Timidez e Pessoas Tóxicas - Eu fui um garoto dos anos 80. Em 1983 eu tinha 10 anos de idade. A década de 1980 foi o fim da minha infância e o começo da minha adolescência. Ou seja foram os meus queridos anos da juventude. Tenho lembranças carinhosas daqueles tempos. Um aspecto que me lembro bem e hoje analiso com muito mais reflexão foi o fato de que me chamavam demais de tímido. Isso me incomodava. Eu não queria ser estigmatizado como um garoto tímido.
Hoje vejo que fui um garoto dos mais normais. Tinha meu ciclo de amigos e era muito feliz. Penso que a fama de timidez veio principalmente por causa do ciclo social dos meus parentes. Eu conheci a maioria dos meus parentes bem mais tarde em minha vida. Não achei aquela gente boa coisa. Eram pessoas de interior, com mentalidade muito tacanha, cheia de preconceitos de todos os tipos, com religiosidade fora do normal, beirando o fanatismo alucinado. Também os considerava bem matutos para ser sincero. Até hoje prefiro ser jogado em um caldeirão de ácido fervente do que socializar com esse tipo de gente. Eu sempre fui um liberal de mente e coração. Nada a ver com gente retrógrada e babaca.
Só que minha mãe era vidrada nesse tipo de gente. E sempre que havia uma visita de alguns deles em nossa casa era aquela tensão e ansiedade. Ora, esse tipo de comportamento gerava uma natural retração de qualquer pessoa. Se perde a naturalidade. Eu ficava intimidade com aquele comportamento de locomotiva social da minha mãe. Por isso agia com cautela. E isso era interpretado como timidez.
Eu nunca gostei desses encontros sociais cheios de veneno e falsidade. Quando eu não gosto da vibe de uma pessoa eu simplesmente me afasto dela. Não quero parecer o que não sou. E muitos de meus familiares tinha uma péssima vibe. Eram, e vejo isso hoje com extrema lucidez, pessoas extremamente tóxicas, de comportamento tóxico, nível Chernobyl. Enfim, nos anos 80 eu era o tímido da família. Mas nada disso condizia com a realidade. Eu no fundo só não queria socializar com gente chata e tóxica. Olhando para o passado, para aquele garoto dos anos 80, vejo que ele tinha toda a razão. Sempre foi inteligente e esperto, essa é a realidade.
Reflexão da Noite
Não desista dos seus sonhos. Seus sonhos são seus, de ninguém mais. Nessa longa jornada você já foi xingado, humilhado, quiserem fazer deboche com você, com seus sonhos. Meu amigo, não desista. É uma longa jornada. Faz muito tempo? Faz, com certeza faz, mas você nunca deixou de caminhar. O importante é não deixar de acreditar em si mesmo. Nessa caminhada se constrói algo dentro de si. Você aprendeu, você entendeu o espírito mesquinho de certas pessoas. Isso só lhe enriqueceu.
Desistir dos seus sonhos? Jamais!
Acredito que Deus (olha eu aí recuperando minha fé que se perdeu algumas vezes no caminho), voltando, acredito que Deus fez tudo por um propósito maior. E depois de tudo pelo que passei tenho certeza que me tornei um ser humano muito melhor. Tomei consciência de mim mesmo, refleti, entendi o verdadeiro estado de certas pessoas. Cresci!
Nessa tomada de consciência uma coisa é importante: nunca mais deixar ninguém lhe rebaixar. Não chegue perto de pessoas que vão querer lhe jogar para baixo. Gente baixo astral emite energias negativas demais. Saia de perto de gente assim. Não jogue pérolas aos porcos como ensinou Jesus. É isso. Há pessoas que vão lhe ajudar e há pessoas que vão lhe jogar para baixo. Saia de perto dessas. É melhor estar sozinho do que mal acompanhado. No final, se esse dia chegar, a vitória será sua, só sua! Não desista dos sonhos. Um homem sem sonhos é um homem sem objetivos, sem direção, é um homem morto! Seja sempre aquele garoto que um dia acreditou. Ele foi longe, pode ter certeza disso!
O Eu do Passado
Refletindo hoje à noite pensei no meu Eu do Passado. Tenho muito orgulho do jovem que eu fui. Um rapaz sem vícios, que não bebia, nem fumava. Que nunca foi ganancioso, nunca fez questão de ter as melhores roupas, etc. Esse Eu que ficou para trás construiu esse Eu do meu presente, com todas as forças psicológicas para enfrentar as maiores barras da vida. Somos por demais parecidos. A única diferença vem das experiências da vida.
Olhando para o Eu do passado uma das coisas que mais me orgulho foi meu amor sempre presente pelas artes. Eu fui um jovem apaixonado por cinema, por música, por livros. Minha vida interior sempre foi muito rica. Eu não tinha carro, nem moto e nem dinheiro, mas tinha vontade de formar uma riqueza em conhecimentos, em cultura. Minha adolescência foi passado indo em locadoras de vídeo, em cinemas, comprando discos. Era pura arte. Eu fui uma pessoa artística. Tenho orgulho demais daquele jovem dos anos 80, dos anos 90...
Também tenho grande orgulho do jovem que ficava trancado em um quarto, estudando, estudando, aprendendo. Ouvindo música, me equilibrando numa cadeira de madeira. Naquele garoto que ia pelo menos uma vez por semana ao cinema ver os últimos lançamentos. Eu fui um jovem muito bacana, que nunca trouxe problemas aos pais, que nunca se envolveu em coisas erradas. Eu fui um jovem exemplar. Tudo o que tenho hoje, que conquistei, devo para aquele jovem Pablo! Obrigado por tudo!
A questão do Autismo
Existem muitas pessoas que são autistas e nem desconfiam disso. Isso acontece porque muitos associam o autismo aos casos graves, quando o autista não consegue se expressar e nem se socializar direito, mas na verdade o autismo também se manifesta em casos bem leves. Entratanto o fato é que mesmo sendo um autista leve, ainda será um autista se for diagnosticado por um médico especialista.
Uma das principais características que me chamaram a atenção é o "ultra foco". O autista foca em determinado assunto e se torna absolutamente absorvido por esse tema. Pode ser qualquer assunto. Há casos registrados de autistas que criam hiper foco em relação a dinossauros, outros a carros, ou qualquer outro tema nesse mundo. E acabam se tornando super especialistas mesmo que nunca venham a estudar numa universidade. O autista também apresenta na maioria dos casos uma inteligência fora do comum.
As pesquisas continuam e a cada dia novas descobertas são feitas pela ciência. O cérebro humano é dos mais complexos, com tantas nuances que a ciência nunca conseguiu desvendá-lo completamente. É um universo próprio, tão vasto como as estrelas do céu. Algo que sempre tive consciência. O cérebro humano é realmente uma das maiores dádivas da natureza.
Trechos de uma musiquinha que fiz quando tinha uns sete, oito anos de idade! Quanta inocência! Mas até que ficou bonitinhos os versos. Para a posteridade os escrevo aqui ou o que restou deles em minha memória após tantos e tantos anos!
Ardor
Nosso amor se acabou
Mas o coração não parou
Hoje pode ser apenas saudade
Mas quem sabe um dia volte a ser verdade
Que ardor!
Mas tem mais... eu cheguei a escrever pequenas historinhas, como pequenos contos. Um deles se chamava "Os Pracinhas". Desses primeiros escritos não sobraram nada. Só voltaria a escrever algo para mim mesmo com os primeiros sites que fiz. E grande parte daqueles textos sobreviveram ao tempo e coloquei aqui no blog!
Pablo Aluísio.
Crônicas de um garoto dos anos 80 - Parte 1
ResponderExcluirPablo Aluísio.