quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Trágica Fatalidade

Victor Scott (Edward G. Robinson) é um vaidoso promotor de justiça que acaba acusando um homem inocente de assassinato. Condenado à cadeira elétrica descobre-se depois que ele não havia cometido o crime. Em crise existencial pelo ocorrido Victor decide abandonar a promotoria para se tornar advogado de defesa pois em suas próprias palavras prefere deixar 100 culpados soltos do que condenar um inocente à pena capital. Na nova vida como profissional liberal ele abre um pequeno escritório de advocacia onde começa a atender clientes acusados dos mais diversos crimes. Entre eles está Frank Garland (Albert Dekker) que sob a fachada de ser um mero homem de negócios é na verdade um gangster perigoso e violento. Edward G. Robinson fez mais de 100 filmes em sua longa carreira no cinema, quase sempre interpretando gangsters. Aqui ele muda de lado e faz um homem da lei, um promotor e depois advogado, que tenta de todas as formas ter uma postura ética e isenta em sua profissão, o problema é que como descobrirá depois não há muito espaço para esse tipo de postura no meio jurídico americano.

“Trágica Fatalidade” é claramente uma crítica ao sistema judicial, onde definitivamente não há espaço para crises éticas ou existenciais. Robinson está perfeito em seu papel, um sujeito que logo se vê corrompido pelo sistema, tendo que aplicar pequenos (e grandes) golpes para sobreviver entre os tubarões. Para piorar se vê enrolado nas teias do crime organizado após abandonar seu cargo de promotor. O roteiro é muito bem escrito, joga muito bem com as artimanhas do meio jurídico e tira bastante proveito das chamadas brechas da lei. No elenco além da sempre importante presença de Edward G. Robinson temos a bela Jayne Mansfield. Sua interpretação é claramente uma imitação dos trejeitos de Marilyn Monroe em todos os aspectos (até o jeito de falar sussurrando Jayne tenta copiar). Sua personagem é secundária e sem importância durante todo o filme mas assume uma função vital no clímax que ocorre no tribunal. Enfim, para quem gosta de roteiros bem trabalhados e tensos casos judiciais “Trágica Fatalidade” certamente é uma boa opção.

Trágica Fatalidade (Illegal, EUA, 1955) Direção: Lewis Allen / Roteiro: W.R. Burnett, James R. Webb / Elenco: Edward G. Robinson, Nina Foch, Hugh Marlowe / Sinopse: Promotor decide abandonar a carreira após trabalhar em um caso onde um homem inocente é mandado para a cadeira elétrica por erro judicial. Após se tornar advogado de defesa de vários criminosos se vê envolvido numa teia de corrupção e violência sob as ordens de um violento gangster.

Pablo Aluísio.

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