De tempos em tempos Hollywood importa alguma beldade estrangeira para transformá-la em símbolo sexual nos Estados Unidos. Aconteceu com Ursula Andress (Suíça), Anita Ekberg (Suécia) e Sophia Loren (Itália). Na década de 60 foi a vez da sueca Ann-Margret Olsson. Nascida em Valsjöbyn, ele chegou em Los Angeles com 19 anos e logo chamou a atenção dos estúdios por causa de sua beleza e simpatia. Além de muito bonita também parecia ser muito talentosa pois dançava, cantava e atuava, ou seja, tinha o pacote completo para se tornar uma grande estrela. Sua estréia no cinema americano não poderia ser melhor. Foi em "Dama por Um Dia", estrelada pelo mito Bette Davis e dirigido pelo grande cineasta Frank Capra. Sua primeira grande chance de brilhar porém só viria dois anos depois com o musical "Bye Bye Birdie" onde interpretava uma fã inconsolada por seu cantor preferido ter sido convocado pelo exército americano. Era obviamente uma paródia do que havia acontecido com o roqueiro Elvis Presley.
E por falar em Elvis o grande momento da filmografia de Ann-Margret surgiria justamente em "Amor à Toda Velocidade" (Viva Las Vegas, 1964), ótimo musical onde ela teve a oportunidade de dançar e cantar ao lado do famoso cantor. A aproximação aliás ultrapassou as telas e ela e Elvis tiveram um tórrido caso de amor no set de filmagem. Depois do sucesso desse musical da MGM a atriz procurou diversificar o máximo possível sua carreira abraçando projetos ousados e gêneros diversos nos anos seguintes. Na produção "Em Busca do Prazer" ousou interpretar um personagem forte para os anos 60, o de uma garota liberal envolvida em um triângulo amoroso fora dos padrões. Em "Matt Helm Contra o Mundo do Crime" voltou a contracenar com um cantor famoso, Dean Martin, em um filme que procurava satirizar de certa forma as fitas de James Bond. Também rodou westerns como "A Última Diligência". Ao lado do mito John Wayne apareceu em "Os Chacais do Oeste". O último grande filme da atriz foi "Tommy", musical que se tornou famoso na época. Depois disso os bons filmes foram rareando e ela se contentou em fazer personagens coadjuvantes em produções menores. Mesmo assim a sueca continuou trabalhando sem parar nos anos seguintes. A beleza obviamente já não era a mesma dos primeiros anos mas isso não a impedir de realizar ao todo quase 80 filmes, o que demonstra bem que embora não tenha se tornado uma estrela de primeira grandeza certamente marcou o mundo do cinema em sua época. Aqui estão alguns comentários de filmes da estrela que tivemos a oportunidade de assistir.
Adeus, Amor
Um cantor de rock famoso vai até uma cidadezinha perdida no Ohio para gravar seu programa de despedida antes de ir servir o exército americano. Lá é feito um concurso para escolher a fã número 1 dele que ganhará o direito de beijar seu grande ídolo. Um musical simpático, bem humorado e com uma inédita postura de sátira besteirol, algo que era bem raro no começo dos anos 60. Para o cinema em geral o filme revelou a linda Ann-Margret que chamou tanto a atenção do público que o diretor George Sidney a levou para contracenar com Elvis Presley em "Amor a Toda Velocidade". Aliás nada mais conveniente pois Ann-Margret foi chamada por um cronista de Nova Iorque como a "Elvis de saias". Curiosamente um dos satirizados dentro do enredo é o próprio Elvis pois o personagem chave da estória é um roqueiro famoso que vai servir o exército deixando suas fãs apavoradas e desesperadas! A produção é apenas mediana, há algumas coisas que não funcionam muito bem como ver Dick Van Dyke rebolando numa horrível roupa prateada que mais parece ter saído do guarda roupa de figurinos de "Perdidos no Espaço". De qualquer maneira aproveite a festa e caso tenha vivido aqueles anos distantes sinta muita saudade! / Adeus, Amor (Bye Bye Birdie, Estados Unidos, 1963) Direção: George Sidney / Roteiro: Michael Stewart, Irving Brecher / Elenco: Dick Van Dyke, Ann-Margret, Janet Leigh.
Amor à Toda Velocidade
Lucky Jackson (Elvis Presley) ganha a vida cantando e divertindo os turistas hospedados em hotéis de luxo de Las Vegas, mas seu grande sonho mesmo é se tornar um grande piloto de corridas. Ele almeja vencer o primeiro Las Vegas Grand Prix que vai pagar uma pequena fortuna para o vencedor. Por acaso acaba conhecendo a linda Rusty Martin (Ann-Margret), que ele pensa erroneamente ser uma dançarina de cassinos. Indo atrás dela Lucky acaba descobrindo que não é bem isso que a apaixonante garota faz para viver. Um dos grandes sucessos no cinema da carreira de Elvis Presley. Realmente é um de seus melhores musicais. O curioso foi que a fita foi produzida meio às pressas após a MGM decidir que iria aproveitar o Grand Prix de Las Vegas para locações. O enredo, escrito pela roteirista Sally Benson (a mesma de "Sombra de uma Dúvida" e "Agora Seremos Felizes"), conseguiu mesmo capturar a essência de um encontro entre Elvis e Margret, que era considerada a "Elvis de saias" naquela época. O casal que levou o romance também para fora das telas solta faíscas em cena. A produção também tem um ótimo desenrolar, fruto da competência do experiente cineasta George Sidney que resolveu dar o mesmo destaque para ambos, o que gerou ciúmes em Elvis que começou a acreditar que Sidney estava perdidamente apaixonado por Margret. Bobagem. O diretor sabia que tinha dois grandes talentos em mãos e resolveu aproveitar tudo o que poderia. O grande sucesso de "Viva Las Vegas" deu um impulso e tanto na carreira de Ann-Margret, que saiu depois em busca de novos desafios. Já para Elvis virou uma enorme camisa de força. Seus filmes seguintes, principalmente àqueles onde ele interpretava pilotos de corrida, nada mais eram do que tentativas de repetir o sucesso dessa película. Mesmo assim não há como negar, "Amor à Toda Velocidade" é de fato um marco no cinema musical dos anos 1960. Um simpático romance que uniu uma das melhores duplas já vistas em Hollywood em todos os tempos. / Amor à Toda Velocidade (Viva Las Vegas, Estados Unidos, 1964) Direção: George Sidney / Roteiro: Sally Benson / Elvis Presley, Ann-Margret, Cesare Danova.
A Marca de um Erro*
Tendo como garantia um excelente roteiro assinado por Zequial Marko, a música de Lalo Schifrin (Operação Dragão), e um time de atores de respeito como: Alain Delon, Ann-Margret, Van Heflin e Jack Palance - o diretor Ralph Nelson (Réquiem Para um Lutador) construiu um belo filme no estilo do inconfundível policial-noir e com forte influência de clássicos do gênero, como os premiados, Rififi - Os Segredos das Jóias e O Grande Golpe. O longa, A Marca de Um Erro (Once a Thief - 1965) conta a história de Eddie Pedak (Alain Delon) um imigrante italiano de Trieste e ex-presidiário que, vivendo na cidade de San Francisco tenta seguir o caminho da regeneração. Porém, o sonho de viver em paz junto com sua linda mulher, Kristine Pedak (Ann-Margret) e sua filhinha, parece impossível. Tudo porque em seus calcanhares estão o Inspetor Mike Vido (Van Heflin), que jura que Eddie é o responsável pelo recente assalto a uma loja de conveniência que culminou com a morte da proprietária - além da presença sinistra do bandidão Walter Pedak (Jack Palance) irmão de Eddie e que deseja a todo custo o retorno de seu irmão ao mundo do crime para um último e lucrativo assalto. Porém, no caminho do sucesso deste último assalto, está o bandidão James Arthur Sargatanas (John Davis Chandler) braço direito de Walter e inimigo mortal de Eddie Pedak. Um bom filme, com um ótimo e surpreendente final. A bela dupla Delon-Margret, com diálogos precisos e com uma ótima química, consegue manter, suspenso no ar, elementos incendiários como mentira, ciúme e infidelidade, que, jogados num caldeirão em ebulição, pode deixar a história ainda mais instigante e explosiva. Nota 7 / A Marca de um Erro (Once a Thief, 1965) Direção de Ralph Nelson / Roteiro: Zekial Marko / Elenco: Alain Delon, Ann Margret e Jack Palance / Sinopse: Em San Francisco (EUA), o jovem imigrante ex-presidiário Eddie tenta mudar de vida e trabalhar para sustentar a esposa e filha pequena. Mas um policial e também seu irmão bandido não o deixam em paz, e acabam por forçá-lo a voltar ao crime. Mas, ao contrário dos outros, Eddie sabe quem são seus verdadeiros inimigos.
A Última Diligência
Um grupo de viajantes decide enfrentar um longo trajeto até a cidade de Cheyenne. O problema é que a região está dominada por guerreiros Sioux comandados por um cacique conhecido por sua violência contra caravanas de homens brancos. Contando com o apoio da cavalaria até um terço da jornada, eles precisam sobreviver durante todo o restante do trajeto, algo que definitivamente não será nada fácil de alcançar. Os perigos são muitos, mas todos anseiam ir embora por um motivo ou outro, de acordo com seus próprios problemas pessoais. O objetivo é começar vida nova em um novo lugar. Gostei bastante desse western. O roteiro é muito bom e consegue desenvolver bem todos os personagens ao mesmo tempo em que não deixa o filme cair no marasmo ou no lugar comum. Basicamente temos esse grupo bem diferente de pessoas precisando se unir para sobreviver a uma perigosa viagem de diligência até a distante Cheyenne. No caminho precisam vencer o perigo da presença dos nativos e guerreiros comandados pelo infame Cachorro Louco (o mesmo cacique que chacinou a Sétima Cavalaria do General Custer). O grupo é bem diversificado, havendo desde bandidos procurados pela lei como Ringo Kid (Alex Cord), até o próprio xerife da região, Curly Wilcox (interpretado pelo veterano ator de faroestes Van Heflin), passando ainda por uma prostituta e dançarina de saloon, Dallas (Ann-Margret), até uma respeitada dama da sociedade, a senhorita Lucy Mallory (Stefanie Powers, que anos depois iria fazer muito sucesso na TV com a série "Casal 20"). Por fim, completando o grupo temos um banqueiro almofadinha (que na verdade está tentando fugir com o dinheiro da empresa onde trabalha), um jogador inveterado, um vendedor de whisks e um médico alcoólatra conhecido como "Doc" Josiah Boone (curiosamente interpretado pelo famoso cantor Bing Crosby, que se sai excepcionalmente muito bem em sua atuação). O elenco, como se pode perceber, é acima da média, mas quem se destaca mesmo é uma jovem (e linda) Ann-Margret! Dois anos após seu sucesso ao lado do roqueiro Elvis Presley em "Viva Las Vegas" ela conseguiu outra excelente atuação. Sua personagem Dallas é ao mesmo tempo uma figura doce e terna, mas também esperta, até mesmo por causa da vida que leva. Ela se apaixona pelo fugitivo Ringo Kid e pretende recomeçar vida nova ao seu lado. Se você ainda tinha alguma dúvida se ela foi mesmo uma das mais bonitas atrizes da história de Hollywood basta vê-la aqui em cena. Ann-Margret está simplesmente linda, com figurino de época, realçando ainda mais sua beleza ruiva, roubando todas as atenções do espectador. Enfim, grande faroeste que vale muito a pena conhecer. Uma das melhores produções da Fox no gênero, sem favor ou exagero algum. / A Última Diligência (Stagecoach, Estados Unidos, 1966) Direção: Gordon Douglas / Roteiro: Joseph Landon, Dudley Nichol / Elenco: Ann-Margret, Alex Cord, Bing Crosby, Stefanie Powers, Van Heflin, Red Buttons.
Os Chacais do Oeste
Realizado na última fase da carreira de John Wayne, "Os Chacais do Oeste" é um de seus westerns mais criativos e saborosos. Na trama acompanhamos Lane (John Wayne) e seu grupo de companheiros veteranos da Guerra Civil. Eles são contratados pela linda Lowe (Ann-Margret) para uma missão extremamente perigosa: recuperar meio milhão de dólares em ouro que seu marido escondeu no México antes de morrer. Assaltante de trens o bandoleiro só contou o verdadeiro lugar onde escondeu todo o ouro para sua viúva que agora conta com o apoio de Lane e seu grupo para encontrá-lo. O problema é que tanto ouro assim acaba atraindo a atenção de todos os bandoleiros e bandidos da região, o que fará com que tudo fique muito mais complicado. Liderando o grupo de renegados que saem em busca de Lane está um misterioso pistoleiro, interpretado pelo sempre marcante Ricardo Montalban. O roteiro se baseia justamente nessa caça ao tesouro onde todos tentam chegar primeiro ao prêmio máximo. Jonh Wayne, apesar da idade, aparece em grande forma. Corre, atira, monta, atravessa rios lamacentos e não deixa a desejar em absolutamente nada. Sua partner em cena é a maravilhosa Ann-Margret que tanto sucesso fez ao lado de Elvis Presley no musical "Amor a Toda Velocidade". Apesar de trintona ainda esbanja sensualidade e charme no meio das areias do deserto onde se passa quase toda a ação do filme. Inclusive temos aqui um diálogo memorável entre Wayne e ela quando Margret tenta seduzir o velho cowboy. Ele se vira e diz: "Eu tenho uma cadeira que tem mais idade do que você!". Hilário. "Os Chacais do Oeste" foi produzido pelo filho de Wayne, Michael. Não é uma produção de encher os olhos mas tudo é muito bem realizado. Há ótimas cenas com muitas paisagens naturais e cenários bem elaborados - inclusive o local onde o ouro é finalmente encontrado. Há excelente uso de uma velha Maria Fumaça e uma sequência final com muitos tiros e pirotecnia - onde algumas construções voam literalmente pelos ares após Wayne se cansar de trocar tiros e decidir resolver tudo na base da dinamite! Ao seu lado velhos amigos de tantos anos como Ben Johnson e Christopher George. Na direção temos o cineasta Burt Kennedy com extensa experiência em faroestes. Anos depois ele se consagraria na TV dirigindo a extremamente bem sucedida série Magnum com Tom Selleck. Para finalizar é impossível não mencionar a saborosa cena final. É o único diálogo de Montalban com John Wayne mas é tão marcante que vale o filme inteiro. Fantástica cena que vai deixar muita gente surpresa. Enfim fica a dica de "Os Chacais do Oeste" mais um ótimo momento da filmografia do eterno Duke, John Wayne. / Os Chacais do Oeste (The Train Robbers, EUA, 1973) Direção: Burt Kennedy / Roteiro. Burt Kennedy / Elenco: John Wayne, Ann-Margret, Rod Taylor, Ben Johnson, Christopher George, Bobby Vinton, Ricardo Montalban / Sinopse: Uma jovem viúva contrata um grupo formado por veteranos da Guerra Civil para recuperar meio milhão de dólares em ouro provenientes de um grande roubo de trem cometido por seu marido morto. O problema é que o ouro também desperta a cobiça de todos os pistoleiros e renegados da região. Chegar a ele será um grande desafio.
Cactus Jack - O Vilão
Um xerife do velho oeste que mais parece uma montanha de músculos chamado Handsome Stranger (Arnold Schwarzenegger) serve como escolta para a bela Charming Jones (Ann-Margret) mas ambos correrão grande perigo pois um perigoso vilão chamado Cactus Jack (Kirk Douglas) pretende colocar as mãos no dinheiro que ela carrega na viagem. Na década de 80 essa comédia passada no velho oeste ganhou várias reprises na TV aberta brasileira. È um tipo de estilo que certamente não agradará a todos. Se você é um fã de filmes de western então tudo ficará muito mais complicado pois o roteiro brinca bastante com os clichês do gênero. Para os fãs do astro brutamontes Arnold Schwarzenegger a produção vai servir como uma grande curiosidade uma vez que ele na época ainda não era o campeão de bilheteria dos anos que viriam. Seu papel é simpático e o fortão procura não estragar o estilo cômico da produção. Kirk Douglas e Ann-Marget da era clássica de Hollywood também não parecem se importar muito. Desligue o cérebro e tente se divertir. / Cactus Jack - O Vilão (The Villain, Estados Unidos, 1979) Direção: Hal Needham / Roteiro: Robert G. Kane / Elenco: Kirk Douglas, Ann-Margret, Arnold Schwarzenegger, Footer Brooks.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 9 de agosto de 2016
A Volta dos Sete Homens
Esse faroeste é na realidade a continuação do grande clássico "Sete Homens e um Destino" lançado em 1960. Seis anos depois a United Artists resolveu produzir essa sequência. Obviamente o estúdio estava em busca de um novo sucesso de bilheteria, mas dessa vez o tiro foi em vão. A realidade pura e simples é que não é um bom western e isso se deve muito em razão do fato de que tudo não passa de um remake disfarçado. O enredo é praticamente o mesmo do primeiro filme, sem colocar ou tirar quase nada. O elenco também ficou completamente desfalcado, sobrando apenas Yul Brynner, Nada de Charles Bronson ou Steve McQueen. Outra ausência sentida é a do diretor John Sturges. Em seu lugar a produtora colocou o menos talentoso Burt Kennedy que se resumiu a copiar o filme original.
Para quem não lembra esse filme conta o retorno do pistoleiro Chris Larabee Adams (Yul Brynner) para o mesmo vilarejo onde esteve defendendo a população em "Sete Homens e Um Destino". Depois de tantos anos o lugar volta a ser palco de uma quadrilha de bandoleiros mexicanos que invade as comunidades humildes da região para levar a população masculina como mão de obra escrava para a construção de uma nova vila para o vilão e bandido Lorca (Emilio Fernández). O povo pacato e pacífico daquela cidadezinha fica apavorada e corre para pedir ajuda a quem lhe salvou no passado, o próprio Larabee. Acontece que os sete pistoleiros originais se dispersaram e ele precisa formar um novo grupo. Onde procurar? Além de conhecidos habituais, outros pistoleiros rápidos no gatilho, ele também resolve ir na prisão de uma cidade do México para subornar o carcereiro, contratando alguns criminosos da pesada. E é isso. Com a ajuda desses demais homens (sete ao total, como no primeiro filme) ele volta a enfrentar o bando de mexicanos que aterrorizam os moradores. Apesar de ter a sempre emocionante trilha sonora composta por Elmer Bernstein o filme como um todo nunca justifica sua existência. É mais do mesmo e... pior.
A Volta dos Sete Homens (Return of the Seven, Estados Unidos, 1966) Direção: Burt Kennedy / Roteiro: Larry Cohen / Elenco: Yul Brynner, Robert Fuller, Julián Mateos, Warren Oates, Fernando Rey, Emilio Fernández / Sinopse: Após um ataque de bandoleiros mexicanos violentos, um jovem de uma comunidade atacada consegue fugir para pedir ajuda ao pistoleiro Chris Larabee (Brynner) que resolve reunir um novo grupo de homens destemidos para proteger todas aquelas pessoas indefesas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (Elmer Bernstein).
Pablo Aluísio.
Para quem não lembra esse filme conta o retorno do pistoleiro Chris Larabee Adams (Yul Brynner) para o mesmo vilarejo onde esteve defendendo a população em "Sete Homens e Um Destino". Depois de tantos anos o lugar volta a ser palco de uma quadrilha de bandoleiros mexicanos que invade as comunidades humildes da região para levar a população masculina como mão de obra escrava para a construção de uma nova vila para o vilão e bandido Lorca (Emilio Fernández). O povo pacato e pacífico daquela cidadezinha fica apavorada e corre para pedir ajuda a quem lhe salvou no passado, o próprio Larabee. Acontece que os sete pistoleiros originais se dispersaram e ele precisa formar um novo grupo. Onde procurar? Além de conhecidos habituais, outros pistoleiros rápidos no gatilho, ele também resolve ir na prisão de uma cidade do México para subornar o carcereiro, contratando alguns criminosos da pesada. E é isso. Com a ajuda desses demais homens (sete ao total, como no primeiro filme) ele volta a enfrentar o bando de mexicanos que aterrorizam os moradores. Apesar de ter a sempre emocionante trilha sonora composta por Elmer Bernstein o filme como um todo nunca justifica sua existência. É mais do mesmo e... pior.
A Volta dos Sete Homens (Return of the Seven, Estados Unidos, 1966) Direção: Burt Kennedy / Roteiro: Larry Cohen / Elenco: Yul Brynner, Robert Fuller, Julián Mateos, Warren Oates, Fernando Rey, Emilio Fernández / Sinopse: Após um ataque de bandoleiros mexicanos violentos, um jovem de uma comunidade atacada consegue fugir para pedir ajuda ao pistoleiro Chris Larabee (Brynner) que resolve reunir um novo grupo de homens destemidos para proteger todas aquelas pessoas indefesas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (Elmer Bernstein).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
Paris, Texas
Título no Brasil: Paris, Texas
Título Original: Paris, Texas
Ano de Produção: 1984
País: Inglaterra, Alemanha, França
Estúdio: Road Movies Filmproduktion, Argos Films
Direção: Wim Wenders
Roteiro: L.M. Kit Carson, Sam Shepard
Elenco: Harry Dean Stanton, Nastassja Kinski, Dean Stockwell, Aurore Clément, Tom Farrell
Sinopse:
Em um deserto hostil do Texas, um homem sem memória (Harry Dean Stanton) acaba sendo encontrado. Ele é Travis Henderson. Seu maior drama é não saber quem é, de onde veio e nem para onde vai. Aos poucos porém ele vai, em rápidos lapsos, entendendo e recriando tudo o que aconteceu em sua vida passada. Ao lado do irmão, sua esposa e sua filha ele começa então a tecer pequenos momentos de lembrança em sua mente abalada. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Direção (Win Wenders).
Comentários:
Esse é um cult movie que foi muito cultuado durante os anos de ouro do VHS (entenda-se anos 80). Curiosamente apesar de sempre ler e ouvir falar sobre o filme na época, principalmente através de publicações de cinema (lembra delas?) fiquei anos sem conferir o tão aclamado filme de Wim Wenders. Certa manhã, durante as férias de verão, na casa de parentes, acabei dormindo até um pouco mais tarde e fiquei para trás em casa, sozinho. Todos os demais tinham ido à praia. Procurando por algo a assistir me deparei com uma velha fita VHS de "Paris, Texas" e assim o assisti pela primeira vez, meio sonolento, é verdade, numa manhã de domingo. A minha impressão - que ainda se mantém firme depois de todos esses anos - é a de que o diretor alemão foi mesmo um mestre nessa sua maneira de dirigir, dando muita importância à forma, porém sendo bem raso em termos de conteúdo. O enredo de "Paris, Texas" não parece ir para lugar nenhum, essa é a verdade. Wenders porém o trata com tanto maestria, em termos cinematográficos, que o público acaba esquecendo disso. Visualmente muito bem fotografado, embora com um visual árido, o filme se destaca por ter uma narrativa que nos lembra até mesmo um sonho. Não há muito objetividade e nem muita certeza para onde se quer ir. Em relação a esse filme em si o que realmente importa é o caminho a ser percorrido e não o seu ponto de chegada, o objetivo final de sua estória. Para quem gosta desse tipo de filme fica a indicação. Já para os que preferem algo mais claro e objetivo fica o aviso.
Pablo Aluísio.
Título Original: Paris, Texas
Ano de Produção: 1984
País: Inglaterra, Alemanha, França
Estúdio: Road Movies Filmproduktion, Argos Films
Direção: Wim Wenders
Roteiro: L.M. Kit Carson, Sam Shepard
Elenco: Harry Dean Stanton, Nastassja Kinski, Dean Stockwell, Aurore Clément, Tom Farrell
Sinopse:
Em um deserto hostil do Texas, um homem sem memória (Harry Dean Stanton) acaba sendo encontrado. Ele é Travis Henderson. Seu maior drama é não saber quem é, de onde veio e nem para onde vai. Aos poucos porém ele vai, em rápidos lapsos, entendendo e recriando tudo o que aconteceu em sua vida passada. Ao lado do irmão, sua esposa e sua filha ele começa então a tecer pequenos momentos de lembrança em sua mente abalada. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Direção (Win Wenders).
Comentários:
Esse é um cult movie que foi muito cultuado durante os anos de ouro do VHS (entenda-se anos 80). Curiosamente apesar de sempre ler e ouvir falar sobre o filme na época, principalmente através de publicações de cinema (lembra delas?) fiquei anos sem conferir o tão aclamado filme de Wim Wenders. Certa manhã, durante as férias de verão, na casa de parentes, acabei dormindo até um pouco mais tarde e fiquei para trás em casa, sozinho. Todos os demais tinham ido à praia. Procurando por algo a assistir me deparei com uma velha fita VHS de "Paris, Texas" e assim o assisti pela primeira vez, meio sonolento, é verdade, numa manhã de domingo. A minha impressão - que ainda se mantém firme depois de todos esses anos - é a de que o diretor alemão foi mesmo um mestre nessa sua maneira de dirigir, dando muita importância à forma, porém sendo bem raso em termos de conteúdo. O enredo de "Paris, Texas" não parece ir para lugar nenhum, essa é a verdade. Wenders porém o trata com tanto maestria, em termos cinematográficos, que o público acaba esquecendo disso. Visualmente muito bem fotografado, embora com um visual árido, o filme se destaca por ter uma narrativa que nos lembra até mesmo um sonho. Não há muito objetividade e nem muita certeza para onde se quer ir. Em relação a esse filme em si o que realmente importa é o caminho a ser percorrido e não o seu ponto de chegada, o objetivo final de sua estória. Para quem gosta desse tipo de filme fica a indicação. Já para os que preferem algo mais claro e objetivo fica o aviso.
Pablo Aluísio.
Sexta-Feira 13
Título no Brasil: Sexta-Feira 13
Título Original: Black Friday
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Arthur Lubin
Roteiro: Curt Siodmak, Eric Taylor
Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Stanley Ridges, Anne Nagel, Anne Gwynne, Edmund MacDonald
Sinopse:
Quando seu amigo pessoal, o professor Kingsley, morre tragicamente, o neurocirurgião Dr. Ernst Sovac (Boris Karloff) decide que precisa preservar sua mente de alguma maneira. Afinal a inteligência de um homem tão brilhante não poderia simplesmente deixar de existir da noite para o dia. Assim ele resolve usar um novo procedimento experimental, ainda não autorizado pelas autoridades, para transplantar o cérebro do amigo para o corpo de um criminoso também recentemente falecido, o gangster Red Cannon. Inicialmente a operação parece ter sido um sucesso, mas em pouco tempo algo parece claro: a mente de inteligência única parece agora fixada em ser usada para o mundo do crime.
Comentários:
Pois é, existe um filme da década de 1940 chamado "Sexta-Feira 13", tal como a série violenta de filmes com o psicopata Jason dos anos 80. Poucos ainda se lembram disso ou possuem conhecimento da existência dessa produção. Aqui não temos psicopatas com machados e máscaras de hockey matando adolescentes e jovens namorados desprevenidos no meio da floresta, mas sim uma mistura até bem feita envolvendo dois clássicos da literatura de terror: "O Médico e o Monstro" de Robert Louis Stevenson e "Frankenstein ou o Moderno Prometeu" de Mary Shelley. Do primeiro os roteiristas tiraram a ideia de duas personalidades diferentes convivendo em um mesmo corpo, sendo uma delas culta, elegante e sofisticada e a outra violenta, psicopata e cruel. Na verdade a união das duas personalidades do transplante - uma do professor falecido e a outra do criminoso em seu próprio corpo. Já do segundo livro temos a figura do cientista louco, que não parece estar interessado nos limites éticos e profissionais de sua atividade médica. Mesmo sabendo dos riscos não hesita em ultrapassar todas as fronteiras da lei para trazer para o mundo um ser monstruoso, feito de pedaços e órgãos de pessoas mortas. Um dos grandes atrativos do filme vem da presença de dois monstros consagrados do cinema de horror clássico: Boris Karloff e Bela Lugosi. É verdade que Lugosi já parecia debilitado em cena por causa de seu vício em drogas pesadas, mas mesmo assim vê-lo ao lado de Karloff certamente vale a pena. Dois grandes mitos atuando em um filme que, como já escrevi, é também a união de dois clássicos da literatura de terror. Poderia haver algo mais interessante para os fãs do gênero? Penso sinceramente que não...
Pablo Aluísio.
Título Original: Black Friday
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Arthur Lubin
Roteiro: Curt Siodmak, Eric Taylor
Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Stanley Ridges, Anne Nagel, Anne Gwynne, Edmund MacDonald
Sinopse:
Quando seu amigo pessoal, o professor Kingsley, morre tragicamente, o neurocirurgião Dr. Ernst Sovac (Boris Karloff) decide que precisa preservar sua mente de alguma maneira. Afinal a inteligência de um homem tão brilhante não poderia simplesmente deixar de existir da noite para o dia. Assim ele resolve usar um novo procedimento experimental, ainda não autorizado pelas autoridades, para transplantar o cérebro do amigo para o corpo de um criminoso também recentemente falecido, o gangster Red Cannon. Inicialmente a operação parece ter sido um sucesso, mas em pouco tempo algo parece claro: a mente de inteligência única parece agora fixada em ser usada para o mundo do crime.
Comentários:
Pois é, existe um filme da década de 1940 chamado "Sexta-Feira 13", tal como a série violenta de filmes com o psicopata Jason dos anos 80. Poucos ainda se lembram disso ou possuem conhecimento da existência dessa produção. Aqui não temos psicopatas com machados e máscaras de hockey matando adolescentes e jovens namorados desprevenidos no meio da floresta, mas sim uma mistura até bem feita envolvendo dois clássicos da literatura de terror: "O Médico e o Monstro" de Robert Louis Stevenson e "Frankenstein ou o Moderno Prometeu" de Mary Shelley. Do primeiro os roteiristas tiraram a ideia de duas personalidades diferentes convivendo em um mesmo corpo, sendo uma delas culta, elegante e sofisticada e a outra violenta, psicopata e cruel. Na verdade a união das duas personalidades do transplante - uma do professor falecido e a outra do criminoso em seu próprio corpo. Já do segundo livro temos a figura do cientista louco, que não parece estar interessado nos limites éticos e profissionais de sua atividade médica. Mesmo sabendo dos riscos não hesita em ultrapassar todas as fronteiras da lei para trazer para o mundo um ser monstruoso, feito de pedaços e órgãos de pessoas mortas. Um dos grandes atrativos do filme vem da presença de dois monstros consagrados do cinema de horror clássico: Boris Karloff e Bela Lugosi. É verdade que Lugosi já parecia debilitado em cena por causa de seu vício em drogas pesadas, mas mesmo assim vê-lo ao lado de Karloff certamente vale a pena. Dois grandes mitos atuando em um filme que, como já escrevi, é também a união de dois clássicos da literatura de terror. Poderia haver algo mais interessante para os fãs do gênero? Penso sinceramente que não...
Pablo Aluísio.
domingo, 7 de agosto de 2016
Richard Burton - Paixão Proibida
Nesse fim de semana tive a oportunidade de conferir mais um clássico do cinema inglês. O filme em questão se chama "Look Back in Anger" (no Brasil, "Paixão Proibida"). É uma adaptação de uma peça teatral estrelada pelo ator Richard Burton. Aliás sábia escolha. É um daqueles personagens que você fica em dúvida se foi o ator que escolheu o papel ou o contrário disso. Isso porque o protagonista, Jimmy Porter, tinha muito a ver com o próprio Richard Burton. De temperamento mercurial e personalidade forte, ele acaba involuntariamente destruindo todos ao seu redor. Aliás, até seu próprio casamento acaba sendo tragado por suas atitudes nada nobres.
O enredo do filme se desenvolve em torno de um casal, Jimmy (Burton) e Alisson (Mary Ure). O casamento deles é o que se pode chamar de inferno na Terra. Tudo se baseia em um relacionamento destruído, em frangalhos, que só continua de pé por razões que a própria razão desconhece. O roteiro aliás é muito pertinente nesse aspecto pois mostra duas pessoas afundadas em uma união infeliz, repleta de brigas e ofensas, mas que continua sem muitas razões claras. Afinal quem gostaria de viver em um matrimônio onde não existe mais diálogo, mas só brigas, brigas, ofensas, provocações e humilhações diárias? Para piorar o personagem de Richard Burton sobrevive no limite, trabalhando como feirante de dia e tentando descolar alguns trocados como músico (ele toca trompete) em bares e boates, sem muito sucesso.
E onde o fracasso se instala também se instala a tentativa de descontá-lo nos outros. No caso o marido desconta toda a sua ira e frustração pessoal na própria esposa. Burton em cena está impagável. O ator parecia frustrado com o trabalho que vinha desenvolvendo em Hollywood e voltou para a Inglaterra para respirar ares mais artísticos, estrelar mais filmes que lembrassem o seu tempo de ator de teatro em Londres. Acertou em cheio. Certamente "Look Back in Anger" passou longe de ser tão popularmente comercial como os épicos de Roma e Guerra que Burton vinha estrelando em Hollywood, mas certamente lhe trouxe muito orgulho e reconhecimento pessoal pelo trabalho que desenvolveu. Acabou sendo indicado a dois prêmios importantes, o Globo de Ouro e o BAFTA Awards. Dizem que durante uma de suas habituais bebedeiras disse que o cinema americano era apenas o lugar onde ele ganhava suas fortunas, sendo que a paixão de ser ator só encontrava mesmo nos palcos e estúdios britânicos.
Por fim, outro bom motivo para conferir esse "Look Back in Anger" é a presença da jovem atriz
Mary Ure. Com cabelos platinados e rosto de beleza clássica ela atuou como a esposa de Richard Burton no filme. Uma mulher que pagou um alto preço por amar um homem que no fundo não queria amar ninguém e nem ser amado. Sua interpretação chama bastante a atenção do espectador, principalmente por ela apresentar uma maturidade e um grau de sofrimento que nem era condizente com sua idade na época em que o filme foi realizado. Infelizmente Mary teve um destino trágico ao morrer de uma overdose de drogas acidental. Ela ainda trabalharia ao lado de Burton em filmes como "O Desafio das Águias" (dizem que foi namorada do ator), mas infelizmente teve pouco tempo de vida para explorar todos os seus talentos dramáticos. Esse filme aqui acabou sendo uma boa oportunidade de conferir como ela era, além de linda esteticamente, uma grande atriz.
Pablo Aluísio.
O enredo do filme se desenvolve em torno de um casal, Jimmy (Burton) e Alisson (Mary Ure). O casamento deles é o que se pode chamar de inferno na Terra. Tudo se baseia em um relacionamento destruído, em frangalhos, que só continua de pé por razões que a própria razão desconhece. O roteiro aliás é muito pertinente nesse aspecto pois mostra duas pessoas afundadas em uma união infeliz, repleta de brigas e ofensas, mas que continua sem muitas razões claras. Afinal quem gostaria de viver em um matrimônio onde não existe mais diálogo, mas só brigas, brigas, ofensas, provocações e humilhações diárias? Para piorar o personagem de Richard Burton sobrevive no limite, trabalhando como feirante de dia e tentando descolar alguns trocados como músico (ele toca trompete) em bares e boates, sem muito sucesso.
E onde o fracasso se instala também se instala a tentativa de descontá-lo nos outros. No caso o marido desconta toda a sua ira e frustração pessoal na própria esposa. Burton em cena está impagável. O ator parecia frustrado com o trabalho que vinha desenvolvendo em Hollywood e voltou para a Inglaterra para respirar ares mais artísticos, estrelar mais filmes que lembrassem o seu tempo de ator de teatro em Londres. Acertou em cheio. Certamente "Look Back in Anger" passou longe de ser tão popularmente comercial como os épicos de Roma e Guerra que Burton vinha estrelando em Hollywood, mas certamente lhe trouxe muito orgulho e reconhecimento pessoal pelo trabalho que desenvolveu. Acabou sendo indicado a dois prêmios importantes, o Globo de Ouro e o BAFTA Awards. Dizem que durante uma de suas habituais bebedeiras disse que o cinema americano era apenas o lugar onde ele ganhava suas fortunas, sendo que a paixão de ser ator só encontrava mesmo nos palcos e estúdios britânicos.
Por fim, outro bom motivo para conferir esse "Look Back in Anger" é a presença da jovem atriz
Mary Ure. Com cabelos platinados e rosto de beleza clássica ela atuou como a esposa de Richard Burton no filme. Uma mulher que pagou um alto preço por amar um homem que no fundo não queria amar ninguém e nem ser amado. Sua interpretação chama bastante a atenção do espectador, principalmente por ela apresentar uma maturidade e um grau de sofrimento que nem era condizente com sua idade na época em que o filme foi realizado. Infelizmente Mary teve um destino trágico ao morrer de uma overdose de drogas acidental. Ela ainda trabalharia ao lado de Burton em filmes como "O Desafio das Águias" (dizem que foi namorada do ator), mas infelizmente teve pouco tempo de vida para explorar todos os seus talentos dramáticos. Esse filme aqui acabou sendo uma boa oportunidade de conferir como ela era, além de linda esteticamente, uma grande atriz.
Pablo Aluísio.
A Mancha de Sangue
Título no Brasil: A Mancha de Sangue
Título Original: At Gunpoint
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Alfred L. Werker
Roteiro: Daniel B. Ullman
Elenco: Fred MacMurray, Dorothy Malone, Walter Brennan, Tommy Rettig, Skip Homeier, Irving Bacon
Sinopse:
Durante um assalto a banco na pequena cidadezinha de Plainview, no Texas, o xerife é morto pelos criminosos. Ao passarem pela rua principal da cidade em fuga, um comerciante chamado Jack Wright (Fred MacMurray) resolve atirar nos ladrões e o líder do bando é morto com um tiro certeiro, caindo de seu cavalo. O resto do grupo foge. Dias depois começam os rumores que eles estarão de volta para vingar a morte do chefe da quadrilha. Isso coloca Jack em uma situação delicada, já que ele nunca foi um pistoleiro e não sabe como enfrentará os bandoleiros quando eles retornarem. Pior do que isso, as pessoas da cidade decidem lhe abandonar à própria sorte.
Comentários:
O tema desse bom faroeste é a covardia. O protagonista Jack Wright (Fred MacMurray) é apenas um comerciante pacato da cidade que mata um violento criminoso durante um assalto a banco de sua cidade. Isso o torna alvo do restante da quadrilha que jura vingar a morte do comparsa. Jack não é um às do gatilho, não tem experiência com armas e nem nada do tipo. Ele é apenas um pai de família que tentou proteger seus entes queridos e agora se vê a mercê de criminosos sem ter como vencê-los em um duelo - que parece estar cada vez mais próximo. Depois da morte do xerife de Plainview ninguém também parece disposto a aceitar o cargo. Nem mesmo um Marshall federal que passou pela cidade para investigar o assassinato parece disposto a ficar por lá quando a quadrilha retornar. O roteiro desse filme me lembrou em certo aspecto do clássico western "Matar ou Morrer" onde o ator Gary Cooper interpretava um xerife que era abandonado pela cidade inteira, tendo que enfrentar sozinho um bando de renegados e criminosos. Esse filme lançado três anos depois bebia da mesma fonte do faroeste com Cooper, mas claro com pretensões bem mais modestas. Não há nada que lembre a tensão psicológica sufocante criada pelo diretor Fred Zinnemann naquele clássico absoluto do western americano, porém isso não quer dizer que "A Mancha de Sangue" seja fraco ou destituído de qualidades. Pelo contrário. Gostei bastante do desenvolvimento do enredo, principalmente pela direção ágil e eficaz do diretor Alfred L. Werker que deu um ritmo muito bom para o filme. Outra escolha que me pareceu muito acertada foi colocar o ator Fred MacMurray para interpretar o protagonista. Ele tinha um jeito de "Paizão" que combinou muito bem com seu personagem, um homem comum, honesto, que se vê numa situação que lhe foge ao controle. O clímax reafirma a bravura do homem que foi para o oeste, onde todos pareciam dispostos a se sacrificar para criar uma terra de lei e ordem, onde todo mundo pudesse viver em paz. Em suma, deixo a indicação desse pequeno, mas muito interessante faroeste. Os fãs do gênero certamente não terão do que reclamar.
Pablo Aluísio.
Título Original: At Gunpoint
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Alfred L. Werker
Roteiro: Daniel B. Ullman
Elenco: Fred MacMurray, Dorothy Malone, Walter Brennan, Tommy Rettig, Skip Homeier, Irving Bacon
Sinopse:
Durante um assalto a banco na pequena cidadezinha de Plainview, no Texas, o xerife é morto pelos criminosos. Ao passarem pela rua principal da cidade em fuga, um comerciante chamado Jack Wright (Fred MacMurray) resolve atirar nos ladrões e o líder do bando é morto com um tiro certeiro, caindo de seu cavalo. O resto do grupo foge. Dias depois começam os rumores que eles estarão de volta para vingar a morte do chefe da quadrilha. Isso coloca Jack em uma situação delicada, já que ele nunca foi um pistoleiro e não sabe como enfrentará os bandoleiros quando eles retornarem. Pior do que isso, as pessoas da cidade decidem lhe abandonar à própria sorte.
Comentários:
O tema desse bom faroeste é a covardia. O protagonista Jack Wright (Fred MacMurray) é apenas um comerciante pacato da cidade que mata um violento criminoso durante um assalto a banco de sua cidade. Isso o torna alvo do restante da quadrilha que jura vingar a morte do comparsa. Jack não é um às do gatilho, não tem experiência com armas e nem nada do tipo. Ele é apenas um pai de família que tentou proteger seus entes queridos e agora se vê a mercê de criminosos sem ter como vencê-los em um duelo - que parece estar cada vez mais próximo. Depois da morte do xerife de Plainview ninguém também parece disposto a aceitar o cargo. Nem mesmo um Marshall federal que passou pela cidade para investigar o assassinato parece disposto a ficar por lá quando a quadrilha retornar. O roteiro desse filme me lembrou em certo aspecto do clássico western "Matar ou Morrer" onde o ator Gary Cooper interpretava um xerife que era abandonado pela cidade inteira, tendo que enfrentar sozinho um bando de renegados e criminosos. Esse filme lançado três anos depois bebia da mesma fonte do faroeste com Cooper, mas claro com pretensões bem mais modestas. Não há nada que lembre a tensão psicológica sufocante criada pelo diretor Fred Zinnemann naquele clássico absoluto do western americano, porém isso não quer dizer que "A Mancha de Sangue" seja fraco ou destituído de qualidades. Pelo contrário. Gostei bastante do desenvolvimento do enredo, principalmente pela direção ágil e eficaz do diretor Alfred L. Werker que deu um ritmo muito bom para o filme. Outra escolha que me pareceu muito acertada foi colocar o ator Fred MacMurray para interpretar o protagonista. Ele tinha um jeito de "Paizão" que combinou muito bem com seu personagem, um homem comum, honesto, que se vê numa situação que lhe foge ao controle. O clímax reafirma a bravura do homem que foi para o oeste, onde todos pareciam dispostos a se sacrificar para criar uma terra de lei e ordem, onde todo mundo pudesse viver em paz. Em suma, deixo a indicação desse pequeno, mas muito interessante faroeste. Os fãs do gênero certamente não terão do que reclamar.
Pablo Aluísio.
sábado, 6 de agosto de 2016
Elvis Presley - Follow That Dream
E então, em 1962, Elvis Presley foi até a região turística de Crystal River, na Flórida, para rodar seu novo filme. Fugindo um pouco do habitual, Elvis agora estava trabalhando para a United Artists, através de uma pequena companhia cinematográfica chamada Mirisch Corporation. A ideia era produzir um filme leve, divertido, nada condizente com todos aqueles personagens perturbados, perigosos e rebeldes que Elvis havia interpretado nos anos 50. Depois de "Blue Hawaii" (Feitiço Havaiano) os produtores de Hollywood entenderam que era melhor vender uma imagem mais soft de Elvis. Era obviamente um claro redirecionamento em sua carreira. Nada de motoqueiros rebeldes e roqueiros com casacos de couro. Esse tempo já havia passado.
Assim Elvis interpretou um protagonista que em essência era algo bem próximo de suas próprias origens. O Toby Kwimper de Elvis era apenas um caipira de bom coração, que procurava um lugar no mundo com sua família, um bando de hillbillys. O pai de Elvis no filme era interpretado pelo bom ator Arthur O'Connell que ainda voltaria a trabalhar ao lado dele em outro de seus musicais caipiras, "Kissin Cousins" (no Brasil o filme recebeu o título nacional de "Com Caipira Não se Brinca"). O'Connell era bem requisitado na época para interpretar tipos assim, caipirões do interior. E ele era muito bom nisso, vamos reconhecer.
O filme é bom olhando-se sob um ponto de vista menos crítico. Tem uma bonita fotografia - uma das melhores em se tratando da filmografia de Mr. Presley - justamente por causa do lugar onde tudo foi filmado. Também é um filme que fugiu de estúdios fechados, preferindo o ar livre, a beleza da natureza. Em locações a produção ficou muito mais ensolarada, bonita. Elvis, bem à vontade, jovem e esbanjando simpatia acabou pegando tanto sol que seu cabelo acabou até mesmo voltando ao tom natural, loiro. O diretor Gordon Douglas (que parecia um rato de biblioteca) achou que essa imagem combinava muito bem com a proposta do roteiro e por isso persuadiu Elvis a não pintar seus cabelos de preto como sempre fazia.
Por essa época as coisas pareciam ir muito bem com Elvis. Ele estava estrelando uns três filmes em média por ano, seus discos ainda vendiam bem e não havia ainda no ar nenhum forte concorrente no campo musical. Ele ainda era o Rei absoluto das paradas de sucesso. Algo que iria mudar com a chegada dos Beatles algum tempo depois das filmagens. Isso porém ainda parecia ser um futuro distante e improvável. A trilha sonora era agradável, embora sem nenhum grande clássico no repertório. Músicas como o filme, leves e de bom astral. Eu particularmente sempre gostei muito da música tema, a própria "Follow That Dream", que tinha um ritmo ótimo, alegre, pra cima. Até "Angel", que é uma daquelas baladas que acabam se saturando um pouco com o tempo, mantém o bom nível das canções. "What a Wonderful Life" é outro atestado de boas intenções. Uma música tão otimista, tão céu azul da Flórida, jamais poderia ser encarada com maior acidez.
"I'm Not the Marrying Kind" por sua vez é pura diversão. Praticamente uma auto paródia ao próprio Elvis que na época era escolhido todos os anos como o "Solteiro mais cobiçado da América". Pois é, todas aquelas garotas queriam se casar com Elvis, famoso, rico e boa pinta... Quem poderia culpá-lo em se manter solteiro, cabeça fria e na boa vida? "A Whistling Tune" foi uma daquelas faixas que a RCA Victor não promoveu, não ajudou a divulgar e nem a fazer sucesso. Vale também pelas boas vibrações. Por fim a trilha se encerra com a boa "Sound Advice" que muitos detestam, mas que eu particularmente sempre curti muito. Enfim, esse era o Elvis em 1962... curtindo sua vida de astro de Hollywood no sol da Flórida...
Pablo Aluísio.
Assim Elvis interpretou um protagonista que em essência era algo bem próximo de suas próprias origens. O Toby Kwimper de Elvis era apenas um caipira de bom coração, que procurava um lugar no mundo com sua família, um bando de hillbillys. O pai de Elvis no filme era interpretado pelo bom ator Arthur O'Connell que ainda voltaria a trabalhar ao lado dele em outro de seus musicais caipiras, "Kissin Cousins" (no Brasil o filme recebeu o título nacional de "Com Caipira Não se Brinca"). O'Connell era bem requisitado na época para interpretar tipos assim, caipirões do interior. E ele era muito bom nisso, vamos reconhecer.
O filme é bom olhando-se sob um ponto de vista menos crítico. Tem uma bonita fotografia - uma das melhores em se tratando da filmografia de Mr. Presley - justamente por causa do lugar onde tudo foi filmado. Também é um filme que fugiu de estúdios fechados, preferindo o ar livre, a beleza da natureza. Em locações a produção ficou muito mais ensolarada, bonita. Elvis, bem à vontade, jovem e esbanjando simpatia acabou pegando tanto sol que seu cabelo acabou até mesmo voltando ao tom natural, loiro. O diretor Gordon Douglas (que parecia um rato de biblioteca) achou que essa imagem combinava muito bem com a proposta do roteiro e por isso persuadiu Elvis a não pintar seus cabelos de preto como sempre fazia.
Por essa época as coisas pareciam ir muito bem com Elvis. Ele estava estrelando uns três filmes em média por ano, seus discos ainda vendiam bem e não havia ainda no ar nenhum forte concorrente no campo musical. Ele ainda era o Rei absoluto das paradas de sucesso. Algo que iria mudar com a chegada dos Beatles algum tempo depois das filmagens. Isso porém ainda parecia ser um futuro distante e improvável. A trilha sonora era agradável, embora sem nenhum grande clássico no repertório. Músicas como o filme, leves e de bom astral. Eu particularmente sempre gostei muito da música tema, a própria "Follow That Dream", que tinha um ritmo ótimo, alegre, pra cima. Até "Angel", que é uma daquelas baladas que acabam se saturando um pouco com o tempo, mantém o bom nível das canções. "What a Wonderful Life" é outro atestado de boas intenções. Uma música tão otimista, tão céu azul da Flórida, jamais poderia ser encarada com maior acidez.
"I'm Not the Marrying Kind" por sua vez é pura diversão. Praticamente uma auto paródia ao próprio Elvis que na época era escolhido todos os anos como o "Solteiro mais cobiçado da América". Pois é, todas aquelas garotas queriam se casar com Elvis, famoso, rico e boa pinta... Quem poderia culpá-lo em se manter solteiro, cabeça fria e na boa vida? "A Whistling Tune" foi uma daquelas faixas que a RCA Victor não promoveu, não ajudou a divulgar e nem a fazer sucesso. Vale também pelas boas vibrações. Por fim a trilha se encerra com a boa "Sound Advice" que muitos detestam, mas que eu particularmente sempre curti muito. Enfim, esse era o Elvis em 1962... curtindo sua vida de astro de Hollywood no sol da Flórida...
Pablo Aluísio.
Visões do Passado
Título no Brasil: Visões do Passado
Título Original: Backtrack
Ano de Produção: 2015
País: Reino Unido, Austrália
Estúdio: Screen Australia
Direção: Michael Petroni
Roteiro: Michael Petroni
Elenco: Adrien Brody, Sam Neill, Robin McLeavy, Bruce Spence, Chloe Bayliss, Anna Lise Phillips
Sinopse:
Após perder sua pequena filha, atropelada por um caminhão, o psiquiatra Peter Bower (Adrien Brody) tenta reconstruir sua vida. Ele começa então a atender pacientes indicados por outro médico, o Dr. Duncan Stewart (Sam Neill). Aos poucos porém vai descobrindo que há algo de errado com todos eles. Pesquisando descobre que a grande maioria dos pacientes que atende já morreram, mais especificamente em um acidente de trem acontecido em 1987. Pior do que tudo, o próprio Bower parece ter tido ligação com o sinistro evento no passado.
Comentários:
Produção de terror bem interessante. A premissa envolvendo fantasmas de pessoas mortas em um acidente de trem abre margem para o protagonista, um psiquiatra traumatizado pela morte da própria filha, desvendar o que realmente estaria acontecendo. Não é, apesar de tudo isso, um filme de terror clássico. Sim, há fantasmas, aparições de pessoas mortas e pequenos sustos. Isso porém é apenas um pano de fundo para a estória principal, essa sim envolvendo culpas, traumas e arrependimentos. Quando era apenas um adolescente, o psiquiatra interpretado por Adrien Brody, ao lado de um amigo, acabou sendo responsável indiretamente por um descarrilamento de um trem de passageiros que matou 48 pessoas. É justamente as almas dessas pessoas que agora parecem assombrar sua vida. A pergunta principal é saber qual teria sido realmente sua culpa em tudo o que aconteceu... Na verdade há muito mais envolvido, especialmente em relação ao seu pai, um policial veterano com um passado negro a esconder. O roteiro assim vai desvendando todo o mistério, aos poucos. É uma trama de reviravoltas e apesar disso tudo ser hoje em dia um pouco saturado a coisa até que funciona muito bem. No geral gostei do resultado. Não aborreceu (o filme é relativamente curto, com edição bem feita, que não perde tempo com detalhes desnecessários), o roteiro é bem escrito e o filme se valoriza ainda mais por contar com mais um boa atuação do sempre competente Adrien Brody. Enfim, um filme para quem gosta de histórias de fantasmas que se recusam a ir embora para o além enquanto não acertam as contas com os vivos que ficaram para trás.
Pablo Aluísio.
Título Original: Backtrack
Ano de Produção: 2015
País: Reino Unido, Austrália
Estúdio: Screen Australia
Direção: Michael Petroni
Roteiro: Michael Petroni
Elenco: Adrien Brody, Sam Neill, Robin McLeavy, Bruce Spence, Chloe Bayliss, Anna Lise Phillips
Sinopse:
Após perder sua pequena filha, atropelada por um caminhão, o psiquiatra Peter Bower (Adrien Brody) tenta reconstruir sua vida. Ele começa então a atender pacientes indicados por outro médico, o Dr. Duncan Stewart (Sam Neill). Aos poucos porém vai descobrindo que há algo de errado com todos eles. Pesquisando descobre que a grande maioria dos pacientes que atende já morreram, mais especificamente em um acidente de trem acontecido em 1987. Pior do que tudo, o próprio Bower parece ter tido ligação com o sinistro evento no passado.
Comentários:
Produção de terror bem interessante. A premissa envolvendo fantasmas de pessoas mortas em um acidente de trem abre margem para o protagonista, um psiquiatra traumatizado pela morte da própria filha, desvendar o que realmente estaria acontecendo. Não é, apesar de tudo isso, um filme de terror clássico. Sim, há fantasmas, aparições de pessoas mortas e pequenos sustos. Isso porém é apenas um pano de fundo para a estória principal, essa sim envolvendo culpas, traumas e arrependimentos. Quando era apenas um adolescente, o psiquiatra interpretado por Adrien Brody, ao lado de um amigo, acabou sendo responsável indiretamente por um descarrilamento de um trem de passageiros que matou 48 pessoas. É justamente as almas dessas pessoas que agora parecem assombrar sua vida. A pergunta principal é saber qual teria sido realmente sua culpa em tudo o que aconteceu... Na verdade há muito mais envolvido, especialmente em relação ao seu pai, um policial veterano com um passado negro a esconder. O roteiro assim vai desvendando todo o mistério, aos poucos. É uma trama de reviravoltas e apesar disso tudo ser hoje em dia um pouco saturado a coisa até que funciona muito bem. No geral gostei do resultado. Não aborreceu (o filme é relativamente curto, com edição bem feita, que não perde tempo com detalhes desnecessários), o roteiro é bem escrito e o filme se valoriza ainda mais por contar com mais um boa atuação do sempre competente Adrien Brody. Enfim, um filme para quem gosta de histórias de fantasmas que se recusam a ir embora para o além enquanto não acertam as contas com os vivos que ficaram para trás.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Vida Bandida
Título no Brasil: Vida Bandida
Título Original: Bandits
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Harley Peyton
Elenco: Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Cate Blanchett, January Jones, Troy Garity
Sinopse:
Joe (Bruce Willis) e Terry (Billy Bob Thornton) são dois condenados que fogem da prisão. De volta às ruas eles começam a usar um novo método para roubar bancos, invadindo as casas dos gerentes na noite anterior ao roubo, fazendo suas famílias de reféns. Em pouco tempo o novo jeito se revela ser muito bem sucedido e eles começam a ganhar todas as manchetes. Em um desses roubos acabam esbarrando em Kate (Cate Blanchett), uma jovem mulher que está entediada com sua vida, sempre em busca de emoções. Em pouco tempo ela então se junta à dupla de ladrões. Ambos ficam apaixonados por ela, enquanto a política os persegue, pensando que Kate é uma refém do bando.
Comentários:
Muito fraco. O elenco é inegavelmente bom. Bruce Willis, em um estilo mais bem humorado e menos brutamontes. Billy Bob Thornton, sempre um ator interessante, geralmente interpretando o caipira malvado e sem misericórdia e finalmente a maravilhosa Cate Blanchett, uma das atrizes mais talentosas de sua geração, aqui em um papel que sinceramente não lhe faz jus. Até a bela January Jones está no elenco. Não está ligando o nome à pessoa? Ora, Jones é a Betty Francis Draper de "Mad Men", aquele tipo de mulher belíssima que se afunda em um casamento suburbano, cheia de filhos e pouco glamour. Aqui ela ainda estava bem jovem - e mais bonita do que nunca!. Pois é, mesmo com esse excelente elenco, com um diretor respeitado como Barry Levinson, pouca coisa funciona. O filme foi relativamente bem recebido pela crítica, mas o público não comprou muito bem a ideia. No geral, não há como negar, o filme é uma negação, uma decepção. Leva três estrelas com muita, mas muita boa vontade mesmo. Na realidade não levaria nem duas... Enfim, é tipicamente aquele tipo de película ruim que nem o bom elenco consegue salvar.
Pablo Aluísio.
Título Original: Bandits
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Harley Peyton
Elenco: Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Cate Blanchett, January Jones, Troy Garity
Sinopse:
Joe (Bruce Willis) e Terry (Billy Bob Thornton) são dois condenados que fogem da prisão. De volta às ruas eles começam a usar um novo método para roubar bancos, invadindo as casas dos gerentes na noite anterior ao roubo, fazendo suas famílias de reféns. Em pouco tempo o novo jeito se revela ser muito bem sucedido e eles começam a ganhar todas as manchetes. Em um desses roubos acabam esbarrando em Kate (Cate Blanchett), uma jovem mulher que está entediada com sua vida, sempre em busca de emoções. Em pouco tempo ela então se junta à dupla de ladrões. Ambos ficam apaixonados por ela, enquanto a política os persegue, pensando que Kate é uma refém do bando.
Comentários:
Muito fraco. O elenco é inegavelmente bom. Bruce Willis, em um estilo mais bem humorado e menos brutamontes. Billy Bob Thornton, sempre um ator interessante, geralmente interpretando o caipira malvado e sem misericórdia e finalmente a maravilhosa Cate Blanchett, uma das atrizes mais talentosas de sua geração, aqui em um papel que sinceramente não lhe faz jus. Até a bela January Jones está no elenco. Não está ligando o nome à pessoa? Ora, Jones é a Betty Francis Draper de "Mad Men", aquele tipo de mulher belíssima que se afunda em um casamento suburbano, cheia de filhos e pouco glamour. Aqui ela ainda estava bem jovem - e mais bonita do que nunca!. Pois é, mesmo com esse excelente elenco, com um diretor respeitado como Barry Levinson, pouca coisa funciona. O filme foi relativamente bem recebido pela crítica, mas o público não comprou muito bem a ideia. No geral, não há como negar, o filme é uma negação, uma decepção. Leva três estrelas com muita, mas muita boa vontade mesmo. Na realidade não levaria nem duas... Enfim, é tipicamente aquele tipo de película ruim que nem o bom elenco consegue salvar.
Pablo Aluísio.
O Pesadelo de Darwin
Título no Brasil: O Pesadelo de Darwin
Título Original: Darwin's Nightmare
Ano de Produção: 2004
País: França, Alemanha, Bélgica, Áustria
Estúdio: Mille et Une Productions
Direção: Hubert Sauper
Roteiro: Hubert Sauper
Elenco: Elizabeth 'Eliza' Maganga Nsese, Raphael Tukiko Wagara, Dimond Remtulia
Sinopse:
Em meados do século XX uma empresa acabou soltando um tipo de peixe no grande lago Vitória, na Tanzânia. A espécie não seria natural daquele país. Com sua soltura na natureza e sem inimigos naturais acabou dominando a pesca da região, causando grande fome entre a população local, impedida de pescar a cara iguaria que seria então exportada para a Europa.
Comentários:
Esse filme foi indicado ao Oscar de Melhor documentário. É uma produção entre vários países da Europa que tentam demonstrar que nem sempre um produto de exportação bem sucedido traz riqueza para as populações mais pobres dos países que o exportam. O cenário é a Tanzânia, no lago Vitória, o maior lago tropical do mundo. Nesse rico manancial de águas cristalinas tentou-se criar uma experiência que deu certo. Uma espécie de peixe foi colocada no lago para adaptação. Deu certo, só que a custa das espécies nativas do lago. Assim o povo que o pescava ficou sem opção de alimentos. O título do filme, "O Pesadelo de Darwin" faz uma referência óbvia sobre a Teoria da Evolução e da seleção natural do cientista Charles Darwin que previa que apenas as espécies mais fortes e resistentes, adaptadas ao seu habitat natural, sobreviveriam. Deu no que deu. De certa maneira tudo o que aconteceu no lago Vitória apenas confirmou as teorias do grande cientista inglês. Em suma, um documentário muito interessante, principalmente para aqueles que gostam e estudam sobre temas biológicos e ecológicos.
Pablo Aluísio.
Título Original: Darwin's Nightmare
Ano de Produção: 2004
País: França, Alemanha, Bélgica, Áustria
Estúdio: Mille et Une Productions
Direção: Hubert Sauper
Roteiro: Hubert Sauper
Elenco: Elizabeth 'Eliza' Maganga Nsese, Raphael Tukiko Wagara, Dimond Remtulia
Sinopse:
Em meados do século XX uma empresa acabou soltando um tipo de peixe no grande lago Vitória, na Tanzânia. A espécie não seria natural daquele país. Com sua soltura na natureza e sem inimigos naturais acabou dominando a pesca da região, causando grande fome entre a população local, impedida de pescar a cara iguaria que seria então exportada para a Europa.
Comentários:
Esse filme foi indicado ao Oscar de Melhor documentário. É uma produção entre vários países da Europa que tentam demonstrar que nem sempre um produto de exportação bem sucedido traz riqueza para as populações mais pobres dos países que o exportam. O cenário é a Tanzânia, no lago Vitória, o maior lago tropical do mundo. Nesse rico manancial de águas cristalinas tentou-se criar uma experiência que deu certo. Uma espécie de peixe foi colocada no lago para adaptação. Deu certo, só que a custa das espécies nativas do lago. Assim o povo que o pescava ficou sem opção de alimentos. O título do filme, "O Pesadelo de Darwin" faz uma referência óbvia sobre a Teoria da Evolução e da seleção natural do cientista Charles Darwin que previa que apenas as espécies mais fortes e resistentes, adaptadas ao seu habitat natural, sobreviveriam. Deu no que deu. De certa maneira tudo o que aconteceu no lago Vitória apenas confirmou as teorias do grande cientista inglês. Em suma, um documentário muito interessante, principalmente para aqueles que gostam e estudam sobre temas biológicos e ecológicos.
Pablo Aluísio.
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