domingo, 23 de maio de 2010

Elvis Presley - Promised Land - Parte 1

Esse disco "Promised Land" fez parte da última fase da carreira de Elvis. No ano em que esse álbum chegou no mercado Elvis completou 40 anos de idade. Ele se sentia velho! Era algo que dizia abertamente para pessoas próximas, algo que o preocupava muito. Elvis achava que sua carreira não teria mais muitos anos pela frente. Os amigos lhe tranquilizavam dizendo que outros artistas mais velhos, como Frank Sinatra, continuavam na ativa, fazendo shows e gravando discos, mas Elvis não parecia convencido. "Eu não sou mais um garoto!" - costumava repetir.

No dia em que Elvis completou 40 anos ele decidiu se isolar em Graceland. Não queria receber ninguém, não dar entrevistas, apenas ficar em reclusão completa. A imprensa americana não ajudou. Inúmeras reportagens atacavam Elvis. Dizendo que ele estava acima do peso, chegando numa fase da vida em que não fazia mais sentido ser roqueiro. Como aquele cantor, que havia sido o ídolo da juventude, iria se comportar agora que estava com 40 anos? Hoje em dia achar que alguém com essa idade já é um velho soa como algo completamente absurdo. Porém o preconceito naquela época era bem maior.

O disco chegou nas lojas nesse ambiente meio hostil. A imprensa atacando, Elvis com a auto estima em baixa, críticas ruins por todos os lados. Era complicado manter uma postura otimista. Mesmo assim o álbum abria com um rock vibrante de Chuck Berry. A versão original de "Promised Land" era de 1964. Em pleno auge da Beatlemania, Berry mostrava porque era considerado um dos grandes nomes do rock ´n´ roll, um verdadeiro pioneiro do estilo. O curioso é que a faixa chegava no mercado através do disco "St. Louis to Liverpool", uma maneira marota de Chuck Berry em chamar a atenção para sua música em uma época em que todo mundo só falava dos Beatles.

A gravação de Elvis e a TCB Band era mais vibrante do que a própria gravação original de Berry. Mais bem tocada, melhor gravada. Elvis deu total liberdade para seu guitarrista James Burton, que improvisou como nunca. O grupo estava muito entrosado, fruto de anos de trabalho em estrada. Por isso não houve maiores problemas em estúdio. Elvis cantou a música com a letra na mão. Berry era um grande letrista, geralmente impondo uma narrativa quase cinematográfica em suas músicas. O saldo final foi excelente. Muitos fãs inclusive queriam que Elvis gravasse mais rocks nessa fase de sua vida, já que ele parecia muito concentrado em gravar música country e baladas românticas. A versão dele desse clássico de Chuck Berry acabou sendo a resposta que todos esperavam.

Pablo Aluísio. 

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