Nem adianta negar. Na década de 1960 os Rolling Stones andaram lada a lado com os Beatles. Sonoridade, letras, arranjos, os Stones realmente seguiam o modelo padrão das bandas de rock daquela época e quem determinava esse padrão era justamente o quarteto de Liverpool. Veja o caso desse Out of Our Heads, terceiro disco dos Stones. O álbum segue os passos dos Beatles, mesmo que alguns centímetros atrás. Enquanto os Beatles começavam a mudar ainda que discretamente seu som, os Stones também procuravam trazer inovações para o grupo. Esqueça os Stones de hoje em dia. Aquilo ali é uma empresa multinacional, uma corporação S.A. e não mais um conjunto de Rock mas em 1965 eles ainda eram de fato um grupo de rock. Hoje em dia Jagger e Keith Richards se odeiam tanto que mal se falam mas na época do lançamento desse trabalho eles eram realmente amigos e trabalhavam em harmonia. Por falar em amizade aqui os Stones surgem com sua formação clássica completa, a saber: Mick Jagger (vocal, harmónica, percussão), Brian Jones (guitarra eléctrica e acústica, harmónica, orgão), Keith Richards (guitarra), Charlie Watts (Bateria e percussão) e Bill Wyman (baixo). Essa aliás é a formação perfeita dos Stones, sem tirar nem colocar mais ninguém. Curiosamente é que para melhorar ainda mais a qualidade musical do disco eles ainda chamaram outros craques: Ian Stewart no piano e o produtor maluco beleza Phil Spector para dar algumas canjas de baixo.
O resultado é dos melhores. Considero o álbum um dos mais pertinentes do grupo em termos de melodia e arranjos. Os primeiros discos dos Stones deixavam muito a desejar nesses aspectos mas aqui a sonoridade melhora muito. Um exemplo perfeito do que digo surge logo na primeira canção, "She Said Yeah" com suas linhas de guitarras furiosas. Apesar de ser um cover é uma das melhores gravações dos Stones. No quesito garra e pique poucas vezes eles fizeram algo melhor do que isso. É interessante perceber que nessa fase inicial eles ainda não estavam muito seguros como compositores, preferindo se apoiar em material escrito por outros compositores. Assim temos apenas três canções escritas pela dupla Mick Jagger e Keith Richards: "Gotta Get Away", "Heart of Stone" e "I'm Free". Note que a versão do disco britânica que estamos comentando aqui foi bastante diferenciada da americana pois nos EUA a gravadora ianque incluiu o megasucesso "(I Can't Get No) Satisfaction", que não fez parte da seleção musical inglesa. Era como se o Help dos Beatles saísse com "Yesterday" em sua versão americana mas não na inglesa. Deu para sentir o drama? É óbvio que por essa razão a edição USA é bem superior à britânica mas como sou tradicionalista ainda prefiro a discografia original do grupo para ouvir (e na minha opinião a discografia original é exatamente a de seu país de origem, ou seja, Made in England). Assim lhe deixamos a dica. Esqueça esses Stones que estão aí celebrando 50 anos de carreira ou mais. Isso tudo é puro marketing. Prefira os caras em seus primórdios, quando eram apenas cinco amigos tentando dar o melhor de si para vencer no mundo da música. Isso aconteceu antes da morte de Brian Jones e da saída de Bill Wyman. "Out of Our Heads" é perfeito nesse sentido.
Rolling Stones - Out of Our Heads (1965)
She Said Yeah
Mercy, Mercy
Hitch Hike
That's How Strong My Love Is
Good Times
Gotta Get Away
Talkin' 'Bout You
Cry to Me
Oh Baby (We Got a Good Thing Goin'
Heart of Stone
The Under Assistant West Coast Promotion Man
I'm Free
Pablo Aluísio.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
A Proposta
A Proposta é mais uma comédia romântica estrelada pela atriz Sandra Bullock. Aqui ela interpreta Margareth Tate, uma executiva bem sucedida de uma grande editora de Nova Iorque. Linha dura, fria e autoritária ela definitivamente não é bem vista no escritório onde trabalha. Nem mesmo seu assistente pessoal, Andrew Paxton (Ryan Reynolds), consegue suportar sua presença. Nada porém parece interromper a escalada de sucesso de Margareth a não ser um pequeno detalhe: ela é canadense e seu visto de trabalho perdeu o prazo de validade. Em razão disso o Departamento de Imigração do governo americano dá 24 horas para ela deixar o país definitivamente. Desesperada Margareth então resolve chantagear seu assistente para que se case com ela o mais rapidamente possível. O casamento com um americano evitaria assim sua saída dos EUA. Andrew meio sem saber o que fazer acaba aceitando. Agora só resta ao casal convencer a todos que o relacionamento é de verdade e pra valer. Caso isso não aconteça ela será deportada e Andrew será preso por fraude às leis de imigração dos Estados Unidos. O mais curioso em "A Proposta" é que ele traz à tona um fato que é cada vez mais comum nos EUA: imigrantes se casando com americanos natos para ganhar o direito de ficar e trabalhar de forma legal dentro das fronteiras americanas. As fraudes são aliás tão comuns que o Departamento de Imigração daquele país tem vários funcionários treinados apenas para desmascarar os falsos casamentos.
Claro que em se tratando de uma comédia romântica de rotina o público vai manjar tudo o que vai acontecer no filme. É meio óbvio que ambos vão se apaixonar enquanto tentam provar a todos que o romance é verdadeiro. Não há também como negar que a química aqui funcionou muito bem para o casal central. Reynolds se saí muito bem nesse argumento que tende para o bom humor. Bullock apesar de surgir interpretando uma megera consegue trazer carisma para sua personagem que vai se revelando aos poucos, mostrando enfim sentimentos nobres e humanidade. Fora isso alie um bom elenco de apoio, com vários atores de séries populares da TV americana e você terá uma diversão despretensiosa e leve. Claro que tudo é muito previsível mas com um pouquinho de boa vontade o roteiro acaba divertindo. De quebra o espectador ganha uma linda fotografia do Alaska, com locações de beleza extrema. "A Proposta" vale uma espiada.
A Proposta (The Proposal, Estados Unidos, 2009) Direção: Anne Fletcher / Roteiro: Pete Chiarelli / Elenco: Sandra Bullock, Ryan Reynolds, Mary Steenburgen, Craig T. Nelson, Betty White / Sinopse: Executiva bem sucedida do ramo editorial americano resolve se casar às pressas com seu assistente pessoal para evitar que seja deportada para seu país de origem, o Canadá. Para isso terá que convencer a todos (família e governo) que o romance é verdadeiro e que ambos são apaixonados um pelo outro.
Pablo Aluísio.
Claro que em se tratando de uma comédia romântica de rotina o público vai manjar tudo o que vai acontecer no filme. É meio óbvio que ambos vão se apaixonar enquanto tentam provar a todos que o romance é verdadeiro. Não há também como negar que a química aqui funcionou muito bem para o casal central. Reynolds se saí muito bem nesse argumento que tende para o bom humor. Bullock apesar de surgir interpretando uma megera consegue trazer carisma para sua personagem que vai se revelando aos poucos, mostrando enfim sentimentos nobres e humanidade. Fora isso alie um bom elenco de apoio, com vários atores de séries populares da TV americana e você terá uma diversão despretensiosa e leve. Claro que tudo é muito previsível mas com um pouquinho de boa vontade o roteiro acaba divertindo. De quebra o espectador ganha uma linda fotografia do Alaska, com locações de beleza extrema. "A Proposta" vale uma espiada.
A Proposta (The Proposal, Estados Unidos, 2009) Direção: Anne Fletcher / Roteiro: Pete Chiarelli / Elenco: Sandra Bullock, Ryan Reynolds, Mary Steenburgen, Craig T. Nelson, Betty White / Sinopse: Executiva bem sucedida do ramo editorial americano resolve se casar às pressas com seu assistente pessoal para evitar que seja deportada para seu país de origem, o Canadá. Para isso terá que convencer a todos (família e governo) que o romance é verdadeiro e que ambos são apaixonados um pelo outro.
Pablo Aluísio.
Robocop
"Meio Homem. Meio Máquina. Um Tira Total". Esse era o lema do filme Robocop que causou impacto no cinema quando foi lançado em 1987. A produção já previa o dia em que todos os serviços públicos seriam privatizados, inclusive a segurança e a justiça. De fato muitas coisas mostradas no filme terminaram acontecendo! Quer mais exemplos? Olhe ao seu lado, estamos vivendo em uma época em que temos que pagar para ter segurança, tal como previsto no roteiro do filme e muitas empresas públicas passaram para as mãos da iniciativa privada, inclusive no Brasil. Claro que não chegamos aos extremos apresentados no filme mas com o andar da carruagem não duvido de nada em um futuro próximo. O fato é que o chamado Estado Nacional está falido até mesmo nas grandes potências. Nesse vácuo quem toma o controle são as grandes corporações como as mostradas no filme. Nesse mundo corporativo os interesses dos grandes grupos e empresas se tornam mais importantes que o interesse público, da população em geral. Alguma diferença com o que vivemos hoje em dia? Acredito que não.
Robocop é muito bom. Seu argumento inteligente se mantém mais atual do que nunca. O diretor Paul Verhoeven estava no auge da criatividade e desenvolveu um argumento muito bem bolado, um policial perfeito, misto de máquina e homem que simplesmente não poderia cometer erros já que estava programado para agir de acordo com as leis e regulamentos da corporação. O problema central do roteiro surge quando o lado humano começa a tentar se sobrepor ao lado máquina. Essa luta interna do policial x robô é o grande achado do filme. Uma pena que um filme tão bom quanto esse tenha dado origem a uma série de continuações fracas, bobas e que desperdiçaram todo o potencial envolvido no enredo. Está para ser lançado em breve mais um remake. As primeiras imagens inclusive já vazaram na Internet. Será que terá êxito? A questão é que Robocop era futurista na década de 80 mas agora soa como realidade. O futuro chegou!
Robocop - O Policial do Futuro (Robocop, Estados Unidos, 1987) Direção: Paul Verhoeven / Roteiro: Edward Neumeier, Michael Miner / Elenco: Peter Weller, Nancy Allen, Ronny Cox, Kurtwood Smith, Miguel Ferrer / Sinopse: Policial é ferido em serviço e declarado morto. Em segredo porém uma grande corporação acaba criando um andróide policial, meio homem, meio máquina com o objetivo de combater a criminalidade das ruas.
Pablo Aluísio.
Robocop é muito bom. Seu argumento inteligente se mantém mais atual do que nunca. O diretor Paul Verhoeven estava no auge da criatividade e desenvolveu um argumento muito bem bolado, um policial perfeito, misto de máquina e homem que simplesmente não poderia cometer erros já que estava programado para agir de acordo com as leis e regulamentos da corporação. O problema central do roteiro surge quando o lado humano começa a tentar se sobrepor ao lado máquina. Essa luta interna do policial x robô é o grande achado do filme. Uma pena que um filme tão bom quanto esse tenha dado origem a uma série de continuações fracas, bobas e que desperdiçaram todo o potencial envolvido no enredo. Está para ser lançado em breve mais um remake. As primeiras imagens inclusive já vazaram na Internet. Será que terá êxito? A questão é que Robocop era futurista na década de 80 mas agora soa como realidade. O futuro chegou!
Robocop - O Policial do Futuro (Robocop, Estados Unidos, 1987) Direção: Paul Verhoeven / Roteiro: Edward Neumeier, Michael Miner / Elenco: Peter Weller, Nancy Allen, Ronny Cox, Kurtwood Smith, Miguel Ferrer / Sinopse: Policial é ferido em serviço e declarado morto. Em segredo porém uma grande corporação acaba criando um andróide policial, meio homem, meio máquina com o objetivo de combater a criminalidade das ruas.
Pablo Aluísio.
Superman II
Muita gente acha essa continuação a melhor aventura de Superman nos cinemas. Eles têm razão. Livre das amarras de contar a origem do personagem os roteiristas deram asas à imaginação e resolveram trazer o espírito dos quadrinhos para a continuação. A grande sacada foi trazer três prisioneiros do planeta de origem de Superman para a terra. Logicamente como eram de Kripton eles teriam os mesmos poderes do super heroi. E isso definitivamente significava muitas cenas de lutas pelas ruas de Metropolis. A aventura decorrente disso torna o filme a produção mais próxima à essência dos quadrinhos originais de Superman. Na outra linha do argumento vemos Superman em crise existencial, querendo se tornar mais humano para viver ao lado do amor de sua vida. Má idéia e um mal momento para isso pelas razões já expostas. Essas duas linhas narrativas seguem muito bem até o final, que é um dos melhores em personagens de HQs adaptados para o cinema. Isso definitivamente não me surpreende. O roteiro foi escrito pelo grande Mario Puzo (1920 - 1999), autor brilhante que escreveu outro clássico absoluto do cinema: O Poderoso Chefão.
Pena que esse filme acabou sendo o último grande momento da franquia com Christopher Reeve. A continuação Superman III era bem fraca e se apoiava demais no comediante Richard Pryor e a parte IV foi simplesmente péssima, um adeus melancólico de Reeve ao personagem que o imortalizou. Assim não há outra conclusão: Superman II realmente é o melhor. Livre das amarras de um roteiro que tem que explicar a origem do super herói, os roteiristas puderam ser bem fiéis aos próprios quadrinhos. Além disso o elenco surge bem mais à vontade em seus personagens. Christopher Reeve, ótimo como sempre, esbanja carisma e "bom mocismo". Em minha opinião vai ser muito complicado a Warner achar alguém tão adequado quanto Reeve para esse papel. Estamos prestes a assistir um novo filme sobre o super herói e só tenho uma certeza: tão bom quanto Reeve o novo ator a vestir a capa vermelha não será. Superman II pode ter envelhecido em alguns aspectos técnicos - como os efeitos especiais - mas como produto pop segue praticamente imbatível no quesito qualidade e diversão.
Superman II (Superman II, Estados Unidos, 1980) Direção: Richard Lester / Roteiro: Mario Puzo, David Newman, Leslie Newman / Elenco: Christopher Reeve, Gene Hackman, Margot Kidder, Sarah Douglas, Terence Stamp / Sinopse: Após longos anos vagando no espaço, três renegados do planeta Kripton que estão confinados na chamada Zona Fantasma conseguem se libertar e rumar em direção ao planeta Terra. Liderados pelo psicótico General Zod (Terence Stamp) eles querem o controle sobre tudo mas para isso terão que enfrentar Superman (Christopher Reeve).
Pablo Aluísio.
Pena que esse filme acabou sendo o último grande momento da franquia com Christopher Reeve. A continuação Superman III era bem fraca e se apoiava demais no comediante Richard Pryor e a parte IV foi simplesmente péssima, um adeus melancólico de Reeve ao personagem que o imortalizou. Assim não há outra conclusão: Superman II realmente é o melhor. Livre das amarras de um roteiro que tem que explicar a origem do super herói, os roteiristas puderam ser bem fiéis aos próprios quadrinhos. Além disso o elenco surge bem mais à vontade em seus personagens. Christopher Reeve, ótimo como sempre, esbanja carisma e "bom mocismo". Em minha opinião vai ser muito complicado a Warner achar alguém tão adequado quanto Reeve para esse papel. Estamos prestes a assistir um novo filme sobre o super herói e só tenho uma certeza: tão bom quanto Reeve o novo ator a vestir a capa vermelha não será. Superman II pode ter envelhecido em alguns aspectos técnicos - como os efeitos especiais - mas como produto pop segue praticamente imbatível no quesito qualidade e diversão.
Superman II (Superman II, Estados Unidos, 1980) Direção: Richard Lester / Roteiro: Mario Puzo, David Newman, Leslie Newman / Elenco: Christopher Reeve, Gene Hackman, Margot Kidder, Sarah Douglas, Terence Stamp / Sinopse: Após longos anos vagando no espaço, três renegados do planeta Kripton que estão confinados na chamada Zona Fantasma conseguem se libertar e rumar em direção ao planeta Terra. Liderados pelo psicótico General Zod (Terence Stamp) eles querem o controle sobre tudo mas para isso terão que enfrentar Superman (Christopher Reeve).
Pablo Aluísio.
domingo, 9 de dezembro de 2012
A Dama e o Vagabundo
Walt Disney (1901 - 1966) era um perfeccionista. Todos os anos, geralmente na época do natal, ele fazia questão de lançar nos cinemas um longa de animação de seu estúdio. Durante o ano inteiro ele supervisionava os menores detalhes de sua equipe para que tudo saísse com um nível de qualidade que não era superado por nenhum outro estúdio na época. Visionário, sonhador e sempre zelando por uma postura de extremo respeito ao seu público, Disney acabou criando um império. Esse "A Dama e o Vagabundo" mostra bem a filosofia do grande criador. Se trata de mais uma de suas amadas animações onde ele conseguiu reunir com rara beleza todo o romantismo da estória com um nível técnico espetacular. Aqui ele de forma muito lírica faz uma espécie de homenagem ao melhor amigo do homem, o cão. Na singela estorinha da paixão de uma cadela fina e elegante por um vira-latas de rua, Disney mostrou mais uma vez porque foi um dos grandes gênios criadores do século XX.
Apesar de não assinar a direção, o dedo de Disney (aqui creditado apenas como produtor) aparece em cada cena, em cada sequência. Os humanos são vistos sob o ponto de vista dos caninos, onde seus rostos praticamente não aparecem. A diferença de classes entre Lady e o Vagabundo é um dos aspectos mais curiosos do filme. Baseado no conto de Ward Greene, Disney até criou um certo receio em fazer o filme pois a paranóia da caça às bruxas poderia pensar que se tratava de um argumento comunista. Felizmente o bom senso prevaleceu e o lado mais lírico e doce da produção se sobressaiu de forma maravilhosa. A crítica especializada até esperava por algo mais arrebatador pois a animação anterior de Disney, "Peter Pan", tinha sido recebido como uma obra prima. "A Dama e o Vagabundo" foi bem mais modesto em suas intenções. Apesar disso hoje é considerado um dos clássicos da carreira de Walt Disney e realmente não há como discordar dessa visão. O clima romântico desse enredo parece ter inspirado ainda mais Disney já que no ano seguinte ele lançaria aquele que seguramente foi seu trabalho mais romântico: "A Bela Adormecida". Mas isso é uma outra história que vamos contar aqui em uma próxima ocasião. Por enquanto fica a recomendação de "A Dama e o Vagabundo" uma bela animação com muito romance no ar.
A Dama e o Vagabundo (Lady and the Tramp, Estados Unidos, 1955) Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske / Roteiro: Joe Grant, Erdman Penner, Joe Rinaldi, Ralph Wright, Don DaGradi / Elenco (Vozes): Peggy Lee, Barbara Luddy, Larry Roberts, Bill Thompson, Bill Baucom / Sinopse: Lady é uma fina cadela da raça Cocker Spaniel que acaba se apaixonando pelo esperto vira-latas Vagabundo. Juntos vivem grandes aventuras.
Pablo Aluísio.
Apesar de não assinar a direção, o dedo de Disney (aqui creditado apenas como produtor) aparece em cada cena, em cada sequência. Os humanos são vistos sob o ponto de vista dos caninos, onde seus rostos praticamente não aparecem. A diferença de classes entre Lady e o Vagabundo é um dos aspectos mais curiosos do filme. Baseado no conto de Ward Greene, Disney até criou um certo receio em fazer o filme pois a paranóia da caça às bruxas poderia pensar que se tratava de um argumento comunista. Felizmente o bom senso prevaleceu e o lado mais lírico e doce da produção se sobressaiu de forma maravilhosa. A crítica especializada até esperava por algo mais arrebatador pois a animação anterior de Disney, "Peter Pan", tinha sido recebido como uma obra prima. "A Dama e o Vagabundo" foi bem mais modesto em suas intenções. Apesar disso hoje é considerado um dos clássicos da carreira de Walt Disney e realmente não há como discordar dessa visão. O clima romântico desse enredo parece ter inspirado ainda mais Disney já que no ano seguinte ele lançaria aquele que seguramente foi seu trabalho mais romântico: "A Bela Adormecida". Mas isso é uma outra história que vamos contar aqui em uma próxima ocasião. Por enquanto fica a recomendação de "A Dama e o Vagabundo" uma bela animação com muito romance no ar.
A Dama e o Vagabundo (Lady and the Tramp, Estados Unidos, 1955) Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske / Roteiro: Joe Grant, Erdman Penner, Joe Rinaldi, Ralph Wright, Don DaGradi / Elenco (Vozes): Peggy Lee, Barbara Luddy, Larry Roberts, Bill Thompson, Bill Baucom / Sinopse: Lady é uma fina cadela da raça Cocker Spaniel que acaba se apaixonando pelo esperto vira-latas Vagabundo. Juntos vivem grandes aventuras.
Pablo Aluísio.
O Escritor Fantasma
A primeira constatação sobre "Escritor Fantasma" é a de que Polanski definitivamente não perdeu a mão. Ainda continua um cineasta muito competente e com pleno domínio da arte de se dirigir um filme. "Escritor Fantasma" realmente me envolveu da primeira à última cena (coisa que anda cada vez mais rara). Embora seja uma ficção todos sabem que é baseado quase que inteiramente no ex-primeiro ministro inglês Tony Blair, que em sua gestão foi tão submisso aos interesses de George W Bush que ficou conhecido como "O Poodle de Bush". Realmente, para quem é tão cioso de suas tradições o povo inglês deve ter realmente ficado assustado com esse político totalmente medíocre que enviou tropas britânicas para o Oriente Médio sem motivo justificado.
O elenco está ótimo mas destaco duas presenças magníficas. A primeira é a de Tom Wilkinson. Ele tem duas cenas no filme mas rouba todas as atenções. Seu personagem é um poço de simpatia e cortesia mas no fundo é a chave central de toda a trama. Sua cena com McGregor em sua casa é uma pintura de interpretação de alto nível. Outra presença marcante é a de Eli Wallach. Pouca gente vai reparar no velhinho que mora no litoral e que dá valiosas informações ao personagem de McGregor. Pois saibam que aquele velhinho é um dos atores mais consagrados da história de Hollywood, com uma lista enorme de filmes importantes no currículo. O único senão que tenho a fazer ao filme é a morte do primeiro ministro. Achei desnecessária e de certa forma sensacionalista em um roteiro que vinha se desenvolvendo de forma tão sutil. Mas isso é o de menos - "O Escritor Fantasma" é sem dúvida um excelente filme. Valeu velho Polanski.
O Escritor Fantasma (The Ghost Writer, Estados Unidos, Inglaterra, 2010) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Robert Harris, Roman Polanski, baseados no livro homônimo de Robert Harris./ Elenco: Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Eli Wallach, Kim Cattrall, Olivia Williams, Tom Wilkinson, James Belushii, Timothy Hutton, Jon Bernthal, Robert Pugh, Daphne Alexander, Jaymes Butler./ Sinopse: Adam Lang (Pierce Brosnan), primeiro-ministro da Inglaterra. resolve contratar os serviços de um ghostwriter (autor que escreve em nome de outra pessoa uma obra literária, omitindo seu nome dos créditos) interpretado por Ewan McGregor. O problema é que existe toda uma conspiração mundial em andamento o que poderá colocar inclusive sua própria segurança em risco.
Pablo Aluísio
O elenco está ótimo mas destaco duas presenças magníficas. A primeira é a de Tom Wilkinson. Ele tem duas cenas no filme mas rouba todas as atenções. Seu personagem é um poço de simpatia e cortesia mas no fundo é a chave central de toda a trama. Sua cena com McGregor em sua casa é uma pintura de interpretação de alto nível. Outra presença marcante é a de Eli Wallach. Pouca gente vai reparar no velhinho que mora no litoral e que dá valiosas informações ao personagem de McGregor. Pois saibam que aquele velhinho é um dos atores mais consagrados da história de Hollywood, com uma lista enorme de filmes importantes no currículo. O único senão que tenho a fazer ao filme é a morte do primeiro ministro. Achei desnecessária e de certa forma sensacionalista em um roteiro que vinha se desenvolvendo de forma tão sutil. Mas isso é o de menos - "O Escritor Fantasma" é sem dúvida um excelente filme. Valeu velho Polanski.
O Escritor Fantasma (The Ghost Writer, Estados Unidos, Inglaterra, 2010) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Robert Harris, Roman Polanski, baseados no livro homônimo de Robert Harris./ Elenco: Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Eli Wallach, Kim Cattrall, Olivia Williams, Tom Wilkinson, James Belushii, Timothy Hutton, Jon Bernthal, Robert Pugh, Daphne Alexander, Jaymes Butler./ Sinopse: Adam Lang (Pierce Brosnan), primeiro-ministro da Inglaterra. resolve contratar os serviços de um ghostwriter (autor que escreve em nome de outra pessoa uma obra literária, omitindo seu nome dos créditos) interpretado por Ewan McGregor. O problema é que existe toda uma conspiração mundial em andamento o que poderá colocar inclusive sua própria segurança em risco.
Pablo Aluísio
Calafrios
Basicamente se trata de uma espécie de "Jogos Mortais" argentino. Explico. Dois velhos torturadores do antigo regime militar daquele país resolvem alugar uma velha casa para continuar sua série de torturas pois são sádicos e adoram infringir sofrimento alheio. O alvo escolhido são jovens argentinos que respondem a pedidos de encontros em fóruns de bate papo na Internet. Assim as garotas são atraídas até o local e lá sofrem todos os tipos de torturas promovidas pela dupla sinistra. Há de tudo, choques elétricos, mutilação e um método que eles acreditam ser muito eficiente: passam Nitroglicerina (um líquido altamente explosivo) pelos corpos das jovens que assim ficam completamente imobilizadas pois se ousarem se mexer acabam explodindo. Lá pela segunda metade do filme ainda aparecem um grupo de jovens que vivem acorrentadas no porão da velha casa soturna. Elas mais parecem Zumbis sedentos por carne humana, tal sua fome e estado precário.
Calafrios não chega a empolgar. O filme é bem curtinho e vai direto no ponto. As cenas de gore são exploradas mas não até suas últimas consequências. Há uma decapitação e vários ataques com ácido mas a falta de intimidade do cinema argentino com o gênero terror não deixa a coisa ficar mais explícita. De certa forma a produção evita mostrar em detalhes o resultado das torturas, provavelmente porque não dominam as técnica mais avançadas de efeitos e maquiagem. No saldo geral é apenas um filme curioso por ser argentino e por ter a coragem de realizar algo assim tão "americanizado". Como eu já disse "Jogos Mortais" é uma referência, embora aqui os torturadores não tenham a sofisticação de Jigsaw. No saldo geral até dá para assistir - e quem sabe até se divertir, mas não é algo que vá fazer falta em sua coleção de filmes de terror. Arrisque se tiver curiosidade em ver um filme desse gênero criado por nossos hermanos.
Calafrios (Sudor Frio, Argentina, 2011) Direção: Adrián García Bogliano / Roteiro: Adrián García Bogliano, Ramiro García Bogliano / Elenco: Facundo Espinosa, Marina Glezer, Camila Velasco / Sinopse: Dois torturadores do antigo regime militar argentino resolvem voltar aos bons tempos e montam uma central de torturas numa velha casa abandonada. Para atrair jovens ao local se fazem passar por garotos bonitos na Internet e marcam encontros com elas no local. Assim que chegam são presas e começam a sofrer todos os tipos de torturas possíveis.
Pablo Aluísio.
Calafrios não chega a empolgar. O filme é bem curtinho e vai direto no ponto. As cenas de gore são exploradas mas não até suas últimas consequências. Há uma decapitação e vários ataques com ácido mas a falta de intimidade do cinema argentino com o gênero terror não deixa a coisa ficar mais explícita. De certa forma a produção evita mostrar em detalhes o resultado das torturas, provavelmente porque não dominam as técnica mais avançadas de efeitos e maquiagem. No saldo geral é apenas um filme curioso por ser argentino e por ter a coragem de realizar algo assim tão "americanizado". Como eu já disse "Jogos Mortais" é uma referência, embora aqui os torturadores não tenham a sofisticação de Jigsaw. No saldo geral até dá para assistir - e quem sabe até se divertir, mas não é algo que vá fazer falta em sua coleção de filmes de terror. Arrisque se tiver curiosidade em ver um filme desse gênero criado por nossos hermanos.
Calafrios (Sudor Frio, Argentina, 2011) Direção: Adrián García Bogliano / Roteiro: Adrián García Bogliano, Ramiro García Bogliano / Elenco: Facundo Espinosa, Marina Glezer, Camila Velasco / Sinopse: Dois torturadores do antigo regime militar argentino resolvem voltar aos bons tempos e montam uma central de torturas numa velha casa abandonada. Para atrair jovens ao local se fazem passar por garotos bonitos na Internet e marcam encontros com elas no local. Assim que chegam são presas e começam a sofrer todos os tipos de torturas possíveis.
Pablo Aluísio.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Ironias do Amor
Jordan (Elisha Cuthbert) é uma linda jovem que espanta a todos com seu comportamento fora do comum. Ela sempre surge com atitudes nada comuns. Casualmente conhece Charlie (Jesse Bradford), um sujeito que é exatamente o extremo oposto dela. Muito equilibrado, racional, sempre ponderando cada passo que dá. Não demora para que Jordan acabe colocando o rapaz em uma situação que ele jamais imaginaria. Nesse encontro de duas pessoas tão diferentes começa a surgir uma inegável atração entre eles, por mais improvável que isso fosse acontecer, provando de uma vez por todas que em relacionamentos amorosos realmente os opostos se atraem. "Ironias do Amor" é mais uma comédia romântica daquelas que as mulheres mais sonhadoras e meigas adoram. Há uma situação chave evocando muito romantismo e um casal de atores simpáticos e carismáticos. O curioso é que o filme é na realidade um remake de uma produção estrangeira. Hollywood em sua eterna crise de criatividade anda mesmo extrapolando. Antes eles só faziam remakes de filmes orientais de terror. O sucesso de "O Chamado" e "O Grito" acabaram causando uma avalanche de remakes de filmes orientais, com todas aquelas garotinhas fantasmas com cabelo molhado e escorrendo. Como se não bastasse agora eles começaram a importam também comédias românticas do outro lado do mundo. Esse "Ironias do Amor" é o maior exemplo disso.
O original foi dirigido pelo coreano Jae-young Kwak e foi lançado no mercado oriental em 2001. Como os produtores americanos viram potencial no roteiro resolveram importar tudo, escalando dessa vez a linda atriz Elisha Cuthbert (mais conhecida do grande público por seu papel na série 24 horas). Aliás devo confessar que a presença dela é a grande (e única) razão de se assistir essa comédia romântica de rotina. Realmente ela tem uma beleza clássica, de fechar quarteirão. Pena que o ator Jesse Bradford que atua ao lado dela deixe a desejar. Mas Elisha compensa tudo. É o tipo de filme que você sabe que não é nenhuma grande obra cinematográfica mas vai até o fim sem reclamar pois a atriz é linda demais. Afinal que homem vai reclamar de ficar vendo a beldade Elisha Cuthbert por duas horas seguidas? Eu certamente não! Desse modo se você for um esteta como eu, vai logo perdoar esses e outros deslizes do filme e assistir tudo com um belo sorriso no rosto.
Ironias do Amor (My Sassy Girl, Estados Unidos, 2008) Direção: Yann Samuell / Roteiro: Victor Levin / Elenco: Elisha Cuthbert, Jesse Bradford, Austin Basis, Chris Sarandon, Jay Patterson, Tom Aldredge, Louis Mustillo, Brian Reddy, Stark Sands, Joanna Gleason, Cherene Snow, Kimberly Youngblood, Don Sparks / Sinopse: Garota nada comum se apaixona por um cara quadradinho, que não consegue fugir da linha. O improvável romance porém passará por muitos problemas ao longo do tempo.
Pablo Aluísio.
O original foi dirigido pelo coreano Jae-young Kwak e foi lançado no mercado oriental em 2001. Como os produtores americanos viram potencial no roteiro resolveram importar tudo, escalando dessa vez a linda atriz Elisha Cuthbert (mais conhecida do grande público por seu papel na série 24 horas). Aliás devo confessar que a presença dela é a grande (e única) razão de se assistir essa comédia romântica de rotina. Realmente ela tem uma beleza clássica, de fechar quarteirão. Pena que o ator Jesse Bradford que atua ao lado dela deixe a desejar. Mas Elisha compensa tudo. É o tipo de filme que você sabe que não é nenhuma grande obra cinematográfica mas vai até o fim sem reclamar pois a atriz é linda demais. Afinal que homem vai reclamar de ficar vendo a beldade Elisha Cuthbert por duas horas seguidas? Eu certamente não! Desse modo se você for um esteta como eu, vai logo perdoar esses e outros deslizes do filme e assistir tudo com um belo sorriso no rosto.
Ironias do Amor (My Sassy Girl, Estados Unidos, 2008) Direção: Yann Samuell / Roteiro: Victor Levin / Elenco: Elisha Cuthbert, Jesse Bradford, Austin Basis, Chris Sarandon, Jay Patterson, Tom Aldredge, Louis Mustillo, Brian Reddy, Stark Sands, Joanna Gleason, Cherene Snow, Kimberly Youngblood, Don Sparks / Sinopse: Garota nada comum se apaixona por um cara quadradinho, que não consegue fugir da linha. O improvável romance porém passará por muitos problemas ao longo do tempo.
Pablo Aluísio.
Um Olhar do Paraíso
Achei um bom filme, não é uma maravilha mas é bom entretenimento. Como estamos em um tipo de moda do espiritismo no cinema o filme certamente irá agradar a quem segue essa doutrina religiosa. O roteiro nunca se assume como tal mas os dogmas do Kardecismo estão praticamente todos lá. É uma produção que se revela apenas boa mas não excepcional. O problema é que muitos foram com expectativas altas, por se tratar de Peter Jackson. A direção dele não é excelente mas é correta. Visualmente o filme é bem feito e tem ótimas soluções visuais nas cenas ambientadas no "lado de lá" (o mundo espiritual é retratado com requinte e bom gosto). Não parece mas no fundo estamos na presença de um filme sobre um Serial Killer com mensagem espiritualista! Além disso o argumento inova ao ser contado sob o ponto de vista das vitimas. Isso não deixa de ser uma boa inovação já que estamos acostumados a assistir filmes de assassinos em série em que quase sempre as vitimas são ignoradas ou então transformadas em mero objeto dos assassinos nos roteiros. Aqui ela tem voz. Narrado em primeira pessoa a garotinha assassinada vai localizando o espectador na trama. O argumento também está correto do ponto de vista técnico, já que serial killers geralmente são como retratados no filme: para a sociedade se mostram de forma cordial, acima de quaisquer suspeitas e levam uma fachada de vida pacata. São ótimos camaleões sociais. Por baixo dessa fachada são assassinos cruéis e brutais. Esses são os pontos positivos.
A parte negativa surge em determinadas atuações. O elenco é irregular. Ao lado da ótima atuação de Stanley Tucci temos que aguentar Mark Wahlberg, péssimo como sempre. A garota Saoirse Ronan é talentosa e tem futuro. Já tinha gostado dela em "Desejo e Reparação" e agora seu talento se confirma. Dona de um olhar muito marcante ela se sobressai e consegue carregar uma produção desse porte sem se intimidar. Para minha total surpresa temos uma surpreendente fraca atuação de Rachel Weisz (e olha que considero ela uma boa atriz). Aqui surge sem inspiração e envolvimento. Quem acaba salvando o filme é realmente Susan Sarandon. Com boa postura e trabalho elegante ela mostra porque é considerada uma das grandes profissionais do cinema americano. Talvez o filme soasse melhor se não tivesse uma duração tão longa. Ela me pareceu excessiva. Além disso os efeitos digitais muitas vezes perdem o foco do enredo apenas para deixar impressionado o público. Um pouco mais de inibição nesse ponto cairia bem. Apesar de todas essas observações não deixarei de recomendar essa obra. O título original, que pode ser traduzido como “ossos queridos”, se refere aos restos mortais da jovem garota que seguem desaparecidos. Assim, em conclusão digo que é aquele tipo de filme que você deve procurar assistir pelo menos uma vez na vida.
Um Olhar do Paraíso (The Lovely Bones, Estados Unidos, 2009) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson / Elenco: Saoirse Ronan, Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Susan Sarandon, Stanley Tucci. / Sinopse: Susie Salmon (Saoirse Ronan) é uma jovem garota de apenas 14 anos que é assassinada de forma brutal por um vizinho, um serial killer que se faz passar por um pacato e simples cidadão em seu bairro. Narrado em primeira pessoa a garota acaba narrando tudo o que lhe aconteceu e os efeitos de sua morte na existência de todos que viveram e a amaram em vida. Indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Stanley Tucci).
Pablo Aluísio.
A parte negativa surge em determinadas atuações. O elenco é irregular. Ao lado da ótima atuação de Stanley Tucci temos que aguentar Mark Wahlberg, péssimo como sempre. A garota Saoirse Ronan é talentosa e tem futuro. Já tinha gostado dela em "Desejo e Reparação" e agora seu talento se confirma. Dona de um olhar muito marcante ela se sobressai e consegue carregar uma produção desse porte sem se intimidar. Para minha total surpresa temos uma surpreendente fraca atuação de Rachel Weisz (e olha que considero ela uma boa atriz). Aqui surge sem inspiração e envolvimento. Quem acaba salvando o filme é realmente Susan Sarandon. Com boa postura e trabalho elegante ela mostra porque é considerada uma das grandes profissionais do cinema americano. Talvez o filme soasse melhor se não tivesse uma duração tão longa. Ela me pareceu excessiva. Além disso os efeitos digitais muitas vezes perdem o foco do enredo apenas para deixar impressionado o público. Um pouco mais de inibição nesse ponto cairia bem. Apesar de todas essas observações não deixarei de recomendar essa obra. O título original, que pode ser traduzido como “ossos queridos”, se refere aos restos mortais da jovem garota que seguem desaparecidos. Assim, em conclusão digo que é aquele tipo de filme que você deve procurar assistir pelo menos uma vez na vida.
Um Olhar do Paraíso (The Lovely Bones, Estados Unidos, 2009) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson / Elenco: Saoirse Ronan, Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Susan Sarandon, Stanley Tucci. / Sinopse: Susie Salmon (Saoirse Ronan) é uma jovem garota de apenas 14 anos que é assassinada de forma brutal por um vizinho, um serial killer que se faz passar por um pacato e simples cidadão em seu bairro. Narrado em primeira pessoa a garota acaba narrando tudo o que lhe aconteceu e os efeitos de sua morte na existência de todos que viveram e a amaram em vida. Indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Stanley Tucci).
Pablo Aluísio.
A Missão
No século XVII o mercador de escravos Mendoza (Robert De Niro) entra em crise existencial após a morte de Felipe (Aidan Quinn) em um duelo. Era seu irmão. Os problemas começaram após ele se envolver amorosamente com Carlotta (Cherie Lunghi), um romance que não contava com a aprovação de Mendoza. No funfo ele sabia que a formosa jovem não era a esposa ideal pois moralmente deixava a desejar em seus atos e romances com outros homens da colônia. Para tentar superar sua dor, Mendoza resolve entrar para o clero e se torna padre. Junto ao jesuíta Gabriel (Jeremy Irons) ele começa uma nova fase em sua vida, marcada pela luta em defesa das populações nativas do novo mundo. O Índio é visto como um produto e um instrumento de trabalho pelos colonizadores. Não tarda a nascer assim um conflito envolvendo de um lado os membros da coroa e o clero religioso dos jesuítas. "A MIssão" é um filme de encher os olhos. Filmado em belas locações na Colômbia, Argentina e Brasil, o filme ainda hoje causa impacto pela beleza de suas imagens. A natureza do chamado "novo mundo" nunca esteve tão belamente fotografada como aqui.
Tudo foi filmado praticamente no meio da selva, com índios verdadeiros como figurantes. As próprias filmagens se tornaram um grande problema para a equipe de ingleses e americanos que se aprofundaram nas selvas tropicais da América do Sul. Vários membros pegaram doenças tropicas e tiveram que retornar ao seu país para tratamento. Os equipamentos também sofreram diversas panes por causa do excessivo calor e umidade da mata fechada. Mesmo com tantos problemas o filme é um dos mais belos e historicamente corretos já lançados no cinema até hoje. Mostra muito bem os diversos interesses envolvidos no período de colonização da América espanhola e portuguesa. De um lado os traficantes de escravos, do outro os missionários jesuítas em sua luta para catequizar os nativos e no meio dessa batalha entre a cruz e a espada as populações indígenas, que sofreram todos os tipos de abusos e explorações imagináveis. O roteiro é muito bem trabalhado. O bom resultado facilmente se vê na tela. A consagração veio em Cannes quando finalmente ganhou, merecidamente, a Palma de Ouro. Imperdível para amantes da história e do bom cinema.
A Missão (The Mission, Estados Unidos, Inglaterra, 1986) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Robert Bolt / Elenco: Robert De Niro, Jeremy Irons, Ray McAnally, Aidan Quinn e Cherie Lunghi / Sinopse: Após a morte de seu irmão, Mendoza (Robert De Niro) resolve entrar para o clero onde fica sob as ordens do bem intencionado padre Gabriel (Jeremy Irons) que luta para preservar os direitos dos povos nativos da região. Lutando contra ele estão os exploradores de mão de obra escrava que tencionam vender as populações indígenas para o mercado negro da escravidão.
Pablo Aluísio.
Tudo foi filmado praticamente no meio da selva, com índios verdadeiros como figurantes. As próprias filmagens se tornaram um grande problema para a equipe de ingleses e americanos que se aprofundaram nas selvas tropicais da América do Sul. Vários membros pegaram doenças tropicas e tiveram que retornar ao seu país para tratamento. Os equipamentos também sofreram diversas panes por causa do excessivo calor e umidade da mata fechada. Mesmo com tantos problemas o filme é um dos mais belos e historicamente corretos já lançados no cinema até hoje. Mostra muito bem os diversos interesses envolvidos no período de colonização da América espanhola e portuguesa. De um lado os traficantes de escravos, do outro os missionários jesuítas em sua luta para catequizar os nativos e no meio dessa batalha entre a cruz e a espada as populações indígenas, que sofreram todos os tipos de abusos e explorações imagináveis. O roteiro é muito bem trabalhado. O bom resultado facilmente se vê na tela. A consagração veio em Cannes quando finalmente ganhou, merecidamente, a Palma de Ouro. Imperdível para amantes da história e do bom cinema.
A Missão (The Mission, Estados Unidos, Inglaterra, 1986) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Robert Bolt / Elenco: Robert De Niro, Jeremy Irons, Ray McAnally, Aidan Quinn e Cherie Lunghi / Sinopse: Após a morte de seu irmão, Mendoza (Robert De Niro) resolve entrar para o clero onde fica sob as ordens do bem intencionado padre Gabriel (Jeremy Irons) que luta para preservar os direitos dos povos nativos da região. Lutando contra ele estão os exploradores de mão de obra escrava que tencionam vender as populações indígenas para o mercado negro da escravidão.
Pablo Aluísio.
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