quinta-feira, 8 de setembro de 2022

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 24

Uma das histórias mais loucas da vida de Marilyn Monroe até hoje desperta dúvidas sobre sua veracidade. Até mesmo autores que vasculharam a fundo sua biografia ficaram sem saber se tudo não passou de um boato ou se foi mesmo verdade. É a famosa história do casamento mexicano de Marilyn, quando ela, aparentemente em uma farra de fim de semana que fugiu do controle, acabou se casando no México. O estúdio ficou apavorado porque naquele momento Marilyn Monroe era sua principal estrela e não iria cair nada bem a divulgação de que ela teria se casado em segredo, em um fim de semana de bebedeiras, com um desconhecido, numa cidadezinha do México. Robert Slatzer era um jornalista que ela conheceu durante as filmagens de "Torrente de Paixão". Ele conheceu Marilyn mais de perto e descobriu que tinha algo em comum com ela, pois gostava de diversão e festas. Os dois também gostavam muito de beber. Ir para o México para comemorar o fim das filmagens pareceu um convite interessante para Marilyn. Então em um fim de semana de 1952 eles atravessaram a fronteira. Era comum americanos exagerarem nas cidades mexicanas, era uma espécie de tradição entre os jovens. Então Marilyn e Slatzer resolveram fazer jus a isso.

Eles beberam por vários dias seguidos, saíram pelas ruas atrás das festas populares das vilas mexicanas e chegando numa localidade afastada resolveram procurar um padre local para se casarem, bem ao meio-dia, depois de uma noite de excessos. Eles se casaram e depois de alguns dias voltaram para Los Angeles. O produtor Zanuck ficou irado quando soube de tudo. Mandou Marilyn e Slatzer de volta ao México para que eles anulassem o casamento por lá. Tudo isso teria acontecido em menos de um mês, mostrando como era caótica a vida de Marilyn Monroe na época. O que era verdade e o que era mentira nesse boato? Robert Slatzer morreu afirmando que havia se casado com Marilyn. Ele até escreveu um livro chamado "A Vida e a Curiosa Morte de Marilyn Monroe", onde também defendia que Marilyn havia sido assassinada por um complô conspiratório liderado pela família Kennedy. Ao longo dos anos surgiram inúmeros artigos publicados em revistas e jornais, ora desmentindo completamente o suposto casamento mexicano de Marilyn, ora confirmando tudo com testemunhas e documentos obtidos além da fronteira. Talvez a verdade esteja no meio termo, talvez tudo tenha um fundo de verdade, muito embora não da forma tão exagerada como Robert Slatzer contou em seus textos. O escritor Anthony Summers, autor de "A Deusa", biografia sobre a atriz, afirmou no livro que o casamento mexicano de Marilyn Monroe pode ter acontecido de verdade. Ele não foi a fundo na questão, não viajou ao México em busca de documentos que provassem tudo, mas conversou com pessoas que eram próximas da Marilyn Monroe naquela época. Uma de suas assistentes nos estúdios da Fox lhe contou que certo dia Marilyn chegou muito preocupada para trabalhar e confessou que havia "feito uma grande besteira". Depois ela teria sido chamada até o escritório de Zanuck, naquele tempo praticamente o dono da Fox e que uma vez lá a conversa tinha sido tensa. 

Segundo as informações Marilyn Monroe se casou em Tijuana. Por acaso ela se encontrou com um ator americano nas ruas, um velho conhecido, pedindo que ele fizesse um "favor especial". Esse favor era nada mais, nada menos, do que ser sua testemunha de casamento. A cerimônia, rápida e apressada, aconteceu numa igreja católica da cidade. Depois Marilyn e o novo marido foram para um pequeno hotel chamado Rosarita Hotel, onde passaram a lua de mel que durou apenas dois dias. Robert Slatzer disse que tirou muitas fotos nesses dias, mas os "capangas" da Fox a teriam tirado dele. Muito provavelmente todas as fotos foram queimadas a mando do chefão do estúdio. De uma forma ou outra o casamento teria durado apenas três dias! O tempo suficiente para Marilyn chegar em Los Angeles e ser mandada de volta para desfazer o que tinha feito.

Isso foi em uma época em que os estúdios de cinema controlavam toda a vida de seus astros e estrelas. Elas não podiam fazer nada, nem em suas vidas pessoais, sem a autorização dos executivos. Uma estrela como Marilyn Monroe era considerada um "produto" da Fox e cabia ao estúdio zelar para que sua vida pessoal não se tornasse um escândalo de grandes proporções. Só alguns anos depois é que os produtores iriam entender que isso não funcionava com Marilyn Monroe. Ela mesma produzia seus próprios escândalos públicos, muitas vezes para não sair das páginas de revistas e jornais, afinal tudo isso também era uma publicidade para sua carreira. Assim depois de algum tempo o casamento mexicano de Marilyn acabou se tornando uma espécie de piada dentro da Fox, um exemplo das loucuras que sua própria estrela conseguia fazer. Afinal o que seria mais louco do que um casamento de fim de semana no México? 

Pablo Aluísio. 

6 comentários:

  1. Cinema Clássico
    Marilyn Monroe - O Casamento Mexicano de Marilyn
    Pablo Aluísio.

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  2. Publicado originalmente como
    "As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 9"
    Pablo Aluísio.

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  3. Dom Pablo,
    Eu me casaria facilmente com Marilyn Monroe, ainda mais depois de uma noite de bebedeiras kkkkkkkkkkk

    Pena que os deuses não fizeram com que eu vivesse nos tempos de Marilyn Monroe. Somos de tempos diferentes, mas a minha admiração por ela é bem presente e real. Linda loira louca, do jeito que eu aprecio!

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  4. Deve ser verdade. Americano faz isso quando está doidão. Tanto no México quanto em Las Vegas. Para os padrões da Marilyn, até que não é grande coisa.

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  5. Lord Erick... E quem não teria desejado isso? Eu mesmo não me importaria nada em passar um fim de semana com Marilyn Monroe ao lado, no México. Em 1952 ela estava mais linda do que nunca. Basta assistir ao filme Torrentes de Paixão para conferir.

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  6. Serge, muito provavelmente aconteceu mesmo. Ela tinha surtos desse tipo. E olha que na época ela estava pensando em se casar com outro, o italiano Joe DiMaggio.

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