segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Godzilla, O Monstro do Mar

Título no Brasil: Godzilla, O Monstro do Mar
Título Original: Godzilla, King of the Monsters!
Ano de Produção: 1956
País: Estados Unidos, Japão
Estúdio: Toho Company, Jewell Enterprises Inc
Direção: Ishirô Honda, Terry O. Morse
Roteiro: Shigeru Kayama, Takeo Murata
Elenco: Raymond Burr, Takashi Shimura, Momoko Kôchi, Akira Takarada, Akihiko Hirata, Sachio Sakai

Sinopse:
Após um teste de uma bomba atômica no oceano, um dinossauro gigante desperta de seu sono milenar, surgindo das profundezas para destruir a capital japonesa de forma avassaladora.

Comentários:
O Godzila, mesmo sendo uma criação antiga, segue dando frutos no cinema. Recentemente tivemos mais um filme nos cinemas brasileiros, mostrando a força desse monstro radioativo. Aliás o próprio conceito dele é algo bem de acordo com as paranoias que andavam em alta durante a guerra fria. A energia nuclear era vista como uma grande ameaça, algo que poderia inclusive mudar a natureza das coisas, fazendo surgir monstros como esse dinossauro que emergia das profundezas do oceano. No mais fica a dica para quem deseja ir fundo na história do personagem, em suas raízes. Essa produção entre Estados Unidos e Japão traz tudo o que um fã de cinema trash quer ver. Dublês em roupas de borracha, cidades de papelão sendo destruídas e, é claro, um sabor nostálgico que sobrevive a tudo, até mesmo a um envelhecimento brutal de seus primitivos efeitos visuais. Afinal esse tipo de diversão não tem mesmo idade. É ver para conferir.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Lobisomens Sobre Rodas

Título no Brasil: Lobisomens Sobre Rodas
Título Original: Werewolves on Wheels
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: South Street Films
Direção: Michel Levesque
Roteiro: David M. Kaufman, Michel Levesque
Elenco: Steve Oliver, Donna Anders, Gene Shane

Sinopse: 
Um grupo de motoristas no estilo dos Hell's Angels (mas neste caso, chamado The Devil's Advocate), percorre o sudoeste dos Estados Unidos procurando encrenca, bebendo cerveja e assustando os velhinhos. Ao se encrencarem com uma seita demoníaca (!) são "amaldiçoados" e começam a morrer de forma misteriosa...

Comentários:
Fime de drive-in. Por essa época, começo dos anos 1970, esse tipo de cinema onde o sujeito entrava com seu carro em uma grande área aberta com um telão na frente já estava em franca decadência mas ainda resistia em cidades empoeiradas do interior americano. O preço era a metade de um cinema normal então os filmes exibidos geralmente eram porcarias trashs feitas a toque de caixa. "Werewolves on Wheels" foi apenas mais um dos quatro filmes dirigidos por Michel Levesque, todos trashs. Pior do que colocar lobisomens andando de motos só "Sweet Sugar", seu filme seguinte, que não tinha roteiro nenhum, só um monte de garotas de bikinis andando seminuas nas praias da Costa Rica. Afinal quem precisa de algo a mais do que isso?"

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

A Bruma Assassina

Título no Brasil: A Bruma Assassina
Título Original: The Fog
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: AVCO Embassy Pictures
Direção: John Carpenter
Roteiro: John Carpenter, Debra Hill
Elenco: Adrienne Barbeau, Jamie Lee Curtis, Janet Leigh, John Houseman, Tom Atkins, James Canning

Sinopse:
Uma névoa sobrenatural surge misteriosamente em uma pequena cidade costeira, exatamente 100 anos depois que um navio misteriosamente afundou em suas águas.

Comentários:
Esse filme foi restaurado recentemente, em 2018, chegando a ser relançado em alguns cinemas nos Estados Unidos e Europa. É um bom momento da carreira do diretor John Carpenter. Aqui ele usa a névoa como elemento de terror, sempre trazendo algo sinistro em seu véu. Tanto podendo surgir um assassino vestido de velho marinheiro com um gancho nas mãos, como também promovendo eventos sobrenaturais, como mortos no necrotério se levandando para uma última vingança. Um filme bacana, que conseguiu resistir bem ao passar dos anos. E de quebra ainda traz um elenco feminino que conta com Jamie Lee Curtis e Janet Leigh;  Para quem aprecia o climão dos antigos filmes B de terror, ainda mais com a assinatura do diretor John Carpenter, é uma ótima opção. Assista (ou reveja) na versão restaurada em 4K.

Pablo Aluísio.

Carlitos Bombeiro

Título no Brasil: Carlitos Bombeiro
Título Original: The Fireman
Ano de Produção: 1916
País: Estados Unidos
Estúdio: Mutual Film
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin, Vincent Bryan
Elenco: Charles Chaplin, Edna Purviance, Lloyd Bacon, Eric Campbell, Leo White, James T. Kelley

Sinopse:
Carlitos (Charles Chaplin) arranja um novo emprego no corpo de bombeiros da cidade. Tudo começa bem calmo, mas logo se transforma em caos quando ele e seus companheiros precisam apagar um grande incêndio em uma casa. E quem poderia imaginar que ele iria encontrar o grande amor de sua vida nessa tragédia?

Comentários:
Depois do sucesso de seus primeiros filmes Chaplin finalmente pôde colocar em prática suas ideias de humor físico mais bem elaborado. Agora ele pedia ao estúdio não apenas um grande elenco de apoio, com coadjuvantes e extras, etc, mas também cenários muito bem elaborados. Para esse filme Chaplin pediu duas casas para incendiar, além de acesso sem restrições ao quartel do corpo de bombeiros de Los Angeles, dois pedidos que foram aceitos, não sem grande sacríficio. Os bombeiros adoravam Chaplin e não se recusaram a aparecerem no filme. Até porque foi necessário mesmo a presença deles por causa das casas pegando fogo - e de verdade! O filme é muito divertido, como era de se esperar. Com 24 minutos de duração, o que hoje em dia seria considerado um curta-metragem, foi também um dos últimos filmes de Chaplin em que ele investiu basicamente no humor físico, sem desenvolver muito os personagens, algo que em breve iria acontecer.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

O Feiticeiro

Título no Brasil: O Feiticeiro
Título Original: Necromancy
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Zenith International
Direção: Bert I. Gordon
Roteiro: Bert I. Gordon, Gail March
Elenco: Orson Welles, Pamela Franklin, Lee Purcell

Sinopse:
Homem envolvido com uma estranha seita de cultos satânicos resolve convencer a própria mulher a mudar para uma comunidade no interior, dominada por mãos de ferro pelo líder da estranha religião. Lá ela acabará descobrindo que Mr. Cato (Orson Welles) não se considera apenas dono da cidade, mas das pessoas que por lá moram também.

Comentários:
Nos anos 70, com os convites rareando, o grande gênio e monstro do cinema Orson Welles precisou encarar o que havia disponível no mercado. Assim ele acabou estrelando essa fitinha B, sem nenhum atrativo, sobre um bruxo ou mago da magia negra em uma cidadezinha perdida no meio oeste americano. Obviamente que para os amantes da sétima arte haverá um toque de melancolia em ver o mestre Welles envolvido em tamanho abacaxi, por outro lado para os apreciadores de filmes trash certamente será muito divertido ver o criador do grande clássico "Cidadão Kane" dando uma de bruxão malvado, deitando e rolando em suas vilanices. No geral a fita é bem medíocre e estaria completamente descartada nos dias de hoje se não fosse a presença de Orson Welles, aqui lutando para pagar seu aluguel. Pois é, a vida nunca foi fácil para ninguém.

Pablo Aluísio.

A Torre de Londres

Título no Brasil: A Torre de Londres
Título Original: Tower of London
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Roger Corman
Roteiro: Leo Gordon
Elenco: Vincent Price, Michael Pate, Joan Freeman
  
Sinopse:
Com o rei Edward IV (Justice Watson) em seu leito de morte, seus dois irmãos são chamados às pressas para o castelo real. Edward quer uma transição pacífica no trono e para isso resolve deixar a sua coroa para seu irmão mais jovem, Clarence (Charles Macaulay), pois ele é considerado um homem sábio que poderá levar em frente a Inglaterra rumo ao seu destino. A escolha deixa estarrecido seu outro irmão, o invejoso e vil Richard de Gloucester (Vincent Price), que quase que imediatamente decide apunhalar Clarence pelas costas para ser coroado o futuro rei. Ao assumir a coroa como Richard III, ele começa a dar sinais de insanidade, vendo velhos fantasmas de pessoas assassinadas por ele, inclusive de seu irmão Clarence. 

Comentários:
Em 1939 o ator Vincent Price atuou na primeira versão de "A Torre de Londres". Ele ainda estava no começo da carreira (esse foi seu quarto filme) e ele interpretava o jovem Duque de Clarence. Nessa primeira versão o insano Richard era interpretado por Basil Rathbone. Outro grande ídolo do terror também estava no elenco, Boris Karloff. Os anos se passaram e Price virou um ídolo do gênero. Nesse remake de 1962 ele foi escalado pelo diretor Roger Corman para atuar como o insano Richard III. A nova versão é bem curiosa, embora você tenha que ter em mente que não encontrará nada aqui remotamente parecido com as outras versões da obra de William Shakespeare que foram realizadas ao longo de todos esses anos. Corman não está interessado em ser fiel ao histórico dramaturgo e nem sua famosa peça. Ao contrário disso tenta aproveitar todos os elementos fantasmagóricos dessa estória para criar um filme bem aterrorizante. A sua opção por filmar em preto e branco foi muito acertada. Filmes de época, com baixo orçamento, sempre acabavam ficando melhor na fotografia preto e branco. Se Corman tivesse escolhido o sistema de cores tudo soaria mais falso. Price adorou sua caracterização do insano Rei Richard III, um homem não apenas fisicamente defeituoso, mas moralmente também. Mentiroso, cruel e assassino ele não mede qualquer esforço para se coroar rei da Inglaterra. Para isso vale tudo, até mesmo matar seu próprio irmão Clarence. Extremamente falso em suas atitudes o rei não encontra qualquer limite ou barreira ética para impor sua vontade, satisfazendo sua ganância pessoal por poder e riquezas. Assim gostei bastante desse remake de "Tower of London". Não é tão criativo e original como o primeiro filme, mas tem seus méritos cinematográficos. Vale a pena assistir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Tarzan e o Vale do Ouro

Estreia do ator Mike Henry na pele do famoso personagem criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs. Aqui já temos uma tentativa de modernizar Tarzan, o Rei das Selvas. Ele se comporta menos como um selvagem e mais como um galã bem polido, com cabelo cheio de brilhantina e modos gentis e educados, principalmente com as mulheres que cruzam seu caminho. Algo que fugia de certo modo da forma como foi concebido originalmente por seu criador. Nessa aventura filmada no México (mas que no roteiro seria a África) Tarzan precisa lidar com um grupo de criminosos, terroristas acostumados a enviar relógios explosivos a seus inimigos. Eles agora tencionam encontrar uma mitológica cidade de ouro escondida nos confins da floresta.

O velho mito do Eldorado que tantas vezes povoou a imaginação dos conquistadores. Para isso acabam raptando um garoto que parece saber onde o vale de ouro se localiza. O roteiro foi parcialmente inspirado em uma história em quadrinhos que fez muito sucesso durante os anos 1960. Uma boa aventura acima de tudo, só prejudicada um pouco talvez pela falta de experiência de Mike Henry, que era forte, jogador de futebol americano, mas que não sabia atuar muito bem. De qualquer maneira vale a matinê.
 
Tarzan e o Vale do Ouro (Tarzan and the Valley of Gold, Estados Unidos, Suíça, 1966) Direção: Robert Day / Roteiro: Clair Huffaker, baseada na obra do escritor Edgar Rice Burroughs / Elenco: Mike Henry, David Opatoshu, Manuel Padilla Jr.

Pablo Aluísio.

Os Filmes de James Stewart

James Stewart foi um dos melhores atores da era de ouro do cinema americano. Atuou em mais de 100 filmes e muitos deles são considerados grandes clássicos da história do cinema dos Estados Unidos. Com seu jeito interiorano, um pouco caipira e tímido, o ator acabou se tornando um dos preferidos de grandes cineastas da época. Além de talentoso era um profissional confiável, que não causava problemas, que atuava com dedicação e compromisso pessoal. Colecionar os filmes de James Stewart também é colecionar obras-primas da fase mais dourada de Hollywood. Nessa série de textos vou deixar dicas de seus principais filmes, alguns deles essenciais para qualquer cinéfilo que se preze.

Sua carreira começa em 1934 com um curta-metragem chamado "Art Trouble". É uma pequena participação do ator. Seu primeiro filme de verdade em Hollywood pode ser considerado "Entre a Honra e a Lei" (The Murder Man, 1935). É um filme policial com trama envolvendo assassinato no mundo dos negócios. Um empresário rico e influente é morto. Para tentar desvendar o caso um jornalista investigativo começa a reconstruir os últimos passos da vítima. Esse bom filme, com toques de cinema noir, não era estrelado por James Stewart, mas sim pelo excelente Spencer Tracy.

O próximo filme de Stewart foi um musical romântico chamado "Rose Marie" (Rose-Marie, 1936). Esse filme é interessante porque ao longo de sua carreira Stewart iria passear bem por todos os gêneros cinematográficos, mas musicais realmente não eram os seus favoritos. Tanto que esse filme, feito no comecinho de sua carreira, foi basicamente o único em que participou. Piegas e com excesso de romantismo exagerado, essa produção realmente não era das melhores.

Musicais realmente não eram indicados para atores que não sabiam cantar, mas filmes românticos poderiam ser uma boa opção para James Stewart em seu começo de carreira. Assim ele se deu muito bem em "Amemos Outra Vez" (Next Time We Love, 1936). Se atuar ao lado de grandes atores era um objetivo, aqui ele contracenou com um dos mais bem conceituados de Hollywood, Ray Milland. O filme contava a história de um jovem casal que tinha que se separar logo no começo do casamento. O marido era enviado para trabalhar como correspondente de guerra na Europa e a esposa ficava nos Estados Unidos onde começava a trilhar uma carreira de sucesso como estrela de teatro.

Pablo Aluísio.