quarta-feira, 1 de março de 2006

Pat Garrett & Billy The Kid

Curiosamente há poucos dias assisti "Os Jovens Pistoleiros", western dos anos 80, que contava justamente a primeira parte dessa história (e que depois faria parte do roteiro de "Jovens Demais Para Morrer", sua continuação). Todos esses filmes no filme se completam. Em "Pat Garrett & Billy The Kid" não há todo o contexto que contribuiu para o surgimento do mito Billy The Kid. Apenas pequenas citações são feitas em relação à guerra do condado de Lincoln (conflito que deu origem a tudo no inóspito Novo México). Quando o filme começa Billy já é um pistoleiro famoso e procurado pelo xerife Garrett. Ficamos sabendo que ambos tem uma história anterior, que são inclusive amigos, mas em nenhum momento o roteiro procura explicar tudo o que aconteceu. De certa forma isso não é em si um problema, mas uma opção do diretor. Claro que para pessoas que não conhecem a história pode soar um pouco confuso, mas como não é o meu caso, não senti maiores problemas sobre isso.

Historicamente o filme procura ser bem correto. Tirando o personagem de Bob Dylan, que é totalmente fictício, todos os demais personagens são reais e fazem parte da mitologia. Em termos de elenco gostei de praticamente todos, principalmente de James Coburn como o xerife Garrett. Velho conhecido dos filmes de western, Coburn está muito adequado ao papel. Eu nunca considerei Kris Kristofferson um ótimo ator e por isso não vou condenar sua interpretação, digamos, contida. Ele não brilha, porém se torna eficiente apesar de suas limitações. No mais, o filme tem uma trilha sonora ótima (que concorreu ao Grammy) e uma direção com todas as características que fizeram a fama de Sam Peckinpah; Vale muito a pena assistir a mais essa versão da história do mito Billy The Kid.

Pat Garret & Billy The Kid (Pat Garrett and Billy The Kid, EUA, 1973) Direção: Sam Peckinpah / Roteiro: Rudy Wurlitzer / Elenco: James Coburn, Kris Kristofferson, Richard Jaeckel, Katy Jurado, Chill Wills Lemuel, Jason Roberts, Bob Dylan / Sinopse: Pat Garrett (James Coburn) sai no encalço do famoso pistoleiro e fora da lei Billy The Kid (Kris Kristofferson). Curiosamente ambos já se conheciam de tempos passados o que acaba tornando a caçada de Kid uma questão mais pessoal do que nunca.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Seminole

Título no Brasil: Seminole
Título Original: Seminole
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Charles K. Peck Jr, Charles K. Peck Jr.
Elenco: Rock Hudson, Barbara Hale, Anthony Quinn, Lee Marvin, Richard Carlson, Hugh O'Brian

Sinopse:
Um jovem tenente chamado Lance Caldwell (Rock Hudson) é enviado para servir em um forte distante, nos pântanos da Flórida. A região é foco de conflitos com os nativos da tribo Seminole, liderados pelo guerreiro Osceola (Anthony Quinn). A presença dos militares acaba aumentando ainda mais as tensões entre os dois grupos. 

Comentários:
O astro Rock Hudson fez muitos filmes na Universal em seu começo de carreira. E naqueles tempos era comum a produção de filmes de faroeste. Assim não é de se admirar que ele tenha estrelado esse western com outro grande nome do cinema na época, Anthony Quinn. Hudson interpretava um tenente do exército americano, enquanto Quinn era o seu inimigo no campo de batalha, um nativo que lutava pela sobrevivência de seu povo. A história que o filme conta é real, fez parte da conquista da Flórida. E aqui temos o primeiro grande diferencial com outros filmes da época pois o enredo se passa todo nesse Estado americano que não faz parte do oeste do país. Aliás a geografia pantanosa da Flórida serviu de cenário para excelentes cenas de guerra entre a cavalaria e os índios. Curiosamente Rock Hudson diria depois que foi extremamente complicado fazer o filme porque tudo foi feito em locação, em terras com muita lama e areias movediças. Tempos pioneiros aqueles. Assim a equipe técnica do filme acabou sentindo as dificuldades que os pioneiros sentiram ao lutarem naquele campo de batalha bem no meio dos pântanos da Flórida. Enfim temos aqui um faroeste diferente, mas extremamente bem realizado. Pode-se dizer que é uma das produções mais interessantes dos anos 1950, contando com a preciosa direção de Budd Boetticher, um especialista nesse tipo de filme.

Pablo Aluísio.

El Condor

Título no Brasil: El Condor
Título Original: El Condor
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: National General Pictures
Direção: John Guillermin
Roteiro: Larry Cohen, Steven W. Carabatsos
Elenco: Lee Van Cleef, Jim Brown, Patrick O'Neal, Marianna Hill, Iron Eyes Cody, Elisha Cook Jr.

Sinopse:
Um fugitivo da prisão e um ladrão vigarista se unem para roubar uma forte mexicano localizado no deserto. O lugar é fortemente protegido e contém entre seus muros uma fortuna em ouro. Para ajudá-los a dupla consegue quase cem guerreiros da tribo Apache para invadir a guarnição militar.

Comentários:
Um filme curioso de western. Apesar de ser uma produção americana os produtores decidiram que o filme seria feito na Espanha, nos mesmos desertos onde eram filmados os faroestes italianos. Assim temos um western Made in USA com requintes e características do conhecido Western Spaghetti. O resultado ficou muito bom, um filme divertido, que não esquece também de desenvolver o lado do humor. Aliás é mais do que interessante ver o ator Lee Van Cleef atuando aqui. Ele que sempre interpretou tipos durões, sérios, com poucas palavras e ótima mira, aqui muda o tom, adotando um jeito mais sarcástico, mais picareta. O seu trabalho de atuação por essa razão ficou bem diferente. Já o ator Jim Brown foi uma escolha mais política, para dar melhores papéis de destaque dentro do cinema para atores negros. Um efeito da luta dos direitos civis nos Estados Unidos. Seu trabalho de dobradinha ao lado de Cleef funcionou muito bem. O diretor John Guillermin ficaria mais conhecido alguns anos depois quando iria dirigir o remake dos anos 70 para o clássico "King Kong". No mais é um faroeste bem movimentado, com várias cenas de ação. Mais violento até do que o habitual vai cair como uma luva para quem gosta do estilo de faroeste europeu, aqui contando com o bom gosto das produções americanas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Bandeirantes do Norte

Título no Brasil: Bandeirantes do Norte
Título Original: Northwest Passage
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: King Vidor
Roteiro: Laurence Stallings, Talbot Jennings
Elenco: Spencer Tracy, Robert Young, Walter Brennan, Ruth Hussey, Nat Pendleton, Louis Hector

Sinopse:
Dois cowboys se reúnem aos Texas Rangers em pleno período das guerras indígenas. Quando chegam em um forte distante, no meio do velho oeste, chamado Fort Wentworth, descobrem que não há mais ninguém, nenhum militar e nenhum nativo. Nem suprimentos para sobrevivência.

Comentários:
O filme foi vencedor de um Oscar, o de fotografia, dado para a dupla formada por Sidney Wagner e William V. Skall. O título nacional é equivocado. Bandeirantes são figuras históricas do Brasil, não dos Estados Unidos. Feito essa ressalva temos aqui um bom western, estrelado pelo sempre bom e correto Spencer Tracy, aqui sob direção do veterano diretor King Vidor. Esse cineasta sempre foi considerado um profissional de estúdio, que fazia o que os produtores determinavam. Isso não significa que tenha sido um cineasta ruim, nada disso, apenas previsível. Há boas cenas, valorizadas pela região onde o filme foi realizado. Talvez um pouco envelhecido pelo tempo, esse faroeste ainda se mantém pelo seu bom roteiro, que realmente soube manter o interesse do espectador do começo ao fim.

Pablo Aluísio.

Sanha Diabólica

Título no Brasil: Sanha Diabólica
Título Original: Curse of the Undead
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Edward Dein
Roteiro: Edward Dein, Mildred Dein
Elenco: Eric Fleming, Michael Pate, Kathleen Crowley

Sinopse:
Primeiro filme que mistura os gêneros western e terror. No enredo uma pequena cidade do velho oeste é abalada por uma sucessão inexplicável de mortes de jovens mulheres. Todas surgem sem um pingo de sangue em seus corpos atacados. Os crimes surgem justamente após a chegada na cidade de um pistoleiro misterioso, um sujeito que se veste completamente de preto e que apresenta uma grande aversão à luz do sol.

Comentários:
Considerado por muitos o primeiro "Western de terror" da história! A ideia é bem criativa, mostrar um pistoleiro vampiro em uma produção realizada em plenos anos 50. A Universal era especialista em fitas de terror ao estilo Drácula, Frankestein então era natural que tentasse sempre reciclar esse tipo de produção. Como estava também interessada em entrar no lucrativo ramo dos filmes de faroeste o estúdio resolveu unir o útil ao agradável nessa produção que por via das dúvidas foi realizada com orçamento bem modesto. A crítica na época não soube muito bem como reagir a essa mistura de gêneros mas de forma em geral elogiaram a coragem da Universal em realizar um projeto tão fora do comum como esse. Revendo hoje em dia a ideia nem se mostra muito impactante - fruto do advento dos filmes trashs que sempre misturaram todos os gêneros sem muito pudor. Mesmo assim é uma curiosidade e tanto para os filmes de western (e de quebra para os amantes de filmes de vampiros também, pois não é muito comum ver um pistoleiro errante em pleno velho oeste que também é um ser da noite).

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de fevereiro de 2006

Sangue de Pistoleiro

Título no Brasil: Sangue de Pistoleiro
Título Original: Gunman's Walk
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Phil Karlson
Roteiro: Frank S. Nugent, Ric Hardman
Elenco: Van Heflin, Tab Hunter, Kathryn Grant

Sinopse:
Um fazendeiro poderoso sempre procura proteger seu filho, um sujeito incontrolável, irresponsável e cruel, de atitudes selvagens e condenáveis. Para livrar ele da cadeia não mede esforços, pagando subornos, coagindo testemunhas e acobertando seu erros até o dia que seus crimes se tornam fora de controle, sérios demais para corrigir. 

Comentários:
Viúvo Lee Hackett (Van Heflin), um criador de gado, típico homem forjado no velho oeste, tenta fazer de seus dois filhos, Ed (Tab Hunter) e Davy (James Darren), uma imagem de si mesmo, afinal eles herdarão sua propriedade rural e a criação de gado, a mais bonita da região. O problema é que seu filho Ed é selvagem e desregrado, além de possuir uma péssima índole pessoal. Assim Ed decide ir por outro caminho, e resolve se tornar um pistoleiro, numa atitude tomada justamente para afrontar seu velho pai e o irmão, que se revela um modelo para cuidar dos negócios da família. Bom faroeste da Columbia que mostra os problemas familiares enfrentados por um velho e justo criador de gado que acaba tendo muitos aborrecimentos pessoais com seu filho rebelde e fora de controle. Curiosamente o roteiro aposta bastante no conturbado relacionamento entre pai e filho, fruto da época pois fitas como "Juventude Transviada" com James Dean estavam na ordem do dia. Obviamente Tab Hunter passava longe de ser um novo James Dean mas até que não se sai mal interpretando seu personagem selvagem e hostil. Anos depois veria sua carreira desmoronar após uma revista de fofocas revelar sua homossexualidade. De qualquer maneira esqueça isso e se divirta pois é um western que sem dúvida vale muito a pena.

Pablo Aluísio.

Cine Western - Allan Lane

 
Cine Western - Allan Lane
Allan "Rocky" Lane (nascido Harry Leonard Albershardt; 22 de setembro de 1909 - 27 de outubro de 1973) foi um protagonista de estúdio americano e a estrela de muitos filmes B de cowboy nas décadas de 1940 e 1950. Ele apareceu em mais de 125 filmes e programas de TV em uma carreira que durou de 1929 a 1966. Ele é mais conhecido por sua interpretação de Red Ryder e por ser a voz do cavalo falante na série de televisão Mister Ed, em 1961.

Pablo Aluísio. 

sábado, 25 de fevereiro de 2006

...E Agora Me Chamam 'O Magnífico'

Título no Brasil: ...E Agora Me Chamam 'O Magnífico'
Título Original: E poi lo chiamarono il magnifico
Ano de Produção: 1972
País: Itália, França
Estúdio: Produzioni Europee Associate (PEA)
Direção: Enzo Barboni
Roteiro: Enzo Barboni
Elenco: Terence Hill, Gregory Walcott, Yanti Somer, Dominic Barto, Harry Carey Jr, Enzo Fiermonte

Sinopse:
No velho oeste um inglês chega para ajudar nos negócios do seu pai. O ambiente é de violência e brutalidade, o que faz com que ele logo deixe os bons modos de homem educado na Inglaterra para se tornar um verdadeiro homem da fronteira.

Comentários:
Terence Hill (nome real: Mario Girotti) foi um dos mais populares astros do faroeste italiano. Carismático, descendente de alemães e ingleses, esse italiano era sinônimo de boas bilheterias, inclusive no Brasil, onde a maioria de seus filmes levavam o nome de seu personagem mais famoso, Trinity, nos títulos. Os distribuidores nacionais sabiam que ter esse nome nas marquises dos cinemas era garantia de sucesso comercial. Pois bem, aqui temos uma exceção onde Hill interpreta um pistoleiro de nome pomposo - Sir Thomas Fitzpatrick Phillip Moore! Ora vejam só! O diretor italiano Enzo Barboni assinou o filme como E.B. Clucher. Isso era até comum dentro da estética do western spaghetti. O filme, como não poderia deixar de ser, tem suas doses de humor e exageros, Era exatamente isso que as pessoas queriam ver no cinema, já que o ator cativava seu público na época justamente apelando para essa mistura. Enfim, um faroeste europeu (produção entre italianos e franceses) que certamente não decepcionou os fãs de Terence Hill, o eterno Trinity.

Pablo Aluísio.

Homens Mortos não Fazem Sombra

Título no Brasil: Homens Mortos não Fazem Sombra
Título Original: Inginocchiati straniero... I cadaveri non fanno ombra!
Ano de Produção: 1970
País: Itália
Estúdio: Tarquinia Internazionale Cinematografica
Direção: Demofilo Fidani
Roteiro: Demofilo Fidani, Franco Mannocchi
Elenco: Jack Betts, Franco Borelli, Benito Pacifico, Attilio Dottesio, Simonetta Vitelli, Amerigo Castrighella

Sinopse:
Lazar Peacock (Jack Betts) é um caçador de recompensas que percorre o velho oeste em busca de criminosos procurados vivos ou mortos. Assim que os localiza, os mata e parte para receber seu prêmio, até que de caçador ele passa a ser caçado no deserto por um estranho.

Comentários:
Pode-se dizer tudo dos filmes italianos de faroeste, menos que eles não tivessem muita imaginação para títulos. Esse aqui também foi chamado no Brasil de "Os Cadáveres não Fazem Sombra", muito embora eu prefira mesmo o título nacional que foi lançado em nossos cinemas na década de 1970, uma tradução literal do nome original do filme na Europa. O ator que interpretava o caçador de recompensas, sempre vestido de negro, era o americano Jack Betts. Seu personagem já era tão interessante que ele apenas não tinha que estragar tudo em cena. E assim o fez, sempre com um sorriso sarcástico no rosto, principalmente quando dava um tiro na cabeça dos homens que procurava. Esse protagonista vilão é uma das boas coisas desse western spaghetti. Outra é o seu rival, um sujeito parecido com Terence Hill que passa a persegui-lo, obviamente em busca de vingança pessoal, velho tema dos antigos filmes de faroeste. No geral é um bom filme, apesar de sua produção ser um pouco fraca, o que piora nas péssimas cópias que foram vendidas no Brasil. No mais é tudo bem de acordo com o estilo italiano de fazer faroeste, ou seja, violência estilizada, trilha sonora forte e interpretações exageradas. É ver para crer - e se divertir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

O Chicote Fatal

Título no Brasil: O Chicote Fatal
Título Original: Black Midnight
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Lindsley Parsons Productions
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Clint Johnston, Erna Lazarus
Elenco: Roddy McDowall, Damian O'Flynn, Lyn Thomas, Kirby Grant, Gordon Jones, Fay Baker

Sinopse:
O filme conta a história de uma família de rancheiros do velho oeste. Eles criam cavalos de raça e quando um dos animais é roubado surge uma dúvida sobre quem teria cometido o crime? No oeste a punição por roubo de cavalos era a morte por enforcamento.

Comentários:
Pouca gente sabe, mas o fato é que esse foi o primeiro faroeste dirigido por Budd Boetticher. O cineasta seria um dos mais importantes e produtivos durante a era de ouro do western norte-americano. Não se sabe bem a razão, mas ele decidiu assinar o filme como Oscar Boetticher! O que teria levado ele a adotar um outro nome? De qualquer forma foi sua estreia no gênero cinematográfico do qual seria mais lembrado pelos anos. O filme é na média, nada excepcional. Um ponto que chama a atenção é que é estrelado pelo ator Roddy McDowall. que muitos anos depois iria interpretar no cinema um de seus personagens mais famosos, o caçador de vampiros fajuto Peter Vincent do grande sucesso de bilheteria "A Hora do Espanto". Foi um veterano do cinema, com mais de 250 filmes ao longo da carreira!!! Um recorde! Infelizmente ele faleceu em 1998. De qualquer forma o filme vale como registro do comecinho de sua carreira, quando ainda era apenas um jovem sonhando com o sucesso em Hollywood.

Pablo Aluísio.