segunda-feira, 17 de abril de 2006

Roy Bean: O Homem da Lei

O filme conta a história real de Roy Bean (Paul Newman), um pistoleiro e ladrão, que chegou numa região remota do Texas. Na ausência de qualquer lei ou autoridade judicial no local, o bandoleiro resolveu se auto intitular "juiz" e começou a impor aos moradores locais sua inusitada versão da lei e da ordem. A história do filme foi baseada na vida real do juiz Roy Bean, um fora da lei que chegou numa região inóspita do Texas, depois do Rio Pacos (considerado a fronteira entre o mundo civilizado e a terra sem lei) e lá se auto proclamou "juiz" mandando os foras da lei para a forca, sem nem pensar duas vezes. De posse de um velho livro empoeirado de direito que ele nunca leu na verdade (pois era praticamente analfabeto e cego de um olho), o velho bandoleiro trouxe sua visão muito particular de justiça a todos os que cruzaram seu caminho.

O cineasta John Huston mais uma vez se mostrou genial na direção desse western, isso porque ao longo de todo o filme ele imprime um tom de fino humor negro e ironia que caiu muito bem na bizarra história. Já Paul Newman estava totalmente à vontade no papel e deu show ao interpretar o personagem principal. Seguro de si, cínico, o ator dominou todas as cenas, mesmo quando contracenou com o ótimo elenco de apoio, com direito a participação especial do próprio John Huston, interpretando um caçador de ursos que chega na distante localidade. Por essa época de sua carreira Paul Newman procurava por personagens mais ousados, que fugissem do habitual. Ele, por exemplo, jamais faria um faroeste convencional, como os que eram produzidos na era de ouro do gênero. O ator procurava mesmo por maiores desafios.

Depois que vi o filme ficou a curiosidade de saber mais sobre o verdadeiro Roy Bean. Para minha surpresa descobri que seu saloon (que era também o seu tribunal improvisado) ainda existe no Texas e virou ponto turístico. Seu nome é bem reverenciado naquele Estado e ele goza de uma reputação de fazer inveja a outros grandes nomes do western como Billy The Kid e Jesse James. Talvez por representar a famosa "justiça pelas próprias mãos", Roy Bean acabou virando um símbolo de uma era há muito perdida. Mesmo que sua decisões fossem absurdas e sem qualquer ligação com as leis reais, ele foi visto na época (e hoje em dia também por alguns) como alguém que tentou impor justiça em uma terra sem lei, marcada pelo crime, violência e pela injustiça sem limites. Se você gosta da história do faroeste americano e seus personagens, então o filme é obrigatório. Esse Roy Bean foi mesmo uma figura histórica mais do que curiosa.

Roy Bean - O Homem da Lei (The Life and Times of Judge Roy Bean, Estados Unidos, 1972) Direção: John Huston / Roteiro: John Milius baseado no livro de C.L. Sonnichsen / Elenco: Paul Newman, Ava Gardner, Roy Jenson / Sinopse: Filme baseado em fatos históricos reais. No velho oeste um ladrão e pistoleiro chamado Roy Bean (Paul Newman) chega numa região selvagem do Texas. Por lá não existia nem lei e nem ordem. Assim o velho Roy resolve assumir a figura de carrasco e juiz, mandando para a morte todos aqueles que cruzavam seu caminho. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("Marmalade, Molasses & Honey" de Maurice Jarre, Alan Bergman e Marilyn Bergman).

Pablo Aluísio. 


domingo, 16 de abril de 2006

Os Poderosos Também Caem

Dois caçadores de recompensas chegam em uma velha e isolada cidade do velho oeste. Assim que entram na rua principal logo chamam muito a atenção da população. Eles são negros e os moradores locais não costumam ver negros em liberdade naqueles tempos assolados pela chaga da escravidão. Mesmo assim eles se impõe, não só por sua dignidades pessoais, mas também por serem rápidos no gatilho.

Esse filme faz parte de um movimento que aconteceu no cinema americano durante os anos 70. Eram filmes estrelados por atores negros, feitos para o público preto (nota: até hoje não consigo saber se o termo negro ainda é válido pois tenho visto muitos textos utilizando o termo preto. Em minha época de juventude o termo preto era ofensivo, negro não era ofensivo). Pois bem, o filme também investe em um bom humor que deixa tudo mais leve. Um bom filme desse movimento conhecido nos dias de hoje como Blaxploitation!

Os Poderosos Também Caem (Boss Nigger, Estados Unidos, 1974) Direção: Jack Arnold / Roteiro: Fred Williamson / Elenco: Fred Williamson, D'Urville Martin, William Smih / Sinopse: Dois caçadores de recompensas negros chegam a cavalo em uma cidadezinha do velho oeste. O lugar, uma cidade de brancos, jamais será o mesmo depois de sua chegada.

Pablo Aluísio.

A Morte Não Manda Recado

Sam Peckinpah! Quem é cinéfilo já sabe. Qualquer filme que tenha essa nome em seus créditos já torna o filme essencial para quem curte sétima arte. E se for um faroeste, bem, as coisas ficam ainda mais interessantes. Nesse western norte-americano, mas com claras influências do western spaghetti italiano, o diretor Sam Peckinpah construiu um filme curioso. Ao mesmo tempo em que tenta ser original também se destaca por render várias homenagens aos temas mais caros à mitologia do velho oeste. Personagens são tipos indigestos, diria até intragáveis e asquerosos. Só que com isso o filme ganha no humor e no realismo porque convenhamos, no velho oeste os cowboys não eram galãs, mas sim caras durões que viviam com as roupas empoeiradas por causa do deserto.

O resultado é mais do que agradável de se assistir. Há cenas com bom humor e algumas que ficaram marcantes, como a do homem que é deixado para morrer no meio de um deserto hostil e muito selvagem, quase impossível de sobreviver. Não há nenhum grande astro no elenco, mas isso definitivamente não faz a menor diferença. É um filme ótimo, excelente, dos bons. Assista se puder.

A Morte Não Manda Recado (The Ballad of Cable Hogue, Estados Unidos, 1970) Direção: Sam Peckinpah / Roteiro: John Crawford / Elenco: Jason Robards, Stella Stevens, David Warner / Sinopse: Um homem é deixado para morrer no deserto por inimigos. Sò que ele está decidido a dar a volta por cima.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de abril de 2006

Cine Western - Daniel Boone


Daniel Boone
Todos os fãs de western conhecem a série "Daniel Boone" que ficou em exibição na TV americana entre os anos de 1964 a 1970. Interpretado pelo ator Fess Parker em seis longas temporadas, o chamado herói da fronteira ganhou popularidade e fama. O que poucos sabem é que Boone já era por essa época um personagem veterano nas telas. Desde o cinema mudo ele já vinha sendo explorado em filmes de aventura pela nascente indústria cinematográfica. Em 1907 surgiu o primeiro filme, "Daniel Boone, O Pioneiro da América" onde o famoso aventureiro do velho oeste era interpretado pelo ator William Craven. O filme fez tanto sucesso de bilheteria que em 1911 haveria um novo filme mudo, "Daniel Boone's Bravery". Dessa primeira fase três filmes se destacam: "In the Days of Daniel Boone" (1923), "Daniel Boone" (1923) e "Daniel Boone Thru the Wilderness" onde o personagem foi interpretado pelos atores Charles Brinley,  Elmer Grandin e Roy Stewart, respectivamente. Na década de 1950 vários filmes voltariam a trazer Boone de volta às telas. Esses filmes tinham boa produção e roteiros mais bem caprichados que os filmes pioneiros. "O Jovem Daniel Boone" de 1950 buscava as origens do herói, mostrando seus primeiros anos. Já "Daniel Boone, O Selvagem (Alma de Bandeirante)" trazia o galã Bruce Bennett no papel principal. Na década de 1960 o estúdio de Walt Disney comprou os direitos autorais do personagem e o transformou em um herói romântico infanto juvenil. O popular programa televisivo "Disneylândia" utilizou Boone em diversos episódios, sempre o retratando como um herói simpático e amigo dos jovens e animais. Em 1966 o ator Fess Parker fez sua primeira aparição como Boone no filme "Daniel Boone - A Conquista do Kentucky" e a partir daí jamais deixaria o personagem, unindo sua imagem a de Boone até o fim de sua carreira, de forma definitiva.

Pablo Aluísio.

Cine Western - Randolph Scott


Randolph Scott
Outro grande ídolo dos filmes de faroeste na mesma época em que John Wayne alcançava os maiores picos de sucesso de sua carreira. Ambos inclusive chegaram a trabalhar juntos e eram amigos, sempre com animados encontros pelos estúdios em Hollywood. Em fins dos anos 1940 Scott resolveu ele próprio produzir seus filmes, abrindo sua própria produtora. O sucesso de suas fitas de cowboy logo o tornaram um homem rico e bem sucedido. Mirando em seu exemplo John Wayne começou a seguir pelo mesmo caminho. Nos anos 60 começou a também produzir seus western e na década seguinte se tornou o único produtor de seus filmes.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 14 de abril de 2006

John Wayne - Metade Cowboy


John Wayne - Metade Cowboy
Curiosa foto tirada do astro de filmes de western John Wayne. Ele foi procurado pelo estúdio para refilmar algumas poucas cenas em close up. Como Wayne estava de férias, curtindo uma piscina, ele nem se deu ao trabalho de se vestir completamente de cowboy. Em trajes de banho, com a metade do figurino de cowboy, o ator finalmente filmou suas cenas de câmera fechada em seu rosto. Coisas de Hollywood.

Pablo Aluísio.

Cine Western - No Tempo das Diligências


John Wayne - No Tempo das Diligências
Na foto John Wayne em cena clássica do faroeste No Tempo das Diligências (Stagecoach, EUA, 1939), com direção de John Ford. Esse filme foi um divisor de águas na carreira de Wayne. A parceria com o grande mestre John Ford iria mudar os rumos de sua filmografia para sempre. Foi a primeira vez que ambos trabalharam juntos e também a primeira experiência do diretor com o cinema falado, já que até aquele momento ele só tinha dirigido filmes mudos. John Ford ficou encantando com o cenário do Monument Valley e seu impacto na tela - algo que realmente impressiona até os dias atuais. Nessa mesma paisagem do Arizona ele ainda filmaria vários clássicos nos anos que viriam como Paixão dos Fortes (1946), Sangue de Heróis (1948), Legião Invencível (1949), Caravana de Bravos (1950), Rio Bravo (1950), Rastros de Ódio (1956), Audazes e Malditos (1960) e seu último western, Crepúsculo de Uma Raça (1964). "Stagecoach" também transformou John Wayne em um dos maiores astros da história de Hollywood.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Cine Western - Rio Vermelho


Rio Vermelho
John Wayne no papel de Thomas Dunson no clássico do western americano Rio Vermelho (Red River, EUA, 1948), dirigido por Howard Hawks e Arthur Rosson. Nesse filme o ator contracenou com Montgomery Clift que interpretava o jovem cowboy Matt Garth. Wayne e Clift vinham de escolas de interpretação bem diferentes. Enquanto o velho veterano fez sua carreira praticamente toda no cinema, Clift era considerado um talentoso ator de teatro em Nova Iorque. Tendo se formado no prestigiado Actor´s Studio, ele era considerado um dos jovens mais promissores de sua geração. Apesar das diferenças ambos se deram muito bem no set de filmagem. Montgomery Clift soube respeitar a presença de Wayne e esse criou um carinho quase filial com o jovem de Nova Iorque. No final das filmagens Wayne declarou: "Esse rapaz vai longe e espero fazer novos filmes ao seu lado". Infelizmente Wayne estava certo apenas em parte. Sim, Clift faria muito sucesso em Hollywood, porém jamais voltaria a atuar ao seu lado em um filme novamente.

Pablo Aluísio. 

Cine Western - Yul Brynner / Robert Redford

 Yul Brynner no clássico "Sete Homens e um Destino". O ator era nascido na distante Vladivostok. no extremo oriente do vasto império russo. Ele teve um longo caminho até o sucesso em Hollywood, passando antes por muitos países europeus, o que lhe proporcionou ter acesso a várias culturas diferentes. O astro inclusive falava muitas línguas e era uma pessoa extremamente culta. Morreu de um agressivo e fulminante câncer de pulmão em 1985. Antes de falecer porém fez questão de gravar um vídeo alertando as novas gerações para os riscos do cigarro.

Robert Redford descansa um pouco no set de filmagens do clássico "Butch Cassidy and the Sundance Kid" de 1969. Redford interpretava o ladrão de bancos e pistoleiro Sundance Kid enquanto seu amigo e colega Paul Newman dava vida ao parceiro Butch Cassidy. Os roteiristas se basearam na história original, mas tiveram que inovar na parte final do filme porque na verdade ninguém sabia ao certo o destino dos dois famosos criminosos. O que efetivamente aconteceu com eles, na vida real, segue sendo um mistério até os dias de hoje.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Cine Western - Brad Pitt



Cine Western - Brad Pitt
O ator Brad Pitt na pele do pistoleiro Jesse James no western "O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford". 

Pablo Aluísio.