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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Colonia

Título Original: Colonia
Título no Brasil: Ainda sem título definido
Ano de Produção: 2015
País: Alemanha, França
Estúdio: Majestic Filmproduktion
Direção: Florian Gallenberger
Roteiro: Torsten Wenzel, Florian Gallenberger
Elenco: Emma Watson, Daniel Brühl, Michael Nyqvist
  
Sinopse:
Chile. Década de 1970. Nas vésperas do golpe militar que depôs o presidente Salvador Allende, uma comissária da Lufthansa acaba sendo envolvida nos acontecimentos políticos daquele país. Seu namorado é preso pelos militares, acusado de ser comunista, sendo torturado e enviado para uma suposta comunidade religiosa, que na verdade era uma seita de fanáticos religiosos que davam suporte para os porões da ditadura chilena. Sabendo que ele se encontrava lá, a jovem Lena (Emma Watson) resolve então se passar por uma religiosa devota, se infiltrando no grupo. Ao entrar na colônia chamada "Dignidad" ela acaba descobrindo que o lugar era na verdade um campo de concentração disfarçado, com muita opressão, medo e abusos de todos os tipos, tanto físicos como psicológicos. Filme indicado ao German Film Awards nas categorias de Melhor Ator (Michael Nyqvist) e Melhor Edição (Hansjörg Weißbrich).

Comentários:
Filme alemão que conta uma história real pouco conhecida da maioria das pessoas. Ele disseca o lado mais cruel e violento de uma seita de fanáticos religiosos de origem alemã que serviu de fachada como câmara de torturas clandestina para o regime linha dura do ditador Augusto Pinochet. A primeira parte do filme não é das mais interessantes, já que cai nas banalidades que já conhecemos sobre a cafona esquerda latino americana durante os regimes militares dos anos 70. Tudo abarrotado de clichês por todos os lados. O filme só melhora mesmo quando a personagem de Emma Watson resolve ir atrás de seu namorado se fazendo passar por uma jovem religiosa para se infiltrar dentro de uma seita religiosa fanática liderada por Paul Schäfer (interpretado por Michael Nyqvist, em grande atuação). Sob uma fachada de lugar de meditação e religiosidade se escondia um regime brutal de intimidação, violência, abusos e exploração. A comunidade era toda cercada por cercas eletrificadas, as pessoas não podiam ir embora por livre e espontânea vontade e viviam sob um sistema de punição à menor indisciplina. A violência física e psicológica era frequentemente utilizada como desculpa para a "purificação das almas" de seus membros! 

O roteiro assim parte de uma história real (a tal comunidade realmente existiu), mas com um aspecto que não podemos ignorar: os personagens de Watson e seu namorado são meramente fictícios. Embora o filme como um todo seja bem interessante essa mistura entre fatos reais e ficção talvez seja o grande problema desse roteiro. Isso porque algumas situações soam pouco verossimeis. Por exemplo, o fato da protagonista Lena (Watson) resolver entrar naquela comunidade de lunáticos religiosos apenas para salvar seu namorado cujo romance ainda era muito breve e nada profundo, ficando lá dentro sofrendo todo tipo de abuso por mais de 130 dias, não parece algo que aconteceria no mundo real. A forma como eles tentam fugir daquele lugar também parece pouco provável. A cena lembra antigos filmes de fuga como "Alcatraz". Soa exagerado. O que vale realmente a pena é a interpretação de Michael Nyqvist que realmente salva o filme no quesito atuação e o próprio contexto histórico que é por demais interessante. Emma Watson, por outro lado, não parece nem intensa e nem convincente. Ela apenas passeia em cena, geralmente com a mesma expressão facial (o que mostra que ela não é tão talentosa como atriz como muitas pessoas pensam). Essa letargia porém é compensada pela curiosidade de se conhecer esses fatos históricos que ainda seguem pouco conhecidos.

Pablo Aluísio.