terça-feira, 21 de junho de 2011

Ordem dos Cavaleiros Templários

Embora já se tenha passado mais de sete séculos de sua extinção a chamada Ordem dos pobres cavaleiros de Cristo e do templo de Salomão, mais conhecidos como Cavaleiros Templários, ainda desperta curiosidade entre os pesquisadores. Certamente os Templários formaram a mais famosa ordem guerreira da história da Igreja Católica.

Eles reuniram sob uma mesma bandeira a coragem das ordens medievais da idade média com a fé em algo maior, a fé em Jesus e sua mensagem. Seus membros eram monges católicos de linha guerreira, ou seja, embora fossem membros da hierarquia da Igreja Católica, suas funções eram exercidas em campo de batalha. Sua função inicial foi a de proteger os peregrinos católicos que queriam conhecer a terra Santa, Jerusalém. Naqueles tempos distantes uma viagem como essa poderia ser extremamente perigosa, ainda mais com a proliferação do islã, que punia com a morte todo aquele que fosse considerado infiel (ou seja, não islâmico). Para que os cristãos não fossem mortos eles eram protegidos pelos Templários durante sua jornada de fé.

A ordem surgiu em 1118, com apenas nove cavaleiros franceses liderados por Hugo de Payens. Essa primeira e modesta linha da ordem participou da primeira cruzada. A coragem e a fibra demonstrada por esses primeiros cavaleiros fizeram com que o patriarca de Jerusalém Garmond de Picquigny escrevesse ao Papa para elogiar e reconhecer o mérito desses combatentes. O papa ficou impressionado com os relatos e resolveu dar mais meios e dinheiro para que a ordem crescesse, recrutando novos membros. Em 1129 a Ordem foi reconhecida oficialmente por Roma, se tornando parte central dentro da Igreja Católica. Com a simpatia e o apoio dos papas da época, a ordem rapidamente cresceu em tamanho e poder.

Durante dois séculos os cavaleiros templários defenderam a fé católica no oriente médio e também na Europa, onde fundaram inúmeras igrejas e castelos militares que serviam à própria ordem. No campo de batalha foram extremamente bem sucedidos, a tal ponto que Jerusalém passou a ser controlada por eles, que expulsaram os muçulmanos de seus domínios. Pela primeira vez na história o cristão que desejasse visitar a terra onde viveu Jesus o poderia fazer, de forma segura e protegida. Os islâmicos porém nunca desistiram de reconquistar a cidade santa, o que fez com que a ordem estivesse permanentemente em guerra.

Em 1312 o Papa Clemente V, impressionado com o poder da ordem dos templários, que naquele momento rivalizava até mesmo com o poder papal, resolveu dissolver os templários. Segundo alguns historiadores essa porém não foi a única razão. O rei Felipe IV da França estava endividado com a ordem, e por essa razão resolveu pressionar o Papa para colocar um fim aos templários. A verdade sobre o fim dos templários porém ainda se mantém encoberto sob uma sombra de mistérios.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Papa Pio V

O Papa Pio V foi um dos lideres mais preocupados com a doutrina da Igreja Católica. Ele vinha de família nobre e seu nome de batismo era Antonio Ghislieri. Nascido na pequena vila de Bosco Marengo, que fazia parte do condado de Milão, o jovem Antonio desde muito novo demonstrou ter aptidão para o estudo e para a vida religiosa. Com essas características ele entrou para uma ordem com apenas 14 anos de idade e nunca mais deixou o clero. Foi padre, bispo e cardeal.

Sua carreira foi muito rápida e bem sucedida dentro da hierarquia da Igreja Católica porque ele foi um produtivo escritor de trabalhos teológicos, entre eles várias teses que tinham como objetivo combater heresias protestantes. Esse futuro Papa também foi um inquisidor, considerado rígido e disciplinado. Quando se tornou cardeal logo foi identificado, por causa de seu grande preparo intelectual, como um provável sucessor do Papa Pio IV, que já se encontrava com a saúde abalada.

Assim, como era previsto, Antonio se tornou o Papa Pio V em janeiro de 1556. Na época todos reconheciam nele um grande intelectual, com preparo doutrinário, porém muitos também o consideravam sem carisma, duas características que fariam parte também do papado de Bento XVI. Antonio esteve na cadeira de Pedro por seis anos. Foi um Papado bem produtivo em termos de construção doutrinária por parte da Igreja Católica, como era de se esperar.

Procurando trazer uma definitiva racionalidade para a doutrina católica esse Papa publicou o Catecismo definitivo da igreja, um grande feito. Também determinou ao mundo católico que as decisões do Concílio de Trento fossem efetivamente executados. O Papa era considerado um grande conservador e um grande moralista, a ponto inclusive de se chocar com algumas pinturas de Michelangelo, mandando que os corpos nus das pinturas originais fossem cobertas por roupas. Também determinou e codificou a liturgia que deveria se usada nas missas da Igreja. Pio V, fazendo jus ao seu passado de inquisidor, não admitia maiores liberalidades na hora da celebração do principal ritual católico. Depois de lutar contra o avanço do islamismo na Europa o Papa morreu aos 68 anos de idade, de câncer. Ele foi enterrado na igreja de Santa Maria Maggiore, em Roma, onde até hoje está exposto.

Pablo Aluísio.

Arquivos do Vaticano - Edição I

Arquivos do Vaticano V
Segue a seguir uma série de textos de natureza religiosa que escrevi para o blog Catolicismo em Maria. Os textos estão resgatados com a finalidade de arquivo pessoal de meus escritos.

Papa Francisco no Paraguai - Papa Francisco no Paraguai - Nessa galeria de fotos vemos a maravilhosa visita do Papa Francisco no querido país vizinho do Paraguai. Francisco foi recebido pelo povo paraguaio de braços abertos, visitou uma favela, exaltou a firmeza e a força da mulher daquela nação que precisou se reerguer após uma guerra terrível e ainda pediu perdão pelos erros do passado em relação aos nativos da região. Essa visita marcou o fim de seu giro pela América do Sul, que começou pelo Equador, Bolívia e Paraguai. Muitos brasileiros e argentinos participaram de longas caravanas para encontrar o carismático Papa argentino. Ao fim dos trabalhos Francisco reconheceu que havia sido uma viagem que lhe exigiu muito fisicamente. A um padre amigo confidenciou que estava esgotado. Agora o nosso querido Papa retorna para o Vaticano, na paz de Deus! (fotos:

Papa Francisco na Bolívia
Dando prosseguimento em sua viagem pelos países da América do Sul o Papa Francisco chegou hoje na Bolívia. Em seu primeiro discurso no país o Papa elogiou os esforços que estão sendo feitos no sentido de incluir todos os cidadãos bolivianos na vida econômica, política e social daquela nação. O Papa Francisco ressaltou também a importância da liberdade de opinião de todos, inclusive dos membros do clero católico, que foram incentivados a se tornarem membros ativos daquela sociedade, opinando e comentando não apenas questões religiosas, mas públicas também. Com um pequeno atraso o Papa chegou na capital da Bolívia que é situada a quase 12 mil pés acima do nível do mar. Havia uma preocupação com o fato do Papa já ter 78 anos e apenas um pulmão para enfrentar o desafio de resistir ao natural cansaço causado pela grande altitude. Sua viagem entre Quito e La Paz durou três horas, mas a despeito de todo o esforço o Papa demonstrou grande força de vontade em saudar todos os que estavam à sua espera, por todo o trajeto que o levou do aeroporto ao lugar onde ficará durante sua breve visita.

O presidente boliviano Evo Morales recebeu o Papa no aeroporto, com honras de chefe de Estado. Embora tenha tido ao longo desses anos uma relação bastante conturbada com certos bispos da Igreja, Morales se mostrou muito satisfeito com a visita do Papa e o teceu de elogios para a imprensa local e internacional. A um jornalista estrangeiro disse: "Quem trai um pobre, também trai o Papa Francisco". Depois dirigindo-se diretamente ao Papa Francisco declarou: "Irmão papa: Em muitos momentos históricos, a igreja foi utilizada para a dominação, subjugação e opressão. Agora, o povo boliviano o recebe com esperanças e alegria. O povo boliviano o vê como o representante máximo da Igreja Católica, que veio à Bolívia para ajudar na libertação de nossos povos." O fato mais comentado foi um presente que o presidente da Bolívia deu ao Papa, uma imagem de Jesus Cristo crucificado sobre a foice e o martelo, símbolos máximos da ideologia comunista. O presente causou estranheza entre os convidados e o Papa não escondeu sua surpresa ao ter que lidar com tão diferente e pouco usual peça de arte.

A convivência entre a Igreja Católica e o governo boliviano não tem sido muito pacífica nos últimos anos, principalmente pela resistência que determinados líderes religiosos se empenham contra certos atos autoritários de Evo Morales. Diante disso o Papa não deixou passar a oportunidade de reforçar mais uma vez a questão da liberdade religiosa como um dos pilares de toda democracia sadia e forte. "A Igreja Católica tem raízes profundas no povo e na cultura dessa nação" - ponderou Francisco. Depois concluiu: "A voz dos bispos católicos deve ser profética, falando abertamente com a sociedade boliviana em nome de nossa Igreja, nossa mãe. Devemos priorizar a mensagem evangélica em prol dos mais pobres". O Papa Francisco ainda deixou claro que deve haver uma cooperação cívica em caminho ao diálogo envolvendo todos os setores da sociedade boliviana, seja por parte do governo, do povo ou da igreja.

Por fim o Papa Francisco tocou em um tema relevante ao dizer que o trabalho é fator essencial para o desenvolvimento integral de cada pessoa e por isso todos os esforços devem trilhar nesse objetivo. Também é necessário que o Estado e a Igreja tenham em comunhão  especial cuidado pela proteção das pessoas mais vulneráveis, pelos pobres e desassistidos. Para Francisco não é possível crer em Deus Pai e ao mesmo tempo virar o rosto para essas pessoas. Devemos ver cada um membro da sociedade como nosso irmão e irmã. É necessário que o verdadeiro cristão doe sua vida ao próximo, como assim fez Jesus, que morreu na cruz por todos nós. Continuando seu discurso Francisco ressaltou mais uma vez o papel do Estado na busca pelo fim das desigualdades sociais. Para Francisco as leis e a constituição precisam reconhecer os direitos individuais, principalmente os das minorias. Além disso as instituições democráticas precisam ser fortes o suficiente para pavimentar o caminho em direção a concretização de todas essas providências importantes. O Papa também não deixou o meio ambiente de lado e chamou a atenção para a preservação ambiental como um forma de respeito à criação de Deus. Por fim Francisco reforçou a ideia de que os valores morais e familiares precisam ser fortalecidos a cada dia. "Numa época em que os valores básicos são muitas vezes negligenciados ou distorcidos, os méritos da família precisam ser cada vez mais valorizados. A família é a célula básica da sociedade" - concluiu o sumo pontífice.

Papa Francisco no Equador - O Papa Francisco começou sua viagem pela América do Sul. O primeiro país visitado é o Equador. A missa realizada no dia 7 de julho foi celebrada em comemoração ao bicentenário de Quito, capital da nação equatoriana. Na ocasião o Papa Francisco realçou a importância dos católicos de todo o mundo se unirem para levar adiante a palavra e a fé em Cristo. Para o Papa o momento é de superar velhas diferenças, antigas brigas, valorizando a paz e o anseio humano em busca da felicidade. O Papa ressaltou que isso não significa olhar o mudo de forma fantasiosa, como se estivesse vendo a realidade ao redor com um óculos de lentes cor-de-rosa, mas sim abraçar o sonho e a capacidade de seguir em frente em busca de um mundo melhor. "O mundo não é perfeito, existem falhas e erros sociais graves, mas devemos seguir o exemplo de Cristo, que amou o mundo e a humanidade como criação de Deus." - Explicou Francisco. 

O Papa resolveu homenagear a cultura do país vestindo uma roupa papal com detalhes de cultura equatoriana. Depois Francisco se dirigiu à multidão que o aguardava para seguir em sua pregação. "Não devemos ignorar que existem muitos problemas no mundo. Não podemos fingir que não vemos as dificuldades pelas quais muitos passam. É justamente nesse mundo conturbado que devemos viver e melhorar a cada dia. Ao invés de só reclamarmos é importante responder aos desafios, aceitando a graça de Deus em sermos construtores de um mundo melhor" - explicou o Papa. Francisco deixou claro a necessidade de evangelizar até como forma de promover uma nova revolução nas mentes e corações dos homens ao redor do mundo. A busca pela palavra do evangelho e a forma como ele entra na vida das pessoas é a nova revolução proposta pelo Sumo Pontífice.

Autoridades locais estimam que entre 800 mil a 1 milhão de pessoas compareceram ao evento. O país, um dos maiores exportadores de flores do mundo, caprichou na decoração, criando um verdadeiro tapete de pétalas de rosas espalhadas ao longo do trajeto do papa pela capital do país. O Papa Francisco fez questão que todos os setores da comunidade equatoriana estivessem presentes na missa. Grupos étnicos e sociais se fizeram representar. Visitantes de outros países sul-americanos também participaram de grandes caravanas em direção à capital equatoriana. Os membros do clero católico na região propuseram que a segunda leitura na missa fosse realizada na nativa língua Kichwa. O Papa adorou a sugestão e assim foi feito. Para reforçar ainda mais a identidade com o povo local Francisco se apresentou com uma roupa especial para o evento, com design indígena, próprio dos criadores de artesanato de Quito.

Na homilia o Papa relembrou da oração de Jesus na última ceia, quando ele proclamou suas preces com uma voz baixa e com um semblante de reflexão espiritual profunda. Para Francisco a oração quase silenciosa foi na verdade um grito de Jesus em direção à sua natureza divina. Para o Papa o desejo de unidade de todos os cristãos do mundo deve ser pavimentado também pela alegria reconfortante da evangelização. "Jesus nos consagrou para que possamos encontrá-lo pessoalmente. Esse encontro com Jesus também nos leva ao encontro do próximo, do nosso semelhante. Isso envolverá uma paixão coletiva do mundo em busca da evangelização." - Concluiu Francisco.


Papa Francisco e o casamento - O Papa Francisco afirmou hoje que, em casos extremos, quando é moralmente necessária a separação de um casal, os pais precisam ter a plena consciência do sofrimento que o fim de um casamento pode causar em seus filhos. O Papa Francisco explicou que em determinados casos, principalmente quando envolve situações de grave violência, a vida conjugal se torna impossível, o que abriria as portas para uma separação moralmente necessária entre o casal. O Papa exemplificou que o modelo sadio de família nem sempre ocorre no mundo real. Quando ao invés de amor, compreensão e paz surge a briga, a discórdia e as ofensas entre marido e mulher a situação se torna muito danosa para os filhos que acabam arcando com o maior sofrimento psicológico dentro dessa família. O Papa explicou a situação ao afirmar que as mágoas geralmente crescem com o tempo e quando não podem mais ser corrigidas, sendo ao invés disso negligenciadas, a vida do casal só tende a piorar. Com o passar dos anos tudo se transforma em arrogância, hostilidade e desprezo. Nesse ponto o amor que uniu o casal se rompe, criando lacerações profundas que dividem definitivamente marido e mulher, levando-os a procurar outro lugar para a compreensão, o apoio e a consolação. Quando isso acontece é melhor pensar no bem da família.

O Papa Francisco então explicou que nesse ponto os casamentos ficam esvaziados do verdadeiro amor conjugal. O ressentimento só cresce e a desintegração dos laços do casal acaba atingindo também os filhos. Muitos pais ficariam até mesmo anestesiados em relação às feridas que são abertas na alma de seus filhos. Isso porém não pode ser deixado de lado e tampouco se pode curar sua dor com presentes ou guloseimas. São feridas dolorosas e profundas, acrescentou Francisco. Assim é necessário uma profunda reflexão para que o peso da separação não esmague o espírito das crianças. Francisco afirmou: "Quando os pais perdem a cabeça, quando cada um começa a pensar apenas em si mesmo e tendem a se machucar um ao outro, se ofendendo mutuamente, as crianças é quem acabam sofrendo mais. Muitas delas experimentam uma verdadeira sensação de desespero por causa de tudo o que acontece ao seu redor".

Para o Papa Francisco a dor da separação deixa sempre uma marca para toda a vida na alma dos filhos. Muitos escondem o que sentem e choram sozinhos, por eles mesmos. Para o Papa Francisco esse tipo de ferida espiritual acaba afetando toda a família. "Marido e Mulher formam uma só carne" - explicou Francisco - "Assim seus filhos também são carne de sua carne. Numa separação todos sofrem, a dor e o abandono causam marcam profundas, ficam gravadas na carne viva de seus filhos".

O Papa Francisco então citou o Evangelho de Mateus, mostrando a importância do vínculo matrimonial como fundamento da vida familiar, mas lembrou também que em determinadas situações o casamento se torna impossível de seguir em frente. Francisco disse: "Há casos em que a separação é inevitável. Em determinados momentos a separação se torna moralmente necessária, principalmente quando há violência, humilhação e exploração, além de negligência e indiferença". Para Francisco a separação porém não significa o fim de vínculo matrimonial pois os cônjuges mesmos separados podem evitar novos relacionamentos. "Pessoas separadas podem, sustentadas em sua fé, optar apenas pelo amor de seus filhos. Seria um testemunho de sua fidelidade, naquilo que acreditam, mesmo com um casamento impossível de se reerguer". O Papa porém reconheceu que nem sempre isso acontecerá. "Nem todos os cônjuges separados, no entanto, sentem esta vocação. Nem todo mundo reconhece, na (sua) solidão, uma chamada do Senhor dirigida e cada um deles". Por fim o Papa pediu a Deus que olhe por essas famílias, que a e sua misericórdia eterna ajude a todos passarem por esse momento tão complicado na vida de cada pessoa que vê seu casamento ruir após anos de sonhos e esperanças.

Papa Francisco e o Sudário - O Papa Francisco tocou em silêncio o Santo Sudário e dedicou alguns minutos para uma oração em silêncio durante sua visita à exposição da histórica peça em Turim, na Itália. O Papa fez uma visita muito especial para rezar e ter alguns momentos de reflexão perante uma das mais famosas relíquias do cristianismo. Segundo a tradição esse pano teria sido usado no corpo de Jesus após sua crucificação. Até hoje cientistas e pesquisadores ainda não conseguiram chegar a uma conclusão sobre a maneira como a imagem que está no linho surgiu. Para o Papa Francisco essa é uma questão de menor importância pois ele qualifica a peça como um "Ícone do amor". É um símbolo de fé e de crença em Jesus Cristo e sua paixão, acima de tudo.

Depois, durante uma breve declaração, o Papa Francisco afirmou que todos os seus pensamentos estavam também em Maria, mãe amorosa e atenta a todos os seus filhos, a quem Jesus confiou na cruz, enquanto ele oferecia a si mesmo, no maior ato de amor pela humanidade. Para o Papa Francisco o Santo Sudário seria assim o "ícone do amor" de Cristo por sua criação. A presença do Papa na cidade de Turim levou mais de cem mil pessoas aos arredores da famosa catedral onde o Santo Sudário está exposto desde o dia 19 de abril.

Depois da visita o Papa Francisco ainda reservou um breve momento para prestar sua homenagem a um jovem nativo de Turim, um rapaz chamado Pier Giorgio Frassati que morreu com apenas 24 anos, em uma existência marcada pela ajuda aos mais pobres. Em seguida, durante sua homília, o Papa Francisco lembrou a todos os presentes dos três mais importantes aspectos do amor de Deus: O amor do Altíssimo é fiel, criou todas as coisas e é eterno.


Papa Francisco e o clero romano - O Papa Francisco se reuniu nesse domingo com membros do clero católico na Arquibasílica de São João de Latrão em Roma. O encontro contou com mais de mil sacerdotes provenientes de mais de noventa países. O Papa Francisco aproveitou o momento para em duas horas ministrar uma grande palestra para os presentes. Os sacerdotes estão reunidos para um retiro patrocinado pela Renovação Carismática Católica Internacional e pela Fraternidade Católica. O tema era a evangelização. Mas o Papa aproveitou a oportunidade para falar sobre uma variedade de outros temas também. O Papa começou chamando a atenção para o ambiente interno da Igreja. Em sua maneira de ver os pensamentos diferentes entre os membros do clero são bem-vindos. É natural que dentro da própria Igreja existam opiniões diferentes, argumentos diversos. Para o Papa uma Igreja sem esse tipo de contraste de ideias está morta, é um cemitério. Depois o Papa ressaltou mais uma vez a importância do papel das mulheres dentro da Igreja. "Elas são uma graça, afinal a Igreja é mãe, noiva, mais importante dos que os próprios apóstolos." - explicou o Papa.

Após essa abertura Francisco chamou atenção para que todos os sacerdotes sempre coloquem Deus em primeiro lugar nas suas vidas. Mesmo quando estão cansados, mesmo quando caírem em pecado, o sacerdote católico não pode desanimar de sua missão e nem ter medo de Deus. Para o Papa, Deus está sempre disposto a ajudar, a ouvir os choros e os pedidos de perdão. "Deus é terno e misericordioso!" - explicou Francisco. Um dos aspectos mais interessantes desse encontro é que o Papa fez questão de que os bispos se sentassem ao lado dos padres na plateia, todos misturados. Nada de lugares reservados ou lugares Vips. Essa foi a forma encontrada por Francisco para que todos estivessem e se sentissem no mesmo plano de importância, independente de seu título ou cargo dentro da Igreja Católica. O Papa Francisco aproveitou inclusive para fazer algumas comparações divertidas entre as diferenças entre padres e bispos dentro da hierarquia da Igreja, demonstrando no final de tudo que não deveria haver diferenças, já que todos eram iguais perante Deus.

O Papa Francisco deixou claro que o caminho do evangelho passa pelo amor, pelo cuidado para com os fiéis, em especial idosos, doentes, pessoas pobres e sem recursos. Para ele não pode haver escárnio ou desprezo dentro de um verdadeiro caminho que leve a Deus. Isso não seria o verdadeiro evangelho. Francisco ressaltou: "Existe tanta miséria no mundo! Essa miséria não é apenas material, está inclusive na alma dos ricos! Como eu desejaria que todos fossem livres e não escravos de seu próprio dinheiro". Depois Francisco dedicou algumas palavras sobre a Encíclica sobre o meio ambiente que será lançada na próxima semana. Francisco deixou claro que deseja que sua mensagem chegue aos mais diversos recantos do mundo, inclusive na África, continente que ele revelou ter vontade de conhecer em breve, talvez no outono próximo. O Papa aproveitou ainda a oportunidade para comunicar que muito provavelmente visitará a República Centro-Africana, Uganda e Quênia. Também chamou a atenção para os diversos problemas que muitos países africanos enfrentam na atualidade. O Ocidente deve olhar para o continente e promover políticas de ajuda, evitando assim que o número de refugiados aumente a cada ano.

Por fim, depois de falar por mais de duas horas, o Papa Francisco disse que iria terminar seu discurso para não aborrecer os membros do clero que estavam presentes. Todos riram. O Papa se despediu lembrando da importância da festa do sagrado coração de Jesus e do dia mundial de oração para a santificação dos sacerdotes que está sendo celebrada nas mais diversas paróquias católicas ao redor do mundo. Finalizando Francisco deixou as seguintes palavras: "Deixe-se ser amado por Deus! Sua presença nos atrai para os laços do amor. Ele veio ao nosso mundo e nos libertou da escravidão do pecado"

Papa Francisco na Bósnia - O Papa Francisco está nesse fim de semana na Bósnia-Herzegovina fazendo uma visita ao país que durará apenas um dia. A região é uma das mais instáveis do ponto de vista político e militar e 20 anos depois de um conflito sangrento entre as diversas etnias que compõe sua população ainda existem cicatrizes causadas pela guerra. Durante os anos em que durou a guerra, milhares de pessoas perderam suas vidas. O Papa Francisco está na Bósnia justamente para trazer uma mensagem de paz e reconciliação para aquele povo já tão sofrido. Em seu primeiro discurso do dia o Papa afirmou para todos os presentes: "Para superar o medo, a discriminação e o conflito todos devem ter um profundo desejo de abrir seu coração a Deus e a sua misericórdia. A paz deve ser trabalhada todos os dias, ativamente! Deus deseja a paz para toda a sua criação. Infelizmente isso nem sempre acontece, por causa da oposição que nasce dentro da própria humanidade". Depois o Papa chamou a atenção para a crise de paz que vive o mundo atualmente: "O mundo hoje está enfrentando uma espécie de terceira guerra mundial fragmentada. Existe uma atmosfera de guerra no ar! Devemos lutar contra essa situação" - alertou Francisco.

Para simbolizar esse estado de coisas o Papa Francisco pediu que fosse colocada no altar uma cruz cravada de balas, da época da guerra na Bósnia. Um símbolo poderoso da força de Deus, mesmo em épocas incertas, de muita violência. Também fez questão de chamar a atenção para os imensos cemitérios por toda a cidade. O número de mortos durante a guerra foi tão elevado que parques e praças públicas acabaram virando cemitérios improvisados para enterrar todos os mortos daquele terrível conflito. Também chamou a atenção do Papa as marcas da guerra que ainda estão em todas as partes, nas casas e nos edifícios cheios de buracos de artilharia pesada. Um triste cenário de morte e destruição que serve como alerta para as novas gerações. Estima-se que mais de cem mil pessoas morreram e mais de 2 milhões se tornaram refugiados de guerra, saindo de suas casas, procurando segurança em lugares onde batalhas não estavam sendo travadas. O Papa lembrou disso ao afirmar: "A guerra também significa que crianças, mulheres e idosos se tornarão refugiados. Deixarão seus lares para sempre. Os campos de refugiados, os deslocamentos forçados de grandes populações, as cidades destruídas, as ruas, as fábricas, isso tudo é o lado mais terrível da guerra. São incontáveis as vidas que são destroçadas em uma guerra como essa!".

Francisco então lembrou as palavras do próprio Jesus: "Bem-aventurados os pacificadores." Para Francisco, Jesus não estava se referindo aos pregadores da paz, sendo que muitos deles realmente não passam de hipócritas, mas sim aos verdadeiros pacificadores, aos que fazem a paz, que colocam fim às guerras. O Papa então salientou que alcançar a paz não é algo fácil. A pacificação exige paciência, experiência, paixão e tenacidade. É um objetivo que precisa ser buscado todos os dias, passo a passo. "A paz é um passo vital para a humanidade. Esse caminho é árduo, mas não pode ser ignorado. A paz passa pela conversão pessoal de cada um, pois nada pode mudar no mundo sem antes se transformar dentro do coração humano. É dentro do coração de cada um de nós que se abre o verdadeiro espaço a ser ocupado por Deus e sua misericórdia" - afirmou o Papa Francisco em sua homilia. 

A cerimônia do Papa Francisco na Bósnia atraiu uma multidão que o saudou durante toda a visita. Um coral ecumênico de 1600 pessoas de diversas religiões se apresentou. Representantes da Igreja Ortodoxa Sérvia estiveram presentes. Altas autoridades da Bósnia, inclusive seus líderes dos principais poderes de Estado, acompanharam o Papa durante toda a missa. O Papa chamou a atenção para os sorrisos e faces de alegria e esperança dos pequenos bósnios que encontrou pessoalmente. As principais autoridades religiosas do país, inclusive líderes muçulmanos, fizeram questão de estar na presença do Papa para agradecer e apoiar sua mensagem de paz para todos os católicos, islâmicos e ortodoxos da Bósnia. O clima de paz e harmonia encantou o Papa que finalizou dizendo: "Hoje eu vi esperança nos olhos das crianças desse país. Essa é a semente da paz, da esperança. Vamos apostar tudo nisso! Esse tipo de sentimento que vem do coração vai unir a todos. A beleza da harmonia e a melodia sublime da criação de Deus vai superar todos os gritos de ódio dos fanáticos". Ao dizer essas inspiradoras palavras o Papa Francisco foi ovacionado por todos os presentes e a multidão que lotou o estádio para ver e ouvir o Sumo Pontífice em sua peregrinação pela paz.

Papa Francisco e as famílias - Nessa semana o Papa Francisco fez uma análise dos fatores que estariam destruindo as famílias ao redor do mundo. Para Francisco a guerra se tornou a grande mãe de todas as formas de pobreza e a principal destruidora de famílias. Em países onde existem  guerras civis é rotina que famílias inteiras deixem seus lares e fujam, se tornando refugiadas. Em outros países essas famílias são discriminadas por causa de sua origem, pobreza e falta de perspectivas. O abandono e a destruição dos laços familiares assim se torna uma constante, uma grande tragédia para a humanidade. "A Guerra é sempre algo muito terrível" - afirmou o Papa - "É um grande ceifador e predador de vidas e de almas. A alma humana é o bem mais precioso da nossa existência". A fuga da terra natal gera incertezas e insegurança para centenas de milhares de famílias, principalmente no Oriente Médio e Africa, onde atualmente se desenvolvem guerras civis sangrentas e sem perspectivas de uma solução a curto prazo. A situação em muitas regiões é simplesmente desesperadora. Além disso há uma onda de imigração em direção à Europa, muitas famílias se arriscam em travessias pelo Oceano, sem esperanças de que realmente irão sair vivas desse tipo de ato de extremo desespero.

Do lado ocidental o Papa chamou a atenção para a sociedade de consumo que está passando por cima até mesmo dos valores familiares tradicionais. A ganância por poder e dinheiro, o culto a uma aparência de riqueza e ostentação e a falta de valores morais estão corroendo a base tradicional da família. Para o Papa é quase um milagre que no meio de tudo isso ainda existam famílias unidas, amorosas e religiosas. "Devemos nos ajoelhar perante essas famílias que ainda se conservam puras e dignas perante Deus. Elas se tornaram as verdadeiras escolas da humanidade, as bases que estão salvando a nossa sociedade da barbárie" - observou o Papa. Muitas dessas famílias são pobres, mas mesmo assim conseguem viver com grande dignidade, colocando a plena confiança em Deus. Para o Papa isso criou um verdadeiro alicerce que sustenta toda a nossa sociedade.

Para o Papa a pobreza deve ser combatida, os Estados precisam colocar em prática políticas públicas que a combata. "Muitas famílias vivem em extrema pobreza, mas são exemplos de dignidade. No entanto não podemos ver a miséria como algo banal, gerando nossa indiferença. Pelo contrário, temos que ter vergonha da extensa miséria que ainda assola o nosso mundo" - observou Francisco. A violência e o culto ao dinheiro devem ser combatidos, ao mesmo tempo em que todos devem ter os meios para viverem vidas dignas. O Papa apontou uma contradição existente em muitas políticas econômicas ao redor do planeta ao afirmar: "As economias priorizam o bem-estar individual, mas ao mesmo tempo incentivam a exploração das pessoas. Os governos seguem ignorando a importância da família em suas análises e balanços econômicos, o que é uma enorme contradição". Para Francisco os responsáveis pela vida pública precisam adotar políticas que valorizem os laços sociais. Para o Papa "A luta contra a pobreza não pode ser feita apenas pensando em colocar o pão de cada dia em cima da mesa, mas sim em gerar empregos, estabilidade, educação, saúde, habitação e transporte para todos".

Para o Papa Francisco a família também está sendo alvo de deturpações pelos meios de comunicação em massa. Está se criando falsos modelos de famílias baseados em puro consumismo e culto da aparência. Isso acaba criando um grande abalo, principalmente nas famílias mais pobres que não conseguem manter um alto padrão de consumo. O garoto pobre que não pode ter a roupa de marca, a jovem humilde que é bombardeada pelos meios de publicidade para ter aquilo que não precisa e não pode ter. Isso tudo acaba gerando uma tensão dentro das famílias. O pai e a mãe que não possuem muitos recursos são pressionados pelos filhos para dar a eles um padrão financeiro fora de suas possibilidades. Ao invés de valorizarem o amor familiar muitos jovens se tornam revoltados por sua condição social. Para o Papa a sociedade precisa se unir para combater a pobreza e esse tipo de modelo de "falsa felicidade familiar". O Papa assim terminou seu pensamento exaltando a todos os católicos do mundo para que se unam contra a miséria material e espiritual dentro da sociedade.

Papa Francisco e o caminho da salvação - O Papa Francisco hoje tocou em um tema importante. Muitas vezes no caminho da salvação podemos cometer erros e falhas, mas Deus em sua imensa sabedoria usa esses tropeços pessoais de cada um para a transformação do ser humano. Seria uma maneira de Deus manifestar seu grande amor pela humanidade. Para ilustrar seu pensamento o Papa Francisco usou como exemplo a parábola dos maus lavradores no evangelho de Marcos. Nesse trecho do evangelho Jesus conta a história do dono de um vinhedo. Ele tem um grande sonho para suas terras. Ele prepara as sementes e cuidadosamente prepara a terra, mas erra ao escolher arrendar as suas vinhas para maus lavradores que começam a matar todos aqueles que ele envia para receber sua parte, até mesmo seu filho. Embora todo o seu planejamento tenha sido certo um erro eventual pode colocar tudo a perder. 

Assim está explicado no Evangelho de Lucas 20:9-18: "Então Jesus passou a contar ao povo esta parábola: "Certo homem plantou uma vinha, arrendou-a a alguns lavradores e ausentou-se por longo tempo. Na época da colheita, ele enviou um servo aos lavradores, para que lhe entregassem parte do fruto da vinha. Mas os lavradores o espancaram e o mandaram embora de mãos vazias. Ele mandou outro servo, mas a esse também espancaram e o trataram de maneira humilhante, mandando-o embora de mãos vazias. Enviou ainda um terceiro, e eles o feriram e o expulsaram da vinha. "Então o proprietário da vinha disse: 'Que farei? Mandarei meu filho amado; quem sabe o respeitarão'. "Mas quando os lavradores o viram, combinaram uns com os outros dizendo: 'Este é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa'. Assim, lançaram-no fora da vinha e o mataram. "O que lhes fará então o dono da vinha? "Virá, matará aqueles lavradores e dará a vinha a outros". Quando o povo ouviu isso, disse: "Que isso nunca aconteça!" Jesus olhou fixamente para eles e perguntou: "Então, qual é o significado do que está escrito? 'A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular.' Todo o que cair sobre esta pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó".

Para o Papa Francisco o erro, a falha, faz parte da experiência humana na Terra. Mesmo que todos os cuidados sejam tomados, sempre poderá haver erros, como no caso do dono do vinhedo. Ele fez tudo certo, mas errou ao escolher os lavradores errados, homens maus e criminosos em seus atos. Para Francisco as falhas e erros também fazem parte da salvação. O sonho de Deus é que todos os homens alcancem a salvação eterna, mas sabe que muitos errarão e falharão pelo meio do caminho. Francisco lembrou que a própria história da humanidade reflete isso, com muito derramamento de sangue, guerras, violência e assassinatos. Isso vem desde tempos remotos, do começo da vida do homem. Um exemplo vem do primeiro livro da Bíblia quando Abel foi morto por Caim.

O Papa Francisco lembrou que na Bíblia há muitos lamentos de Deus por causa das falhas de seu povo. Homens e mulheres que se tornaram incapazes de se libertarem dos erros, de seus desejos equivocados. "A história da salvação poderia muito bem ser chamada também de a história de fracasso" - observou o Papa. Assim é preciso que o fiel entenda que muitas vezes tropeçará no meio de sua longa caminhada. Cairá ao chão, pensará que tudo está perdido. É necessário nesses momentos levantar a cabeça, olhar para Deus e pedir sua ajuda para superar todos os seus erros e falhas. A chave para superar tudo é o amor. A morte de Jesus na cruz foi o maior exemplo de amor de Deus para com todos os homens. "Esse é ponto em que o amor vence! A história começa como um sonho de amor de Deus para com todos nós. Depois se desenvolve com muitas falhas e fracassos do homem, mas Jesus e seu exemplo marcam a vitória do amor, o amor de Deus representado pela cruz de Cristo superando todos os erros dos homens" - explicou o Papa Francisco.

Na párabola Jesus fala de uma "pedra que teria sido rejeitada pelos construtores". Essa pedra é o próprio Cristo, que foi rejeitado, julgado e morto pelos homens. Depois essa mesma pedra se torna "a pedra angular", ou seja, a mais importante de toda a construção. "A salvação se firma assim através da rejeição de Cristo. Através de Jesus todos serão salvos" - concluiu o Papa Francisco. Por fim o Papa lembrou a todos que "O caminho para nossa salvação é uma estrada em que existem muitas falhas". Isso porém não deve ser um fator para desanimar ou paralisar o cristão. Ele deve se levantar, seguir em frente, sempre pedindo a Deus para superar todos esse problemas, esses erros e essas falhas que afinal todos cometemos. Superar um erro e uma falha também é um passo a frente em busca da salvação eterna.

Papa Franciscoe o Olhar de Jesus - Na semana em que o Papa Francisco foi eleito o líder mundial mais influente do Twitter, com mais de 20 milhões de seguidores ao redor do mundo, ele resolveu tecer algumas palavras sobre Jesus e sua capacidade de mudar a vida das pessoas com o poder infinito do perdão de Deus. Afirmou o Papa Francisco: "O Olhar de Jesus pode mudar a vida de uma pessoa, assim como ele mudou o próprio São Pedro". Depois continuou: "O Olhar de Jesus sempre nos olha com amor. Ele nos perdoa e nos dá uma nova missão de vida". Para o Papa todos os católicos devem receber Jesus e seu olhar em seus corações, principalmente com a oração da eucaristia: "Senhor, tu estás aqui entre nós. Fixa seu olhar em mim e me diga o que devo fazer, como eu deve chorar pelos meus erros, meus pecados, e com que coragem devo continuar no caminho que você percorreu antes de mim!"

Para sua homilia matinal o Papa lembrou um trecho bastante importante do evangelho, João 21:14-19 que diz: "Jesus aproximou-se, tomou o pão e o deu a eles, fazendo o mesmo com o peixe. 14 Esta foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois que ressuscitou dos mortos. 15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, você me ama realmente mais do que estes? " Disse ele: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Cuide dos meus cordeiros". 16 Novamente Jesus disse: "Simão, filho de João, você realmente me ama? " Ele respondeu: "Sim, Senhor tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Pastoreie as minhas ovelhas". 17 Pela terceira vez, ele lhe disse: "Simão, filho de João, você me ama? " Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez "Você me ama? " e lhe disse: "Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Cuide das minhas ovelhas. 18 Digo-lhe a verdade: Quando você era mais jovem, vestia-se e ia para onde queria; mas quando for velho, estenderá as mãos e outra pessoa o vestirá e o levará para onde você não deseja ir".19 Jesus disse isso para indicar o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus. E então lhe disse: "Siga-me!"

Para o Papa Francisco esse trecho é bem importante porque revela o poder da troca de olhares entre Jesus e Pedro. Nele Jesus pergunta por três vezes a Pedro se ele o ama. Quando Jesus pergunta pela primeira vez fixa seu olhar sobre Pedro e diz "Você é Simão, filho de João. Você será chamado de Pedro". Para o Papa Francisco esse olhar juntamente com a frase que dirige a Simão mostra que Jesus está determinando uma missão para seu apóstolo. "Foi esse primeiro olhar que determinou a missão de Pedro no mundo" - concluiu o Papa. Há assim uma estreita relação entre as três perguntas que Jesus fez a Pedro e as três negações que seu apóstolo fez quando o Messias foi preso. Foi uma maneira de Jesus em redimir e perdoar as negações de Pedro naquela noite triste, mostrando que o simples olhar de Jesus é capaz de mudar os rumos da vida de um pecador. Ao negar Jesus três vezes e depois afirmar três vezes que o amava, Pedro estaria perdoado por suas negações anteriores. Assim também acontece com os homens. Mesmo que tenham negado a Jesus várias vezes o Salvador está sempre pronto a perdoar, desde que a reconciliação com o Senhor seja sincera, vinda diretamente do coração.

Catedral Medieval de Reims
Uma das mais belas catedrais da Europa situa-se em Reims, França. Dedicada a Nossa Senhora, a magnífica obra religiosa foi erguida pela primeira vez em 401. No lugar havia um antigo templo pagão romano. As autoridades da Igreja Católica então resolveram erguer no mesmo terreno uma igreja realmente majestosa, simbolizando a grandeza do cristianismo sobre as antigas religiões sem Deus que varriam a Europa desde tempos imemoriais. Nessa Igreja, que se tornaria a preferida dos monarcas franceses, vários reis da dinastia carolíngia seriam coroados. Em 1211 um incêndio destruiu a maravilhosa obra, mas o povo de Reims se uniu e conseguiu reerguer a igreja, dessa vez de forma ainda mais majestosa. A catedral hoje em dia faz parte do patrimônio cultural da humanidade, sendo considerada uma das mais belas igrejas do continente europeu.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de junho de 2011

Jesus e as riquezas do mundo

Um dos maiores erros sobre a mensagem de Jesus Cristo é acreditar que Ele prometeu riquezas materiais a quem seguisse sua mensagem. Não faz parte da filosofia e nem da mensagem de Jesus a recompensa em bens materiais, em riquezas nesse mundo em que vivemos. Por isso a tal teologia da prosperidade, tão difundida em meios protestantes, não tem qualquer base no evangelho. Em Mateus 6:19 Jesus prega: "Não acumuleis para vós outros tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde ladrões arrombam para roubar."

Esse trecho da bíblia é bem representativo da mensagem de Jesus. Juntar riquezas em nosso mundo é algo em vão, pois não levarás nada quando deixares essa realidade. A única coisa que o homem levará após sua morte são suas boas ações, sua caridade em vida e suas atitudes. Também levará a avareza, a mesquinharia e os pecados. No dia do julgamento toda a sua vida será pesada e o homem será julgado por atos de sua vida. A riqueza material não tem qualquer relevância no mundo espiritual. A riqueza que Jesus prega é justamente a riqueza espiritual. Ele jamais prometeu em sua longa caminhada na Terra a promessa de se ficar rico, cheio de propriedades e posses. Nada disso!

A riqueza material inclusive escraviza o homem. Jesus deixou claro isso em várias passagens da Bíblia. Ao ser procurado por um homem rico, querendo seguir sua mensagem, Jesus o aconselhou a vender tudo, dar aos pobres e só então segui-lo. Mais do que isso, Jesus deixou claro aos apóstolos que é muito difícil ao homem rico entrar no reino dos céus, justamente por causa dessa escravidão ao dinheiro. "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus" - ele afirmou. Agora tente passar um animal grande como um camelo pelo pequeno furo de uma agulha. Praticamente impossível. Assim será em relação ao rico no mundo espiritual, com todas as suas correntes o prendendo às riquezas. A riqueza escraviza, o dinheiro apodrece a alma do homem, que passa a se sentir poderoso, acima de Deus!

Essa mensagem aliás é bem antiga na tradição do judaísmo. Em Provérbios 11:4 está escrito: "As riquezas acumuladas não terão valor algum no Dia da ira divina, mas a justiça livrará o fiel da morte." E mais, em Eclesiastes 2:26 podemos ler: "Deus concede sabedoria, entendimento e felicidade às pessoas que nele têm o seu prazer. Quanto ao pecador, Deus o encarrega de ajuntar e armazenar riquezas para entregá-las a quem o agrada. Também isto é vão e frustrante."

E voltando ao Novo Testamento, em Lucas 18:24, temos o seguinte trecho: Jesus, observando o semblante abatido daquele homem, exclamou: “Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que possuem muitas riquezas!" Em Tiago 5:1-3 mais uma advertência: "E agora, prestai atenção, vós, os ricos! Chorai e arrependei-vos, porquanto desgraças haverão de cair sobre vós." Em João 2:15,16 mais uma mensagem cristalina sobre a verdadeira filosofia cristã: "Não ameis o mundo nem o que nele existe. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele!" Em Timóteo 6:8-10,17 uma reflexão poderosa: "Por isso, devemos estar satisfeitos se tivermos com o que nos alimentar e vestir."

Por tudo o que foi exposto podemos concluir: Não faz parte da mensagem de Jesus a recompensa em dinheiro, riquezas ou poder aos que procuram seguir seus ensinamentos. Não faz parte da mensagem do evangelho a troca e a barganha do amor a Deus por riquezas no mundo! Essa é uma distorção perigosa das escrituras e de sua verdadeira mensagem. Deus não recompensará ninguém com carros, apartamentos, dinheiro, fortuna ou bens materiais. Deus recompensará os que seguirem sua palavra no mundo espiritual, onde aí sim estará o verdadeiro tesouro, que não é formado por ouro, prata ou dinheiro, mas sim pela verdadeira vida eterna!

Pablo Aluísio. 

O Perdão de Jesus - Setenta Vezes Sete

Em determinado momento do evangelho segundo Mateus 18:22, o apóstolo Pedro pergunta a Jesus sobre o perdão. Quantas vezes deveria se perdoar ao próximo? Sete vezes? Jesus respondeu: "Não digo que se deve perdoar sete vezes, mas sim setenta vezes sete!". Essa expressão "setenta vezes sete" significava no tempo de Jesus o mesmo que "sempre!", ou seja, deve-se perdoar sempre ao próximo, sem limites!

Ao longo da vida certamente alguém nos ofenderá, nos trairá, nos magoará. Faz parte da natureza humana. O que propõe Jesus é que o cristão perdoe sempre. Claro que a ofensa, a traição e a deslealdade não ficaram em vão. Aqueles que cometem esses tipos de atitudes responderão perante Deus, porém apenas a Deus. Não cabe ao homem a vingança, a justiça pelas próprias mãos e o justiçamento. A Deus cabe a punição, ao homem só caberá o perdão, porque a mágoa, a raiva, a ira e os sentimentos negativos apodrecem a alma do homem.

A expressão "setenta vezes sete" usada por Jesus nessa parte do evangelho pode ser encontrado em outras partes da Bíblia, principalmente no velho testamento. Em Gênesis 4:24 lemos o seguinte trecho: "Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete." Em outras palavras, certamente Caim pagará por seu pecado, mas Lameque será castigado pela eternidade por aquilo que fez.

Assim Jesus segue os ensinamentos dos antigos profetas. Salmos já deixava claro que a Deus cabe a justiça, não ao homem. "O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos." Em Romanos 12:19 temos a essência de tudo o que foi escrito: "Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor." A vingança, a justiça divina pertencem a Deus. Não cabe ao homem se colocar no lugar de Deus, pois ao fazer isso estará infringindo as leis divinas. Cabe ao homem apenas perdoar e entregar a Deus tudo o que de mal lhe foi feito. A justiça de Deus não falhará jamais!

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de junho de 2011

Papa Pio IV

Com a morte do Papa Paulo IV começou a disputa pelo trono do Papa em Roma. Quatro grandes potências disputavam entre si para fazer o novo sucessor de Pedro. França, Portugal, Espanha e cidades italianas brigavam para apoiar o seu nome preferido nessa sucessão. O nome escolhido foi uma maneira de amenizar todas essas disputas. Depois de alguns anos o Papa voltou a ser um membro da família Medici. Giovanni Angelo Medici foi o escolhido e subiu ao trono em 1559. Ele adotou o título de Pio IV e começou a enfrentar os diversos problemas que atingiam a Igreja Católica naquele período.

Um deles era o velho problema do protestantismo, algo que quebrou a unidade do cristianismo na Europa. Inúmeras igrejas protestantes foram fundadas, criando tensões e conflitos em países do norte como Suécia, Holanda, Bélgica e Dinamarca. Algumas dessas guerras religiosas envolviam não apenas católicos contra protestantes, mas até mesmo entre seguidores de Lutero e outras vertentes dentro do próprio movimento dissidente. De repente a Europa não tinha apenas uma visão da doutrina cristã, mas dezenas, centenas delas, todas diferentes entre si.

O Papa Pio IV culpou esse estado de coisas à publicação de diversos livros que propagavam visões distorcidas da sociedade, do mundo e do próprio Deus. Assim ele mandou elaborar uma lista de livros hereges e mandou que todos os exemplares em circulação dessas obras fossem queimados em praça pública. O novo Index, ou índice de livros proibidos, baniu diversas publicações consideradas ofensivas ao verdadeiro pensamento do bom e fiel seguidor cristão. Curiosamente, em segredo, o Papa ordenou que pelo menos algumas cópias de cada livro proibido fossem preservadas dentro da biblioteca do Vaticano. A intenção não era erradicar completamente os livros proibidos, mas sim tirá-los das mãos de pessoas que poderiam se tornar subversivas ou perigosas. A criação literária em si deveria ser preservada.

Outro ponto de destaque de seu pontificado foi a conclusão do conturbado Concílio de Trento. Pio IV considerou bons os resultados, encerrando um árduo trabalho teológico dentro da Igreja. Em termos de diplomacia internacional Pio IV continuou a enfrentar problemas com a Inglaterra. Desde o rompimento com o rei Henrique VIII os conflitos continuavam. Londres e Roma não conseguiam chegar a uma saída diplomática para a crise. Depois de tentar uma aproximação com a filha de Henrique, Elizabeth I, o Papa resolveu romper relações de vez. Isso se deu em decorrência de um ofensa da Rainha ao Papa. Depois de tomar conhecimento dela o Papa então decidiu excomungá-la. O último ato do Papa foi a revogação e a proibição da simonia dentro da Igreja. A compra de perdão pelos pecados foi considerado uma indignidade para o pensamento cristão. Em 1565 o Papa foi encontrado morto em seus aposentos. Ele não era tão velho como seus antecessores, mas não gozava de muita saúde. Ele faleceu aos 66 anos de idade, após cinco anos como Papa.

Pablo Aluísio.

João Paulo II - Uma pequena história na África

João Paulo II - Uma pequena história na África - Essa pequena história, desconhecida de muitos, está registrada no livro "Francisco: O Papa dos Humildes" de Andreas Englisch. Karol Wojtyla (hoje Sâo João Paulo II) estava em uma remota região africana, para a inauguração de uma nova igreja. O lugar era desolado, distante de tudo e de todos. Apenas um Papa peregrino como João Paulo II chegaria a um lugar tão distante e isolado.

O autor do livro na época trabalhava como jornalista correspondente e estava lá para acompanhar o Papa. Assim que desceu de seu automóvel o Papa pôde perceber o quanto era pobre aquela comunidade. A Igreja, recém terminada, ainda estava com cheiro de tinta fresca. As ferramentas dos pedreiros que a tinham construído estavam no chão, espalhadas. João Paulo II desceu do carro e foi sentar-se ao lado da entrada da Igreja, usando um pequeno caixote de frutas como cadeira improvisada. Todos ficaram admirados pela humildade daquele homem tão importante agindo de forma tão despretensiosa.

Ali estava o líder espiritual de mais de um bilhão e meio de seres humanos na maior humildade, como se fosse como qualquer outra pessoa. As crianças se aproximaram do Papa que foi muito receptivo. Elas começaram a brincar ao seu redor e João Paulo II parecia bem à vontade. Então o povo que estava ali para a inauguração da nova igreja começou a cercar o Papa. Todos à vontade, sem qualquer esquema de segurança, nem nada parecido. Uma limonada foi oferecida ao Papa que aceitou de boa vontade, afinal o calor era insuportável.

Enquanto o Bispo não aparecia o Papa ficou ali, se divertindo com as crianças que brincavam ao seu redor, conversando com o povo humilde em um grau de intimidade que deixou o jornalista espantado. Assim um trabalhador, um pedreiro que havia construído a Igreja, chegou ao lado de João Paulo II e esse lhe perguntou: "Agora que a Igreja está pronta, o que o senhor vai fazer?". O homem disse ao Papa que não seria fácil encontrar outro trabalho ali, o que era bem preocupante para ele pois era um pai de família, que tinha que sustentar sua esposa e seus filhos pequenos. O Papa ouviu atentamente. O desemprego era um problema sempre presente. João Paulo II sabia disso e se compadeceu dos problemas daquelas pessoas.

Quando o Bispo finalmente chegou o Papa terminou de beber sua limonada e juntos entraram na Igreja recém construída, mas antes o Papa lhe disse: "Não cuide dessa Igreja de pedra! Cuide do povo dessa região, que precisa muito de ajuda. Faça isso, senão vai se ver comigo!". Claro que as palavras do Papa não soaram como uma ameaça, mas sim como um direcionamento, demonstrando que o importante não era a Igreja em si, mas sim a comunidade ao seu redor. Não eram as pedras da nova construção que deveriam estar em primeiro lugar, mas sim os alicerces daquela comunidade. Uma amostra do lado mais humano de um Papa que marcou época e que hoje é considerado um dos grandes Papas da história.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Os Filhos de Maria

Uma pergunta que sempre surge em sites e blogs de internet. Maria, mãe de Jesus, teve outros filhos após seu nascimento? Para a doutrina católica a resposta é negativa. Para justificar os teólogos católicos usam o próprio evangelho. Desde tempos imemoriais, ainda na fase meramente da tradição oral, a família de Jesus sempre foi representada como sendo formada apenas por José, Maria e o próprio Jesus. A tradição da família santa com apenas três pessoas também é seguida em várias outras tradições religiosas como, por exemplo, a da Igreja Ortodoxa e até mesmo de algumas igrejas protestantes históricas.

A dúvida porém ressurgiu quando certas vertentes protestantes passaram a pregar que Maria teria tido outros filhos, em especial Tiago, que é citado no texto bíblico como sendo irmão de Jesus. Há problemas nesse tipo de visão. A expressão "irmão de jesus" é interpretada de forma equivocada. Na antiguidade esse termo irmão tinha uma outra conotação. Muitas vezes os próprios primos eram designados como irmãos de  uma mesma família maior, formada por tios, tias, avós e avôs. Assim Tiago não era filho de Maria (em nenhum lugar da bíblia isso é citado) e nem muito menos irmão de sangue de Jesus Cristo. Ele era muito provavelmente seu primo, assim como suas outras "irmãs". Naqueles tempos distantes nem mesmo a designação "primo" era utilizada. Sendo todos filhos de uma linha envolvendo avôs, pais e tios, eram assim considerados "irmãos" em um sentido diferente do que hoje usamos.

E ainda há mais. Aos pés da cruz Maria está acompanhada de João, discípulo de Jesus. O Filho de Deus olha para ambos e diz: "João, eis sua mãe. Maria eis o seu filho!". Fica óbvio que Jesus estava designando que João cuidasse de Maria dali em diante. Ela obviamente já estava em uma idade mais avançada e precisava de alguém para cuidar dela em sua velhice. Ora, se Jesus tivesse mesmo irmãos e irmãs, não haveria essa preocupação por parte do Messias, pois ela seria cuidada por seus próprios filhos. Na preocupação de Jesus descobrimos duas coisas importantes: a de que Maria não tinha outros filhos e a de que José, seu esposo, muito provavelmente já estava morto quando Jesus foi crucificado. Maria ficava sozinha no mundo, sem parentes próximos. Por isso Jesus, mesmo crucificado, não deixou ela desamparada. Mandou que seu apóstolo cuidasse dela a partir daquele momento.

O fato é que João cumpriu a determinação de Jesus e ficou ao lado de Maria até seu falecimento. João, o amado apóstolo, esteve ao lado da mãe de Deus até o fim de seus dias. Finalizando, aqui vão mais dois outros fortes argumentos sobre a não existência de outros filhos de Maria. Nenhum filho dela é citado mais na Bíblia, nem nos atos dos apóstolos e nem em nenhuma outra parte do evangelho cristão. Além da tradição histórica que atravessou os séculos outro fato vem reforçar a doutrina católica. Nas mais antigas representações da família de Jesus não existem irmãos ou irmãs ao lado de Jesus, Maria e José. Apenas os três são representados nessas imagens, demonstrando que os cristãos primitivos, aqueles que tiveram mais contato com a história real, também tinham a certeza e a convicção de que a família santa era formada apenas por um trio, envolvendo pai, filho e mãe. A história, além da teologia, confirmam assim que não havia mais irmãos e nem irmãs na vida de Jesus.

Pablo Aluísio.