Mais um clássico do faroeste americano. Os lendários Buffalo Bill Cody (Charlton Heston) e Wild Bill Hickok (Forrest Tucker) se empenham pessoalmente no sucesso da Pony Express, uma via de comunicação rápida entre a distante Califórnia e o centro do poder americano, Washington. O sucesso da rede é vital para manter o estado da Califórnia como parte integrante da União, pois políticos inescrupulosos desejavam que ocorresse uma separação, uma secessão do mais importante e rico estado do oeste do restante do país. Por essa razão não era nada fácil estabelecer essa via de integração entre as duas costas da nação americana pois poderosos interesses queriam que tudo se tornasse um fracasso. O roteiro desse filme mistura personagens reais com eventos de mera ficção. "As Aventuras de Búfalo Bill" evoca a mitologia do velho oeste. Obviamente que tanto Buffalo Bill como Wild Bill Hickok existiram de fato e se tornaram símbolos daquela era, mas também é verdade que nunca se envolveram em uma aventura como a mostrada nesse filme, muito embora a Pony Express também tenha existido, tanto que no final da película os produtores colocaram inclusive uma carta do presidente Abraham Lincoln elogiando os serviços dessa via de comunicação que serviu para manter a Califórnia unida ao restante dos Estados Unidos. Assim o grupo de roteiristas do filme criou um enredo que misturava história com eventos de imaginação. E esse aspecto, que era até bem comum na época, funcionou muito bem.
Outro aspecto a se considerar vem da interpretação de Charlton Heston no papel de Búfalo Bill. Como se sabe Bill foi o dono de um espetáculo de velho oeste que cruzava os Estados Unidos em bem sucedidas turnês. Em determinado momento de sua vida ele virou mais um artista de palco do que qualquer outra coisa. Tanto que fundou uma empresa circense, especializada em apresentações de cowboys e índios, que o tornaram muito rico. O enredo desse filme passa longe disso, procurando mostrar o personagem em sua juventude, mas isso não inibiu Heston que encontrou o tom certo para Búfalo Bill, embora fossem fisicamente bem diferentes. O verdadeiro Bill era loiro com grandes cabelos e bigode espalhafatoso. Também usava roupas chamativas e exageradas, fora dos padrões. Heston tem a aparência de um cowboy comum no filme, em nada diferente das demais pessoas. Claro que o filme não avança muito nesse aspecto de se preocupar com fatos históricos da biografia de Búfalo Bill. Tente comparar com a caracterização que Paul Newman faria de Bill anos mais tarde desse mesmo personagem e você entenderá a diferença substancial entre as duas interpretações. No saldo geral é um bom western valorizado pelo enredo que presta homenagem aos cavaleiros da Pony Express que, com seus esforços, mantiveram uma nação unida, de costa a costa, apesar de todas as dificuldades.
As Aventuras de Búfalo Bill (Pony Express, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Jerry Hopper / Roteiro: Charles Marquis Warren, Frank Gruber / Elenco: Charlton Heston, Rhonda Fleming, Jan Sterling, Forrest Tucker / Sinopse: Buffalo Bill Cody (Charlton Heston) e Wild Bill Hickok (Forrest Tucker) participam da consolidação da Pony Express, uma linha de comunicação entre as costas leste e oeste dos Estados Unidos. Formada por bravos homens montados a cavalo, eles levavam mensagens de um lado ao outro do país.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirAs Aventuras de Búfalo Bill
Pablo Aluísio.
Não é a toa que o correio é uma instituição tão reverenciada nos EUA ao ponto de haver alguns filmes a para homenagea-lo como, por exemplo, "O Mensageiro" que trata praticamente da mesma coisa, o correio como o unico elo de interligação do país.
ResponderExcluirTempos duros. Uma carta escrita para ser enviada para outra cidade acabava chegando ao seu destino, mas ia a cavalo pelo meio do deserto.
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