quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Vera Cruz - Curiosidades

1. Clark Gable alertou Gary Cooper para não trabalhar com Burt Lancaster. Ele disse que Lancaster era muito jovem e que iria ofuscá-lo em cena. "Aquele jovem vai fazer você sumir da tela" - teria dito. Curiosamente anos depois Gable ignorou seu próprio conselho e atuou ao lado de Lancaster no clássico filme de guerra O Mar é Nosso Túmulo (1958).

2. Gary Cooper não gostou muito do roteiro. Mostrou diversas contradições e erros históricos no texto. Numa das reuniões com o diretor e o roteirista disse: "Não faz sentido um ex-coronel confederado lutar ao lado de um mexicano contra um americano!". Para Cooper isso não tinha a menor lógica histórica.

3. O filme foi rodado todo no México. Durante as filmagens aconteceu algo inesperado. Charles Bronson e Ernest Borgnine foram presos pela polícia federal mexicana. Eles tinham ido até uma pequena mercearia nas redondezas para comprar cigarros. Acontece que ainda estavam vestidos com os figurinos do filme. Confundidos com bandidos só foram soltos após a interferência do estúdio de cinema que estava produzindo o filme.

4. Gary Cooper ficou gravemente ferido quando foi atingido por fragmentos de uma ponte que havia sido explodida, porque a equipe de efeitos especiais havia usado explosivos demais.

5. Embora representado por George Macready, de 54 anos, o verdadeiro imperador Maximiliano I, do México, tinha apenas trinta e quatro anos quando morreu.

6. Burt Lancaster lembrou muitos anos depois que seu colega de profissão, Gary Cooper, ficou muito incomodado durante as filmagens por causa do aspecto de vião de seu personagem. Para Cooper interpretar um ex-coronel confederado não poderia significar que ele fosse um vilão, mas sim um bom homem que acabou escolhendo o lado errado em sua carreira.

7. O filme "Vera Cruz" é geralmente chamado de o "primeiro western espaguete americano", devido à influência que absorveu de faroestes produzidos na Itália, em especial os dirigidos pelo mestre Sergio Leone, o mais popular cineasta nesse estilo.

Pablo Aluísio.

El Dorado - Curiosidades

1. Robert Mitchum começou a atuar no filme dando ao seu personagem um aspecto frágil e muito debilitado por causa da bebida. Isso porém não agradou ao diretor Howard Hawks que decidiu mudar um pouco as coisas. Assim Mitchum acabou dando mais força de vontade ao seu personagem bêbado. 

2. O papel de John Wayne exigiu no roteiro que ele surgisse de cabelos grisalhos, mas o ator recusou o uso de uma peruca cinza. Após alguns testes de figurino e câmera ele achou aquilo muito ruim e jogou fora a tal peruca. Acabou fazendo seu personagem com seus cabelos normais. 

3. John Wayne usa um rifle Winchester no filme que lhe pertencia na vida real. Ele criou uma maneira de usar o rifle com apenas uma mão, o girando pela alavanca. O rifle usado tinha uma alavanca de "D-loop" ampliada para facilitar o truque. John Wayne usou este tipo de Winchester modificada em vários outros filmes, se tornando uma de suas marcas registradas. A primeira vez que ele trouxe esse rifle para o cinema foi no clássico Stagecoach (1939).

4. John Wayne iria atuar em outro western chamado Nevada Smith, mas depois desistiu, optando por "El Dorado". Sem seu astro principal a Paramount resolveu então escalar Steve McQueen para interpretar o cowboy Nevada Smith. Os dois filmes acabaram sendo lançados no mesmo mês, criando uma concorrência entre eles. Sobre o filme de McQueen, Wayne diria: "É um bom western, muito bom mesmo!"

5. John Wayne e Robert Mitchum tinham trabalhado juntos pela primeira vez dez anos antes. Quando Wayne acertou com a Paramount para atuar ele sugeriu a Howard Hawks que contratasse Mitchum, que vinha enfrentando problemas com a imprensa por causa dos escândalos pessoais envolvendo mulheres, drogas, bebidas e brigas com produtores influentes de Hollywood. Uma semana depois Hawks ligou para Wayne para dizer que concordava com a sugestão, que iria contratar o bad boy Robert Mitchum.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Steve McQueen - Nevada Smith

Esse texto contém spoiler. Assim se você ainda não assistiu ao filme "Nevada Smith" aconselho a parar a leitura por aqui. Pois bem, ainda sobre esse faroeste que assisti recentemente gostaria de colocar mais alguns aspectos em evidência. O filme conta em seu elenco com o grande ator Karl Malden. Não se engane, ele foi um dos maiores atores de sua geração. Amigo pessoal de Marlon Brando fez com ele grande parceria em filmes clássicos inesquecíveis.

Em "Nevada Smith" ele interpreta um dos três assassinos dos pais do personagem de Steve McQueen. Logo se torna alvo de sua vingança. O curioso é que Malden desaparece por quase todo o filme. Uma vez cometido o assassinato ele some, só ressurgindo nas últimas cenas, quando ele se torna o último a ser procurado por McQueen.

Malden imprime um tom de psicopatia ao seu personagem. Ele sabe que está sendo caçado pelo filho das pessoas que matou, mas ao mesmo tempo não sabe que é seu novo contratado, um pistoleiro que ele simpatizou numa de suas cavalgadas. Na cena final enfim Nevada Smith se revela a ele, que caído no meio de um riacho não consegue mais reagir. Em tom de desprezo então Nevada lhe diz que não vai lhe matar, pois nem isso ele merece. Esse final foi bem diferente, muito ousado para a época, totalmente fora dos padrões do western americano da época. Provavelmente se fosse em um filme de Clint Eastwood ou John Wayne ele certamente não escaparia de levar um tiro.

Pode-se até dizer que Karl Malden foi mal aproveitado no filme, por causa de seu talento e tudo mais, porém como um vilão jurado de morte ele até que se saiu muito bem. Claro que um papel como esse não exigia o nível de trabalho que qualquer outro drama que ele tenha estrelado ao longo de tantos anos em sua carreira, tanto no cinema como no teatro, porém é inegável que ele trouxe a sordidez necessária ao seu personagem em cena. Ele tinha que interpretar o facínora e nisso se saiu muito bem.

Pablo Aluísio. 

Jeff Chandler - Pillars Of The Sky

Na época em que esse filme foi lançado (estamos falando de 1956) não se discutia muito sobre a ética envolvida em se evangelizar índios ou não. Tudo era visto de forma natural. Os nativos eram selvagens e precisavam ser evangelizados na cultura judaico-cristã para salvar suas almas. Ponto final. Assim o roteiro desse filme encarava seus personagens sob um viés bem positivo. Hoje em dia, como sabemos, haveria muitos protestos por causa de seu roteiro.

Bom, os dois personagens principais são o sargento da cavalaria Emmett Bell (Jeff Chandler) e Calla Gaxton (Dorothy Malone), a pioneira que tenta ao seu modo cristianizar aqueles povos nativos do velho oeste. Abro um parêntese aqui em relação à atriz Dorothy Malone. Ela foi uma das mais bonitas, elegantes e charmosas atrizes do western americano. Uma beldade realmente. Atuou em diversos clássicos e era sempre requisitada pelos estúdios para atuar em filmes de faroeste. Pena que geralmente suas personagens não eram grande coisa - na maioria das vezes ela fazia a indefesa branca bonita de olhos azuis que precisava ser salva pelo mocinho.

Jeff Chandler, o astro galã de cabelos grisalhos, provavelmente não se tornaria um astro nos dias de hoje. Ele era, digamos, másculo demais para os padrões atuais. Muito bronzeado (penso que tinha sangue indígena), Chandler foi um dos campeões de bilheteria dos anos 50. O curioso é que hoje em dia pouco se ouve falar nele, até mesmo entre os que gostam de filmes clássicos. Para terminar o pedigree do filme "Pilastras do Céu" é sempre bom lembrar que ele foi dirigido por George Marshall. Esse diretor tinha nome de general da União da guerra civil e era realmente um expert em filmes de faroeste. Sua filmografia é impressionante, contando com quase 200 filmes em seis décadas de profissão. Um dos grandes nomes do filão mais americano de todos os gêneros cinematográficos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Henry Fonda

Henry Fonda
O ator Henry Fonda em dois momentos marcantes de sua carreira. Na primeira foto vemos o ator no clássico western "Paixão dos Fortes" (My Darling Clementine, Estados Unidos, 1948). Dirigido pelo mestre da sétima arte John Ford e co-estrelado por Linda Darnell e Victor Mature, o filme mostrava mais uma versão dos fatos históricos ocorridos no OK Corral. Henry Fonda interpretava o próprio xerife Wyatt Earp e Mature dava vida ao pistoleiro, dentista e jogador de cartas inveterado Doc Holliday. 

Já a carismática atriz Cathy Downs interpretava a bela Clementine Carter do título original. O filme hoje é considerado um dos grandes clássicos da história do oeste americano, devidamente preservado pelo congresso dos Estados Unidos. Já logo abaixo vemos outro momento importante da carreira de Fonda no gênero western. Em "Consciências Mortas" (The Ox-Bow Incident, Estados Unidos, 1943) de William A. Wellman, Fonda interpretava Gil Carter, figura central em um momento conturbado de uma pequena cidadezinha do velho oeste cuja população se dividia entre linchar ou não um homem acusado de um crime. 

Essa produção é considerada hoje um dos faroestes psicológicos mais celebrados de todos os tempos. Ao lado de Henry Fonda contracenaram Dana Andrews e Anthony Quinn. O filme levou uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor filme do ano, mas todos estão de acordo que por sua importância e roteiro inovador essa foi uma obra cinematográfica que certamente foi subestimada em seu lançamento. Hoje em dia, aparando as injustiças, é considerado uma verdadeira obra prima do western american

Pablo Aluísio.

Gary Cooper


domingo, 5 de novembro de 2006

Randolph Scott - 6 Classic Westerns

Nos Estados Unidos chegou nas lojas esse DVD bem interessante. Na verdade é praticamente um box, já que são seis filmes estrelados por Randolph Scott. E o melhor de tudo, o preço é bem convidativo, nada fora do normal. Mostra bem como o mercado americano é muito superior ao brasileiro, onde praticamente nada do ator foi lançado nos últimos anos. Pois bem, aqui temos os seguintes filmes de Scott para apreciação de seus fãs: "Obrigado a Matar" (1955), "O Resgate do Bandoleiro" (1957), "Entardecer Sangrento" (1957), "Fibra de Heróis" (1958), "O Homem que Luta Só" (1959) e finalmente "Cavalgada Trágica" (1960).

Não há muito material extra, até porque quando os filmes foram feitos não era costume dos estúdios de Hollywood produzir os chamados "Making Off". O que o fã de western terá de novo é a presença dos trailers originais, além da reprodução dos posters dos filmes que foram fixados nos cinemas quando os filmes chegaram nas telas pela primeira vez. Dando uma olhada na reação e críticas lá nos Estados Unidos pude também perceber que muitos desses jovens jornalistas não conhecem muito a fundo o legado de Randolph Scott. Bom, não deixa de ser um pouco interessante ler a opinião de alguém que está tendo contato com os filmes do ator apenas agora, mais de 60 anos depois da produção original dos filmes.

Numa das resenhas que li um crítico escreveu: "São filmes de curta duração, geralmente de uma hora e trinta minutos ou uma hora e vinte. Os personagens são clichês em sua maioria, mas isso não quer dizer que os filmes não sejam bons. Algumas cenas demoram para acontecer, para ter um desfecho. Porém em cada filme há pelo menos duas boas cenas com tiros e duelos. A edição geralmente chama atenção pois é sempre bem feita. A fotografia também. São filmes de western bem eficientes". Esse tipo de lançamento em DVD é bem importante porque apresenta esses filmes clássicos de western para toda uma nova geração de cinéfilos.

Pablo Aluísio.

Cine Western: Audie Murphy

 Audie Murphy