O filme conta a história real de Jordan Belfort ( Leonardo DiCaprio), um vigarista escroque que desejava ficar rico a todo custo. Como conseguir? O mercado de ações logo lhe pareceu o ambiente ideal. Usando de sua lábia de vendedor barato ele começou a negociar ações de empresas do tipo fundo de quintal cobrando por ela pequenas fortunas. Seu alvo eram os aposentados, pessoas mais simples, inocentes, que não conheciam o mercado da bolsa de valores. Em pouco tempo saiu de um escritório de quinta categoria para o ápice em Wall Street, ganhando rios de dinheiro com suas lorotas de mercado. Depois disso vieram as mulheres, as drogas e problemas, muitos problemas decorrentes de seu estilo de vida.
Martin Scorsese gosta de retratar os tipos mais comuns de sua Nova Iorque querida. Depois de ficar anos filmando a história de mafiosos da cidade ele resolveu partir para outro tipo de criminoso, o corretor de bolsa de valores de Wall Street. Para isso comprou os direitos do livro escrito por Belfort que o escreveu enquanto estava atrás das grades cumprindo prisão por inúmeros crimes que cometeu em Wall Street. O interessante é que Scorsese repete certos cacoetes que já havia explorado em filmes como "Cassino" onde colocava sua droga preferida, a cocaína, como símbolo de status e sucesso. O próprio Scorsese foi um viciado inveterado e todas as vezes que resolve lidar com a coca em seus filmes adota um ritmo alucinado, como se ele próprio estivesse cheirado. O filme como um todo é bom, mas tem esse viés narcótico. De qualquer maneira se sobressai novamente o talento de Leonardo DiCaprio, que consegue se sobressair em qualquer tipo de filme. O sujeito é realmente extremamente talentoso.
O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, EUA, 2013) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Terence Winter, baseado no livro de Jordan Belfort / Elenco: Leonardo DiCaprio, Jonah Hill, Margot Robbie / Sinopse: O filme retrata a história de um corretor da bolsa de valores de Nova Iorque que começa a enganar seus clientes para fazer uma fortuna rápida e fácil. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Leonardo DiCaprio), Melhor Ator Coadjuvante (Jonah Hill), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Direção.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
domingo, 1 de maio de 2016
Sangue Jovem
Título no Brasil: Sangue Jovem
Título Original: Son of a Gun
Ano de Produção: 2014
País: Austrália
Estúdio: Altitude Film Entertainment, Bridle Path Films
Direção: Julius Avery
Roteiro: Julius Avery, John Collee
Elenco: Ewan McGregor, Alicia Vikander, Brenton Thwaites
Sinopse:
O jovem JR (Brenton Thwaites) é sentenciado a uma pena de seis meses. Enviado a uma prisão de segurança máxima acaba conhecendo outro detento, Brendan (Ewan McGregor) que lhe promete proteção em troca de alguns servicinhos que ele deverá fazer quando for colocado em liberdade. Com receios de sofrer algum tipo de violência física JR aceita a proposta. Após ser solto resolve colocar em prática o plano que foi concebido por Brendan atrás das grades. Filme indicado ao Australian Screen Sound Guild na categoria de Melhor Trilha Sonora.
Comentários:
De maneira em geral é mais uma daquelas produções que procuram explorar o mundo do crime e seus desdobramentos. Ewan McGregor interpreta um sujeito durão que está preso, cumprindo uma pena pesada, de mais de 20 anos de reclusão, sem direito a condicional. Para alguém em sua situação a única alternativa é procurar uma forma de fugir, nada mais. Quando um jovem novato chega na Penitenciária onde ele está preso, logo vê uma chance de cair fora daquele lugar. O rapaz só vai ficar três meses preso e pode se tornar um elo de ligação com o mundo lá fora. Após salvá-lo de um grupo de estupradores ele firma um pacto com o jovem. A partir daí ele aceita participar de um plano de fuga no melhor estilo Fernandinho Beira-Mar, com direito a helicóptero e tudo mais. Uma vez lá fora McGregor não vê a hora de voltar à velha vida de crimes. Acontece que há uma usina de processamento de ouro, não muito segura, onde se forjam as barras de ouro maciço que depois vão para cofres de segurança. Uma vez lá dentro se torna até bem mais fácil colocar as mãos naquela fortuna. O plano tem tudo para dar certo mas... bom, se você já assistiu algum filme de roubo e assaltos na vida já saberá de antemão que nada sairá como inicialmente foi planejado. Embora tenha seus clichês e personagens pouco trabalhados o fato é que essa fita sobre criminosos, traições e violência consegue soar pelo menos satisfatória. E grande parte disso se deve a Ewan McGregor, um ator que consegue segurar qualquer tipo de filme nas costas. Seu jovem cúmplice é pouco talentoso e carismático, não convencendo nas cenas de amor e paixão que acaba tendo com uma garçonete de bar de strip tease. Assim sobra para McGregor segurar as pontas. Para alivio do espectador ele consegue essa proeza sem maiores problemas. "Son of a Gun" não é o melhor dos mundos em se tratando de filmes de ação, mas tampouco decepciona ou aborrece. Na escala geral merece ao menos ser conhecido.
Pablo Aluísio.
Título Original: Son of a Gun
Ano de Produção: 2014
País: Austrália
Estúdio: Altitude Film Entertainment, Bridle Path Films
Direção: Julius Avery
Roteiro: Julius Avery, John Collee
Elenco: Ewan McGregor, Alicia Vikander, Brenton Thwaites
Sinopse:
O jovem JR (Brenton Thwaites) é sentenciado a uma pena de seis meses. Enviado a uma prisão de segurança máxima acaba conhecendo outro detento, Brendan (Ewan McGregor) que lhe promete proteção em troca de alguns servicinhos que ele deverá fazer quando for colocado em liberdade. Com receios de sofrer algum tipo de violência física JR aceita a proposta. Após ser solto resolve colocar em prática o plano que foi concebido por Brendan atrás das grades. Filme indicado ao Australian Screen Sound Guild na categoria de Melhor Trilha Sonora.
Comentários:
De maneira em geral é mais uma daquelas produções que procuram explorar o mundo do crime e seus desdobramentos. Ewan McGregor interpreta um sujeito durão que está preso, cumprindo uma pena pesada, de mais de 20 anos de reclusão, sem direito a condicional. Para alguém em sua situação a única alternativa é procurar uma forma de fugir, nada mais. Quando um jovem novato chega na Penitenciária onde ele está preso, logo vê uma chance de cair fora daquele lugar. O rapaz só vai ficar três meses preso e pode se tornar um elo de ligação com o mundo lá fora. Após salvá-lo de um grupo de estupradores ele firma um pacto com o jovem. A partir daí ele aceita participar de um plano de fuga no melhor estilo Fernandinho Beira-Mar, com direito a helicóptero e tudo mais. Uma vez lá fora McGregor não vê a hora de voltar à velha vida de crimes. Acontece que há uma usina de processamento de ouro, não muito segura, onde se forjam as barras de ouro maciço que depois vão para cofres de segurança. Uma vez lá dentro se torna até bem mais fácil colocar as mãos naquela fortuna. O plano tem tudo para dar certo mas... bom, se você já assistiu algum filme de roubo e assaltos na vida já saberá de antemão que nada sairá como inicialmente foi planejado. Embora tenha seus clichês e personagens pouco trabalhados o fato é que essa fita sobre criminosos, traições e violência consegue soar pelo menos satisfatória. E grande parte disso se deve a Ewan McGregor, um ator que consegue segurar qualquer tipo de filme nas costas. Seu jovem cúmplice é pouco talentoso e carismático, não convencendo nas cenas de amor e paixão que acaba tendo com uma garçonete de bar de strip tease. Assim sobra para McGregor segurar as pontas. Para alivio do espectador ele consegue essa proeza sem maiores problemas. "Son of a Gun" não é o melhor dos mundos em se tratando de filmes de ação, mas tampouco decepciona ou aborrece. Na escala geral merece ao menos ser conhecido.
Pablo Aluísio.
Batman vs. Robin
Mais uma animação lançada pela DC / Warner diretamente em DVD nos Estados Unidos. Aqui temos uma situação no mínimo interessante. Batman tem um novo pupilo, Damian, que passa a usar o uniforme do Robin (o original, Dick Grayson, já é um adulto e resolve abandonar seu antigo posto). Ao contrário de Dick, Damian é rebelde, tem uma personalidade complicada e acha que Batman não vai até o fim em sua luta contra a criminalidade. A diretriz de Bruce Wayne em não matar os criminosos é algo que o irrita. Para Damian todos eles deveriam ser mortos. Esse tipo de pensamento o coloca na mira de um novo justiceiro, o Garra. Esse pensa como Damian, todos precisam ser liquidados sem pena. Em pouco tempo o novo Robin deixa o Batman de lado e passa a acompanhar o Garra em suas rondas noturnas, o que o colocará inevitavelmente em conflito contra o Homem-Morcego.
Tudo muito bem feito e realizado, essa animação "Batman Vs Robin" também investe na existência da Corte da Coruja, uma sociedade secreta que reúne os homens mais ricos de Gotham City. Esses milionários acreditam que apenas a força bruta irá livrar a cidade de seus problemas, mas precisam antes disso se livrarem do próprio Batman, uma obstáculo no meio do caminho, de seus planos. Uma das coisas que mais curti nessa animação foi a escolha dos animadores em revitalizar o design do uniforme do Batman que era bem comum nas histórias em quadrinhos dos anos 80. Isso deu um clima retrô bem nostálgico para os antigos leitores. Outro ponto positivo é o próprio roteiro, investindo no dilema que se abate sobre o novo Robin Damian, onde ele precisa decidir entre esquecer o código de ética que lhe foi ensinado pelo Batman e partir para a violência total ou continuar seguindo os ensinamentos de Bruce Wayne... Assista e descubra o caminho que ele decidiu seguir.
Batman vs. Robin (Batman vs. Robin, EUA, 2015) Direção: Jay Oliva / Roteiro: Grant Morrison, baseado na obra de Bob Kane / Elenco: Stuart Allan, Troy Baker, Kevin Conroy / Sinopse: Mesmo sendo rebelde e impulsivo, Bruce Wayne resolve colocar o jovem Damian como o novo Robin. Ele porém não está disposto a seguir todas as regras do Homem-Morcego, agindo muitas vezes por conta própria, o que o colocará na mira de dois vilões que assombram Gotham City, o bizarro Criador de Bonecas e o sinistro Garra que acaba convencendo o garoto Robin a se tornar o seu novo parceiro.
Pablo Aluísio.
Tudo muito bem feito e realizado, essa animação "Batman Vs Robin" também investe na existência da Corte da Coruja, uma sociedade secreta que reúne os homens mais ricos de Gotham City. Esses milionários acreditam que apenas a força bruta irá livrar a cidade de seus problemas, mas precisam antes disso se livrarem do próprio Batman, uma obstáculo no meio do caminho, de seus planos. Uma das coisas que mais curti nessa animação foi a escolha dos animadores em revitalizar o design do uniforme do Batman que era bem comum nas histórias em quadrinhos dos anos 80. Isso deu um clima retrô bem nostálgico para os antigos leitores. Outro ponto positivo é o próprio roteiro, investindo no dilema que se abate sobre o novo Robin Damian, onde ele precisa decidir entre esquecer o código de ética que lhe foi ensinado pelo Batman e partir para a violência total ou continuar seguindo os ensinamentos de Bruce Wayne... Assista e descubra o caminho que ele decidiu seguir.
Batman vs. Robin (Batman vs. Robin, EUA, 2015) Direção: Jay Oliva / Roteiro: Grant Morrison, baseado na obra de Bob Kane / Elenco: Stuart Allan, Troy Baker, Kevin Conroy / Sinopse: Mesmo sendo rebelde e impulsivo, Bruce Wayne resolve colocar o jovem Damian como o novo Robin. Ele porém não está disposto a seguir todas as regras do Homem-Morcego, agindo muitas vezes por conta própria, o que o colocará na mira de dois vilões que assombram Gotham City, o bizarro Criador de Bonecas e o sinistro Garra que acaba convencendo o garoto Robin a se tornar o seu novo parceiro.
Pablo Aluísio.
sábado, 30 de abril de 2016
Brooklyn
Título no Brasil: Brooklyn
Título Original: Brooklyn
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra, Canadá, Irlanda
Estúdio: BBC Films
Direção: John Crowley
Roteiro: Nick Hornby, baseado no romance de Colm Tóibín
Elenco: Saoirse Ronan, Emory Cohen, Domhnall Gleeson, Fiona Glascott
Sinopse:
Durante a década de 1950, uma jovem irlandesa chamada Eilis (Saoirse Ronan) decide emigrar para os Estados Unidos. Com documentos e ajuda de seu padre ela segue viagem rumo a Nova Iorque. Deixa sua mãe e sua irmã na Irlanda em busca de trabalho e um novo recomeço na vida. Na grande cidade americana vai morar no bairro do Brooklyn, onde finalmente as coisas começam a dar certo em sua vida. Ela arranja emprego numa loja de departamentos, começa a estudar no período da noite para se formar em contabilidade e de quebra conhece um rapaz italiano que poderá se tornar o homem de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan) e Melhor Roteiro Adaptado (Nick Hornby). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Saoirse Ronan). Vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.
Comentários:
Mais um excelente filme inglês contando a história de uma jovem mulher irlandesa que emigra para a América em busca do sonho americano. Na Irlanda seus horizontes são limitados. No máximo ela conseguiria um pequeno emprego em lojas comerciais locais. Por isso, sem maiores perspectivas de vida, ela resolve seguir o caminho de milhares de compatriotas que resolveram trocar a Irlanda natal pelas oportunidades de vida nos Estados Unidos. Ela vai sozinha, apenas com o apoio de um padre em Nova Iorque que lhe promete ajudar na nova cidade. Para sua sorte arranja um emprego e começa a caminhar no rumo certo. Ela se matricula em uma escola noturna e finalmente os horizontes começam a se abrir. O mais importante desse roteiro é que ele constrói um excelente filme em torno de um enredo aparentemente bem simples, tendo como protagonista uma pessoa normal. Com isso certamente criou uma identidade muito grande com aqueles que fizeram o mesmo que a personagem principal, saíram de seus países em busca de uma nova vida. A comunidade irlandesa de Nova Iorque é obviamente a mais celebrada no enredo nesse aspecto, mas bem poderia ser os italianos, latinos, etc. As etnias e nacionalidades são diferentes, mas os sonhos sempre são os mesmos.
Título Original: Brooklyn
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra, Canadá, Irlanda
Estúdio: BBC Films
Direção: John Crowley
Roteiro: Nick Hornby, baseado no romance de Colm Tóibín
Elenco: Saoirse Ronan, Emory Cohen, Domhnall Gleeson, Fiona Glascott
Sinopse:
Durante a década de 1950, uma jovem irlandesa chamada Eilis (Saoirse Ronan) decide emigrar para os Estados Unidos. Com documentos e ajuda de seu padre ela segue viagem rumo a Nova Iorque. Deixa sua mãe e sua irmã na Irlanda em busca de trabalho e um novo recomeço na vida. Na grande cidade americana vai morar no bairro do Brooklyn, onde finalmente as coisas começam a dar certo em sua vida. Ela arranja emprego numa loja de departamentos, começa a estudar no período da noite para se formar em contabilidade e de quebra conhece um rapaz italiano que poderá se tornar o homem de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan) e Melhor Roteiro Adaptado (Nick Hornby). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Saoirse Ronan). Vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.
Comentários:
Mais um excelente filme inglês contando a história de uma jovem mulher irlandesa que emigra para a América em busca do sonho americano. Na Irlanda seus horizontes são limitados. No máximo ela conseguiria um pequeno emprego em lojas comerciais locais. Por isso, sem maiores perspectivas de vida, ela resolve seguir o caminho de milhares de compatriotas que resolveram trocar a Irlanda natal pelas oportunidades de vida nos Estados Unidos. Ela vai sozinha, apenas com o apoio de um padre em Nova Iorque que lhe promete ajudar na nova cidade. Para sua sorte arranja um emprego e começa a caminhar no rumo certo. Ela se matricula em uma escola noturna e finalmente os horizontes começam a se abrir. O mais importante desse roteiro é que ele constrói um excelente filme em torno de um enredo aparentemente bem simples, tendo como protagonista uma pessoa normal. Com isso certamente criou uma identidade muito grande com aqueles que fizeram o mesmo que a personagem principal, saíram de seus países em busca de uma nova vida. A comunidade irlandesa de Nova Iorque é obviamente a mais celebrada no enredo nesse aspecto, mas bem poderia ser os italianos, latinos, etc. As etnias e nacionalidades são diferentes, mas os sonhos sempre são os mesmos.
Com várias indicações merecidas em diversos premiações de cinema, a atriz Saoirse Ronan brilha em sua atuação, que é marcada pela singeleza, pela simplicidade. Sua personagem é uma jovem tímida que aos poucos vai tentando entrar no ritmo da vida da sociedade americana. Morando numa pensão, se tornando uma típica garota da classe trabalhadora, ela vai subindo devagarinho os degraus de sua realização pessoal. Isso incluiu se formar, arranjar um emprego melhor e se casar com um bom homem. Saoirse Ronan é também filha de uma família de imigrantes irlandeses. Embora nascida nos Estados Unidos ela teve muita facilidade em trazer para a tela a história e a cultura de seu povo, uma vez que isso é parte de sua vida. A primeira vez que ela me chamou a atenção foi em "Desejo e Reparação", só que naquele filme ela era apenas uma garotinha de 13 anos de idade. Agora, já adulta e transformada numa bela mulher, ela realiza aquela que talvez seja a grande atuação de sua carreira. Um ótimo desempenho que merecia até mesmo o Oscar. Assim deixamos a dica desse excelente drama que traz de tudo um pouco, romance, história e até mesmo sonhos, em grande quantidade e para todos os gostos.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
Quarteto Fantástico
De todas as adaptações cinematográficas baseadas em quadrinhos essa nova versão do Quarteto Fantástico foi a que mais decepcionou público e crítica. O filme foi mal nas bilheterias, os fãs que entendem de comics odiaram e a produção não agradou a praticamente ninguém. O resultado foi tão ruim que há poucas semanas o estúdio anunciou que uma continuação está definitivamente fora de cogitação. O futuro desses personagens assim segue incerta. Apesar do mal humor generalizado ainda volto a afirmar que não é tão ruim como dizem. Como um filme de origens, que tenta explicar de onde teriam vindo todos os heróis, o roteiro realmente se perde um pouco, fica truncado, mas passa longe de ser um desastre completo. Depois do lançamento do filme o diretor Josh Trank acusou a Twentieth Century Fox de ter mudado o filme e que não teria culpa sobre o que se vê na tela.
Essa acabou sendo mais uma polêmica envolvendo o filme. Logo na apresentação do material promocional muitos leitores de quadrinhos ficaram revoltados com a escalação do ator negro Michael B. Jordan como o Tocha Humana já que o personagem original era loiro. Acusações de oportunismo barato foram dirigidas contra os produtores. Após isso parece que o inferno astral se instalou e se agravou ainda mais quando o filme surgiu nos cinemas. Deixando as brigas e ofensas de lado o filme só se perde mesmo na divisão errada da trama. Se perde tempo demais tentando desenvolver psicologicamente cada personagem e quando finalmente eles partem para enfrentar o vilão em uma realidade de outra dimensão não há mais tempo para nada. Tudo se resolve rápido demais, sem capricho e sem cuidado. Todos torcem que agora os personagem de Stan Lee sejam adaptados pela Marvel Studios. Problemas legais envolvendo direitos autorais parecem ser o grande empecilho para que isso venha a acontecer. Porém com o fracasso desse reboot é bem provável que a Fox largue mão e entregue tudo para a Marvel realmente, ficando apenas com parte do lucro nas bilheterias. Vamos esperar para ver o que acontecerá.
Quarteto Fantástico (Fantastic Four, EUA, 2015) Direção: Josh Trank / Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg / Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell / Sinopse: Dois amigos de infância acabam criando um mecanismo que permite a transposição de matéria entre universos paralelos. O tempo passa e eles acabam envolvidos em acontecimentos extraordinários que acabarão dando origem a uma equipe de super-heróis, o Quarteto Fantástico. Adaptação para o cinema dos quadrinhos criados por Stan Lee.
Pablo Aluísio.
Essa acabou sendo mais uma polêmica envolvendo o filme. Logo na apresentação do material promocional muitos leitores de quadrinhos ficaram revoltados com a escalação do ator negro Michael B. Jordan como o Tocha Humana já que o personagem original era loiro. Acusações de oportunismo barato foram dirigidas contra os produtores. Após isso parece que o inferno astral se instalou e se agravou ainda mais quando o filme surgiu nos cinemas. Deixando as brigas e ofensas de lado o filme só se perde mesmo na divisão errada da trama. Se perde tempo demais tentando desenvolver psicologicamente cada personagem e quando finalmente eles partem para enfrentar o vilão em uma realidade de outra dimensão não há mais tempo para nada. Tudo se resolve rápido demais, sem capricho e sem cuidado. Todos torcem que agora os personagem de Stan Lee sejam adaptados pela Marvel Studios. Problemas legais envolvendo direitos autorais parecem ser o grande empecilho para que isso venha a acontecer. Porém com o fracasso desse reboot é bem provável que a Fox largue mão e entregue tudo para a Marvel realmente, ficando apenas com parte do lucro nas bilheterias. Vamos esperar para ver o que acontecerá.
Quarteto Fantástico (Fantastic Four, EUA, 2015) Direção: Josh Trank / Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg / Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell / Sinopse: Dois amigos de infância acabam criando um mecanismo que permite a transposição de matéria entre universos paralelos. O tempo passa e eles acabam envolvidos em acontecimentos extraordinários que acabarão dando origem a uma equipe de super-heróis, o Quarteto Fantástico. Adaptação para o cinema dos quadrinhos criados por Stan Lee.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 29 de abril de 2016
Harry & Sally
Título no Brasil: Harry & Sally - Feitos um Para o Outro
Título Original: When Harry Met Sally...
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Nora Ephron
Elenco: Billy Crystal, Meg Ryan, Carrie Fisher, Bruno Kirby
Sinopse:
Por mero acaso Harry (Billy Crystal) acaba encontrando Sally (Ryan) numa viagem. Eles se conhecem superficialmente do passado. Ela não vai muito com sua cara, pois Harry é expansivo e fala pelos cotovelos. Porém, conforme o tempo passa eles acabam se tornando grandes amigos, numa amizade que vai crescendo conforme as desilusões amorosas de ambos vão se acumulando. Sempre frustrados no amor, eles levam algum tempo para entender que são mesmo feitos um para o outro.
Comentários:
Fazia muitos anos que tinha assistido pela última vez. Então, numa dessas madrugadas da vida, acabei esbarrando no filme. Sem nada para fazer fui revendo sem muito compromisso e então de repente o revi praticamente todo. É uma comédia romântica que ainda mantém seu charme intacto. O roteiro é de fato muito primoroso em explorar a chamada friendzone, a zona limite que separa a amizade do amor. Os dois personagens principais possuem tudo em comum, inclusive gostos pessoais (a cena em que ambos assistem a uma antiga fita de romance na TV enquanto conversam ao telefone mostra bem isso), mas apesar de tudo a favor não conseguem enxergar que sua alma gêmea está bem diante de seu nariz. Billy Crystal se apoia em seu carisma habitual, ora como um sujeito meio inconveniente, ora como um ombro amigo. Meg Ryan está linda, jovem e muito carismática também. É uma pena que a atriz não tenha envelhecido com elegância, pois ao invés de assumir suas marcas do tempo, partiu para uma série de cirurgias plásticas desastrosas que destruiu seu belo rosto. De qualquer maneira "Harry & Sally - Feitos um Para o Outro" resistiu muito bem ao tempo. Sem dúvida deixará muitas saudades de quem o viu na época, em um tempo onde todos eram jovens, bonitos e felizes.
Pablo Aluísio.
Título Original: When Harry Met Sally...
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Nora Ephron
Elenco: Billy Crystal, Meg Ryan, Carrie Fisher, Bruno Kirby
Sinopse:
Por mero acaso Harry (Billy Crystal) acaba encontrando Sally (Ryan) numa viagem. Eles se conhecem superficialmente do passado. Ela não vai muito com sua cara, pois Harry é expansivo e fala pelos cotovelos. Porém, conforme o tempo passa eles acabam se tornando grandes amigos, numa amizade que vai crescendo conforme as desilusões amorosas de ambos vão se acumulando. Sempre frustrados no amor, eles levam algum tempo para entender que são mesmo feitos um para o outro.
Comentários:
Fazia muitos anos que tinha assistido pela última vez. Então, numa dessas madrugadas da vida, acabei esbarrando no filme. Sem nada para fazer fui revendo sem muito compromisso e então de repente o revi praticamente todo. É uma comédia romântica que ainda mantém seu charme intacto. O roteiro é de fato muito primoroso em explorar a chamada friendzone, a zona limite que separa a amizade do amor. Os dois personagens principais possuem tudo em comum, inclusive gostos pessoais (a cena em que ambos assistem a uma antiga fita de romance na TV enquanto conversam ao telefone mostra bem isso), mas apesar de tudo a favor não conseguem enxergar que sua alma gêmea está bem diante de seu nariz. Billy Crystal se apoia em seu carisma habitual, ora como um sujeito meio inconveniente, ora como um ombro amigo. Meg Ryan está linda, jovem e muito carismática também. É uma pena que a atriz não tenha envelhecido com elegância, pois ao invés de assumir suas marcas do tempo, partiu para uma série de cirurgias plásticas desastrosas que destruiu seu belo rosto. De qualquer maneira "Harry & Sally - Feitos um Para o Outro" resistiu muito bem ao tempo. Sem dúvida deixará muitas saudades de quem o viu na época, em um tempo onde todos eram jovens, bonitos e felizes.
Pablo Aluísio.
Marcas de Guerra
Título no Brasil: Marcas de Guerra
Título Original: War Pigs
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Schuetzle Company Productions
Direção: Ryan Little
Roteiro: Adam Emerson, Andrew Kightlinger
Elenco: Luke Goss, Dolph Lundgren, Mickey Rourke, Chuck Liddell
Sinopse:
Depois de falhar numa missão, o capitão Jack Wosick (Luke Goss) é enviado para liderar um novo grupo de soldados. Ao lado do capitão da Legião Francesa Hans Picault (Dolph Lundgren) ele precisa disciplinar seu novo pelotão que se auto denomina "porcos de guerra". São veteranos do front que já não se importam muito em seguir todas as regras. Seu novo oficial precisa agir rápido uma vez que o Major A.J. Redding (Mickey Rourke) quer enviar todos eles numa ousada missão atrás das linhas inimigas. O objetivo é destruir uma nova arma do exército alemão, um super canhão capaz de destruir grandes cidades como Londres e Paris, mesmo estando a quilômetros de distância de seus alvos.
Comentários:
Um filme B de guerra que curiosamente reúne um bom elenco. Além de Luke Goss e Dolph Lundgren o filme ainda traz um imprevisível Mickey Rourke. Ele surge usando seu velho chapéu de cowboy e roupas nada condizentes com as de um Major americano na II Guerra Mundial. Isso porém é o de menos. Como acontece em praticamente todos os seus últimos filmes o que mais choca é ver sua aparência cada vez mais fora do normal, fruto de inúmeras plásticas mal sucedidas a que se submeteu. Se Rourke tivesse envelhecido naturalmente isso jamais ofuscaria sua atuação (afinal é inegável que é um ator talentoso). Como se trata de uma produção B não vá esperando nada generoso em termos de produção. O filme é, poderia dizer, bem econômico em suas pretensões. Basicamente tudo se resume em um enredo bem simples desenvolvido de forma igualmente simplória. Claro que uma produção dessas estaria recheada de clichês por todos os lados, porém uma vez se adequando às suas limitadas propostas até que o espectador pode vir a se divertir. Como o filme tem curta duração não chega sequer a ter a chance de nos aborrecer. O diretor Ryan Little claramente tenta copiar o estilo dos velhos filmes de guerra dos anos 50 e 60, mas como era de se esperar não se sai muito bem nisso. Do ponto de vista histórico só há uma maior curiosidade envolvida: o super canhão nazista mostrado no filme realmente existiu de fato, porém não conseguiu cumprir todas as suas promessas. Sem tempo para melhorar o projeto pois a guerra estava chegando ao fim a monstruosa arma de Hitler acabou se tornando mais um caro e ineficiente fracasso militar do III Reich em seus momentos finais.
Pablo Aluísio.
Título Original: War Pigs
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Schuetzle Company Productions
Direção: Ryan Little
Roteiro: Adam Emerson, Andrew Kightlinger
Elenco: Luke Goss, Dolph Lundgren, Mickey Rourke, Chuck Liddell
Sinopse:
Depois de falhar numa missão, o capitão Jack Wosick (Luke Goss) é enviado para liderar um novo grupo de soldados. Ao lado do capitão da Legião Francesa Hans Picault (Dolph Lundgren) ele precisa disciplinar seu novo pelotão que se auto denomina "porcos de guerra". São veteranos do front que já não se importam muito em seguir todas as regras. Seu novo oficial precisa agir rápido uma vez que o Major A.J. Redding (Mickey Rourke) quer enviar todos eles numa ousada missão atrás das linhas inimigas. O objetivo é destruir uma nova arma do exército alemão, um super canhão capaz de destruir grandes cidades como Londres e Paris, mesmo estando a quilômetros de distância de seus alvos.
Comentários:
Um filme B de guerra que curiosamente reúne um bom elenco. Além de Luke Goss e Dolph Lundgren o filme ainda traz um imprevisível Mickey Rourke. Ele surge usando seu velho chapéu de cowboy e roupas nada condizentes com as de um Major americano na II Guerra Mundial. Isso porém é o de menos. Como acontece em praticamente todos os seus últimos filmes o que mais choca é ver sua aparência cada vez mais fora do normal, fruto de inúmeras plásticas mal sucedidas a que se submeteu. Se Rourke tivesse envelhecido naturalmente isso jamais ofuscaria sua atuação (afinal é inegável que é um ator talentoso). Como se trata de uma produção B não vá esperando nada generoso em termos de produção. O filme é, poderia dizer, bem econômico em suas pretensões. Basicamente tudo se resume em um enredo bem simples desenvolvido de forma igualmente simplória. Claro que uma produção dessas estaria recheada de clichês por todos os lados, porém uma vez se adequando às suas limitadas propostas até que o espectador pode vir a se divertir. Como o filme tem curta duração não chega sequer a ter a chance de nos aborrecer. O diretor Ryan Little claramente tenta copiar o estilo dos velhos filmes de guerra dos anos 50 e 60, mas como era de se esperar não se sai muito bem nisso. Do ponto de vista histórico só há uma maior curiosidade envolvida: o super canhão nazista mostrado no filme realmente existiu de fato, porém não conseguiu cumprir todas as suas promessas. Sem tempo para melhorar o projeto pois a guerra estava chegando ao fim a monstruosa arma de Hitler acabou se tornando mais um caro e ineficiente fracasso militar do III Reich em seus momentos finais.
Pablo Aluísio.
Boneco do Mal
Título no Brasil: Boneco do Mal
Título Original: The Boy
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Lakeshore Entertainment
Direção: William Brent Bell
Roteiro: Stacey Menear
Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, James Russell, Diana Hardcastle
Sinopse:
Greta Evans (Cohan) é uma babysitter americana que é contratada por um casal de idosos ingleses para cuidar de seu filho. Ao chegar na casa deles descobre, para seu completo espanto, que a criança havia morrido há 20 anos. No lugar dela seus pais colocaram um boneco, como se ele ainda estivesse vivo. Uma situação completamente bizarra e surreal, para não dizer estranha e assustadora. Precisando urgentemente de dinheiro Greta aceita cuidar do boneco. O que ela jamais pensaria supor era que de alguma forma o espírito do garotinho morto pudesse se comunicar com o mundo dos vivos, através daquele objeto assustador.
Comentários:
Mais um filme de terror com bonecos? Nada animador, você pode pensar inicialmente... O mais surpreendente é que esse filme conseguiu superar esse estado de saturação esperada para criar um clima de horror e suspense que vai garantir no mínimo uns quatro bons sustos (daqueles de dar arrepios em você!). O que ajuda é a recriação do clima dos velhos filmes de terror ingleses, passados naquelas velhas mansões vitorianas, com todo aquele mistério encoberto por trás de cada porta de um quarto escuro. Assistindo a um filme como esse você entenderá perfeitamente que não é preciso uma tonelada de efeitos especiais para assustar ninguém. O boneco Brahms é apenas isso, um boneco inanimado. Ele não surge em efeitos de computação gráfica e nem sai correndo atrás das pessoas com uma faca como fez Chucky em "Brinquedo Assassino". Nada parecido com isso vai acontecer, pode ficar tranquilo. Mesmo assim Brahms consegue ser incrivelmente assustador na maioria das cenas. O espectador vai fazer uma conexão com a alma do garotinho falecido e o boneco, como se aquele se utilizasse do fantoche para interagir com o mundo dos vivos.
Título Original: The Boy
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Lakeshore Entertainment
Direção: William Brent Bell
Roteiro: Stacey Menear
Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, James Russell, Diana Hardcastle
Sinopse:
Greta Evans (Cohan) é uma babysitter americana que é contratada por um casal de idosos ingleses para cuidar de seu filho. Ao chegar na casa deles descobre, para seu completo espanto, que a criança havia morrido há 20 anos. No lugar dela seus pais colocaram um boneco, como se ele ainda estivesse vivo. Uma situação completamente bizarra e surreal, para não dizer estranha e assustadora. Precisando urgentemente de dinheiro Greta aceita cuidar do boneco. O que ela jamais pensaria supor era que de alguma forma o espírito do garotinho morto pudesse se comunicar com o mundo dos vivos, através daquele objeto assustador.
Comentários:
Mais um filme de terror com bonecos? Nada animador, você pode pensar inicialmente... O mais surpreendente é que esse filme conseguiu superar esse estado de saturação esperada para criar um clima de horror e suspense que vai garantir no mínimo uns quatro bons sustos (daqueles de dar arrepios em você!). O que ajuda é a recriação do clima dos velhos filmes de terror ingleses, passados naquelas velhas mansões vitorianas, com todo aquele mistério encoberto por trás de cada porta de um quarto escuro. Assistindo a um filme como esse você entenderá perfeitamente que não é preciso uma tonelada de efeitos especiais para assustar ninguém. O boneco Brahms é apenas isso, um boneco inanimado. Ele não surge em efeitos de computação gráfica e nem sai correndo atrás das pessoas com uma faca como fez Chucky em "Brinquedo Assassino". Nada parecido com isso vai acontecer, pode ficar tranquilo. Mesmo assim Brahms consegue ser incrivelmente assustador na maioria das cenas. O espectador vai fazer uma conexão com a alma do garotinho falecido e o boneco, como se aquele se utilizasse do fantoche para interagir com o mundo dos vivos.
O casal de velhinhos, pais do verdadeiro Brahms, são cordiais e extremamente educados, mas ao mesmo tempo parecem esconder algo realmente sinistro em seu passado. Eles dizem que vão viajar e deixam a Babysitter cuidando sozinha do boneco enquanto estão fora. Ela deverá seguir um roteiro de cuidados com o boneco, tal como se ele fosse um garotinho real. Claro que após o casal ir embora a jovem quebra todas essas regras, afinal se trata de apenas um boneco! Quem em sã consciência iria cuidar de uma coisa daquelas? Loucura tem limites! Essa quebra de regras (como colocar o boneco para dormir em determinada hora, ler para ele um livro ou tocar seu disco preferido) acaba despertando a fúria de uma força maior, longe da compreensão humana. Para finalizar deixo aqui minha única decepção com o roteiro. Spoiler: Gostaria muito que a estória seguisse nessa linha sobrenatural até o final, mas infelizmente não foi esse o caminho seguido pela roteirista Stacey Menear. Ela preferiu um desfecho mais racional (e bem menos assustador do que se poderia pensar). Ao trocar uma intrigada estória de fantasmas e espíritos malignos, por algo mais, digamos, mundano, o filme perdeu grande parte de seu charme inicial. Nem sempre as escolhas por um desfecho mais realista e pé no chão se mostram as mais certeiras. Mesmo assim, pelo que se vê no começo do filme, vale muito a pena assistir.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 28 de abril de 2016
Colonia
Título Original: Colonia
Título no Brasil: Ainda sem título definido
Ano de Produção: 2015
País: Alemanha, França
Estúdio: Majestic Filmproduktion
Direção: Florian Gallenberger
Roteiro: Torsten Wenzel, Florian Gallenberger
Elenco: Emma Watson, Daniel Brühl, Michael Nyqvist
Sinopse:
Chile. Década de 1970. Nas vésperas do golpe militar que depôs o presidente Salvador Allende, uma comissária da Lufthansa acaba sendo envolvida nos acontecimentos políticos daquele país. Seu namorado é preso pelos militares, acusado de ser comunista, sendo torturado e enviado para uma suposta comunidade religiosa, que na verdade era uma seita de fanáticos religiosos que davam suporte para os porões da ditadura chilena. Sabendo que ele se encontrava lá, a jovem Lena (Emma Watson) resolve então se passar por uma religiosa devota, se infiltrando no grupo. Ao entrar na colônia chamada "Dignidad" ela acaba descobrindo que o lugar era na verdade um campo de concentração disfarçado, com muita opressão, medo e abusos de todos os tipos, tanto físicos como psicológicos. Filme indicado ao German Film Awards nas categorias de Melhor Ator (Michael Nyqvist) e Melhor Edição (Hansjörg Weißbrich).
Comentários:
Filme alemão que conta uma história real pouco conhecida da maioria das pessoas. Ele disseca o lado mais cruel e violento de uma seita de fanáticos religiosos de origem alemã que serviu de fachada como câmara de torturas clandestina para o regime linha dura do ditador Augusto Pinochet. A primeira parte do filme não é das mais interessantes, já que cai nas banalidades que já conhecemos sobre a cafona esquerda latino americana durante os regimes militares dos anos 70. Tudo abarrotado de clichês por todos os lados. O filme só melhora mesmo quando a personagem de Emma Watson resolve ir atrás de seu namorado se fazendo passar por uma jovem religiosa para se infiltrar dentro de uma seita religiosa fanática liderada por Paul Schäfer (interpretado por Michael Nyqvist, em grande atuação). Sob uma fachada de lugar de meditação e religiosidade se escondia um regime brutal de intimidação, violência, abusos e exploração. A comunidade era toda cercada por cercas eletrificadas, as pessoas não podiam ir embora por livre e espontânea vontade e viviam sob um sistema de punição à menor indisciplina. A violência física e psicológica era frequentemente utilizada como desculpa para a "purificação das almas" de seus membros!
Título no Brasil: Ainda sem título definido
Ano de Produção: 2015
País: Alemanha, França
Estúdio: Majestic Filmproduktion
Direção: Florian Gallenberger
Roteiro: Torsten Wenzel, Florian Gallenberger
Elenco: Emma Watson, Daniel Brühl, Michael Nyqvist
Sinopse:
Chile. Década de 1970. Nas vésperas do golpe militar que depôs o presidente Salvador Allende, uma comissária da Lufthansa acaba sendo envolvida nos acontecimentos políticos daquele país. Seu namorado é preso pelos militares, acusado de ser comunista, sendo torturado e enviado para uma suposta comunidade religiosa, que na verdade era uma seita de fanáticos religiosos que davam suporte para os porões da ditadura chilena. Sabendo que ele se encontrava lá, a jovem Lena (Emma Watson) resolve então se passar por uma religiosa devota, se infiltrando no grupo. Ao entrar na colônia chamada "Dignidad" ela acaba descobrindo que o lugar era na verdade um campo de concentração disfarçado, com muita opressão, medo e abusos de todos os tipos, tanto físicos como psicológicos. Filme indicado ao German Film Awards nas categorias de Melhor Ator (Michael Nyqvist) e Melhor Edição (Hansjörg Weißbrich).
Comentários:
Filme alemão que conta uma história real pouco conhecida da maioria das pessoas. Ele disseca o lado mais cruel e violento de uma seita de fanáticos religiosos de origem alemã que serviu de fachada como câmara de torturas clandestina para o regime linha dura do ditador Augusto Pinochet. A primeira parte do filme não é das mais interessantes, já que cai nas banalidades que já conhecemos sobre a cafona esquerda latino americana durante os regimes militares dos anos 70. Tudo abarrotado de clichês por todos os lados. O filme só melhora mesmo quando a personagem de Emma Watson resolve ir atrás de seu namorado se fazendo passar por uma jovem religiosa para se infiltrar dentro de uma seita religiosa fanática liderada por Paul Schäfer (interpretado por Michael Nyqvist, em grande atuação). Sob uma fachada de lugar de meditação e religiosidade se escondia um regime brutal de intimidação, violência, abusos e exploração. A comunidade era toda cercada por cercas eletrificadas, as pessoas não podiam ir embora por livre e espontânea vontade e viviam sob um sistema de punição à menor indisciplina. A violência física e psicológica era frequentemente utilizada como desculpa para a "purificação das almas" de seus membros!
O roteiro assim parte de uma história real (a tal comunidade realmente existiu), mas com um aspecto que não podemos ignorar: os personagens de Watson e seu namorado são meramente fictícios. Embora o filme como um todo seja bem interessante essa mistura entre fatos reais e ficção talvez seja o grande problema desse roteiro. Isso porque algumas situações soam pouco verossimeis. Por exemplo, o fato da protagonista Lena (Watson) resolver entrar naquela comunidade de lunáticos religiosos apenas para salvar seu namorado cujo romance ainda era muito breve e nada profundo, ficando lá dentro sofrendo todo tipo de abuso por mais de 130 dias, não parece algo que aconteceria no mundo real. A forma como eles tentam fugir daquele lugar também parece pouco provável. A cena lembra antigos filmes de fuga como "Alcatraz". Soa exagerado. O que vale realmente a pena é a interpretação de Michael Nyqvist que realmente salva o filme no quesito atuação e o próprio contexto histórico que é por demais interessante. Emma Watson, por outro lado, não parece nem intensa e nem convincente. Ela apenas passeia em cena, geralmente com a mesma expressão facial (o que mostra que ela não é tão talentosa como atriz como muitas pessoas pensam). Essa letargia porém é compensada pela curiosidade de se conhecer esses fatos históricos que ainda seguem pouco conhecidos.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 26 de abril de 2016
A Bruxa
Os fãs de cinema bem sabem que se existe algo em extinção atualmente na sétima arte são bons filmes de terror. Geralmente as produções mais recorrentes na atualidade são meras variações do estilo mockumentary que, em minha opinião, já andam bem saturados. Por isso gostei muito quando surgiu algo de novo nas telas. Esse filme se chama "A Bruxa". Ok, muito provavelmente você torcerá o nariz ao saber que o tema é a velha bruxaria. Desde "A Bruxa de Blair" essa temática anda meio desacreditada. Foram muitos filmes ruins para se manter algum tipo de boa expectativa. O que salvou essa nova produção foi basicamente a ideia do diretor e roteirista Robert Eggers de voltar ao básico do gênero. Veja, um bom filme de terror é proporcionalmente mais assustador quanto mais sua premissa tende para a simplicidade. Não adianta encher a tela de monstros digitais e nem de banhos de sangue para causar medo no público. Nesse estilo cinematográfico o menos geralmente é mais. Pense no maior filme de terror de todos os tempos, "O Exorcista". O roteiro é básico, a estória contada é básica e a produção não passa do mediano. Não existe nada de muito espetacular em termos de produção nesse filme. E por que ele é tão cultuado até os dias de hoje? Fácil de responder, simplesmente porque ele apela para os sentimentos mais primitivos do ser humano. O medo do desconhecido, do sobrenatural. Além disso usou de forma extremamente inteligente de vários símbolos religiosos. O medo em sua expressão mais psicológica.
Claro que "A Bruxa" não pode ser comparado ao "Exorcista", mas os filmes tem bastante coisas em comum. A principal é que tudo caminha em um crescente de suspense que vai se transformando em desespero. Nada é muito explorado de forma explícita. Muita coisa é simplesmente sugerida. Ao invés de encher os olhos de coisas horrendas o roteiro apenas sugere caminhos para a nossa imaginação e o nosso medo. O roteiro também é de uma simplicidade ímpar: há uma família no meio da floresta. Eles foram banidos da comunidade. O lugar é frio, escuro e misterioso. Há boatos de que rituais de bruxaria são realizados nas redondezas. A família que está naquela situação é formada por aqueles primeiros pioneiros que foram para o novo mundo em busca de um recomeço. Só encontraram uma terra ainda muito primitiva e inexplorada. Não é de se admirar que a mente comece a pregar peças em cada um deles. Um mero animal irracional, um bode, pode assumir uma simbologia macabra. Uma sombra entre as árvores pode se transformar na mente em uma manifestação terrena do anjo caído. Algo que realmente pode ser apenas um surto da mente de cada um ou a manifestação real do sobrenatural.
O bom desse roteiro é que se o espectador prestar bem atenção saberá que ele nunca dará uma resposta definitiva às várias perguntas que vão surgindo. Há realmente algo estranho ali, a manifestação do mal, ou tudo o que acontece de ruim foi causado apenas pelos membros da família que simplesmente passam por um surto de fanatismo religioso coletivo? Por fim e não menos importante outra coisa muito interessante desse filme é seu contexto histórico. No século XVII (onde a estória do filme se passa) a mentalidade das pessoas era bem diferente da atual. As bruxas eram criaturas reais e não fruto da imaginação do homem. Elas estavam ao redor, esperando para passar maldições e heresias. Por essa razão tantas mulheres foram mortas nas fogueiras da inquisição. Não era algo abstrato, conceitual. Longe disso, era tudo encarado como realidade concreta! O mal absoluto jamais era encarado como uma abstração da mente, mas algo palpável. Um sinal dos tempos.
A Bruxa (The VVitch: A New-England Folktale, EUA, Canadá, Inglaterra, 2015) Direção: Robert Eggers / Roteiro: Robert Eggers / Elenco: Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie / Sinopse: Em 1660, na colônia da Nova Inglaterra, uma família de peregrinos é expulsa de uma comunidade puritana. Tendo que viver próximo a uma floresta misteriosa eles começam a perceber e sentir a presença de uma entidade maligna. Após o sumiço do bebê as coisas começam a ir de mal a pior, colocando todos no limite de sua própria sanidade.
Pablo Aluísio.
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