domingo, 9 de maio de 2010

Elvis Presley - Aloha From Hawaii - Parte 8

Eu sempre vou identificar esse álbum com a música "An American Trilogy". Na verdade um medley triplo criado por Mickey Newbury que tencionava revitalizar músicas históricas, algumas provenientes de cultos religiosos, outras que foram populares nos campos de batalha, durante a guerra civil dos Estados Unidos. Elvis, patriota como era e um homem muito religioso, procurava assim por uma identidade musical em seus concertos realizados durante os anos 70.

Como era de complexa execução, essa canção acabou sendo vital para mostrar e identificar os melhores shows de Elvis nesse período de sua carreira. Quando Elvis estava bem, costumava dar tudo de si nela, quando estava mal, isso se refletia como nunca no palco. O interessante é que era mesmo uma música de show, sendo que Elvis não teve a preocupação de gravar uma versão de estúdio para ser lançada em seus álbuns. Parecia que ela funcionava muito melhor com o calor do público, dando resposta ao cantor ali, na hora, ao vivo.

Bem, não poderia deixar de registrar também que nunca gostei da versão que Elvis apresentou de "A Big Hunk O' Love" nesse concerto. Acredito que os arranjos excessivos de metais a descaracterizaram demais. Um rock da primeira fase da carreira de Elvis, deveria ter sido mais fiel aos arranjos originais. Nada de trombetas ou trombones. Não deu certo! Curioso que Felton Jarvis sempre foi criticado por isso, por pesar demais a mão em certos arranjos. Aqui ele poderia ter maneirado mais, deixando a orquestra de lado, incentivando mais os instrumentos mais típicos do rock dos anos 50, a saber, violão, guitarra, baixo e bateria. Nada mais era preciso. O produtor definitivamente errou!

Por fim, finalizando a análise, temos que aqui tecer alguns comentários sobre "Can't Help Falling in Love". A coisa toda aconteceu meio ao acaso. De repente a música romântica do filme "Feitiço Havaiano" acabou se tornando a nota final de todos os seus shows. Funcionava bem, era uma despedida de Elvis que deixava o público querendo mais. Só penso que Jarvis novamente deveria ter trazido mais da trilha sonora original. Eu sempre gostei muito dos arranjos originais do disco de 1961. Tudo soava quase como uma canção de ninar, por mais terno que isso possa parecer. Teria ficado muito bonito em seus concertos, não tenho dúvidas sobre isso.

Pablo Aluísio.

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