A década de 1940 começou com John Wayne trabalhando ao lado do diretor e mestre do cinema John Ford. Essa foi uma das duplas mais marcantes da história do cinema americano. Juntos fizeram verdadeiras obras primas da sétima arte. O filme se chamou "A Longa Viagem de Volta". Para muitos esse foi o primeiro grande filme em que trabalharam. O papel de Wayne era a de um sueco chamado Ole Olsen. No começo John Wayne pensou em recusar o convite para fazer o personagem, afinal o que ele tinha a ver com um marinheiro sueco?
Para sua sorte acabou sendo convencido por John Ford a se juntar ao elenco. O filme tem ares de drama, mas também não deixando de lado a aventura, afinal era um filme passado dentro de um cargueiro que atravessava os oceanos. Wayne teve um verdadeiro desafio em sua atuação porque o roteiro não se contentava em mostrar a vida no mar, mas também em desenvolver os personagens, mostrando seus pequenos dramas interiores, suas tristezas e melancolias. O diretor John Ford fez excelentes tomadas de cena, usando para isso apenas a beleza natural ao redor, a neblina, a solidão de se trabalhar no meio do oceano, etc.
Ao ser lançado acabou se tornando um campeão de bilheteria. Também agradou bastante à crítica que encheu o filme de elogios. A Academia soube reconhecer o trabalho de John Ford. "A Longa Viagem de Volta" (que no Brasil também se chamou "Tormento no Mar") recebeu seis indicações ao Oscar, entre eles o de melhor filme, melhor roteiro (para o roteirista Dudley Nichols, que imprimiu uma forte carga dramática ao filme como um todo), melhor fotografia em preto e branco (para o diretor de fotografia Gregg Toland, que fez um brilhante trabalho) e música (para o maestro Richard Hageman, cuja orquestração deu um sabor especial para as cenas). Curioso que o filme também foi indicado na categoria de melhores efeitos especiais (para o trio R.T. Layton, Ray Binger e Thomas T. Moulton, que usando maquetes realistas fizeram as cenas em que o cargueiro passava por dificuldades em alto mar).
Depois desse grande êxito, John Wayne voltou ao mar no filme seguinte. Ele interpretava um marinheiro americano nos mares do sul em "A Pecadora". Seu personagem era a de um jovem oficial da marinha dos Estados Unidos que acabava conhecendo uma linda corista em uma das bases do Pacífico. Wayne contracenava com a diva do cinema Marlene Dietrich. Apesar de Wayne estar de quepe e uniforme militar essa não era uma produção de guerra. Os militares estavam lá, porém apenas para se divertir nas casas de shows dos portos por onde passavam. O filme tinha muita música e cenas de apresentações de Marlene Dietrich. De certa maneira era um musical, com Wayne no papel de coadjuvante de luxo. Foi um filme interessante para ele, para ter a chance de fazer algo diferente, porém no geral acrescentou mais para a filmografia de Dietrich do que para a do próprio Wayne. Afinal ela era a grande estrela do filme.
Pablo Aluísio.
A Biografia de John Wayne
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