isso. Salve-se quem puder! / Outcast 1.04 - A Wrath Unseen (Estados Unidos, 2016) Direção: Julius Ramsay / Roteiro: Robert Kirkman, baseado nos quadrinhos de Paul Azaceta  / Elenco: Patrick Fugit, Philip Glenister, Wrenn Schmidt .

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

The Path - O Caminho

Título Original: The Path
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Television
Direção: Michael Weaver, Mike Cahill
Roteiro: Jessica Goldberg, Julia Brownell
Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Sarah Jones, Hugh Dancy, Emma Greenwell
  
Sinopse:
A série mostra um grupo de pessoas que vive em uma comunidade que segue os ensinamentos de uma seita fundada por um sujeito chamado Dr. Meyer. Na década de 1960 ele criou as bases doutrinárias dessa nova religião, onde se prega uma vida de correção e busca por uma elevada inspiração espiritual. Todos vivem nessa comunidade onde trabalham, vivem e tentam chegar em um grau elevado de espiritualidade.

Comentários:  
The Path, que no Brasil recebeu o nome de "O Caminho" é uma série muito boa. Sua história, embora meramente ficcional, compila muitas coisas que fazem parte de seitas reais nos Estados Unidos, principalmente em estados como Califórnia. Nessas regiões, durante os anos 60, surgiram diversas seitas, com doutrinas levantadas por líderes carismáticos, alguns deles vindo diretamente do movimento hippie. É justamente o que vemos aqui. Um fundador que tem visões e começa a liderar um grupo de seguidores devotos do tal caminho que levará para a luz espiritual máxima. Só que apesar da doutrina trazer toda essa espiritualidade, os membros não são assim tão evoluídos espiritualmente como era de se supor. Eles brigam por poder dentro do movimento, perseguem os que abandonam a religião e não raro cometem crimes para esconder os "podres" do tal movimento. Uma série excelente mostrando a verdadeira face dessas seitas modernas. 

Pablo Aluísio.

MacGyver

Título no Brasil: MacGyver
Título Original: MacGyver
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Television
Direção: James Wan
Roteiro: Peter M. Lenkov, Lee David Zlotoff
Elenco: Lucas Till, George Eads, Sandrine Holt, Tristin Mays, Justin Hires, Vinnie Jones
  
Sinopse:
Angus MacGyver (Lucas Till) é agente de uma organização secreta que combate o terrorismo internacional. Usando de seus conhecimentos em ciência e mecânica, MacGyver é capaz dos maiores feitos de engenharia, usando para isso apenas objetos do cotidiano como uma simples caneta ou um canivete de escoteiro. Agora seu primeiro objetivo é impedir que um vírus mortal seja solto no meio de uma grande cidade, causando milhares de mortes de inocentes.

Comentários:
Temos aqui mais um remake. Dessa vez o alvo foi uma série de sucesso dos anos 80 chamada "Profissão: Perigo" que chegou a ser exibida na TV aberta brasileira com grande sucesso (os mais velhos certamente vão lembrar). O primeiro episódio se chama "The Rising" e desde os primeiros minutos já percebemos todos os problemas desse prato requentado. Antes de qualquer coisa vale o aviso: os antigos fãs de MacGyver certamente vão ficar bem decepcionados (para não dizer com raiva) dessa nova série. Tudo é muito ruim. Os roteiros são rasteiros, sem imaginação e o elenco é realmente péssimo. O ator Lucas Till que agora interpreta MacGyver tem cara de adolescente, de membro de boy band americana. Tirando o penteado (mal feito por sinal) nada mais lembrará do ator original, o bom Richard Dean Anderson! Pior do que isso, fiquei realmente surpreso como um canal como a CBS (uma das principais emissoras dos EUA) conseguiu realizar algo tão ruim como essa nova série. Os efeitos especiais - de explosão - são de doer de tão mal feitos. No primeiro episódio esse novo MacGyver teen tenta evitar que um vírus mortal seja espalhado por San Francisco e para isso ele sobe nos trens de pouso de um avião numa cena tão chata e clichê como entediante. E o que dizer das piadinhas sem graça que estão em todas as cenas, em todos os momentos? Haja paciência!  Pelo primeiro episódio já deixamos o conselho: fuja dessa porcaria sem salvação. Não há outra sentença, esse remake de "Profissão: Perigo" é realmente um lixo completo.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de outubro de 2016

Batman vs Superman

Finalmente vi "Batman vs Superman". Esse filme teve uma repercussão tão negativa por parte da crítica que desanimei completamente na época de seu lançamento. Nem quis conferir no cinema. Talvez por isso, por estar com expectativas baixas demais, acabei gostando do filme. Claro, não é uma maravilha da sétima arte, mas vamos ser sensatos ao menos, para um filme de super-heróis está de bom tamanho. Geralmente história em quadrinhos envolvendo personagens famosos desse universo que vinham com esse chamariz do tipo "Super-herói x Vs Super-herói Y" se resumia a um grande quebra pau entre os personagens. Coisa bem de nerd mesmo. Jovens ficavam sempre se perguntando coisas do tipo "Quem venceria uma briga? O Batman ou o Superman? O Capitão América ou o Homem de Ferro?" A DC Comics que não é boba nem nada resolveu então apostar nisso. Obviamente como são dois heróis extremamente populares a briga entre eles geralmente não davam em nada, mas tudo bem, faz parte do jogo para vender as próximas edições...

Esse filme é bom porque na simplicidade de seu enredo não tenta ser o que não é! Batman não é Shakespeare e nisso consiste seu valor como cultura pop. Então o roteiro não coloca coisas desnecessárias no filme para torrar nossa paciência. Ele não é o Othelo de Gotham City ou algo parecido. Filmes baseados em quadrinhos são tão melhores quanto mais simples surgem nas telas. Nesse ponto o diretor Zack Snyder acertou no alvo. Basicamente há esses dois heróis em cena, um antipatizando com o outro, que resolvem acertar as contas enquanto Lex Luthor (Jesse Eisenberg, sem convencer muito) tenta trazer uma criatura literalmente apocalíptica de volta à vida. Em termos dos desenvolvimentos dos personagens principais gostei muito da percepção de realismo cruel que o Superman começa a ter do mundo. Esse personagem, o verdadeiro ícone pioneiro do mundo dos super-heróis, sempre foi muito idealista, bondoso e até ingênuo. Em essência era um quadradão conservador dos anos 30. Aqui ele cai na real da maldade do mundo e de como a humanidade precisa ser tratada - não com tanto idealismo, mas sim com uma visão realista de tudo ao seu redor.

Já o Batman continua sendo o torturado de sempre. Não esperava muito dele porque afinal de contas o ator Ben Affleck, que o representaria, sempre foi inexpressivo. A máscara ajuda sua falta de talento dramático, até porque as pessoas não vão perceber o quanto ele pode ser ruim em termos de expressões faciais. Mesmo assim há um momento em que ele tem uma visão do futuro, com Superman agindo como uma divindade fascista no meio dos homens, que achei a coisa mais interessante de todo o filme. Um encontro de Mad Max com o universo DC! Muito bom... Espero que um dia os próximos filmes explorem essa situação... No geral é isso. Não vou perder muito tempo aqui analisando uma produção que é no final das contas um bom produto pop de consumo das massas. É chiclete pop, minha gente! Como eu disse, muitas vezes o problema nem é do filme, mas sim do público nerd que fica procurando defeitos. Isso é uma bobagem sem tamanho. Como eu já disse, não se trata de literatura clássica e nem de obras de autores consagrados. Batman e Superman são cultura pop por excelência e é dessa maneira que devem ser encarados. Deu para se divertir? Então o filme como um todo cumpriu seus objetivos...

Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, Estados Unidos,  2016) Direção: Zack Snyder / Roteiro: Chris Terrio, David S. Goyer  / Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Jesse Eisenberg, Diane Lane, Laurence Fishburne, Jeremy Irons, Holly Hunter ; Sinopse: Bstman e Superman se encontram e não estarão necessariamente no mesmo lado dessa batalha de titãs.

Pablo Aluísio.

De Olhos Bem Fechados

Stanley Kubrick foi inegavelmente um gênio da história do cinema. Infelizmente sua despedida da sétima arte deixou bastante a desejar. Em 1999 o cineasta realizou seu último filme "Eyes Wide Shut" (que no Brasil recebeu o título de "De Olhos Bem Fechados"). Era um drama com toques eróticos estrelado pelo casal Tom Cruise e Nicole Kidman. Como Kubrick faleceu antes da estreia do filme criou-se uma sensação de que estava por vir mais uma obra prima do diretor, a sua obra prima final. Os críticos criaram muitas expectativas e o público (pelo menos aquele formado por cinéfilos mais interessados na história do cinema) prestigiaram a chegada da película nas telas. Posso dizer, com conhecimento de causa, que a expectativa alta logo se transformou em decepção amarga. Nem os mais fervorosos fãs da obra de Kubrick conseguiram esconder o desapontamento. O filme se revelava na tela inconclusivo, arrastado e até mesmo chato. Pior do que isso, sua carga de erotismo, que deveria seu forte, se revelava pífia, sem sedução alguma.

Kubrick parecia interessado em explorar o mundo de uma sexualidade mais doentia, misteriosa, fora dos padrões. Em alguns momentos até conseguiu captar algumas belas cenas, tudo valorizado por uma bonita direção de arte, mas foi pouco para quem estava esperando um grande filme.A reação negativa do filme também não se limitou ao círculo restrito ao público que pagou e se decepcionou com o resultado. O próprio casal que estrelou o filme viu sua relação ser abalada, tudo desencadeando para o divórcio. Alguns afirmam que Kidman teria reclamado da exposição a que foi submetida (ela tinha cenas de nudez), mas outros acreditam que Tom Cruise se separou dela apenas por motivos financeiros. A poucas semanas dela ter direito à metade de sua fortuna (algo que teria sido estabelecido em uma cláusula contratual de seu casamento), Cruise teria encerrado o relacionamento. Enfim, ao que parece a experiência de "Eyes Wide Shut" acabou não sendo boa para absolutamente ninguém.

Pablo Aluísio.